LUIZ MIGUEL MINANI ESPECTROFOTOMETRIA E DIFERENTES MATERIAIS RESTAURADORES PROVISÓRIOS. ANALISE DA ESTABILIDADE DE COR.

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Transcrição:

LUIZ MIGUEL MINANI ESPECTROFOTOMETRIA E DIFERENTES MATERIAIS RESTAURADORES PROVISÓRIOS. ANALISE DA ESTABILIDADE DE COR. ARAÇATUBA - SP 2013

2 LUIZ MIGUEL MINANI ESPECTROFOTOMETRIA E DIFERENTES MATERIAIS RESTAURADORES PROVISÓRIOS. ANALISE DA ESTABILIDADE DE COR. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho para obtenção do grau de bacharel em odontologia. Orientador: Prof. Dr. José Vitor Quinelli Mazaro ARAÇATUBA - SP 2013

Dedicatória 3

4 A Deus por tudo que Ele tem feito por mim na minha vida e nunca ter me abandonado. Aos meus pais, Luiz Carlos Minani e Maria Ap. da Silva Minani por todo o amor, carinho, educação que me fazem um homem melhor, mais íntegro e feliz a cada dia que passa. Ao meu irmão, Mateus Eduardo Minani por ser sempre uma pessoa companheira e presente que me apoiou quando foi preciso.

Agradecimentos 5

6 A Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho Ao meu orientador Professor Doutor José Vitor Quinelli Mazaro por toda paciência e todo o conhecimento passado. Aos alunos de pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba Andressa Amoroso e Leonardo Faverani por toda a ajuda que foi preciso para a realização deste trabalho. Ao Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP. A meu grande amigo Renan Aparecido Fernandes por todos esses anos de convivência, amizade e irmandade, sou grato por toda a ajuda e conselhos dados ao longo desse tempo. As minhas amigas Luciana Domingues Nazário, Erika Shiguematsu Ogawa por todos esses anos de amizade, risadas, alegrias, por toda a cumplicidade, companhia, pelos bons momentos e por toda a ajuda sempre que foi preciso. Aos meus amigos Thiago Aragaki Vilha e Juliani Boque Mendonça pelas risadas e por todos os bons momentos juntos. A todos os professores da Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP, obrigado por todo o ensino, toda a atenção e toda dedicação.

7 A todos os funcionários da Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP, obrigado por toda a ajuda e dedicação. Muito obrigado!!!

8 Epígrafe

9 Sem frustração você não descobrirá que pode ser capaz de fazer algo sozinho. Nós crescemos através do conflito. Bruce Lee

10 Resumo

11 MINANI, L. M. Espectrofotometria e diferentes materiais restauradores provisórios. Análise de estabilidade de cor. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso - Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2013. RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar a alteração de cor de três resinas bis-acryl (Luxatemp - DMG, Protemp 4 3M ESPE, Structur - Voco) e uma resina autopolimerizavel (Dêncor - Clássico) nos períodos de 2, 5, 7 e 15 dias respectivamente. Foram confeccionadas 120 amostras (n=120) que foram polidas utilizando uma politriz para obter a maior lisura superficial possível. Após, foram feitas as leituras de cor para se obter o baseline que serviria de referencial para o estudo. Assim feito à leitura inicial as amostras foram imersas em varias soluções contendo saliva artificial mais café, saliva artificial mais Coca-Cola e apenas saliva artificial. A mensuração da cor foi feita a partir do sistema CIE L*a*b* e a variação de cor (ΔE) obtida através da formula E = [( L) 2 + ( a) 2 + ( b) 2 ] 1/2. Os resultados demonstraram que as resinas a base de Metil-metacrilato (Dêncor) apresentaram maior estabilidade de cor quando comparada com as resinas bis-acryl, as soluções imersas em café foram as quais apresentaram maior alteração de cor para todas as resinas sendo que a resina Structur foi a com maior alteração ΔE=7,071. Os grupos imersos em Coca-Cola mais saliva artificial apresentaram alterações clinicamente aceitáveis. As amostras imersas em saliva artificial apresentaram menor variação, não apresentando nenhuma alteração clinicamente inaceitável. Pode-se concluir que soluções contendo café apresentaram maior alteração de cor, resinas a base de Metilmetacrilato são mais estáveis em relação as resinas bis-acryl e o tempo de imersão é um fator determinante para a alteração de cor. Palavras-chaves: estabilidade de cor, bis-acryl, resina acrílica.

Abstract 12

13 MINANI, L. M. Espectrofotometria e diferentes materiais restauradores provisórios. Análise de estabilidade de cor. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso - Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2013. ABSTRACT The aim of this study was to evaluate the color change three bis-acryl resins (Luxatemp - DMG, Protemp 4-3M ESPE, Structur - Voco) and a self-curing resin (Dencor - Classic) in periods of 2, 5, 7 and 15 days respectively. A 120 samples were prepared (n = 120) that were polished using a polishing machine to get the highest possible surface smoothness. After were made to color readings to obtain baseline would serve as a reference for the study. Thus done by initial reading, the samples were immersed in various solutions containing artificial saliva with coffee, artificial saliva with Coke and only artificial saliva. The color measurement was made from the CIE L*a*b* system and color variation (ΔE) obtained by formula ΔE = [(ΔL) 2 + (Δa) 2 + (Δb) 2 ] 1/2. The results showed that the resins based on methyl methacrylate (Dêncor) had greater color stability when compared to the bis-acryl resins, the solutions were immersed in coffee which had higher color change for all resins and that the resin Structur was the biggest change with ΔE = 7.071. The groups immersed in Coke more artificial saliva showed clinically acceptable changes. The samples immersed in artificial saliva showed less variation, showing no change clinically unacceptable. It can be concluded that solutions containing coffee showed greater color change, based resin of methyl methacrylate are more stable compared to bis-acryl resins and immersion time is a decisive factor for the color change. Keywords: color stability, bis-acryl, acrylic resin

Lista de figuras 14

15 Figura 1 Matriz metálica circular com amostra de resina 27 Figura 2 Politriz EcoMet Pro Grinder/Polisher Buehler 28 Figura 3 - Espectrofotômetro de Reflexão Ultravioleta Visível, Modelo UV-2450 Shimadzu 29

Lista de Tabelas 16

17 Tabela 1 Variação de cor após 15 dias em café 31 Tabela 2 Variação de cor após 15 dias em Coca-Cola 31 Tabela 3 Variação de cor após 15 dias em saliva artificial 32 Tabela 4 Evolução do ΔE após 15 dias resina Dêncor 32 Tabela 5 Evolução do ΔE após 15 dias resina Structur 33 Tabela 6 Evolução do ΔE após 15 dias resina Protemp 4 33 Tabela 7 Evolução do ΔE após 15 dias resina Luxatemp 34

18 Sumário

19 Introdução 21 Proposição 24 Materiais e Método 26 Resultados 31 Discussão 36 Conclusão 39 Referências 41

20 Introdução

21 Materiais restauradores provisórios são auxiliares importantes para a variedade de procedimentos odontológicos indiretos, como por exemplo, inlays, onlays, coroas, pontes e implantes temporários. Esses materiais não devem apresentar somente características mecânicas satisfatórias como força e resistência ao desgaste e estabilidade dimensional, mas devem apresentar também os requisitos biológicos e estéticos procurados. O provisório ajuda a estabilizar o dente preparado durante a função oclusal e prevenir a exposição dos tecidos dentais das condições desagradáveis encontradas na cavidade oral enquanto a restauração definitiva é fabricada. A estabilidade de cor é uma preocupação, principalmente quando se trata de um provisório que está na região anterior e será usado em longo prazo. Os materiais acrílicos termoplásticos (polimetilmetacrilato e metilmetacrilato) têm sido utilizados como material provisório de escolha e tem atingido muitos dos requisitos físicos e mecânicos. As resinas para provisórios mais atuais, denominadas resinas bis-acryl, no entanto, tornaram-se uma escolha cada vez mais popular, em parte devido a sua avançada propriedade mecânica e sua fácil manipulação. Independentemente do tipo do material, os polímeros odontológicos tendem a sofrer adsorção de líquidos. Portanto, a coloração pode mudar ao longo do tempo quando submetidos a vários meios, como café, chá, e medicamentos como clorexidina 1,2. Uma série de estudos analisou a estabilidade de cor de ambos os materiais, acrílico e bis-acryl, sob várias condições, como imersão cíclica através de solução de coloração, bem como de envelhecimento acelerado. O tipo de solução de imersão pode afetar o grau da mudança de cor, com café e chá sendo os que mais contribuem para a mais significante coloração 4,5,6. O total de tempo que os materiais são expostos na coloração pode ser também um fator no grau da coloração; à medida que o tempo de imersão aumenta, a mudança de cor é mais intensa 4,6. Muitos estudos indicam que alguns

22 polimetilmetacrilatos tendem a descolorir menos que outras resinas provisórias, incluindo as bis-acryl.

Proposição 23

24 O objetivo desse estudo será analisar a estabilidade de cor de diferentes resinas provisórias submetidas a três tipos de soluções (saliva artificial, café, refrigerante de cola) realizando leituras no Espectrofotômetro de Reflexão Ultravioleta Visível e avaliar quanto à mudança de cor (ΔE) em 2, 5, 7 e 15 dias. Duas hipóteses nulas foram testadas neste estudo: (1) não haveria alterações de cor para os grupos de resinas estudados e (2) não haveria alterações de cor para as soluções corantes estudadas.

25 Materiais e Método

26 Um total de 120 amostras (n=120) utilizando 3(três) resinas bis-acryl Luxatemp Automix Plus (DMG USA), Structur SC (Voco Germany) e Protemp 4 (3M ESPE USA) e uma resina acrílica autopolimerizável Dêncor (Clássico Campo Limpo Paulista SP) como grupo controle. Trinta (30) amostras foram confeccionadas para cada material a partir de uma matriz metálica circular (15mm diâmetro e 2mm de altura). Foi utilizado grupos de tonalidades A2 para todos os materiais. Figura 1 Matriz metálica circular com amostra de resina Os materiais foram manipulados de acordo com as instruções dos fabricantes onde as resinas bis-acryl foram levadas à matriz metálica utilizando um dispenser e pontas misturadoras correspondentes a cada material, tendo em vista que estes materiais apresentam-se em cartuchos apropriados ao dispenser. Após a polimerização, os espécimes foram retirados da matriz metálica e analisados em cada um deles a consistência da superfície polimerizada. A superfície das amostras foi regularizada com lixa de carbeto de silício Microcut (Buehler USA) nas seguintes granulações: 600, 800 e 1200 e água, na qual as amostras foram polidas, utilizando uma politriz EcoMet Pro Grinder/Polisher (Buehler USA) durante 2 minutos cada espécime utilizando a velocidade de

27 250rpm sob uma pressão de 5lbs. Os espécimes então foram limpos com uma escova de cerdas macias P40 (ORAL-B) a fim de remover qualquer indício de resíduos que possam contem na superfície da amostra. Antes da medição da cor inicial, observaram-se visualmente as superfícies polidas de todas as amostras a procura de qualquer evidência de porosidade. Figura 2 Politriz EcoMet Pro Grinder/Polisher Buehler Os espécimes foram divididos em 3 grupos (n=10) para cada resina utilizada para armazenamento. Dez espécimes foram imersos em saliva artificial, outros 10 foram imersos em uma solução de saliva artificial e café Pilão (São Paulo Brasil) e os outros 10 foram imersos em uma solução de refrigerante (Coca-Cola, The Coca-Cola Company, Brasil). O café foi feito de acordo com as recomendações do fabricando e depois de preparado será diluído em saliva artificial para simular a ingestão em condições reais, o mesmo equivale para o refrigerante. As leituras foram realizadas no período inicial (após a confecção das amostras - baseline) e os espécimes serão imersos e armazenados nas respectivas soluções e avaliados quanto à mudança

28 de cor (ΔE) em 2, 5, 7 e 15 dias. Antes de serem feitas as medições, cada espécime será lavado com água destilada por 30 segundos e gentilmente limpos com uma escova de cerdas macias (P-40; Oral-B) para remover qualquer sedimento solto resultante da solução de imersão. Figura 3 - Espectrofotômetro de Reflexão Ultravioleta Visível, Modelo UV- 2450 Shimadzu O teste de estabilidade de cor das amostras foi avaliado por meio de um Espectrofotômetro de Reflexão Ultravioleta Visível, Modelo UV-2450 (Shimadzu, Kyoto, Kyoto, Japão). Com as alterações de cor que foram calculados por meio do Sistema CIE L*a*b*, estabelecido pela Commission Internacionale de l Eclairage (International Commission of Illumination) CIE. A axial L será conhecida como luminosidade e se estende de 0 (preto) a 100 (branco perfeito). A coordenada a representou a quantidade de vermelho (valores positivos) e de verde (valores negativos), enquanto a coordenada b representou a quantidade de amarelo (valores positivos) e de azul (valores negativos). Este sistema permitiu calcular o valor do ΔE (variação da cor), entre duas leituras, por meio da fórmula:

E = [( L) 2 + ( a) 2 + ( b) 2 ] 1/2 29

30 Resultados

31 Após a execução das leituras de cor nos intervalos de 2, 5, 7 e 15 dias, foi calculada a variação de cor (ΔE) entre a leitura inicial (baseline) e cada dia apresentada no intervalo, foi analisado dessa maneira todos os grupos de resinas e consequentemente, todos os seus subgrupos (controle saliva, café, Coca-Cola ). Observou-se que os subgrupos café foram os que apresentaram maior ΔE ao final de 15 dias quando comparados com as outras substancias utilizadas. A resina Structur foi a que apresentou maior ΔE para o café (ΔE=7,071) enquanto a resina Dêncor foi qual apresentou menor variação (ΔE=4,378). Tabela 1 Variação de cor após 15 dias em café Os subgrupos que foram utilizados Coca-Cola apresentaram variação de cor semelhantes entre si, a resina Protemp 4 apresentou (ΔE=3,873) sendo o que apresentou maior valor.

32 Tabela 2 Variação de cor após 15 dias em Coca-Cola Os subgrupos nos quais foram imersos em saliva artificial foram os que apresentaram o menor ΔE dentre as substâncias avaliadas após os 15 dias de avaliação, sendo que nenhuma resina apresentou variação que seja clinicamente não aceitável (ΔE 3,3). Tabela 3 Variação de cor após 15 dias em saliva artificial

33 Podemos observar, a seguir, a evolução do ΔE ao longo dos 15 dias em que o experimento foi realizado para todas as resinas avaliadas: Tabela 4 Evolução do ΔE após de 15 dias resina Dêncor Tabela 5 Evolução do ΔE após 15 dias resina Structur

34 Tabela 6 Evolução do ΔE após 15 dias resina Protemp 4 Tabela 7 Evolução do ΔE após dias resina Luxatemp

Discussão 35

36 Garantir o mínimo de alteração de cor das resinas é o grande objetivo no dia-a-dia clínico, pois visa melhor estética e maior fidelização da cor com o remanescente dental por um longo período de tempo. As resinas provisórias podem sofrer alterações quando submetidas às condições do ambiente como, por exemplo, alimentação com grande quantidade de substancias corante. A cor da resina pode ser afetada caso a superfície da amostra não apresentar lisura superficial adequada assim como a sua espessura da amostra 7 assim como absorção e adsorção da resina por pigmentos das substancias. Fatores extrínsecos como o pigmento utilizado e fatores intrínsecos como a matriz resinosa também podem ser levados em consideração 18, 19. Vários estudos observaram que ΔE 0 até 3,7 são considerados clinicamente aceitáveis 12, assim como as resinas imersas em saliva artificial e em solução de Coca-Cola, exceto a resina Protemp 4, mas apenas valores entre 2 e 3 são considerados perceptíveis ao olhos humano 13. Valores de ΔE acima de 8 são criticamente perceptíveis 9. Guler 9, assim como, Crispin e Caputo 8 em seus estudos mostraram que materiais restauradores a base de Metil-metacrilato se mostravam mais estáveis quando comparados com compostos auto e fotopolimerizáveis e compostos a base de vinil-acetato, respectivamente. Yannikakis 10 em seu estudo demonstrou que após um mês de imersão em varias soluções, as amostras de Metilmetacrilato se mostraram menos escurecidas quando comparadas com as resinas bis-acril. As amostras da resina Dêncor imersas em saliva artificial apresentaram ΔE maior quando comparado com a resina Structur e semelhantes ao da resina Luxatemp, segundo Haselton 11 pode ser explicado, pois a resina de Metil-metacrilato tem maior facilidade

37 para absorção de água. A variação de cor por saliva artificial pode ser classificada como pouco perceptível aos olhos humanos 17. A grande pigmentação das amostras imersas em solução de café pode ser devido à afinidade por corante amarelo presente no café durante a fase de polimerização da resina 14, isso pode ser observado olhando a coordenada b* e observaremos valores se apresentam positivo o que nos indica valores para tons de amarelo 15. Desde as primeiras 24 horas de imersão já ocorre à coloração de café na amostra 16. Em geral, a coloração pelo café sempre ultrapassa os limite clínicos aceitáveis, enquanto saliva e a Coca-Cola são pouco perceptíveis as alterações de cor. Coca-Cola apresentou resultados considerados imperceptíveis aos olhos humanos, um dos possíveis motivos para tal resultado é a presença de água em grande parte de sua composição que quando misturada com a saliva artificial, resultou em uma solução pouco concentrada, podendo assim, diminuir os efeitos dos corantes presentes em sua composição na matriz de resina.

Conclusão 38

39 Baseados na metodologia empregada, e, nos resultados obtidos, podemos concluir que: As resinas a base de Metil-metacrilato apresentam maior estabilidade de cor quando comparadas com as resinas do tipo bis-acryl. O café foi a substância que apresentou maior ΔE em todas as resinas utilizadas no experimento, e que, após 15 dias, pode ser considerada clinicamente inaceitável. O refrigerante Coca-Cola apresentou pouca alteração de cor, mas perceptível aos olhos humanos, porem, clinicamente aceitáveis. O tempo de imersão das amostras foi determinante para a estabilidade de cor das resinas provisórias.

40 Referências

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