Relatório Provisório 2 de Fevereiro de 2006
1. Análise quantitativa dos resultados obtidos em 2005 Durante o ano de 2005 foram publicadas 252 convenções colectivas de trabalho, tendo sido abrangidos por alterações salariais 1.074.029 trabalhadores, contra 161 convenções colectivas e 600.469 trabalhadores, registados em 2004. Quanto ao tipo de IRCT assinala-se o seguinte: 27 (10,7%), foram acordos colectivos de trabalho (ACT); 74 (29,4%), acordos de empresa (AE). 151 (59,9%), contratos colectivos de trabalho (CCT). Entre as convenções publicadas sublinham-se algumas com um número significativo de trabalhadores: ACT s das Instituições de Crédito 52.255 trabalhadores; CCT Comércio de Lisboa 24.000 trabalhadores; CCT da Construção Civil 300.000 trabalhadores; CCT das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas 33.657 trabalhadores; CCT dos Seguros 10.994 trabalhadores; CCT Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo 14.974 trabalhadores; CCT das IPSS (CNIS) 70.000 trabalhadores. Com um número expressivo de trabalhadores (41.716) e um atraso de cerca de dois anos foi, também, publicado, em Novembro, um único RCM (Regulamento de Condições Mínimas para os trabalhadores administrativos). Departamento da Contratação Colectiva 1
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1.1. Cotejo dos IRCT por tipo de Convenção Colectiva Quadro I Comparação 2004/2005 IRCT's CCT ACT AE Total Mensal 2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005 Janeiro 1 15 0 8 1 2 2 25 Fevereiro 4 13 0 0 1 6 5 19 Março 3 7 0 1 0 2 3 10 Abril 3 18 3 6 5 4 11 28 Maio 6 7 3 3 3 7 12 17 Junho 13 17 1 3 3 8 17 28 Julho 20 20 4 1 7 14 31 35 Agosto 12 18 0 1 10 8 22 27 Setembro 10 9 2 2 6 4 18 15 Outubro 11 9 0 1 6 9 17 19 Novembro 9 13 1 0 2 6 12 19 Dezembro 8 5 1 1 2 4 11 10 Total 100 151 15 27 46 74 161 252 Quadro II Convenções Colectivas publicadas entre 2000 e 2005 Convenções Colectivas CCT ACT AE Total 2000 245 22 103 370 2001 238 22 100 361 2002 230 19 88 338 2003 232 80 30 342 2004 100 15 46 161 2005 151 27 74 252 Fonte: Boletim de Trabalho e Emprego Departamento da Contratação Colectiva 2
1.2 Número de trabalhadores abrangidos por regulamentação colectiva de trabalho Durante o ano de 2005 foram abrangidos por alterações salariais 1.074.029 trabalhadores, número muito superior ao ano anterior (600.469 ). Quadro III Número de Trabalhadores Abrangidos N.º de Trabalhadores 2004 2005 Janeiro 40.222 90.238 Fevereiro 1.661 16.336 Março 44.178 85.207 Abril 64.955 413.070 Maio 29.359 24.569 Junho 126.360 39.499 Julho 104.937 83.373 Agosto 103.824 171.985 Setembro 35.601 22.068 Outubro 25.139 15.595 Novembro 2.608 77.484 Dezembro 22.341 34.605 Total 600.469 1.074.029 Quadro IV Trabalhadores Abrangidos entre 2000 e 2005 Trabalhadores Abrangidos 2000 1.452.521 2001 1.396.234 2002 1.385.942 2003 1.512.278 2004 600.469 2005 1.074.029 Departamento da Contratação Colectiva 3
1.3. Variação intertabelas e inflação Quadro V Variação Intertabelas 2004/2005 Variação (%) Intertabelas IPC Passado Variação face à inflação 2004 2005 2004 2005 2004 2005 Janeiro 3 2,7 3,6 2,9-0,6-0,2 Fevereiro 2,7 2,8 3,5 2,8-0,8 0,0 Março 2 2,7 3,3 2,8-1,3-0,1 Abril 2,8 2,7 3,6 2,7-0,8 0,0 Maio 3,3 2,8 3,4 2,4-0,1 0,4 Junho 3,1 3,3 3,3 2,5-0,2 0,8 Julho 3,2 2,6 3,3 2,4-0,1 0,2 Agosto 3 2,8 3,2 2,6-0,2 0,2 Setembro 2,7 2,9 3,2 2,5-0,5 0,4 Outubro 3 3,3 3,1 2,6-0,1 0,7 Novembro 2,4 2,6 4,2 2,5-1,7 0,1 Dezembro 3,1 1,9 2,9 2,2 0,2-0,3 Fonte: DGERT NOTA Segundo o MTSS e o Banco de Portugal, a média ponderada para 2005, sem o mês de Dezembro, para os sectores privados, foi de 2,9%. Departamento da Contratação Colectiva 4
1.4. Apuramento final do Tipo de texto publicado Quadro VI Tipo de texto publicado 2004/2005 Número de convenções Tipo de Texto publicado colectivas 2004 2005 Total de 1.ª Convenções 13 (8,1%) 21 (8,3%) Total de Convenções colectivas com revisão global 48 (29,8%) 88 (34,9%) Total de Convenções colectivas com alterações salariais e texto consolidado 84 (52,1%) 46 (18,2%) Total de Convenções colectivas com alterações salariais e outras 16 (9,9%) 97 (38,4%) Total 161 252 Departamento da Contratação Colectiva 5
1.5. Levantamento de algumas convenções colectivas não publicadas em 2005 Convenções colectivas celebradas em 2001 e que não o foram em 2005 N.º trabalhadores abrangidos Industria têxtil e vestuário e outras 95.700 Indústria de calçado 57.613 CCT ANIMEE 42.928 Empresas químicas 39.841 Comércio do Porto 32.505 Indústria de cerâmica 25.416 Distribuição de produtos alimentares 19.318 Agricultura do Sul do Tejo 14.923 Indústria de mármores, granitos e ramos 13.960 afins Empresas de contabilidade, auditoria e 12.019 administração CCT da APCOR 10.709 Industria de panificação Norte AIPAN 10.692 Cordoaria e redes 4.204 Empresas de publicidade e contabilidade 3.910 Industria do vidro de embalagem 2.539 Indústria de malha e confecções 2.082 Empresas de betão Pronto 1.963 Ensino de condução automóvel ANIECA 1.873 Industria de vestuário administrativos 1.317 Cristalaria 891 AE Portucel 359 Lusosider 356 Total 395.118 Total do número de trabalhadores abrangidos até Outubro de 2001 Total do número de trabalhadores abrangidos até Outubro de 2005 1.320610 970.698 *Comparação das listagens de 2001 e 2005 e indicação do número de trabalhadores que não está abrangido por convenções colectivas em 2005. *O número de trabalhadores apontado na listagem para cada convenção foi indicado pelos respectivos sindicatos. Departamento da Contratação Colectiva 6
Breve apreciação Tanto pelo número de trabalhadores abrangidos como pelo número de convenções publicadas, o ano de 2005 ficou muito aquém do ano de 2003, cujos onze meses iniciais precederam a entrada em vigor do Código do Trabalho. Pode-se até especular que os parceiros sociais, especialmente os sindicatos, aproveitaram para acelerar o ritmo negocial e prevenir possíveis danos com a anunciada entrada em vigor, em 1 de Dezembro de 2003, do Código do Trabalho. Mas, quando confrontamos os dados de 2005 com os primeiros anos desta década, constata-se que 2005 só não é pior do que 2004. Pelo lado positivo prevê-se que a média da actualização salarial nos sectores privados, durante o período de vigência das convenções actualizadas e publicadas, seja superior à inflação prevista para 2006, permitindo uma ligeira recuperação salarial das retribuições abrangidas pela negociação colectiva. De fora há um défice que atinge, pelo menos, seis centenas de milhares de trabalhadores que se juntam aos trabalhadores da administração pública. De destacar, temos o aumento da publicação de textos integrais, em números absolutos e relativos, o que é um bom indicador e um bom exemplo da prática da negociação colectiva renovada. Por último, e como matéria para reflexão, assinale-se o facto do aumento relativo dos acordos de empresa e a diminuição das convenções sectoriais em 2005 face aos anos anteriores, embora saibamos que tem sido uma constante assinalada há muito tempo. Departamento da Contratação Colectiva 7