Aula nº. 58 ARMAZÉNS GERAIS

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Transcrição:

Curso/Disciplina: Direito Empresarial Extensivo Aula: Direito Empresarial Extensivo - 58 Professor(a): Priscilla Menezes Monitor(a): Pâmela Suelen de M. Guedes Aula nº. 58 ARMAZÉNS GERAIS O conhecimento de depósito e o warrant são títulos de crédito causais, ou seja, somente podem ser emitidos nas hipóteses previstas em lei. Neste caso, a hipótese consiste na causa debendi de contrato de depósito celebrado junto aos armazéns gerais. Os armazéns gerais e os contratos de depósito são importantes porque permitem aos empresários reduzirem seus custos de transações, por exemplo, depositar mercadorias em um armazém geral, reduzindo os gastos que teria com local para estocar os bens, isto é, há uma terceirização do estoque. Quando os armazéns gerais emitem os títulos de créditos especiais (conhecimento de depósito e warrant ), permitem uma mobilização jurídica das mercadorias sem que haja uma mobilização física, ou seja, as mercadorias ficarão guardadas no armazém geral, enquanto os títulos que representam estas mercadorias (origem do nome títulos representativos) irão circular quando houver transferência de portador do título, ajudando os empresários a reduzirem seus custos transacionais. Os armazéns gerais são pessoas jurídicas, devidamente registradas na Junta Comercial, integrados por sócios pessoas físicas ou jurídicas. Possuem regimentos internos e sofrem fiscalizações pela Junta Comercial ao longo do tempo. A matéria tratada nesta aula é regulamentada pelo Decreto nº 1.102/1903, que em sua primeira parte trata dos armazéns gerais e na sua segunda parte se ocupa dos títulos de créditos especiais (conhecimento de depósito e warrant ). O art. 1º, do referido Decreto, dispõe sobre o conceito de armazém geral, indicando que é o local próprio para guarda e conservação das mercadorias, que pode, quando solicitado, emitir títulos representativos especiais, a saber: Página1 Art. 1º - As pessoas naturais ou jurídicas, aptas para o exercício do comércio, que pretenderem estabelecer empresas de armazéns gerais, tendo por fim a guarda e conservação de mercadorias e a emissão de títulos especiais, que as representem, deverão declarar à Junta Comercial do respectivo distrito:

Em regra, os armazéns gerais não necessitam de autorização estatal para funcionamento, exceto aqueles localizados em áreas alfandegárias, portuárias, aeroportos, que precisam de autorização do Estado. Ademais, somente podem constituir armazéns gerais pessoas que não estejam impedidas de exercerem atividades empresárias. O art. 13, do Decreto nº 1.102/1903, disciplina o registro na Junta Comercial e a fiscalização dos armazéns gerais por esta. Veja-se: Art. 13 - Os armazéns gerais ficam sob a imediata fiscalização das Juntas Comerciais, às quais os empresários remeterão até o dia 15 dos meses de abril, julho, outubro e janeiro de cada ano um balanço, em resumo, das mercadorias que, no trimestre anterior, tiverem entrado e saído e das que existirem, bem como a demonstração do movimento dos títulos que emitirem, a importância dos valores com que os mesmos títulos forem negociados, as quantias consignadas na conformidade do art. 22, e o movimento das vendas públicas, onde existir a sala de que trata o capítulo III. Até o dia 15 de março, as empresas apresentarão o balanço detalhado de todas as operações e serviços realizados, durante o ano anterior, nos armazéns gerais e salas de vendas públicas fazendo acompanhar de um relatório circunstanciado contendo as considerações que julgarem úteis. A causa debendi, já mencionada anteriormente, consiste em um contrato de depósito realizado entre o depositante e o armazém geral, que somente se aperfeiçoa com a entrega efetiva das mercadorias no armazém. Diante da entrega, o depositante recebe um recibo, que tem eficácia meramente probatória, no qual consta a descrição de todos os itens depositados e as características que podem qualificá-los. O recibo é de emissão obrigatória pelos armazéns gerais quando celebrado contrato de depósito (art. 6º), diferente dos títulos representativos que são facultativos, ficando a critério do depositante o pedido de sua emissão, o qual será trocado pelo recibo (art. 15). Veja-se: Art. 6º - Das mercadorias confiadas à sua guarda, os armazéns gerais passarão recibo declarando nele a natureza, quantidade, número e marcas, fazendo pesar, medir ou contar, no ato do recebimento as que forem suscetíveis de ser pesadas, medidas ou contadas. Art. 15 - Os armazéns gerais emitirão, quando lhes for pedido pelo depositante, dois títulos unidos, mas separáveis à vontade, denominados - "conhecimento de depósito" e "warrant". RECIBO Obrigatório; Não precisa de solitação; Descritivo da mercadoria. Página2 TÍTULOS REPRESENTATIVOS Facultativo; Mediante solicitação; Dois títulos: conhecimento de depósito e "warrant".

O art. 7º, do Decreto nº 1.102/1903, dispõe sobre os livros obrigatórios especiais que os armazéns gerais devem ter. Ante de analisar referido artigo, é necessário lembrar o estudo de livros comerciais e empresariais, que contém a seguinte classificação: Livros comerciais e empresariais Livros obrigatórios Livros facultativos Comuns: todo empresário deve ter. Especiais: depende da atividade exercida. Voltando a análise do art. 7º, do Decreto nº 1.102/1903, que dispõe sobre o livro de registro de entradas e saídas de mercadorias (livro obrigatório especial), para controle. Art. 7º - Além dos livros mencionados no art. 11 do Código Comercial, as empresas de armazéns gerais são obrigadas a ter, revestidos das formalidades do art. 13 do mesmo Código, e escriturado rigorosamente dia a dia, um livro de entrada e saída de mercadorias, devendo os lançamentos ser feitos na forma do art. 88, nº 11, do citado Código, sendo anotadas as consignações em pagamento (art. 12), as vendas e todas as circunstâncias que ocorrem relativamente às mercadorias depositadas. O prazo máximo do contrato de depósito com o armazém geral é de seis meses, admitidas prorrogações, se as partes assim convencionarem, não sendo indicado pelo decreto a quantidade de vezes que pode ser prorrogado. Veja-se: Art. 10 - O prazo de depósito, para os efeitos deste artigo, começará a correr da data da entrada da mercadoria nos armazéns gerais e será de seis meses, podendo ser prorrogado livremente por acordo das partes. Página3 Estes prazos são sempre interpretados a favor do depositante, podendo, inclusive, retirar a mercadoria do armazém geral antes do termo final do contrato de depósito. O contrato de depósito pode ser classificado da seguinte forma: contrato de depósito regular e contrato de depósito irregular.

Contrato de depósito regular Retirada das mesmas mercadorias depositadas; Bens infungíveis; Contrato de depósito irregular Mercadorias serão armazenadas com outras de mesma qualidade; Na retirada da mercadoria não é exatamente as mesmas que foram depositadas, mas devendo ser na mesma qualidade e quantidade; Sobre a responsabilidade do depositário (armazém geral) perante o depositante, o art. 11, do Decreto nº 1.102/1903, determina que o armazém geral responde por sinistros, perdas, avarias que venha a ocorrer com as mercadorias. No mesmo dispositivo, está estabelecido o prazo prescricional para ajuizamento da ação de responsabilidade em face do armazém geral, contados de quando a mercadoria foi entregue ao depositante ou da data que deveria ter sido entregue. Art. 11º - As empresas de armazéns gerais, além das responsabilidades especialmente estabelecidas nesta lei, respondem: 1º - pela guarda, conservação e pronta e fiel entrega das mercadorias que tiverem recebido em depósito, sob pena de serem presos os empresários, gerentes, superintendentes ou administradores sempre que não efetuarem aquela entrega dentro de 24 horas depois que judicialmente forem requeridos; Cessa a responsabilidade nos casos de avarias ou vícios provenientes da natureza ou acondicionamento das mercadorias, e força maior, salvo a disposição do art. 37, único; 2º - pela culpa, fraude ou dolo de seus empregados e prepostos e pelos furtos acontecidos aos gêneros e mercadorias dentro dos armazéns. 1º - A indenização devida pelos armazéns gerais nos casos referidos neste artigo, será correspondente ao preço da mercadoria e em bom estado no lugar e no tempo em que devia ser entregue. O direito à indenização prescreve em três meses, contados do dia em que a mercadoria foi ou devia ser entregue. 2º - Pelas alfândegas e estradas de ferro da União responde, diretamente, a Fazenda Nacional, com ação regressiva contra seus funcionários culpados. Página4 Relacionada a responsabilidade dos armazéns gerais, é necessário a realização de um seguro contra incêndio das mercadorias, bem como o depositário pode ter outros tipos de seguro. Veja-se: Art. 16 - As mercadorias, para servirem de base à emissão dos títulos, devem ser seguradas contra riscos de incêndio do valor designado pelo depositante.

Os armazéns gerais poderão ter apólices especiais ou abertas para este fim. Os contratos de depósito são onerosos, visto o intuito lucrativo, sendo remunerados os serviços prestados pelos armazéns gerais, porém devem ter tabelas de preços disponibilizada em locais de fácil acesso e visibilidade, pois é proibido a prática de preços diferenciados aos depositantes. Ainda, o art. 14, do Decreto nº 1102/1903, trata do não pagamento dos serviços pelo depositante: Art. 14 - As empresas de armazéns gerais têm o direito de retenção para garantia do pagamento das armazenagens e despesas com a conservação e com as operações, benefícios e serviços prestados às mercadorias, a pedido do dono; dos adiantamentos feitos com fretes e seguro, e das comissões e juros, quando as mercadorias lhes tenham sido remetidas em consignação. (Código Comercial, art. 189) Esse direito de retenção pode ser oposto à massa falida do devedor. Também têm as empresas de armazéns gerais direitos de indenização pelos prejuízos que lhes venham por culpa ou dolo do depositante. No caso de não pagamento pelo depositante do serviço prestado pelo armazém geral, cabe a este o do direito de retenção das mercadorias depositadas, para reembolso das verbas que lhe são devidas, sendo, inclusive, oponível a massa falida. Referência: BRASIL. Decreto nº 1.102, de 21 de novembro de 1903. Institui regras para o estabelecimento de empresas de armazéns gerais, determinando os direitos e obrigações dessas empresas. Diário Oficial da União, Brasília, 20 nov. 1903. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d1102.htm. Acesso em: 04 set. 2018. Página5