PRÁTICAS DE LETRAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL: uma análise das taefas de classe popostas po uma pofessoa do 1º ano Rhaiza Ludimila Gomes Vieia Univesidade Estadual do Maanhão/ haiza.ludimila@hotmail.com Jónata Feeia de Moua Univesidade Fedeal do Maanhão/ jonatamoua@hotmail.com RESUMO Este tabalho discute a Alfabetização e o Letamento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tendo como objetivo analisa as taefas de classe popostas pela pofessoa alfabetizadoa duante a pesquisa, como também sua concepção sobe alfabetização e letamento. Realizamos uma pesquisa empíica de abodagem qualitativa, numa escola pública da ede municipal de Impeatiz MA, com uma pofessoa do 1º ano do ensino fundamental. Paa a podução dos dados foam utilizadas as taefas popostas pela pofessoa em classe e a análise se deu pelos eventos de letamento, consideando as taefas que estavam inseidas no contexto das páticas sociais. Os dados evelam que a pofessoa econhece a alfabetização e o letamento como pocessos indissociáveis e indispensáveis na pática pedagógica de um pofesso alfabetizado, efoçando a necessidade de se tabalha com a poposta de letamento no pocesso de alfabetização, paa de fato ensina os alunos a leem e esceveem de foma cítica e independente. Palavas-chave: Alfabetização e Letamento. Eventos de Letamento. Anos Iniciais do Ensino Fundamental. INTRODUÇÃO Compeendemos que alfabetiza não é apenas da condições ao sujeito sabe le e esceve, é necessáio possibilita que o mesmo seja capaz de se desenvolve, fazendo o uso adequado da língua escita nas páticas sociais. A escola é um luga pivilegiado paa que as cianças desenvolvam esta habilidade. Poduzimos uma pesquisa 1 empíica com abodagem qualitativa, tendo como poblemática: Como acontecem as páticas de letamento de uma pofessoa do 1º ano do Ensino Fundamental da ede municipal de Impeatiz? A investigação foi ealizada numa escola pública da ede municipal de Impeatiz com os alunos e a pofessoa do 1º ano do Ensino Fundamental. Foam utilizadas as taefas popostas pela pofessoa paa podução dos dados da pesquisa e a análise se deu pelos eventos de letamento, os quais são situações que envolvem uma ou mais pessoas nas quais a podução e a compeensão da escita tenham uma função. Paa Heat (1983, p. 39) [...] os eventos de letamento são situações eais em que se enquadam as páticas de letamento. Potanto, é necessáio que nos eventos haja a inteação ente sujeitos, ambiente e atividade. 1 A pesente pesquisa é futo do Tabalho de Conclusão de Cuso da pimeia autoa: VIEIRA, Rhaiza Ludimila Gomes. Páticas de letamento no ensino fundamental: a expeiência de uma pofessoa do 1º ano. 69f. 2015 Tabalho de Conclusão de Cuso (Pedagogia). Univesidade Estadual do Maanhão/ Cento de Estudos Supeioes de Impeatiz. Impeatiz/MA.
Neste texto, objetivamos analisa as taefas de classe popostas pela pofessoa alfabetizadoa duante a pesquisa, como também sua concepção sobe alfabetização e letamento. DISCUSSÃO SOBRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Em nosso país, segundo Motatti (2004), a históia da alfabetização tem sua face mais visível na históia dos métodos de alfabetização, em tono dos quais, especialmente desde o final do século XIX, vêm-se geando tensas disputas. A históia da alfabetização apesentada pela autoa aponta a questão dos métodos ditos tadicionais e as novas pespectivas paa o ensino da leitua e escita. Ente os métodos, tem-se o método sintético como o mais antigo de todos, tem mais de 2000 anos. Almeida (2010, p. 14) destaca que nesse método A ciança apende as letas, depois as sílabas, as palavas, fases e finalmente o texto completo, ou seja, inicia-se das pates paa o todo. Já no método analítico as cianças devem pati de um dado maio paa unidades menoes (ALMEIDA, 2010). Paa Motatti (2004), estamos vivenciando o sugimento de uma nova tadição, a desmetodização da alfabetização. Esse fenômeno impôs, de foma implícita, aos pofessoes a utilização da teoia constutivista ou inteacionista e do letamento em sala de aula. Pova disso é a institucionalização do constutivismo em alfabetização, ealizada pelos Paâmetos Cuiculaes Nacionais (PCNs-1997), em nível nacional de ensino. Nesse contexto, a pati da década de 1990, o conceito de alfabetização passou a se vinculado ao entendimento sobe letamento. Entetanto, a invenção do temo emonta da década de 1980 nos discusos dos especialistas paa, segundo Soaes (2004, p. 6), nomea páticas sociais de leitua e de escita, mais avançadas e complexas que as páticas do le e esceve esultantes da apendizagem do sistema de escita. De lá paa cá, muitas pesquisas veem sendo ealizada e discussões veem sendo empeendidas sobe a temática, paa esclaece que, o letamento é [...] o esultado da ação de ensina a le e esceve: o estado ou a condição que adquie um gupo social ou um indivíduo como consequência de te-se apopiado da escita (SOARES, 2010, p.18). Sendo o indivíduo letado, aquele que faz o uso da escita, envolvendo-se em páticas sociais de leitua e de escita. O letamento tem uma elação dieta com a língua escita e seu luga, suas funções e seus usos nas sociedades letadas. A leitua e a escita é um dos bens cultuais, po isso, as sociedades letadas devem popicia aos indivíduos ou gupos sociais não apenas o acesso a ela, mas também paticipação efetiva na cultua escita (MORTATTI, 2004, p. 100).
Suge então o papel da escola diante da nova pespectiva do ensino da leitua e da escita: o de alfabetiza letando. Leitua e escita são pocessos distintos que envolvem difeentes habilidades, conhecimentos e pocessos de ensino e de apendizagem que são desenvolvidos, em especial, no contexto escola. A complexidade do pocesso de letamento e alfabetização tona o ensino da língua matena nos anos iniciais do ensino fundamental ainda mais delicado. Dessa feita, Santos (2007, p. 97) salienta que Popicia aos apendizes a vivência de páticas eais de leitua e podução de textos não é meamente taze paa a sala de aula exemplaes de textos que ciculam na sociedade. Só popociona aos alunos o contato dieto com textos é insuficiente, visto que leitua e escita devem faze sentido na vida dos alunos, assim como os eventos de letamento devem leva em conta o contexto social em que os educandos estão inseidos, pois é peciso que o desenvolvimento das páticas de leitua seja significativo. AS TAREFAS DE CLASSE PROPOSTAS PELA PROFESSORA E O DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS Ao analisa as taefas popostas pela pofessoa, podemos pecebe como os alunos estão sendo alfabetizados e se as páticas de letamento estão sendo vivenciadas no cotidiano da sala de aula. Nesse sentido, é fundamental analisa a pática pedagógica desenvolvida pela pofessoa com cada taefa poposta. É nesse sentido que Motatti (2004, p.112) essalta que: No contexto escola [...] é impotante adveti que po intodução do letamento no âmbito das páticas escolaes não se deve entende a mea substituição de alfabetização po letamento, nem a alfabetização como pé-equisito paa o letamento, equívocos po vezes obsevados nesses contextos. (destaque do oiginal). Segundo Kleiman (2008), o conceito de letamento começou a se usado nos meios acadêmicos como tentativa de sepaa os estudos sobe o impacto social da escita dos estudos sobe a alfabetização, cujas conotações destacam as competências individuais no uso e na pática da escita. Nesse sentido, o letamento seia, potanto, causa e consequência do desenvolvimento que vai além da vida escola e do pocesso de alfabetização, efeindo-se a pocessos sociais mais amplos. Aceditamos que paa este pocesso as taefas popostas po pofessoas são fundamentais. Neste item mostaemos como as taefas desenvolvidas e aplicadas pela pofessoa foam ealizadas.
O desenvolvimento das taefas se dava na seguinte sequência: pimeio a pofessoa oganizava a sala de acodo com a exigência de cada taefa, em cículos, em fileias ou em duplas; posteiomente dava as explicações necessáias paa a ealização; po fim dava início ao que havia planejado. Vale destaca o acompanhamento individual feito pela pofessoa, de cateia em cateia, duante a ealização das taefas, além da paciência em epeti os enunciados das questões e os questionamentos feitos aos alunos duante as taefas. No pocesso de alfabetização e letamento é indispensável que o pofesso tenha clao, os objetivos e os caminhos que deseja pecoe, paa que favoeça aos seus alunos apopiação da leitua e da escita. Nesse sentido, o planejamento pedagógico é um gande aliado do pofesso alfabetizado. Além disso, é impotante lemba, que na fase inicial da escita a ciança deve te contato com uma gande vaiedade de gêneos textuais. Nessa pespectiva, ao analisamos as taefas popostas pela pofessoa em classe e o desenvolvimento dos alunos, pecebemos que eles apesentam algumas limitações e pequenas dificuldades paa desenvolve cetos tipos de espostas, poém, pecebemos que o desenvolvimento deles é bastante satisfatóio, consideando o fato de teem começado a vivencia as páticas de leitua e escita apenas no 1 ano do ensino fundamental, como nos explicou a pofessoa alfabetizadoa. Além disso, existem váios fatoes que contibuem paa o desenvolvimento da leitua e da escita nas cianças, a escola tem sido o pincipal influenciado. Mas é peciso acescenta os fatoes, sociais, econômicos, cultuais e políticos que condicionam esse pocesso. Nesse sentido, aceditamos que os alunos da sala pesquisada estão se desenvolvendo de foma significativa, mas que podem avança ainda mais, se nos anos seguintes encontaem pofessoes compometidos com o tabalho pedagógico, assim como a pofessoa Daiane, que mesmo com suas limitações, acedita e tabalha paa vê sua tuma, em gande maioia, sabendo le e esceve. Duante os dias de obsevação em sala, compeendemos que o pocesso de alfabetização e letamento não é algo simples, mas pelo contáio, é complexo e exige sobemaneia que a pofessoa estude. Há muitos desafios e contatempos que os pofessoes podem se depaa, poém, faz-se necessáio constui contextos de apendizagens significativas, em que a leitua e a escita tenha utilidade social paa as cianças, desenvolvendo nelas o ensino da leitua e da escita.
Pecebemos que as cianças avançaam da consciência de palavas, paa a consciência silábica, posteiomente deveão avança paa a consciência fonêmica. Nesse sentido Soaes (2003, p. 17) afima que: Ninguém apende a le e a esceve se não apende elações ente fonemas e gafemas paa codifica e paa decodifica. Isso é uma pate específica do pocesso de apende a le e a esceve. Linguisticamente, le e esceve é apende a codifica e a decodifica. Esse modo de ve as coisas fez com que o pocesso de ensina a le e esceve como técnica ficasse despestigiado. As alfabetizadoas que ficam pelejando com os meninos paa eles apendeem a le e esceve são vistas como etógadas e ultapassadas. Mas, na vedade, elas estão ensinando aquilo que é peciso ensina: codifica e decodifica. As alfabetizadoas podem até esta ensinando pelos caminhos inadequados, mas isso pecisa se feito. Desse modo, é fundamental que as cianças apendam as elações ente fonemas e gafemas. Poém, é necessáio que o ensino não seja pautado apenas no desenvolvimento de técnicas, mas que as cianças compeendam o significado de le e esceve, se tonando letadas. Não devemos julga uma pofessoa alfabetizadoa po ensina letas, sílabas, fonemas, e sim compeende que o pocesso de alfabetização e letamento não se estinge apenas a isso, pois há distinção ente letamento ideológico e letamento autônomo. Paa Motatti (2004) o modelo autônomo está voltado paa a dimensão técnica e individual do letamento, consideando as atividades de leitua e escita como neutas e univesais. Já no modelo ideológico, leitua e escita são consideadas atividades eminentemente sociais, onde, nessa dimensão social, são também pluais os eventos de letamento e as páticas de letamento. CONCLUSÃO A pesquisa nos evelou que mesmo diante dos desafios, o desenvolvimento dos alunos foi consideado significativo. Ao analisa os eventos de letamento, pecebemos que a pofessoa inseia as páticas de letamento no ensino da leitua e da escita, fazendo com que as cianças atibuíssem significado paa as palavas que estavam lendo e escevendo. Com a vaiedade de taefas significativas popostas pela pofessoa, foi possível obseva o desenvolvimento individual e gupal de cada ciança, compeendendo que elas estavam em níveis muito similaes. Pecebemos também que é possível que haja na ede pública de ensino uma pática pedagógica compometida com o desenvolvimento eal dos alunos, e que há pofessoes que aceditam no potencial dos educandos e que buscam páticas mediadoas de apendizagem, tabalhando na pespectiva do letamento.
REFERÊNCIAS KLEIMAN, Angela B. (Og.). Os significados do letamento: uma nova pespectiva sobe a pática social da escita. Campinas: Mecado das Letas, 2008. MORTATTI, Maia do Rosáio Longo. Educação e Letamento. São Paulo: UNESP, 2004. MORTATTI, Maia do Rosáio Longo. A queela dos métodos de alfabetização no Basil: contibuições paa metodiza o debate. Disponível em: <http://www.acoalfaplp.net/> acesso em: 10 de Fev/2015. MORTATTI, Maia do Rosáio Longo. Históia dos métodos de alfabetização no Basil. Confeência pofeida duante o Semináio "Alfabetização e letamento em debate", pomovido pelo Depatamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secetaia de Educação Básica do Ministéio da Educação, ealizado em Basília, em 27/04/2006. SANTOS, Cami Feaz; MENDONÇA, Mácia. Alfabetização e letamento: conceitos e elações. Belo Hoizonte: Autêntica, 2007. SILVA, Malene Maia Machado da; SANTIAGO, Ana Lydia. Ente a leta e o nome: impasses subjetivos pesentes no pocesso de alfabetização. Disponível em: http://www.poceedings.scielo.b/scielo.php? pid. Acesso em: 06 de fev/2015. SOARES, Magda. Letamento: um tema em tês gêneos. 4. ed. Belo Hoizonte: Autêntica Editoa, 2010. SOARES, Magda. Alfabetização e Letamento. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2011. SOARES, Magda. A einvenção da alfabetização. In: Pesença pedagógica. v. 9 n.º 52, jul./ago. 2003. SOARES, Magda. Letamento e Alfabetização: as muitas facetas. In: Revista Basileia de Educação. n.º 25, p. 05-17, Jan /Fev /Ma /Ab 2004. SOARES, Magda. Alfabetização e Letamento: Caminhos e Descaminhos. In: Revista Pátio, n.º 29. Poto Alege, ano VIII nº 29, fev./ab. 2004