Variabilidade espacial dos atributos químicos de um Latossolo em sistema de plantio direto consolidado

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Transcrição:

Variabilidade espacial dos atributos químicos de um Latossolo em sistema de plantio direto consolidado FALCÃO, F.V. & ESCOSTEGUY P.A.V. RESUMO Os atributos químicos do solo variam espacialmente em uma área homogênea (10 a 20 ha). Como essa variabilidade espacial pode não ser avaliada com eficiência na amostragem convencional do solo, a recomendação de adubação pode também ser pouco eficiente. Quando a amostragem do solo é realizada utilizando-se malhas ou grids de amostragem, as recomendações de adubações podem ser mais eficientes. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a variação da fertilidade química de um Latossolo Vermelho aluminoférrico, sob sistema plantio direto consolidado, em função da profundidade e da topografia. O solo foi amostrado nas camadas de 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm, utilizando um trado do tipo calador, em três situações de topografia: (1) topo da coxilha, (2) encosta e (3) baixada. A área amostrada abrangeu 145 ha a qual foi dividida em 74 grids de 2 ha. O delineamento experimental foi completamente casualizado, com 27 repetições no topo, 30 repetições na encosta e 18 repetições na baixada. Palavras-chave: Amostragem de solo, agricultura de precisão, geoestatística, adubação, plantio direto. INTRODUÇÃO O desconhecimento dos princípios de amostragem de solo e a ausência de informações sobre o histórico da área (adubação, calagem, seqüência de culturas, produtividade, etc.) dificultam a elaboração do plano de amostragem e do próprio procedimento de coleta das amostras. A utilização da análise de solo para a avaliação da fertilidade de áreas adequadamente manejadas com o sistema de plantio direto (SPD) consolidado pressupõe a adoção de procedimentos também adequados de amostragem do solo (Comissão..., 1995).

2 A maioria dos trabalhos de pesquisa sobre a amostragem de solo no SPD está relacionada com o estudo da variabilidade espacial dos atributos químicos e físicos do solo. Esses trabalhos têm comprovado que no SPD há uma maior variabilidade espacial (horizontal e vertical) desses atributos em relação ao sistema convencional, onde o solo é arado e gradeado (Anghinoni e Salet, 1998; Santos e Vasconcelos, 1987; Schlindwein e Anghinoni, 2002; Schlindwein et al., 1998). Como decorrência dessa variabilidade, esses trabalhos indicam a necessidade de um maior número, ou volume de solo para compor uma amostra composta, em solos manejados no SPD. Entretanto, nenhum autor faz referência às áreas onde o sistema plantio direto é estabelecido há muitos anos ou consolidados. Como é o caso da área em estudo, onde este sistema tem sido adotado desde 1985. De acordo com Coelho et al. (2002), os esquemas de amostragem podem ser divididos em duas categorias: ao acaso e sistematizada. A amostragem ao acaso refere-se ao método que tem sido recomendado para a agricultura convencional. A amostragem sistematizada é o sistema recomendado para a aplicação das tecnologias da Agricultura de Precisão. Este é o método mais adequado para estudar a variabilidade espacial das propriedades do solo de uma determinada área, pois a variabilidade em todas as direções é levada em consideração. O método mais comum para a amostragem sistemática de solos em uma área é o de sobrepor uma grade quadrada ou retangular em um mapa ou fotografia da área, identificar o local dirigir-se a este local e coletar amostras de solos em cada célula, independente da variação da topografia. Dentro de cada célula, a amostragem pode ser ao acaso, coletando-se várias subamostras, ou pontual, na qual as subamostras são coletadas em um raio de 3 a 6 m de um ponto central. Segundo Comissão... (1995), a amostragem de solo em lavouras com culturas anuais é feita na profundidade da camada arável (0-20 cm). No sistema de manejo de solos em plantio direto uma sistemática de amostragem diferenciada se faz necessária. Vários estudos e revisões recentes recomendam realizar a amostragem mais superficialmente 0-10 cm (Anghinoni e Salet, 1998). Uma avaliação mais completa do status dos nutrientes em áreas sob plantio direto pode ser obtida pela amostragem em outras profundidades, por exemplo, 10 a 20 cm.

3 MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado em uma propriedade agrícola, localizada no município de Sarandi, Rio Grande do Sul, Brasil. O solo é de textura argilosa pertencendo à unidade de mapeamento Erechim (EMBRAPA, 1999; Brasil, 1973). O relevo da área é ondulado formado por declives curtos. O experimento foi realizado em uma área cultivada com o sistema plantio direto, há 19 anos, e com a seguinte rotação de culturas: triticale (Triticum secale cereale), soja (Glycine max), canola (Brassica campetris), milho (Zea mays), trigo (Triticum aestivum) + triticale (Triticum secale cereale), soja (Glycine max), aveia branca (Avena sativa), soja (Glycine max), ervilha (Pisum sativum), soja (Glycine max). O delineamento experimental foi completamente casualizado. Os tratamentos foram combinados em esquema bifatorial (3x3) e consistiram em três profundidades de amostragem do solo (0-5cm; 5-10cm; 10-20cm) e em três diferentes relevos do terreno (topo da coxilha, encosta e baixada). O número de repetições foi variável com o tipo de topografia: topo (27 repetições), encosta (30 repetições) e baixada (18 repetições). As amostras de solo foram coletadas após 40 dias da colheita da cultura da soja. Para tanto, a área amostrada foi subdividida em grids de amostragem, com tamanho de 2 ha, perfazendo um total de 74 grids. Os grids foram estabelecidos automaticamente pelo Software CR Campeiro versão 5 (2004), após que fossem informadas as coordenadas UTM da área ao banco de dados desse programa (Figura 1). Dentro do grid o sistema gerou um ponto central, ou subamostra central, com suas respectivas coordenadas, as quais foram transferidas para o GPS MAP 60CS GARMIN. Em cada grid, foi coletada uma amostra composta de 20 subamostras mais a subamostra central. Nesse ponto central, uma estaca foi colocada e nela amarrada uma corda de 65 metros, marcada em 5 pontos distantes de 13 em 13 metros, onde foram coletadas as subamostras. A partir do centro seguiu-se na direção norte, sul, leste e oeste, amostrando-se o solo em pontos espaçados de 13 m.

4 Figura 1. Mapa da área com os grids de amostragem. As subamostras foram coletadas com trado calador e misturadas em balde limpo. As amostras de solo foram acondicionadas em sacos plásticos limpos e identificadas para serem enviadas ao laboratório. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Análises da Faculdade de Agronomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foram analisadas as seguintes variáveis: argila, ph, índice SMP, P disponível, K disponível, matéria orgânica, Al trocável, Ca trocável, Mg trocável, S disponível, Zn, Cu extraível, B disponível e Mn trocável. Ainda foram calculados, por esse laboratório, os valores da capacidade de troca de cátions (CTC) e da saturação de bases. Os métodos de análise química utilizados foram aqueles descritos em Tedesco et al. (1995).

5 Os resultados obtidos foram avaliados pela análise de variância, utilizando o programa SAS (1985). As médias calculadas para cada uma das variáveis determinadas na análise de solo foram avaliadas pelo teste de Tukey (5% de probabilidade). Essas médias foram calculadas para cada situação de profundidade e de topografia de amostragem de solo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve efeito da interação entre relevo e profundidade de amostragem sobre as variáveis estudadas. A profundidade, como fator isolado, influenciou todas as variáveis estudadas, com exceção do enxofre, boro e manganês. Já, o relevo, como fator isolado, influenciou os valores de ph em água e do índice SMP e os teores de matéria orgânica, fósforo, alumínio, cálcio, cobre, CTC e saturação de bases( Tabela 2). Efeito da profundidade de amostragem Os teores de matéria orgânica variaram de 39,9 g kg -1 (10 a 20 cm) a 47,9 g kg -1 (0 a 5 cm) (Figura 2). Como ilustrado na figura 2, os teores de matéria orgânica foram diferentes nas três profundidades estudadas de amostragem do solo. Isso era esperado, pois a matéria orgânica tende a se concentrar mais na superfície do solo quando este é manejado no sistema de plantio direto, como decorrência da manutenção dos resíduos culturais e da redução da erosão do solo (Sá, 1993). Tabela 1. Quadro da análise da variância. Fonte de Variação Profundidade Relevo Relevo X Profundidade Resíduo Grau de Liberdade 2 2 4 216 Soma dos Quadrado22,73853813 7,017896 0,31008889 52,48614815 Quadrado Médio 11,36926906 3,508948 0,07752222 0,24299143 F Calculado 46,79 14,44 0,32 - Pr > F <,0001 <,0001 0,8651 - Ft(2;216;5%) Ft(2;216;1%)

6 5 4 M.O (%) 3 2 4.79 4.32 3.99 1 a b c 0 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 11,26% Figura 2. Teor de matéria orgânica do solo (M.O) em função da profundidade de amostragem do solo. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância) A variação dos teores de matéria orgânica (M.O) entre a camada de 0 a 5 cm e as outras duas camadas amostradas não foram suficientes para alterar a interpretação do teor dessa variável Comissão...(2004), não alterando o nível da adubação nitrogenada da cultura de milho (Comissão...2004). Assim, considerando os teores de matéria orgânica nas camadas de 0 a 5 cm, 5 a 10 cm e 10 a 20 cm, respectivamente (47,9 g kg -1, 43,2 g kg -1 e 39,9 g kg -1 ), a quantidade de nitrogênio sugerida pela Comissão... (2004) é de 50 kg ha -1. O decréscimo dos teores de matéria orgânica obtidos com o aumento da profundidade de amostragem do solo foram acompanhados pelo decréscimo dos teores de fósforo (Figura 3), potássio (Figura 4), zinco (Figura 5), cálcio (Figura 6) e magnésio (Figura 7). Os teores de fósforo (P) no solo variaram de 12,47 mg dm -3 (10 a 20 cm) a 18,2 mg dm -3 (0 a 5 cm) (Figura 3), evidenciando diferenças nas três profundidades amostradas. De acordo com os teores de argila no solo, as camadas de 0 a 5 cm (48%) e 5

7 a 10 cm (52%) e 10 a 20 cm (55%) são classificadas como classe 2 (Comissão...2004). Assim, os solos pertencentes a essa classe contêm entre 9,1 a 18 mg dm -3 e apresentam teores altos de P. Desta forma, os teores de P nas camadas de 0 a 5 cm (18,2 mg dm -3 ), 5 a 10 cm (16 mg dm -3 ) e 10 a 20 cm (12,47 mg dm -3 ) são considerados altos e a recomendação de adubação de fósforo (kg ha -1 ), para a cultura do milho, é 45 kg de P 2 O 5 ha -1 (2 o cultivo, expectativa de rendimento de 4 t/ha). Enquanto que para a cultura da soja a recomendação é 30 kg de P 2 O 5 ha -1 (2 o cultivo, expectativa de rendimento de 2 t/ha). 20 P (mg/dm3) 15 10 5 18.2 a 15.87 b 12.47 c 0 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 29,16 % Figura 3. Teor de fósforo do solo (P) em função da profundidade de amostragem do solo. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Os teores de potássio (K) no solo variaram de 247 mg dm 3 na camada de 10 a 20 cm a 352 mg dm -3 na camada de 0 a 5 cm (Figura 4), enquanto que na camada de 5 a 10 cm apresentou teor de P de 292 mg dm -3. De acordo com os critérios da Comissão...(2004), solos contendo valores de CTC entre 5,1 a 15 cmol c dm -3, com teores altos de K, acima de 180 mg K dm -3, apresentam teores muito alto desta variável. Conforme o sugerido por essa Comissão, a recomendação de adubação de K para a cultura do milho, nas três camadas é 30 kg de K 2 O ha -1 (2 o cultivo, expectativa de

rendimento de 4 t ha). Já, para a cultura da soja a recomendação é 45 kg de K 2 O ha -1 (2 o cultivo, expectativa de rendimento de 2 t/ha). 8 K (mg/dm3) 400 350 300 250 200 150 100 50 0 351.56 291.9 246.62 a b c 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 13,85 % Figura 4. Teor de potássio do solo (K) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância) Como ilustrado nas figuras 3 e 4, houve um decréscimo dos teores de P e K do solo em função do aumento da profundidade de amostragem. Esse efeito pode estar relacionado com o decréscimo do teor de M.O também observado nas maiores profundidades de amostragem, mas provavelmente seja resultado da transferência de fertilidade de camadas inferiores para camadas superiores do solo, devido ao acumulo de grande quantidade de palha na superfície. Os valores de ph em água (Figura 5) variaram de 5,61 na camada de 10 a 20 cm a 5,78 na camada de 0 a 5 cm, enquanto que na camada de 5 a 10 cm o valor obtido foi de 5,71. Esse decréscimo se explica pela calagem em superfície feita no ano de 1998.

9 ph água 5.8 5.75 5.7 5.65 5.6 5.55 5.5 5.78 5.71 5.61 a a b 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 4,4 % Figura 5. Valor do ph em água do solo em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância) Os valores do ph SMP (Figura 6), que decresceram com a profundidade de amostragem, variaram de 6,15 na camada de 0 a 5 cm, 6,04 na camada de 5 a 10 cm e 5,98 na camada de 10 a 20 cm. Os menores valores de ph obtidos nas camadas mais profundas estão relacionados com os maiores teores de argila (Figura 7) dessas camadas, pois sabe-se que a acidez potencial, medida pelo ph SMP, é maior quando aumenta o teor de argila do solo (Sá, 1993).

0 a 5 5 a 10 10 a 20 P rof undi dade (cm) 6. 15 6.04 5.98 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Pr ofun dida de (cm ) 6.15 6.04 5.98 10 ph SMP 6.15 6.1 6.05 6 5.95 5.9 5.85 6.15 6.04 5.98 a b b 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 3,78 % Figura 6. Valor do ph SMP do solo em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância) Argila (%) 56 54 52 50 48 46 44 48.33 55.1 52.25 c b a 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 8,9 % Figura 7. Teor de argila do solo em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância)

11 Os teores de zinco no solo estudado decresceram com a profundidade de amostragem. Esses teores variaram de 1,57 mg dm -3 na camada de 10 a 20 cm, 1,97 mg dm -3 na camada de 5 a 10 cm e 2,51 mg dm -3 na camada de 0 a 5 cm (Figura 8). Considerando os critérios da Comissão...(2004), que estabelecem teores de Zn maiores do que 0,5 mg dm -3 para que o nível desse nutriente seja considerado alto, os valores de Zn obtidos nas três profundidades de amostragem (Figura 8) são considerados altos. Zn (mg/dm3) 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 2.51 1.97 1.57 a b c 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 37,37 % Figura 8. Teor de zinco do solo (Zn) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Os teores de cálcio (Figura 9), que decresceram com a profundidade amostrada, variaram de 4,81 cmol c dm -3 na camada de 10 a 20 cm, 5,2 cmol c dm -3 na camada de 5 a 10 cm e 5,82 cmol c dm -3 na camada de 0 a 5 cm. Segundo os critérios da Comissão...(2004), que consideram altos teores acima de 4 cmol c dm -3, os teores de Ca na três profundidades amostradas (Figura 9) são considerados altos.

12 Ca (cmolc/dm3) 6 5 4 3 2 1 0 5.82 5.2 4.81 a b c 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 17,14 % Figura 9. Teor de cálcio do solo (Ca) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Os teores de magnésio (Figura 10) no solo estudado variaram de 2,71 cmol c dm -3 na camada de 10 a 20 cm, 2,91 cmol c dm -3 na camada de 5 a 10 cm e 3,19 cmol c dm -3 na camada de 0 a 5 cm, decrescendo com a profundidade de amostragem. Como mostram os resultados apresentados na figura 10, a concentração de Mg foi maior na camada de 0 a 5 cm, não havendo diferença entre as outras duas camadas amostradas (5 a 10 e 10 a 20 cm). Considerando os critérios da Comissão...(2004), os quais estabelecem os teores de Mg acima de 1,0 cmol c dm -3 para que os níveis desse nutriente seja considerado alto, os valores de Mg obtidos nas três profundidades de amostragem (Figura 10) são considerados altos.

13 Mg (cmolc/dm3) 3.2 3.1 3 2.9 2.8 2.7 2.6 2.5 2.4 3.19 2.91 a 2.71 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 18,77 % b b Figura 10. Teor de magnésio do solo (Mg) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Da mesma forma que o observado com os teores de M.O, P e K (Figuras 2, 3 e 4), os teores de zinco, cálcio e magnésio no solo estudado decresceram com a profundidade de amostragem. Como discutido anteriormente, o decréscimo desses nutrientes com a profundidade de amostragem deve-se possivelmente ao menor teor de matéria orgânica (Figura 2) obtido nas camadas mais profundas, além dos menores valores de ph obtidos nessas camadas (Figura 5). Os maiores valores de cálcio e magnésio obtidos na camada de 0 a 5 cm devem estar relacionados a aplicação de calcário (2 t ha -1 ) em superfície a qual foi feita em 1998, além da transferência da fertilidade para as camadas superiores. Os valores da capacidade de troca de cátions (Figura 11) no solo estudado variaram de 12,78 cmol c dm -3 na camada de 10 a 20 cm a 13,65 cmol c dm -3 na camada de 0 a 5 cm, decrescendo com a profundidade de amostragem. Como mostram os resultados apresentados na figura 11, os valores da CTC obtidos na camada de 5 a 10 cm, não diferiram das outras duas camadas amostradas (0 a 5 e 10 a 20 cm). Considerando os valores obtidos na camada mais superficial e na camada mais profunda houve uma

14 variação de 0,87 cmol c dm -3 na CTC do solo. Por outro lado, a variação de M.O obtida entre essas camadas corresponde a 0,8 % ou a 0,46 % de carbono orgânico (assumindo que o teor de carbono na M.O do solo é de 58 %). Assim, houve um acréscimo de 0,87 cmol c dm -3 na CTC do solo para um acréscimo de 0,46 % de carbono, ou seja, de 4,6 g C Kg -1. Esse valor é inferior ao observado por Sá nos solos do Paraná (Escosteguy, 2004), que obteve um acréscimo de 0,32 cmol c dm -3 para cada grama de C Kg -1. CTC(cmolc/dm3) 13.8 13.6 13.4 13.2 13 12.8 12.6 12.4 12.2 13.65 13.12 12.78 a ab b 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 9,74 % Figura 11. Valor da capacidade de troca de cátions do solo (CTC) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Da mesma forma que o discutido em relação aos teores de P, K, Zn, Ca e Mg, os maiores valores de CTC obtidos na camada de 0 a 5 cm estão relacionados com os maiores teores de M.O obtido nessa camada (Figura 2). Possivelmente, essa variação não foi maior do que o observado, pois o teor de argila decresceu com o aumento da profundidade de amostragem (Figura 7). Como se sabe, além da M.O o teor de argila influencia positivamente a CTC do solo.

15 Os valores da saturação de bases (Figura 12) no solo estudado variaram de 63,67 % na camada de 10 a 20 cm a 72,21 % na camada de 0 a 5 cm, decrescendo com a profundidade de amostragem. Como mostram os resultados apresentados na figura 12, os valores da saturação de bases obtidos na camada de 5 a 10 cm, diferiram das outras duas camadas amostradas (0 a 5 e 10 a 20 cm). Os maiores valores de saturação de bases obtidos na camada de 0 a 5 cm deve-se aos maiores teores de K, Ca e Mg obtidos nessa camada (Figura 4, 9 e 10 respectivamente). Os valores da saturação de bases obtidos nas três camadas de amostragem do solo não indicam recomendação de calagem para esta área, conforme critério adotado por Comissão...(2004), o qual corresponde a 65 % de saturação de bases. V (%) 74 72 70 68 66 64 62 60 58 72.21 67.02 a b 63.67 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 12.59% c Figura 12. Valor de saturação de bases do solo (V) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Já, os teores de cobre (Figura 13), que aumentaram com a profundidade de amostragem, variaram de 5,66 mg dm -3 na camada de 0 a 5 cm, 6,02 mg dm -3 na camada

16 de 5 a 10 cm e 6,72 mg dm -3 na camada de 10 a 20 cm. Segundo os critérios da Comissão...(2004), são considerados altos teores com valor acima de 0,4 mg dm -3. Dessa forma os teores amostrados nas três camadas são considerados altos. Cu (mg/dm3) Figura 6.8 6.6 6.4 6.2 6 5.8 5.6 5.4 5.2 5 5.66 b 6.72 6.02 0 a 5 5 a 10 10 a 20 Profundidade (cm) CV = 32,70 % a b a Figura 13. Teor de cobre do solo (Cu) em função da profundidade de amostragem. (Letras minúsculas nas barras não diferem estatisticamente a 5% de significância). Efeitos do relevo Entre os atributos de solo influenciados pelo relevo da área estudada, os teores de M.O, P, Cu e CTC apresentaram valores expressivos de variação, enquanto que os valores de ph em água, ph SMP, V e os teores de Ca apresentaram variações inexpressivas do ponto de vista agronômico (Tabela 1).

17 Tabela 2. Relevo M.O % P mgdm -3 ph água ph SMP Ca cmol c dm -3 CTC V % Cu cmol c dm -3 mgdm -3 Baixada 4,17 b 11,99 c 5,67 b 6,09 b 5,06 b 12,67 b 67,98 a 8,92 a Encosta 4,28 b 14,54 b 5,78 a 6,12 a 5,61 a 13,32 a 70,47 a 6,14 b Topo 4,60 a 18,95 a 5,63 b 5,97 c 5,05 b 13,56 a 64,44 b 4,28 c Os teores de M.O do solo variaram de 4,17 % na baixada a 4,60 % no topo. Como mostram os resultados obtidos, os teores de M.O diferiram da encosta para o topo, enquanto que para a baixada e encosta não houve diferença significativa (Tabela 1). Os maiores teores de M.O observados no topo deve-se possivelmente a maior incorporação de materiais orgânicos, uma vez que os rendimentos e a produção de biomassa vegetal, obtidos nessa parte do relevo têm sido maiores do que o observado na encosta e na baixada. Além disso, a perda de solo por erosão nessa área é mínima devido a existência dos terraços do tipo base larga em nível (Terraço for Windows). Acompanhando os teores de M.O, os teores de P são maiores no topo. Esses teores de P variaram de 11,99 mg dm -3 na baixada a 18,95 mg dm -3 no topo. Enquanto que na encosta o valor observado foi de 14,54 mg dm -3, variando significativamente entre os três relevos. Embora tenha sido observadas diferenças do ponto de vista estatístico, esse valor de P não modifica a interpretação desse nutriente no solo, o qual é considerado alto nos três tipos de relevo analisados. Os valores da CTC observados variaram de 12,67 % na baixada a 13,56 % no topo. Isso justifica-se pelos maiores teores de M.O observados nas mesmas posições de relevo. Esses valores apesar de diferirem significativamente não se diferem do ponto de vista agronômico uma vez que são considerados médios (Comissão...2004). Já os teores de cobre no solo estudado variaram de 4,28 mg dm -3 no topo a 8,92 mg dm -3 na baixada, enquanto que o valor obtido na encosta foi de 6,14 mg dm -3. Isso é explicado pelo aumento da M.O na mesma camada, ao contrário do verificado no efeito da profundidade.

18

19 CONCLUSÃO Não houve interação entre relevo e profundidade de amostragem sobre as variáveis estudadas. A profundidade, como fator isolado, influenciou as seguintes variáveis estudadas: argila, ph, índice SMP, P, K, M.O, Ca, Mg, Zn, Cu, CTC e saturação de bases. Destas variáveis, apenas o cobre apresentou teores maiores na profundidade de 10 a 20 cm, ao contrário do obtido para as outras variáveis, cujos teores foram maiores na camada de solo mais superficial (0 a 5 cm). O aumento dos teores destas variáveis não foi suficiente para mudar a recomendação de adubação e calagem. O relevo, como fator isolado, influenciou os valores de ph em água e do índice SMP e os teores de matéria orgânica, fósforo, cálcio, cobre, CTC e saturação de bases. Os parâmetros de acidez, como ph em água, índice SMP, Ca e saturação de bases indicam que o solo situado na encosta apresenta melhor fertilidade quando comparado com o topo e a baixada. Entretanto, o topo apresentou teores mais elevados de P e M.O, enquanto que a CTC não diferiu significativamente entre o topo e a encosta. Apenas o cobre apresentou teores mais elevados na baixada.

20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGHINONI, I.; SALET, R.L. Amostragem do solo e as recomendações de adubação e calagem no sistema plantio direto. In: NUERNBERG, N.J., ed. Conceitos e fundamentos do sistema de plantio direto. Lages, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1998. p.27-52. BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento de Pesquisa Agropecuária. Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento de reconhecimento dos solos do estado do Rio Grande do Sul. Recife: DNPA, 1973. 431p (Boletim Técnico, 30). COELHO, A. M., et al. Amostragem de Solos: a base para a aplicação de corretivos e fertilizantes. Sete Lagoas, MG; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2002. 5p. (Comunicado Técnico, 42). COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS. Recomendação de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 4.ed. Passo Fundo; SBCS-Núcleo Regional Sul, 1995. 224p. COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO RS. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 4. ed. ampliada Porto Alegre; SBCS-Núcleo Regional Sul, no prelo, 2004. EMBRAPA Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro RJ). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: EMBRAPA. Produção de Informação: Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 1999. 412p. SÁ, J.C de M. Manejo da fertilidade do solo no plantio direto. Castro: Fundação ABC. 1993.96p. SAS Institute. SAS User's guide; statistics. 5 ed. Cary, N.C., 1985. 956p. SANTOS, H.L., VASCONCELOS, C.A. Determinação do número de amostras de solo para análise química em diferentes condições de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.11, p 97-100, 1987. SCHLINDWEIN, J.A., ANGHINONI, I. Tamanho da subamostra e representatividade da fertilidade do solo no sistema plantio direto. Ciência Rural, v.32, p.963-968, 2002. SCHLINDWEIN, J.A.; SALET, R.L.; e ANGHINONI, I. Variabilidade dos índices de fertilidade do solo no sistema plantio direto e coleta de amostras representativas do solo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 23.; REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE MICORRIZAS, 7.; SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 5.; REUNIÃO BRASILEIRA

21 DE BIOLOGIA DO SOLO, 2., Caxambú, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1998. p.265. Sotware CR - CAMPEIRO, 2004. TEDESCO, M. J. et al. Análises de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Agronomia, 1995. 174p. (Boletim técnico, 5).

ANEXO 22

23 Figura 14. Classe de variação dos teores de matéria orgânica do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

24 Figura 15. Classe de variação dos teores de matéria orgânica do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

25 Figura 16. Classe de variação dos teores de cálcio do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

26 Figura 17. Classe de variação dos teores de cálcio do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

27 Figura 18. Classe de variação dos teores de cálcio do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

28 Figura 19. Classe de variação dos valores da capacidade de troca de cátions do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

29 Figura 20. Classe de variação dos valores da capacidade de troca de cátions do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

30 Figura 21. Classe de variação dos valores da capacidade de troca de cátions do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

31 Figura 22. Classe de variação dos teores de cobre do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

32 Figura 23. Classe de variação dos teores de cobre do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

33 Figura 24. Classe de variação dos teores de cobre do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

34 Figura 25. Classe de variação dos teores de potássio do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

35 Figura 26. Classe de variação dos teores de potássio do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

36 Figura 27. Classe de variação dos teores de potássio do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

37 Figura 28. Classe de variação dos teores de magnésio do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

38 Figura 29. Classe de variação dos teores de magnésio do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

39 Figura 30. Classe de variação dos teores de magnésio do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

40 Figura 31. Classe de variação dos teores de fósforo do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

41 Figura 32. Classe de variação dos teores de fósforo do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

42 Figura 33. Classe de variação dos teores de fósforo do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

43 Figura 34. Classe de variação dos valores de ph em água do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

44 Figura 35. Classe de variação dos valores de ph em água do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

45 Figura 36. Classe de variação dos valores de ph em água do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

46 Figura 37. Classe de variação dos valores de ph SMP do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

47 Figura 38. Classe de variação dos valores de ph SMP do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

48 Figura 39. Classe de variação dos valores de ph SMP do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

49 Figura 40. Classe de variação dos teores de argila do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

50 Figura 41. Classe de variação dos teores de argila do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

51 Figura 42. Classe de variação dos teores de argila do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

52 Figura 43. Classe de variação dos teores de zinco do solo, obtidos na camada de 0 a 5 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

53 Figura 44. Classe de variação dos teores de zinco do solo, obtidos na camada de 5 a 10 cm, em mapa gerado no software Campeiro.

54 Figura 45. Classe de variação dos teores de zinco do solo, obtidos na camada de 10 a 20 cm, em mapa gerado no software Campeiro.