Regime previdenciário dos Vereadores após a Constituição de 1988 e a Emenda Constitucional nº 20/98



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Transcrição:

Regime previdenciário dos Vereadores após a Constituição de 1988 e a Emenda Constitucional nº 20/98 Parecer nº 17/99-SAFF Ementa: Regime previdenciário dos Vereadores. Constitucionalidade de lei federal que definiu os Edis como contribuintes do regime geral de previdência social (INSS), desde que não fossem contribuintes de regime diverso, entre 29/01/98 e 15/12/98. A partir de 16/12/98, com o advento da Emenda Constitucional nº 20/98, a contribuição dos Vereadores ao INSS passou a ser obrigatória, vedada que ficou a sua filiação a regimes de previdência de servidores públicos, privativa dos servidores efetivos. Obrigação da Câmara Municipal de recolher a correspondente parcela de empregador. Sugestão de negociações com a autarquia previdenciária federal para parcelamento dos débitos pretéritos. Senhor Procurador-Geral Trata o presente processo de solicitação da ilustre Vereadora Rosa Fernandes, Líder do Governo, dirigida ao Exmº Sr. Diretor de Pessoal, encarecendo as providências necessárias para que de meus rendimentos mensais sejam descontados os valores referentes ao recolhimento do INSS (fls. 02). 1. Histórico Inicia o presente processo pelo Ofício GVRF nº 2160/99, de 29/09/99, da ilustre Vereadora Rosa Fernandes, com o teor acima relatado. Despachando em 30/09/99 (fls. 02,v.), o ilustre Diretor de Pessoal desta Casa Legislativa encaminha o processo à Divisão de Pagamento de Pessoal, para os fins devidos. Em 04/10/99, o Diretor daquela Divisão solicita orientação quanto à data a ser considerada para efetuarmos o desconto requerido na inicial e se, de acordo com o disposto no Art. 12, inciso I, alínea H, da Lei nº 8.212, de 24/07/91 (acrescentada pela Lei 9.506, de 30/10/97), o mesmo deverá ser estendido aos demais Vereadores desta Casa. (fls. 03). À vista deste questionamento, o Sr. Diretor de Pessoal encaminhou o processo ao DGA, sugerindo consulta a esta Procuradoria-Geral. Despachando às fls. 04 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 209

(06/10/99), o ilustre Diretor-Geral de Administração determinou imediata implantação em folha de pagamento do desconto solicitado na inicial, para só então proceder-se à consulta sugerida. Às fls. 04 e 05, procedimentos administrativos da implantação solicitada. Às fls. 06 despacha novamente o Sr. Diretor-Geral, encaminhando ao Sr. Primeiro Secretário, que determinou então o pronunciamento desta Procuradoria-Geral. Aqui chegando o processado (fls. 08), V. Exª distribui o processo ao signatário deste, que opinará nos termos seguintes. Os elementos dos autos parecem indicar que o pronunciamento que se demanda desta Procuradoria-Geral diz respeito às dúvidas suscitadas às fls. 03, a saber: a) se os Vereadores são contribuintes, obrigatórios ou facultativos, do regime geral de previdência social (INSS); b) em caso positivo, a partir de que data devem ser considerados devedores da respectiva contribuição. Passamos a opinar. 2. Do regime previdenciário dos Vereadores até 28/01/1998 Precedendo à Constituição de 05/10/88, a Lei Municipal nº 1.079, de 05 de novembro de 1987, criou o Instituto de Previdência do Município do Rio de Janeiro, definindo os seus contribuintes e segurados. Dispôs esta Lei em seu art. 7º: Art. 7º - São segurados facultativos do PREVI-RIO: I - os Vereadores, com benefícios previdenciários, opção e contribuições disciplinados nesta Lei; Neste regime, podia o Vereador vincular-se ao PREVI-RIO, sem qualquer obrigatoriedade. O Edil que não o fizesse, nem fosse vinculado a outro sistema previdenciário, ficaria excluído de qualquer cobertura, como de fato aconteceu na maioria dos casos, segundo se tem notícia. Com o advento da nova Constituição, em 05 de outubro de 1988, consagrouse o princípio da universalidade de cobertura na seguridade social, consagrado no parágrafo único do art. 194, verbis: Art. 194 - (omissis) Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento Conquanto o Constituinte indicasse que nenhum trabalho remunerado deveria estar excluído da cobertura previdenciária, não se excluiu desde logo a possibilidade de existir alguma remuneração sobre a qual não incidisse nenhum desconto previdenciário. Isto porque, a nosso aviso, esta norma insere-se, na clássica sistematização de JOSÉ AFONSO DA SILVA, entre as chamadas normas declaratórias de princípio institutivo, que seriam precisamente 210 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000

[a]quelas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. 1 Com isso, a universalidade de abrangência das contribuições e benefícios previdenciários dependia da atuação do legislador infraconstitucional, ficando também desde logo vedada a edição de lei que excluísse expressamente alguma categoria do sistema previdenciário. É oportuno esclarecer, em homenagem à correção terminológica, que, embora a universalidade seja um princípio da seguridade social, e portanto aplicável aos seus três ramos (previdência social, assistência social e saúde), sua realização diferencia-se, no que tange a cada um desses três ramos, por outros princípios setoriais: atuarial e contributivo para a previdência social e gratuidade para a assistência social e a saúde. 2 Desenvolvendo a eficácia desta norma constitucional, foram editadas as leis 8.212 (plano de custeio da previdência social) e 8.213 (plano de benefícios da previdência social), ambas em 24 de julho de 1991. O art. 12 da Lei 8.212 definiu e enumerou longamente os contribuintes obrigatórios do regime geral de previdência social, com o seguinte teor: Art. 12 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor-empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda 1 SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das normas constitucionais. 3. ed. São Paulo : Malheiros, 1998. p. 126 2 Esta diferenciação terminológica encontra-se mais desenvolvida no Parecer nº 05/99-SAFF (Processo CMRJ nº 001.710/99, Diário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 14/04/99, p. 26-30). Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 211

que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente no país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais (alínea acrescentada pela Lei 8.647, de 13/04/93) II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; III - como empresário: o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado, o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria e o sócio cotista que participe da gestão ou receba remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural; IV - como trabalhador autônomo: a) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; b) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; V - como equiparado a trabalhador autônomo, além dos casos previstos em legislação específica: a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (redação dada pela Lei 8.540, de 22/12/92) b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral garimpo em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (redação dada pela Lei 9.528, de 10/12/97) c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; (redação dada pela Lei nº 8.540, de 22/12/92) d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; (redação dada pela Lei nº 8.540, de 22/12/92) e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência do país do domicílio; (alínea acrescentada pela Lei 8.540, de 22/12/92) VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento; VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam estas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges e companheiros e filhos maiores de 212 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000

quatorze anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. (redação dada pela Lei 8.938, de 07/01/92) Como se vê, a lei pretendeu atingir toda e qualquer espécie de remuneração paga a pessoa física, a qualquer título, visando exatamente realizar de forma plena a eficácia da norma constitucional susotranscrita. Em que pese porém esta pretensão de completude, vê-se, da simples leitura deste dispositivo, que os membros do Poder Legislativo, em todas as unidades da federação, estavam desobrigados de contribuição, nessa qualidade, ao regime geral de previdência social, pois não são quadráveis a nenhuma das situações acima. Muitas casas legislativas instituíram ou mantiveram regimes de previdência específico para os parlamentares, o que não foi o caso da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Permaneceu, ainda, a possibilidade de que os Vereadores não ficassem vinculados a qualquer regime de previdência, à exceção daqueles que optassem pela vinculação ao PREVI-RIO, na forma da Lei Municipal 1.079, acima transcrita. Em 30/10/97, vem a lume a Lei Federal nº 9.506, que acrescentou a alínea h ao inciso I do art. 12, acima transcrito, com a seguinte dicção: h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de Previdência Social. A partir da promulgação desta Lei, portanto, tem-se um novo quadro a analisar. Antes, porém, será preciso apreciar a constitucionalidade do novo dispositivo. 3. Análise da constitucionalidade da alínea h do inciso I do art. 12 da Lei nº 8.212/91, incluído pela Lei nº 9.506, de 30/10/97. Como dito acima, antes de prosseguir, é preciso verificar se a Lei nº 9.506/97, neste particular, é contrária à Constituição Federal. Não se tem dúvida de que, tratando-se de lei federal, nenhum vício pode existir na vinculação do exercente de mandato eletivo também federal. O que se indaga é se, num regime federativo, poderia a lei federal dispor também para os detentores de mandato eletivo estadual ou municipal. Assim dispõe a Carta Magna, no que tange à competência legislativa dos entes federativos: Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre: XXIII - seguridade social; Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; Art. 30 - Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 213

II - suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Da leitura destes dispositivos, pode-se assentar que a União deve regular completamente o regime geral de previdência social (INSS) e a previdência dos servidores públicos federais, além de estabelecer normas gerais para a organização dos regimes previdenciários próprios de Estados e Municípios. O regime previdenciário próprio destas unidades federativas outro não é senão aquele instituído em benefício dos servidores públicos destas mesmas unidades. Logo, a competência de Estados e Municípios na matéria resume-se a instituir e administrar regimes previdenciários para os servidores públicos estaduais e municipais. As aposentadorias do regime geral de previdência, deferidas em sua maior parte aos trabalhadores da iniciativa privada, são reguladas exclusivamente por lei federal, não restando qualquer competência legislativa para Estados e Municípios. Dito isto, pode-se verificar que o dispositivo incluído pela Lei nº 9.506, ao estabelecer a ressalva desde que não vinculado a regime próprio de Previdência Social, prestigiou a competência legislativa municipal e não importou em qualquer conflito com a precedente Lei Municipal 1.079/87. A União agiu dentro de sua esfera de competência legislativa ao definir o parlamentar municipal como contribuinte do regime geral de previdência social, que lhe cabe regular. Não incidiu em inconstitucionalidade, pois não invadiu a esfera própria dos Municípios, que podiam continuar vinculando os Vereadores a regime próprio de previdência, como alternativamente o fazia a lei municipal do Rio de Janeiro. 4. Do regime previdenciário dos Vereadores entre 29/01/98 e 15/12/98 Vista a constitucionalidade e aplicabilidade da contribuição instituída pela Lei 9.506/97, deve-se ainda atentar para o princípio contido no parágrafo 6º do art. 195 da Constituição Federal: 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. A aplicação desta regra nos permite concluir que a contribuição só se tornou devida a partir de 29 de janeiro de 1998. É fácil concluir, portanto, que no período que mediou entre 29/01/98 e 15/12/98, duas situações poderiam ocorrer quanto à contribuição previdenciária dos Vereadores. Aqueles que fossem optantes da filiação ao PREVI-RIO, nos termos do art. 7º-I da Lei Municipal nº 1.079/87, continuariam a contribuir para o instituto municipal, sem serem atingidos pela legislação federal. Por outro lado, aqueles que não fizessem tal opção passavam automaticamente a serem contribuintes obrigatórios do INSS, por expressa disposição da lei supracitada. 5. Do regime previdenciário dos Vereadores a partir de 16/12/98 214 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000

Em 15/12/98 foi promulgada a Emenda Constitucional nº 20/98, que operou profundas modificações em todo o sistema previdenciário brasileiro. Tais mudanças ainda são sujeitas a intenso debate doutrinário e têm sido objeto do esforço desta Procuradoria-Geral na sua interpretação. 3 Este quadro é ainda agravado pela intensa produção legislativa federal, a qual, a par de atabalhoada regulamentação das mudanças constitucionais, já pretende operar novas mudanças na Constituição, antes que se complete um ano da mal denominada reforma previdenciária. Para a questão que se põe neste trabalho, a mudança mais significativa diz respeito à determinação, pelo novo texto constitucional, de que o regime previdenciário dos servidores públicos destina-se exclusivamente aos servidores efetivos, como se lê no art. 40 da Carta Magna (não sublinhado no original): Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. A conclusão imediata que se obtém é que restou revogado o art. 7-I da Lei Municipal nº 1.079/87, pois a vinculação ao PREVI-RIO passa a ser exclusiva de servidores efetivos do Município. Já no citado Parecer nº 03/99-CRTS, a sua ilustre Autora averbou, com toda pertinência: Uma das regras de maiores reflexos práticos trazidas pela reforma é a que define os destinatários do novo sistema, dele excluindo aqueles que mantêm com o Estado vínculo de natureza contratual-laboral (celetistas e temporários) ou precária (ocupantes de cargo em comissão). O regime previdenciário dos servidores públicos se reserva aos titulares de cargos efetivos. 4 Coerentemente com este princípio, a Emenda Constitucional nº 20/98 explicitou, naquilo que diz respeito aos ocupantes exclusivamente de cargo em comissão, esta vinculação, na dicção do 13 do mesmo artigo: 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social., que mereceu o seguinte e judicioso comentário, da mesma Parecerista: [p]orque a todos se impõe a vinculação a algum regime de previdência (há um interesse público nessa forma de poupança coletiva), não tem aplicação imediata 3 Veja-se, em especial, o excelente Parecer nº 03/99, da Procuradora Drª CLÁUDIA RIVOLLI THOMAS DE SÁ (Processo CMRJ/000.467/99, Diário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 07/04/99, p. 23-28) e também os Pareceres 07/99-FACB (Processo 4745/99) e 10/99- JMS (Processo 5204/99). 4 Parecer citado, p. 4. Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 215

a exclusão desses servidores do regime de previdência dos servidores públicos até que lei federal crie aquela contribuição 5 A imposição a que alude a eminente Procuradora é exatamente a concretização do princípio da universalidade da previdência social, anteriormente comentado. Conquanto a falta de lei regulamentadora seja uma dificuldade no caso dos servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissão, o mesmo não ocorre no caso dos Vereadores, pois, como já informado acima, a lei que os obriga à contribuição já existia à época da Emenda Constitucional nº 20/98, e por ela foi recepcionada. Resta portanto analisar a subsistência do pré-falado dispositivo da Lei Federal 8.212, diante do fim da possibilidade de opção pela filiação ao PREVI-RIO. Ao restringir os sistemas estaduais e municipais de previdência aos servidores efetivos, a Emenda Constitucional nº 20/98 não apenas determinou um novo e menor universo de contribuintes destes sistemas. Fez mais que isso. Atingiu também a competência legislativa dos Estados e Municípios, prevista nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, acima citados. No novo sistema previdenciário nacional, as normas estaduais e municipais só podem dirigir-se aos servidores efetivos de Estados e Municípios. Como corolário desta conclusão, pode-se dizer que é competência da União legislar sobre a previdência de todo agente público estadual e municipal que não seja servidor efetivo. Há que se observar, ainda que em reforço à argumentação, que o sistema que exsurge da Emenda Constitucional nº 20/98 aponta para a existência de um regime geral (como a própria nomenclatura indica), administrado pela autarquia federal, e regimes excepcionais, estes administrados pelos entes de direito público. Como exceções ao regime geral, ao qual em princípio todo trabalho remunerado estaria vinculado, estes sistemas especiais devem ser entendidos nos estritos termos da Constituição, ou seja, voltados apenas aos servidores efetivos. Sinal característico dessa excepcionalidade foi a determinação de um limite máximo para as aposentadorias do regime geral, o que não ocorreu com os regimes especiais dos servidores públicos, pelo menos não num primeiro momento. Com isso, concluímos que a alínea h do inciso I do art. 12 da Lei 8.212/91, na redação que foi dada pela Lei 9.506/97, permaneceu válida com a edição da Emenda Constitucional nº 20/98. O único efeito da Emenda sobre este dispositivo foi tornar sem objeto a locução final, desde que não vinculados a regime próprio de previdência social. Iniludivelmente, a filiação dos Vereadores ao regime geral de previdência social tornou-se plenamente obrigatória a partir de 16/12/98, inclusive para aqueles que tivessem optado anteriormente pela filiação ao PREVI-RIO, do qual foram desligados ex lege. Aqui, é ainda necessário esclarecer que esta Casa Legislativa não tem poderes para desconsiderar débitos anteriores com base no princípio da boa-fé, como pode 5 Idem, p. 8. 216 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000

ocorrer com parcelas pagas a maior por engano. As hipóteses são diferentes. Quando a Câmara Municipal, por erro próprio, paga a maior determinada parcela (triênio, por exemplo), a própria Casa Legislativa pode assumir o ônus do erro, deixando de cobrar parcelas atrasadas ao servidor. Na hipótese presente, porém, o credor das contribuições é o INSS, de modo que esta Casa não pode, sponte sua, renunciar a receitas de terceiros, mormente em se tratando de obrigações tributárias. A melhor solução aqui parece ser entabular entendimentos com a autarquia previdenciária federal visando um parcelamento dos débitos atrasados. 6. Da parcela do empregador (Câmara Municipal) e dos valores atrasados Conquanto a solicitação da ilustre Vereadora Rosa Fernandes concirna unicamente aos descontos a serem efetuados em sua remuneração, é claro que não podemos deixar de abordar a questão da parcela possivelmente devida pela Câmara Municipal, como contribuinte do regime geral da previdência social na qualidade de empregadora. Para constatar a exigibilidade desta parcela, não é necessário mais do que a leitura do art. 195 da Constituição Federal, segundo o qual Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; e dos dispositivos pertinentes da Lei Federal nº 8.212/91: Art. 11 - No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes receitas: (omissis) II - receitas de contribuições sociais; Parágrafo único - Constituem contribuições sociais: a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço; Art. 15 - Considera-se: I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional;. Estes dispositivos demonstram claramente que, em simetria à obrigação de descontar da remuneração dos Vereadores a contribuição ao INSS, deve a Câmara Municipal também recolher àquele Instituto a parcela relativa à sua equiparação a Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 217

empregador, na forma da legislação federal aplicável. Um último ponto que deve ser tocado diz respeito a parcelas atrasadas, devidas ao INSS desde 16/12/98 ou desde 29/01/98, conforme a hipótese. Dado que na maioria dos casos o débito já compreende quase dois anos de contribuições, o montante devido deve ser bastante elevado, o que sem dúvida representará grave problema orçamentário e financeiro para esta Casa Legislativa. Por tais razões, sugere-se, a par da possivelmente necessária complementação orçamentária para implantação imediata destas contribuições, a adoção de entendimentos com a autarquia previdenciária federal no sentido de estudar alguma forma de parcelamento do débito acumulado, que torne o pagamento menos gravoso para a Câmara Municipal. 7. Conclusões Em síntese, respondendo à consulta formulada pela colenda Mesa Diretora, em face do requerimento da ilustre Vereadora Rosa Fernandes, podemos concluir com o seguinte esquema: a) Até 28/01/98, os Vereadores tinham duas opções quanto ao regime previdenciário: filiar-se ao PREVI-RIO ou ficar sem qualquer vínculo previdenciário. b) Entre 29/01/98 e 15/12/98, também duas eram as opções dos Vereadores: filiar-se ao PREVI-RIO ou, não o fazendo, serem considerados contribuintes obrigatórios do INSS. c) A partir de 16/12/98, a contribuição dos Vereadores ao INSS passou a ser obrigatória, sem possibilidade de opção. d) Em simetria às contribuições devidas pelos Vereadores, a Câmara Municipal deve efetuar os recolhimentos relativos à parcela de empregador ao INSS. Caso a Nobre Mesa Diretora venha a decidir pela implantação dos descontos previdenciários na remuneração dos Vereadores, sugere-se a busca de entendimentos com o INSS para viabilizar o parcelamento de valores pretéritos. É o nosso parecer, submetido à elevada consideração de Vossa Excelência. Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1999. Sérgio Antônio Ferrari Filho Procurador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro 1. Visto. Aprovo o parecer nº 17/99-SAFF, em que o ilustre Procurador Sérgio Antônio Ferrari Filho, examinando consulta formulada pela ilustre Vereadora Rosa Fernandes, concluiu que: 218 Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000

i. Até 28/01/98, os Vereadores tinham duas opções quanto ao regime previdenciário: filiar-se ao PREVI-RIO ou ficar sem qualquer vínculo previdenciário. ii. Entre 29/01/98 e 15/12/98, também duas eram as opções dos Vereadores: filiar-se ao PREVI-RIO ou, não o fazendo, serem considerados contribuintes obrigatórios do INSS. iii. A partir de 16/12/98, a contribuição dos Vereadores ao INSS passou a ser obrigatória, sem possibilidade de opção. iv. Em simetria às contribuições devidas pelos Vereadores, a Câmara Municipal deve efetuar os recolhimentos relativos à parcela de empregador ao INSS. Com efeito, ante os termos da Lei Federal nº 9.506, de 30/10/97, e da Emenda Constitucional nº 20/98, é fora de dúvida que os Edis passaram a ser contribuintes obrigatórios do INSS, e, não sendo ocupantes de cargos efetivos, não podem ser filiados ao regime de previdência dos servidores públicos. 2. Diante do entendimento fixado por esta Procuradoria-Geral a respeito da questão jurídica suscitada pela nobre Vereadora Rosa Fernandes, encaminhe-se o presente processo ao Exmº Sr. Presidente, opinando pela publicação do parecer e respectivo visto no DCM, para conhecimento dos ilustres Edis, e bem assim para a adoção das providências administrativas pertinentes pela operosa Diretoria Geral de Administração. Em 26 de novembro de 1999. Roberto Benjó Procurador-Geral da Câmara Municipal do Rio de Janeiro Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, jan./jun. 2000 219