ALELOPATIA DA CROTALÁRIA OCHROLEUCA SOBRE A CULTURA DA SOJA

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Transcrição:

ALELOPATIA DA CROTALÁRIA OCHROLEUCA SOBRE A CULTURA DA SOJA Ana Paula Morais Mourão Simonetti 1 (Professora e Coordenadora do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz). anamourao@fag.edu.br Dandara Maria Peres 2 (Acadêmica do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz) Gabrieli Maria Canzi 3 (Acadêmica do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz) Gabriela Barreto de Paula Souza 4 (Acadêmica do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz) Patricia Bonelli Effting 5 (Acadêmica do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz) Carlos Roberto Moreira 6 (Professor do curso de Agronomia Centro Universitário Assis Gurgacz) Resumo: Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito do extrato de diferentes partes da Crotalaria ochroleuca sobre germinação, desenvolvimento e produtividade da soja. Os experimentos foram efetuados em Cascavel-PR. O experimento laboratorial foi realizado em câmara de germinação tipo BOD, com temperatura de 25 C e fotoperíodo de 12 horas. O delineamento foi inteiramente casualizado (DIC), totalizando quatro tratamentos com cinco repetições. Os extratos foram obtidos por trituração em água destilada e aplicados em gerbox com folhas germitest. Sendo os tratamentos T1 - testemunha, T2 - extrato de sementes, T3 - extrato radicular, T4 - extrato aéreo, permanecendo por oito dias, onde avaliou-se diariamente o índice de velocidade de germinação IVG. No oitavo dia a porcentagem de germinação, número de sementes mortas, comprimento e massa fresca. Os resultados demonstraram que o T2 apresentou IVG, comprimento e porcentagem de plantas normais inferiores, já o restante não sofroram alterações. Na casa de vegetação utilizaram-se os mesmos tratamentos, porém com oito repetições. Avaliou-se o IVE (índice de velocidade de emergência), no oitavo dia número de sementes emergidas, comprimento da parte área e radicular, massa fresca aérea e radicular. Aos 30 dias avaliou-se o comprimento da planta, a massa radicular e a massa aérea. Ao final do ciclo da cultura foram avaliados o número de vagens por planta, grãos por vagem, massa de 100 grãos e produtividade. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, através do sofware Assistat. Os resultados mostraram que o IVG, o comprimento de planta e a porcentagem de plantas normais no T2 apresentaram-se inferiores estatisticamente aos demais tratamentos, enquanto que para o restante não mostrou alelopatia. Palavras-chave: adubação verde, influências, resíduo cultural. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 1 de 13

OCHROLEUCA CROTALARY ALELOPATHY ON SOY CULTURE Abstract: The objective of this work was to evaluate the effect of different parts of Crotalaria ochroleuca on germination, development and soybean yield. The experiments were carried out in Cascavel-PR. The laboratory experiment was carried out in a germination chamber type BOD, with a temperature of 25 C and photoperiod of 12 hours. The design was completely randomized (DIC), totaling four treatments with five replicates. The extracts were obtained by grinding in distilled water and applied in gerbox with germitest leaves. The treatments T1 - control, T2 - seed extract, T3 - root extract, T4 - aerial extract, remained for eight days, where the rate of germination rate - IVG was evaluated daily. On the eighth day the percentage of germination, number of dead seeds, length and fresh mass. The results showed that T2 presented IVG, length and percentage of lower normal plants, and the rest did not suffer alterations. In the greenhouse the same treatments were used, but with eight replications. It was evaluated the IVE (emergency speed index), on the eighth day number of seeds emerged, area and root length, fresh aerial and radicular mass. At 30 days the plant length, root mass and aerial mass were evaluated. At the end of the crop cycle, the number of pods per plant, grains per pod, mass of 100 grains and productivity were evaluated. The data were submitted to analysis of variance and the means compared by the Tukey test, through the software Assistat. The results showed that the IVG, plant length and percentage of normal plants in T2 were statistically lower than the other treatments, while for the rest, no allelopathy was found. Keywords: green manure, influences, cultural residue. 1. INTRODUÇÃO Segundo dados da Aprosoja (2014) a soja (Glycine max) é uma leguminosa utilizada como referência de alimento à mais de 5 mil anos, há relatos de que a soja chegou ao Brasil em 1882, sendo desde então o vegetal mais cultivado no país. A propósito Pereira (2014), destaca que o território brasileiro vem se evidenciando dentro do contexto mundial na produção e exportação grãos. Sendo, portanto, que um dos fatores de destaque deste sucesso, se deve aos bons preços diante do cenário mundial, visto que é uma boa fonte protéica, podendo tanto ser utilizada na alimentação humana e animal, como também pode contribuir como principal fonte de matéria prima na área de biocombustíveis. Dada a importância da cultura da soja, Conab (2016), destaca que o produtor brasileiro prefere plantar soja por haver grande demanda mundial por esse produto, boa rentabilidade e adaptação da cultura, devido a esses fatores o produtor investe mais a cada ano e sempre quebra recordes de produção. Observando-se que existe diversas cultivares disponíveis no mercado brasileiro, elas que se apresentam com grande variedade de ciclos, mas, na qual as mais comuns possuem Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 2 de 13

ciclo de 100 a 140 dias, e podem ser classificados em grupos de maturação superprecoce, precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo da região de cultivo. Os mais cultivados com finalidade comercial são os de ciclos curtos de 60 a 120 dias, permitindo o cultivo do milho safrinha após a colheita da soja, permitindo ainda maior sucessão de culturas anualmente (NUNES, 2016). Neto (2011) relata que com a série histórica da CONAB, no período dos últimos 35 anos, enquanto a área cresceu apenas 248%, a produção aumentou 506%, proporções estas que proporcionaram um aumento de 78% na produtividade média da soja no país. Segundo dados da Embrapa o Brasil vem sendo considerado o segundo maior produtor de soja do mundo, perdendo apenas dos EUA, este que teve uma produção de 119,518 milhões de toneladas, apresentando uma área de 36,228 milhões de hectares, com a produtividade de 3.299 kg/ha (USDA, 2018). Enquanto que no Brasil a produção foi de 116,996 milhões de toneladas, em uma área de 35,100 milhões de hectares, apresentando uma produtividade de 3.333 kg/ha (CONAB, 2018). Embrapa (2018) ainda expõe os três estados brasileiros líderes em produção, ao qual o Mato Grosso, apresenta-se em primeiro lugar com a produção de 31,887 milhões de toneladas, com 9,519 milhões de hectares cultivados; o Paraná com uma produção de 19,070 milhões de toneladas, em uma área de 5,444 milhões de hectares; e por último o Rio Grande do Sul com uma produção de 16,968 milhões de toneladas, em uma área de 5,692 milhões de hectares. Enquanto que o líder em produtividade por hectare é o Paraná com 3.503 kg/ha, seguido pelo Mato Grosso com 3.350 kg/ha, e Rio Grande do Sul com 2.981 kg/ha. Porém, nos últimos 30 anos, a produção da soja vem sendo incrementada expressivamente no centro oeste brasileiro, e para que haja sucesso de produtivo, fez-se necessário encontrar alternativas de cultivo, como a implantação do sistema de plantio direto sobre palhada, no século passado, a fim de que, o solo fosse protegido dos processos erosivos, irradiação, conservação de umidade e ciclagem de nutrientes, visto os benefícios do plantio sobre palha e da sucessão e rotação de culturas, os produtores rurais estão cada vez mais motivados á cultivarem adubos verdes em suas propriedades. Assim na entre safra, é feita a sucessão de culturas que permite alternar as espécies vegetais plantadas anualmente numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comerciais e de recuperação do solo onde melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxiliam no controle de plantas Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 3 de 13

daninhas, doenças e pragas; repõe matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do sistema de semeadura direta e dos seus efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o ambiente como um todo (CRUZ, 2010). Segundo Calegari (2013), os grandes sistemas monocultores, como os de soja, milho e trigo, acabaram por resultar numa grande interação entre essas culturas, que atualmente apresentam várias doenças, nematóides e pragas em comum, que causam graves problemas de importância econômica na agricultura brasileira, pela contaminação dos solos, e as difíceis formas de controle. A busca pela redução do uso de defensivos agrícolas que é um assunto pautado recentemente através da produção orgânica, assim uma das opções é a alelopatia onde entra a aleloquímica proveniente das plantas, na qual se analisa as substâncias químicas liberadas no ambiente por outra cultura. As plantas concedem substâncias que podem ter efeito benéfico ou prejudicial sobre outras culturas. Tais substâncias são denominadas alelopatas e são provenientes de metabólitos secundários das plantas (VIECELLI e CRUZ- SILVA, 2009). Há muitas espécies que podem ser utilizadas como rotação ou sucessão de culturas, adaptadas às condições agroclimáticas do Brasil, colaborando com a biodiversidade, diminuindo os custos de produção com sustentabilidade. As leguminosas são as mais utilizadas e consideradas as plantas fixadoras de nitrogênio pelo processo de simbiose, pelas bactérias do gênero rhyzobium, enquanto que as gramíneas, crucíferas e compostas são denominadas as plantas de cobertura do solo (CALEGARI et al., 1993; MIYASAKA, 1984; WILDNER, 2006; WUTKE, 1993; WUTKE; AMBROSANO, 2005; WUTKE et al., 2007, 2009., WUTKE et al, 2013., P.63). A crotalária é uma planta dicotiledônea que possui efeitos alelopáticos, utilizada como adubo verde para melhorar e conservar os solos, sendo cultivada anteriormente à cultura da soja. É uma planta leguminosa anual de primavera-verão com o ciclo de 120-150 dias considerado como longo, podendo produzir em média de 7 a 10 toneladas de matéria seca no ano com uma fixação de nitrogênio classificada como boa de 200 a 300 kg/ha, utilizada também por causa das raízes profundas o que ajuda a romper o solo mais denso, também como prevenção de nematóides (CARLOS, 2017). Ainda de acordo com Carlos (2017), o cultivo da crotalária é benéfico na safra de verão, o ideal seria esperar o início das chuvas, pois a estiagem diminui as chances de desenvolvimento, para assim investir na crotalária no período pré-soja. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 4 de 13

Enquanto Santos & Fontanetti (2007), destacam que as principais espécies de crotalária utilizadas no Brasil são: Crotalaria juncea L, C. spectabilis Roth, C. breviflora DC. E C. mucronata Desv. Carlos (2017) aponta que, a espécie ideal que tem se destacado para a sucessão de cultura anterior a soja, seria a Crotalária ochroleuca, por apresentar características: agressiva, rústica e com raízes capazes de romper as camadas adensadas do solo, fazem dela uma planta resistente ao estresse hídrico. Tendo em vista que a crotalária tem sido estudada e utilizada a campo pelos produtores rurais, por apresentar diversos benefícios, como, conservar e melhorar o solo e elevar a produtividade dos posteriores cultivos comerciais, os agricultores tem se contentado com os efeitos dos restos culturais dessa espécie vegetal, no sistema plantio direto, visto que, podem liberar substâncias no solo, com efeitos, alelopáticos podendo ser benéficos ou maléficos para a cultura subsequente. Pois, a alelopatia estuda se as substâncias deixadas pelos restos culturais de uma espécie vegetal podem trazer benefícios ou não para determinada cultura. O termo alelopatia foi cunhado por Molisch (1937) e significa do grego allelon de um para outro, pathós sofrer. O conceito descreve a influência de um indivíduo sobre o outro, seja prejudicando ou favorecendo o segundo, e sugere que o efeito é realizado por biomoléculas (denominadas aleloquímicos) produzidas por uma planta e lançadas no ambiente, seja na fase aquosa do solo ou substrato, seja por substâncias gasosas volatilizadas no ar que cerca as plantas terrestres (RIZVI et al., 1992). E como se busca cada vez mais aumentar a produtividade das culturas, uma formas exploradas são os benefícios da alelopatia que uma planta excede sobre a outra, que segundo Rice (1984), a alelopatia é classificada como qualquer efeito direto ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma espécie doadora à uma espécie receptora. Almeida (1988), salienta que a alelopatia é uma forma natural de controle de plantas infestantes, ao qual ocorre a partir da exoneração de substâncias químicas acumuladas pelas plantas, que podem ocasionar efeitos positivos ou negativos, tais como a inibição da germinação e do crescimento da planta manifestante, ou promover o desenvolvimento de uma cultura. De modo geral, a alelopatia tem mostrado resultados positivos em relação a culturas posteriores, o que tem animado ainda mais os empresários rurais e pesquisadores da área, a fim de desenvolver pesquisas com a verdadeira realidade do campo. Portanto, visto que a crotalária tem se mostrado uma boa opção como adubo verde no período antecedente ao Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 5 de 13

cultivo da soja, como melhoradora de solo e de manutenção da palhada, o presente trabalho objetivou avaliar se as substâncias alelopáticas da Crotalaria ochroleuca possuem efeito sobre o desenvolvimento da cultura da soja. 2. METODOLOGIA O experimento foi conduzido em duas etapas, uma laboratório de sementes, e a outra em casa de vegetação no Centro de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologia CEDETEC do Centro Universitário Assis Gurgacz, no período de Novembro de 2017 à Março de 2018. O experimento foi montado em Delineamento Inteiramente Casualizado - DIC, com os seguintes tratamentos utilizando-se extratos de Crotalaria ochroleuca a 20% de concentração: T1(testemunha), T2 (extrato da semente), T3 (extrato da parte radicular) e T4 (extrato da parte aérea). Tratamentos estes aplicados tanto para os experimentos em laboratório, quanto naqueles realizados em casa de vegetação. Em laboratório preparou-se o extrato de diferentes partes da planta, assim, as partes aérea, radicular e as sementes, foram trituradas em um liquidificador industrial, juntamente com água destilada, à 20% de concentração das diferentes partes da planta avaliada, seguindo a metodologia de Boehm e Simonetti (2015). No laboratório de sementes, foram realizados os quatro tratamentos com oito repetições cada, no qual foram distribuídos 7 ml do extrato das partes da crotalária sobre o papel germitest do gerbox que continha 25 sementes de soja (cultivar Nideira NA 5909 RG) cada, as caixas gerbox foram colocadas na BOD com a temperatura de 25ºC em fotoperíodo de 12 horas, permanecendo assim por oito dias, no qual durante este período avaliou-se diariamente o IVG (índice de velocidade de germinação), e no oitavo dia observou-se o porcentagem de sementes germinadas e mortas, comprimento da parte área (cm), comprimento da parte radicular (cm), massa fresca aérea (g) e massa fresca radicular (g). Por conseguinte, na casa de vegetação conduziram-se os quatro tratamentos, porém, com oito repetições cada, sendo que cada repetição (vaso preenchido com Latossolo Vermelho Distroférrico Típico) recebeu 20 ml do extrato das partes da crotalária, onde posteriormente plantou-se manualmente 10 sementes, estas foram adequadamente monitoradas e regadas, permanecendo assim por oito dias, no qual avaliou-se neste período diariamente o IVE (índice de velocidade de emergência), e no oitavo dia após a semeadura avaliou-se o número de sementes emergidas, e foram retiradas de 3 a 4 plantas por vaso para medir o comprimento da parte área e parte radicular (cm), e massa fresca aérea e Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 6 de 13

radicular (g). Com 30 dias após o plantio da soja retirou-se de duas a três plantas por vaso ao qual se avaliou o comprimento da planta (cm) e massa radicular e aérea (cm). E posteriormente no final do ciclo foram avaliados o número de vagens por planta, número de sementes por vagem, massa de 100 grãos (g) e a produtividade final da cultura avaliada. Os dados obtidos foram submetidos a ANAVA, e as médias ajustadas a regressão com 5% de probabilidade de erro, com auxílio do programa estatístico ASSISTAT. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise de variância da porcentagem de germinação revelaram efeitos parcialmente significativos a partir da ação dos substratos avaliados (Tabela 1), pois embora alguns apresentem ser diferentes numericamente, não são divergentes estatisticamente, sendo que a porcentagem de germinação variou de 78,4% (testemunha) à 95% (soja submetida a extrato da parte aérea de Crotalaria ochroleuca), dados esses que se confirmar com dados de Nunes et al 2014, ao qual em seu experimento afirmou que a crotalária não apresentou interferência alelopática sobre a germinação das soja, entretanto, Araujo et al 2011, ainda relata que o extrato da crotalária em menor concentração (25%) apresentou retardamento da germinação de sementes da cultura do milho. Para o índice de velocidade de germinação, observou-se que o tratamento T2 (extrato das sementes da crotalária) apresentou-se estatisticamente diferente dos demais substratos (Tabela 1), apresentando um IVG inferior de apenas 2.038. Enquanto que o tratamento T3 (extrato da parte radicular da Crotalaria ochroleuca) se apresentou estatisticamente semelhante ao T2 e também aos demais T1 e T4, os tratamentos T1 (testemunha sem extrato) e T4 (extrato da parte aérea da crotalária) apresentaram-se estatisticamente iguais e, portanto, os tratamentos T1 e T4 não prejudicaram a velocidade de germinação em relação a testemunha. Tabela 1: Porcentagem de germinação e IVG (índice de velocidade de germinação) de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em laboratório. Tratamento % de germinação IVG T1 T2 T3 T4 CV% : Est. F: 78,40 a 36,80 a 85,60 a 95,00 a 18,14 18,32 n.s. 6,01 a 2,03 b 4,69 ab 5,09 a 33,43 6,54 ** ** significativo a 1 %, ns = não significativo, e CV(%) coeficiente de variação. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 7 de 13

Ao oitavo dia após a implantação das sementes em BOD, com fotoperíodo de 12 horas, na temperatura de 25 C avaliou-se o comprimento da planta, a massa fresca da mesma, a porcentagem de plântulas normais e também a porcentagem de plântulas anormais, que se mostraram com os resultados expostos na Tabela 2. Tabela 2: Comprimento de planta (cm), massa fresca (g), % de plântulas normais, % de plântulas anormais de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em laboratório. Tratamento Comprimento de planta Massa fresca %plântulas normais %plântulas anormais T1 T2 T3 T4 9,80a 4,53b 9,71a 12,76a 0,66a 0,56a 0,66a 0,69a 56,80a 28,00b 70,40a 79,00a 4,58a 2,58a 3,78a 3,84a CV% : 21,04 11,39 24,28 32,76 Est. F: 15,62** 3,10ns 11,93** 2,33ns ns = não significativo, ** significativo a 1 %, CV(%) coeficiente de variação. Ao observa-se nos resultados quanto ao comprimento de planta (Tabela 2), apenas o tratamento T2 (extrato de sementes de crotalária) apresentou-se estatisticamente diferente, 4,53 cm, ou seja, com menos dimensionamento de planta, enquanto que, por exemplo, o tratamento T4 apresentou o maior com 12,764 cm, e que embora os tratamentos T1, T2 e T4 se mostram numericamente diferentes, são iguais estatisticamente. Enquanto que Nunes et al 2014, aferiu que o comprimento da parte aérea da plântula de soja aumentou conforme se adicionou maior concentração de extrato da crotalária. Quanto aos dados de massa fresca (Tabela 2) os mesmos apresentaram-se estatisticamente iguais, onde a massa fresca apresentou-se em torno de 0,645 g. Já para Nunes et al 2014, a massa fresca da soja apresentou o maior resultado, quando adicionado maior concentração de extrato da crotalária. Enquanto que, para os dados da porcentagem de plântulas normais (Tabela 2), aquelas sementes de soja submetidas ao tratamento T2 com substrato de sementes da crotalária foram afetadas negativamente, apresentando apenas 28% de plântulas normais, enquanto os demais T1 - testemunha, T3 parte radicular da crotalária ochoroleuca e T4 parte aérea da crotalária ochoroleuca foram estatisticamente melhores que o T2 - extrato de sementes, e iguais estatisticamente, embora o T4 de extrato de parte aérea mostrou-se melhor numericamente com 79% de plântulas normais. Quanto a porcentagem de plântulas anormais, não houve diferença significativa entre os tratamentos. Entretanto, Pires et al 2017, mostra que o extrato da parte aérea e radicular da crotalaria juncea quando Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 8 de 13

adicionados apresentou diminuição no número de plântulas normais e aumentou o número de plântulas anormais da cultura da cevada. Já para os testes realizados em casa de vegetação, nos quais foram avaliados a porcentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência (IVE), (Tabela 3), durante um período de 8 dias após o plantio, notou-se para ambos os itens avaliados, que não houve interferência alelopática negativa, o que se confirma com Nunes et al 2014, pois todos os tratamentos apresentaram-se com resultados relativamente bons e homogêneos estatisticamente, onde na emergência evidenciou-se com uma média de 94% de germinação, e também os dados de IVE mostraram-se com uma média de 1,74. Tabela 3: Porcentagem de emergência e IVE (índice de velocidade de emergência) de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em casa de vegetação. Tratamento % de emergência IVE T1 T2 T3 T4 CV (%): Est. F: 96,25 a 92,50 a 97,50 a 90,00 a 10,80 0,91 ns ns = não significativo, CV(%) coeficiente de variação. 1,86 a 1,67 a 1,74 a 1,68 a 18,96 0,58 ns Quanto ao comprimento aéreo e comprimento radicular (Tabela 4), nota-se que nenhum dos extratos utilizados apresentou diferença sobre a soja, enquanto que Pires et al 2017, verificou que tanto o extrato da parte aérea da crotalária juncea quanto o extrato da parte radicular apresentaram redução da parte radicular da cevada, onde na concetração de 100% apresentou uma redução de 30%, ou seja conforme aumentou-se as concentrações do extrato diminuiu-se a medida radícular, o mesmo serve para a parte aérea da cevada, que reduziu gradativamente conforme a adição de maiores concentrações de extrato aéreo e radicular da crotalária juncea. Para massa fresca aérea e massa fresca radicular (Tabela 4) notou-se que os tratamentos com substratos das diferentes partes do adubo verde não apresentaram diferenças significativas, ou seja, não houve interação alelopática nos casos avaliados. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 9 de 13

Tabela 4: Avaliação do 8 dia de comprimento aéreo (cm), comprimento radicular (cm) a qual foi transformada em x, massa aérea (g) e massa radicular (g) a qual também foi transformada em x, de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em condições de casa de vegetação. Tratamentos Comprimento aéreo Comprimento radicular Massa aérea Massa radicular T1 T2 T3 T4 5,15 a 5,40 a 5,53a 4,60 a 2,97 a 3,01 a 3,06a 3,05 a CV (%): Est. F: 17,96 1,56 ns 21,04 0.03 ns ns = não significativo, CV(%) coeficiente de variação. 0,75 a 0,69 a 0,68 a 0,62 a 22,72 0,90 ns 0,48 a 0,57 a 0,50 a 0,51 a 20,18 0,97 ns Ao completar 30 dias após a semeadura do experimento em vasos, retirou-se plantas o suficiente para que se restassem cerca de 3 plantas por parcela experimental, portanto, as médias das plantas retiradas, foram submetidas ao programa estatístico, obtendo-se os seguintes dados expostos na tabela 5. O comprimento aéreo da soja não se mostrou diferente nos tratamentos avaliados, manifestou-se com uma média de 29,70 cm de altura. O comprimento radicular também não apresentou diferença estatística entre os tratamentos, evidenciando-se com uma média de 20.59 cm de raiz, o que contrapõe com os dados coletados por Nunes et al 2014, onde verificou-se que nas concentrações de 0% e 100% o comprimento radicular foi inferior as concentrações de 25%, 50% e 75% de extrato aquoso de crotalária. A massa fresca aérea do mesmo modo não se apresentou estatisticamente diferente, declarando-se com uma média de 2,72(g). E também a massa fresca radicular também não expressou significância de divergência estatística, exprimindo uma média de 1,06(g). A ausência de diferenças significativas entre os tratamentos pode ser devido ao pequeno contato das sementes com o extrato, já que o solo que entrou em contato com o mesmo, para então haver a semeadura da soja. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 10 de 13

Tabela 5: Avaliação do 30 dia, comprimento aéreo (cm), comprimento radicular (cm), massa aérea (g), e massa radicular (g) de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em condições de casa de vegetação. Tratamentos Comprimento Comprimento Massa aérea Massa T1 T2 T3 T4 CV (%): Est. F: aéreo 29,21 a 29,38 a 30,97 a 29,26 a radicular 19,71 a 20,37 a 23,27 a 19,00 a 11,84 20,92 0,46 ns 1,51 ns ns = não significativo, CV(%) coeficiente de variação. 2,65 a 2,78 a 2,86 a 2,57 a 28,12 0,21 ns radicular 1,20 a 0,93 a 1,06 a 1,06 a 36.,01 0,65 ns Os parâmetros produtivos avaliados ao final do ciclo da soja (Tabela 6), não apresentaram interferência alelopática quanto ao número de vagens por planta, número de grãos presentes em cada vagem, e nem mesmo a massa de 100 grãos. Tabela 6: número de vagens por planta, número de grãos por vagem e massa de 100 grãos (g) de soja submetida a diferentes substratos de Crotalaria ochroleuca, em condições de casa de vegetação. Tratamentos Nº de vagens Nº de grãos Massa de T1 T2 T3 T4 CV (%): Est. F: por planta 1,76 a 1,51 a 1,78 a 1,58 a por vagem 1,64 a 1,52 a 1,85 a 1,69 a 35,93 25,43 0,40 ns 0,82 ns ns = não significativo, CV(%) coeficiente de variação. 100 grãos 16,74 a 13,50 a 14,23 a 17,15 a 26,25 1,59 ns 4. CONCLUSÕES Apenas para o índice de velocidade de germinação (IVG), comprimento de planta, e porcentagem de plantas normais no T2 (extrato de sementes) apresentaram-se inferior estatisticamente aos demais tratamentos, visto isso é indicado que se realize a colheita das sementes do adubo verde. Enquanto que para os demais itens avaliados a crotalária ochroleuca não apresentou alelopatia sobre a cultura da soja, mostrando-se seguro para a produtividade da cultura da soja. Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 Ed. Especial Março 2019 - página 11 de 13

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