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Transcrição:

GABINETE DO VEREADOR FLORIANO PESARO DATA: 11/11/2014 15 DISCURSO Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulga novos dados da violência no Brasil (Plano para contenção no avanço dos homicídios é baseado na ação do Estado de São Paulo) Sr. Presidente, nobres Vereadores, telespectadores da TV Câmara São Paulo. Boa tarde. Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos no Brasil, segundo o levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados de 2013 foram divulgados hoje (11) durante a 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O número é alarmante. Isso significa que, a cada hora, 6 pessoas foram mortas em nosso País ano passado. Do total de assassinatos, os homicídios dolosos (aquele em que se há intenção de matar), foram os que mais

sofreram alta. 50.806 pessoas foram vítimas de homicídios dolosos no Brasil no período. Uma taxa de 25,2 vítimas a cada grupo de 100 mil pessoas. A segurança pública aflige a todos nós, brasileiros, nobres colegas. E o que esses números refletem é a absoluta falta de uma política pública nacional de segurança, nas cidades e nas fronteiras. É impossível não destacar o quão inepto o Governo Federal vem sendo em relação à questão; transferindo toda a responsabilidade para os Estados e os Municípios. O Estado de São Paulo vem fazendo frente a esse desafio: é o Estado com a menor taxa de vítimas a cada grupo de 100 mil pessoas: 10,8. Em números absolutos, reduziu o total de vítimas de homicídio doloso de 5.209 em 2012 para 4.739 em 2013 - melhora de 9,2%. Vejam que ainda não vivemos a realidade ideal. Mas no contexto brasileiro São Paulo está além e pode ajudar.

O investimento em Segurança Pública, inteligência policial, aparatos de segurança é constante. No entanto, é impossível deixar de perceber que poderíamos poupar mais vidas com uma política nacional de segurança pública integrada. Um exemplo do descompromisso do Governo Federal com a segurança pública é que, nos últimos 3 anos, apenas 35% dos recursos disponíveis no Fundo Nacional de Segurança foram executados. E a situação nos presídios ao redor do País é cada vez mais calamitosa, não por falta de recursos. Mas por falta de uma ação mais firme do governo Federal, que, mais uma vez, executa apenas 10% dos mais de R$ 1 bilhão em orçamento disponível para o Fundo Penitenciário. Quem paga a conta são os cidadãos. A sensação de insegurança, injustiça e impunidade é crescente. E causam revolta. E com razão!

O Estudo realizado pelo Fórum fez uma projeção: para que o Brasil reduzisse o índice de homicídio em 65,5% até 2030, deveríamos estimular políticas públicas integradas capazes de provocar a diminuição do índice em cerca de 6% ao ano. Essa projeção se baseia "na análise de comportamento de diminuição de homicídios no estado de São Paulo, a partir da década de 1990. O que São Paulo fez: investimento maciço e consistente, ações integradas e de inteligência o Centro de Inteligência implantado na Copa do Mundo, por exemplo, ficou de legado para a cidade. Social. Sem falar da presença do Estado promovida pela Virada Mas podemos ir além, com uma política mais integrada. É o que buscamos fomentar na Frente Parlamentar da Segurança Pública. Envolver o município também nessas ações. A Segurança há muito deixou de ser questão de prerrogativa de um ou de outro nível de poder. É, hoje, uma questão nacional que demanda o envolvimento de todos.

Sabemos que as ações ganham forças quando se dão em diversas instâncias e acontecem de forma convergente. Em uma segunda análise, o Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que os custos com a violência no Brasil chegaram a R$ 258 bilhões no ano passado quase 6% do PIB! No anuário também existe um levantamento feito em oito estados feito pela Fundação Getulio Vargas. Ele mostrou que 57% dos entrevistados acreditam ser possível desobedecer às leis. Pior: 81% dizem que é sempre possível dar um jeitinho para não cumprir as leis. Esses dados são fortes sinais de que a população convive com a sensação de impunidade. Temos um mapa triste da violência em nosso país. O que vamos fazer com ele? Nos armar de desculpas para dizer que a coisa não é tão ruim quanto parece ou traçar um plano de integração nacional em favor da Segurança Pública e da volta da confiança na Justiça?

Aqui mesmo, em nossa cidade, o brilhante programa de Urbanização de Favelas está paralisado. O projeto de Reurbanização de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro e regularização fundiária no Morumbi, por exemplo, está paralisado. Iniciado na gestão do então Prefeito José Serra, após a eleição do Haddad, a diversas ações de promoção da urbanização e melhoria nos serviços e oferta de equipamentos públicos simplesmente foram abandonadas. Dentre as ações interrompidas somente na região do Morumbi apenas para citar um exemplo destacam-se: Canalização do córrego do Antonico, Escola de musica e construção de mais 3 escolas Obras no centro comunitário e no Parque Paraisópolis. Onde estão os recursos do PAC para Urbanização prometidos pelo Prefeito Haddad?

A urbanização de áreas carentes e a promoção da qualidade de vida tem de ser uma obstinação de todos os dirigentes nacionais e dos parlamentares, seja do ponto de vista da locação de recursos nos orçamentos, seja da ação do Legislativo ou do Executivo, temos de urbanizar as nossas favelas. Temos de levar saneamento, água, infraestrutura urbana, ruas, calçamentos iluminação, escola, creche, postos de saúde. Temos de levar a essas regiões centros de convivência, como praças. As pessoas precisam viver em melhores condições. Onde há a presença do Estado, firme e decisiva, não há a presença do ilícito. Enfim nobres colegas, devemos começar a atacar as causas da violência, promovendo igualdade, a cultura de paz e a qualidade de vida. A nossa preocupação é sempre uma questão policial. Sabemos que o problema da violência é de inclusão social. Ninguém é violento porque quer, ninguém é conduzido, absorvido ou cooptado pelo narcotráfico ou pelo ilícito, por que sonha com isso! Mas sim por absoluta falta de opções,

que vem desde a falta de educação básica e atenção na primeira infância. Por isso, também, a importância de implementarmos a Política Municipal em Política Municipal de Incentivo ao Desenvolvimento na Primeira Infância, de minha autoria, que reapresentado aqui na Câmara. Com sua aprovação vamos garantir o atendimento integral e integrado de crianças de 0 a 6 anos e suas famílias. Enfim, o tema de Segurança Pública é abrangente. O Estado de São Paulo vem demonstrando que é possível enfrentar essa questão de forma sistemática, com investimentos maciços e políticas integradas. Mas precisamos ir além. Investimentos integrados na segurança e educação, um plano de ação nacional para nossas fronteiras, envolvimento ativo da União e um país permeado por uma cultura de paz são fundamentais para que revertamos essa triste realidade da violência no Brasil.

Obrigado.