UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES Boletim de Conjuntura 4º Trimestre de 2017 Nº 01/2018 Março 2018
Reino Unido Dinamarca Itália Noruega Luxemburgo Grécia Bélgica Suiça Croácia Finlândia UE28 Alemanha Portugal Zona Euro França Suécia Holanda Aústria Bulgária Espanha Eslováquia Chipre Lituânia Letónia Malta Hungria Polónia Estónia Republica Checa Eslovénia Roménia Irlanda ENQUADRAMENTO COMUNITÁRIO 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA De acordo com o Eurostat, no 4º trimestre de 2017, a variação homóloga do PIB foi de 2,4% na ZE19 (2,5% no 3º trimestre de 2017) e 2,3% na UE28 (2,5% no 3º trimestre de 2017). Em relação ao trimestre anterior, o PIB registou um aumento de 0,6% na ZE19 e também na UE28 (0,7% em ambas as zonas no 3º trimestre de 2017). Em Portugal, no 4º trimestre de 2017, apesar de se registar um abrandamento, o PIB registou um aumento de 2,3% em relação ao trimestre homólogo (2,5% no trimestre anterior) e uma variação de 0,7% em relação ao trimestre anterior (0,6% no 3º trimestre de 2017). 9,0 8,4 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,9 Variação Homóloga do PIB (%) 4º Trimestre 2017 1,3 1,3 1,4 1,7 1,8 1,9 1,9 2,0 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,5 2,8 2,9 2,9 3,0 3,0 3,5 3,9 3,9 4,2 4,3 4,4 4,4 5,0 5,5 6,0 6,7 0,0 Fonte: Eurostat Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 2
Analisando por Estados-Membros, para os países para os quais existem dados disponíveis, destacam-se os aumentos do PIB face ao período anterior na Estónia (2,2%), Eslovénia (2,0%) e Lituânia (1,4%). Os crescimentos menores registaram-se na Grécia e na Croácia (ambas com 0,1%), seguidos por Itália e Letónia (ambas com 0,3%). Não se registaram quedas do PIB face ao trimestre anterior. Em relação ao período homólogo, para os países para os quais existem dados disponíveis, destacam-se os aumentos do PIB na Irlanda (8,4%), Roménia (6,7%), e Eslovénia (6%). Não se registaram diminuições do PIB, em relação ao período homólogo. 2. PREÇOS Em Fevereiro de 2018, a taxa de inflação anual (VH) na Zona Euro situou-se em 1,1%, diminuindo 0,2 p.p. face ao mês anterior. A taxa de inflação anual da UE28 situou-se em 1,3% (VH), diminuindo em 0,3 p.p. face ao valor de janeiro. A variação mensal do índice situou-se em 0,2% e 0,1% na Zona Euro e na UE28, respetivamente.. Em Portugal, a taxa de inflação anual (variação homóloga (VH)) situou-se em 0,7%, inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior. Este valor representa uma variação mensal de -0,6% entre Janeiro e Fevereiro de 2018. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 3
A taxa de variação da média anual dos últimos 12 meses do IHPC foi de 1,5% para Portugal, de 1,4% para a Zona Euro e 1,7% para a UE28. De acordo com o Eurostat, os países que registaram uma taxa de inflação anual mais alta, em Fevereiro de 2018, foi a Roménia (3,5%), a Lituânia e a Estónia (ambas com 3,2%) e no sentido oposto encontra-se a Islândia (-1%) e o Chipre (-0,4%). 3. EMPREGO De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat relativos ao Emprego na União Europeia, o emprego cresceu 0,3% na Zona Euro (EA19) e 0,2% na União Europeia (UE28) no 4º trimestre de 2017, em relação ao trimestre anterior. Portugal registou uma variação trimestral de 0,7% no 4º trimestre de 2017. Em termos homólogos, a Zona Euro (EA19) apresentou uma taxa de 1,6%, face a 1,7% no trimestre anterior, e na União Europeia (UE28) a taxa foi de 1,5%, face a 1,6% no trimestre precedente. Portugal registou uma taxa de variação positiva de 3,2%, o que compara com os 3,0% registados no trimestre anterior. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 4
Ao longo do ano de 2017, o emprego cresceu 1,6% na Zona Euro e na UE28, o que compara com 1,3% e 1,2% em 2016, respectivamente. Os países com as maiores subidas homólogas registadas entre os Estados-membros foram Estónia (5,7%), Croácia (3,8%) e Luxemburgo (3,5%). Portugal, juntamente com o Chipre, registaram o 4º maior crescimento de emprego na Europa (3,2%). A Lituânia foi o único país a registar uma quebra de postos de trabalho no 4º trimestre de 2017 (-0,5%), face ao trimestre homólogo. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 5
4. Taxa de Desemprego O Eurostat estima que em Janeiro de 2018, a taxa de desemprego (ajustada para a sazonalidade) na Zona Euro, se tenha situado em 8,6%, mantendo-se constante em relação ao mês anterior (8,6%) e diminuindo 1,0 p.p. em termos homólogos (9,6%). Na UE28, a taxa de desemprego estimada foi de 7,3%, estabilizando relativamente ao mês anterior. Em Portugal, a taxa de desemprego (ajustada para a sazonalidade) estimada foi de 7,9%, diminuindo 0,1 p.p. em relação à percentagem registada no mês anterior (8,0%). Em termos homólogos, a taxa de desemprego registou uma diminuição de 2,2 p.p. (10,1%). Em Janeiro de 2018, o país que apresentou a taxa de desemprego mais elevada foi Espanha e Itália, com taxas de 16,2% e 11,1%, respectivamente. Portugal (7,9%) ficou abaixo da Zona Euro (8,6%) e acima da União Europeia (7,2%). No sentido oposto estava a Islândia (2,8%), com a taxa de desemprego mais baixa da Europa. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 6
5. CUSTOS DO TRABALHO E PRODUTIVIDADE De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat observou-se que, no conjunto dos países da União Europeia, os custos unitários do trabalho no 4º trimestre de 2017 aumentaram 1,1%, o que compara com 0,5% no trimestre anterior. Neste período, a produtividade do trabalho aumentou 0,8%, valor igual ao registado no trimestre anterior, para o mesmo conjunto de países. Em Portugal, os custos unitários do trabalho no 4º trimestre de 2017 dispararam, registando um crescimento de 3,4% o que compara com um aumento crescimento de 0,9% no trimestre anterior. No que diz respeito à produtividade do trabalho, Portugal aumenta o diferencial, mantém-se abaixo, quer da UE28 (0,8%), quer da Euro Área (0,7%), continuando a registar valores negativos (-0,9%). No referido trimestre, a Euro Área, registou uma subida de 0,9% nos custos unitários do trabalho e de 0,7% na produtividade do trabalho. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 7
Recorde-se que os custos unitários do trabalho, medem a relação entre o custo médio do trabalho (salários pagos ao trabalhador e contribuições patronais para a Segurança Social) e a produtividade, sendo considerados uma das fontes de mediação da competitividade de um país. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 8
ENQUADRAMENTO NACIONAL 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA De acordo com o INE, no 4º trimestre de 2017, o PIB registou, em termos homólogos, um aumentou 2,4% em volume (2,5% no trimestre anterior). Esta evolução resultou do contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, passando de 3,5 p.p. no 3º trimestre para 2,4 p.p., devido à desaceleração do Investimento e do consumo privado. A procura externa líquida registou um contributo nulo, após ter sido negativo no trimestre precedente (-1,1 p.p.), em resultado da aceleração das Exportações de Bens e Serviços e do abrandamento das Importações de Bens e Serviços. Comparativamente com o 3º trimestre de 2017, o PIB aumentou 0,7% em termos reais, mais 0,2 pontos percentuais que no trimestre anterior. O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de negativo para positivo, em resultado da aceleração mais intensa das Exportações de Bens e Serviços que das Importações de Bens e Serviços. Em sentido oposto, o contributo da procura interna diminuiu no 4º trimestre, devido sobretudo ao abrandamento do consumo privado. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 9
No conjunto do ano de 2017, o Produto Interno Bruto aumentou 2,7% o que compara com um crescimento de 1,5% em 2016, tendo atingido em termos nominais o valor de 193 mil milhões de euros. Em 2017, quer as Exportações quer as Importações aumentaram 7,9% face ao ano anterior. O contributo da procura interna para a variação do PIB aumentou para 2,9 p.p. (1,6 p.p. em 2016), devido sobretudo à aceleração do Investimento. A procura externa líquida registou um contributo de -0,2 p.p. (contributo nulo em 2016), observando-se uma aceleração das Exportações ligeiramente menos intensa (contributo de 3,5 p.p.) que a das Importações de Bens e Serviços (contributo de -3,7 p.p.). 2. PREÇOS Segundo os dados divulgados pelo INE, em Fevereiro, variação mensal do IPC foi -0,7% (-1,0% no mês precedente e -0,2% em Fevereiro de 2017). A variação média dos últimos doze meses fixou-se em 1,3%, taxa idêntica à registada no mês anterior. Relativamente à taxa de variação homóloga, em Fevereiro, foi 0,6%, taxa inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) à do mês anterior. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 10
Por classes de despesa e face ao mês precedente são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga das classes do Vestuário e calçado (classe 3) e Saúde (classe 6), com -2,4% e 1,0%, respetivamente (-4,7% e 0,7% no mês anterior). Em sentido oposto, assinala-se a redução da taxa de variação homóloga da classe dos Transportes (classe 7) e das Bebidas Alcoólicas e Tabaco (classe 2) com 1,0% e 0,7%, respetivamente (3,2% e 2,3% no mês anterior). 3. EMPREGO No ano de 2017, a população empregada foi estimada em 4.756,6 mil pessoas e aumentou 3,3% em relação ao ano anterior (151,4 mil). Trata-se do maior aumento da população empregada desde 2013. No 4º trimestre de 2017, a população empregada, estimada em 4 804,9 mil pessoas, teve uma variação trimestral relativa quase nula (associada a um ligeiro acréscimo de 1,9 mil pessoas) e um aumento homólogo de 3,5% (mais 161,3 mil), o maior desde o 4º trimestre de 2013. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 11
Esta variação trimestral da população empregada foi acompanhada pelos aumentos ocorridos, principalmente, nos seguintes segmentos populacionais: mulheres (8,9 mil; 0,4%); pessoas dos 45 aos 64 anos (16,6 mil; 0,8%); que completaram o ensino superior (27,1 mil; 2,2%); pessoas empregadas no setor da indústria, construção, energia e água (47,6 mil; 4,0%), sendo que o emprego na atividade da construção assegurou quase metade deste aumento (21,8 mil; 7,4%); que trabalham por conta de outrem (12,9 mil; 0,3%) com contrato de trabalho sem termo (23,1 mil; 0,7%); e empregados a tempo parcial (23,7 mil; 4,7%). Em relação ao trimestre homólogo de 2016, a população empregada aumentou 3,5% (161,3 mil), o que constituiu o maior acréscimo desde o 4º trimestre de 2013. O aumento homólogo da população empregada ficou a dever-se, essencialmente, ao acréscimo do emprego nos seguintes segmentos populacionais: ambos os sexos, destacando-se os homens (87,8 mil; 3,7%); pessoas dos 45 aos 64 anos (130,7 mil; 6,9%); com qualquer nível de escolaridade, principalmente aquelas que completaram o correspondente ao ensino secundário ou pós-secundário (87,4 mil; 7,3%); empregadas no setor dos serviços (118,9 mil; 3,7%); trabalhadores por conta de outrem (174,6 mil; 4,5%), nomeadamente com contrato de trabalho sem termo (135,5 mil; 4,5%); e empregados a tempo completo (183,1 mil; 4,5%). Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 12
4. DESEMPREGO No ano de 2017, a população desempregada foi estimada em 462,8 mil pessoas, tendo diminuído 19,2% em relação ao ano anterior (110,2 mil). Face a 2013, ano em que a população desempregada alcançou o seu valor mais elevado, houve um decréscimo acumulado de 392,4 mil pessoas. A taxa de desemprego, em 2017, situou-se em 8,9% e diminuiu 2,2 p.p. em relação ao ano anterior, enquanto a taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) se situou em 23,9%, menos 4,1 p.p. em relação ao ano anterior. No 4º trimestre de 2017, a população desempregada, estimada em 422,0 mil pessoas, diminuiu 4,9% em relação ao trimestre anterior (22,0 mil), prosseguindo as diminuições trimestrais observadas desde o 2º trimestre de 2016. Em relação ao trimestre homólogo de 2016, a população desempregada diminuiu 22,3% (121,2 mil), o que representa a maior diminuição desde o 3º trimestre de 2013. A diminuição homóloga da população desempregada foi explicada pelos decréscimos nos seguintes segmentos populacionais: ambos os sexos, destacando-se os homens (69,2 mil; 25,1%); todos os grupos etários, com destaque para o das pessoas com 45 e mais anos (48,1 mil; 23,4%); pessoas com diferentes níveis de escolaridade, sobretudo das que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico (71,2 mil; 25,2%); principalmente à procura de novo emprego (112,8 mil; 23,5%), provenientes do setor dos serviços (61,1 mil; 20,1%); e à procura de emprego sobretudo há 12 e mais meses (109,4 mil; 32,4%). A taxa de desemprego no 4º trimestre de 2017 situou-se em 8,1%, tendo diminuído 0,4 p.p. em relação ao trimestre anterior e mantendo as diminuições trimestrais observadas desde o 2º trimestre de 2016. Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 13
Em relação ao desemprego registado mensalmente nos Centros de Emprego, a última informação disponível refere-se ao mês de Janeiro 2018. De acordo com os dados do IEFP, estavam inscritos nos Centros de Emprego 415.539 indivíduos, o que corresponde a uma variação homóloga de -16,0% (menos 79.191 desempregados) e a uma variação mensal de 2,9% (mais 11.768 indivíduos). Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2017, contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para os homens (-43.812; -18,9%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (-67.726; -15,5%), os inscritos há um ano ou mais (-39.849; -17,0%), e os que possuem como habilitação escolar o 1º ciclo do ensino básico (-18.932; -19,5%). Boletim realizado com informação disponível até ao dia: 29.03.2018 Boletim de Conjuntura Nº01/2018 Página 14