Pesquisa Pecuária Municipal 2017: Efeitvo dos rebanhos caprinos e ovinos

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Transcrição:

Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos n. 5, outubro 2018 Pesquisa Pecuária Municipal 2017: Efeitvo dos rebanhos caprinos e ovinos

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Caprinos e Ovinos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos n. 5, outubro 2018 Pesquisa Pecuária Municipal 2017: efetivo dos rebanhos caprinos e ovinos Embrapa Caprinos e Ovinos Sobral, CE 2018

Embrapa Caprinos e Ovinos Estrada Sobral-Groaíras, km 4, Caixa Postal 71 Fazenda Três Lagoas, CEP 62011-970 - Sobral, CE Telefone: (88) 3112-7400 www.embrapa.br www.embrapa.br/fale-conosco/sac/ Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos https://www.embrapa.br/caprinos-e-ovinos/cim Coordenação geral Cicero Cartaxo de Lucena Vinícius Pereira Guimarães Equipe técnica Embrapa Caprinos e Ovinos Cicero Cartaxo de Lucena, engenheiro-agrônomo, doutor em Fitotecnia Espedito Cezário Martins, engenheiro-agrônomo, doutor em Economia Aplicada Juan Diego Ferelli de Souza, administrador, doutor em Engenharia de Produção Klinger Aragão Magalhães, zootecnista, mestre em Economia Rural Manoel Everardo Pereira Mendes, administrador Vinícius Pereira Guimarães, zootecnista, doutor em Zootecnia Zenildo Ferreira Holanda Filho, engenheiro-agrônomo, mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente Ficha técnica Supervisão editorial: Cicero Cartaxo de Lucena Normalização bibliográfica: Tânia Maria Chaves Campêlo Projeto gráfico: Maíra Vergne Dias Editoração eletrônica: Maíra Vergne Dias Revisão de texto: Tânia Maria Chaves Campêlo 1ª edição Publicação digitalizada (2018) Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Caprinos e Ovinos Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos [recurso eletrônico] - n. 5, (out. 2018) Dados eletrônicos. Sobral, CE : Embrapa Caprinos e Ovinos, 2018. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader. Modo de acesso: <https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br> 1.Ovinocultura. 2. Caprinocultura. I. Lucena, Cicero Cartaxo, Coord. II. Guimarães, Vinicius Pereira, Coord. III. Embrapa Caprinos e Ovinos. IV. Título Embrapa 2018

Sumário 1. Introdução. 5 2. Efetivo do rebanho caprino... 6 3. Efetivo do rebanho ovino.. 9 4. Considerações finais... 11 5. Referências.... 12

Pesquisa Pecuária Municipal 2017: efetivo dos rebanhos caprinos e ovinos Klinger Aragão Magalhães 1 Espedito Cezário Martins 2 Zenildo Ferreira Holanda Filho 3 Cicero Cartaxo de Lucena 4 1. Introdução Após a divulgação dos dados preliminares do Censo Agropecuário, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE divulgou os dados da Pesquisa Pecuária Municipal referente ao ano de 2017, cujo objetivo é fornecer dados estatísticos anualmente atualizados da pecuária com informações de efetivo dos rebanhos e alguns produtos primários de origem animal, como por exemplo, leite, ovos, mel de abelha e lã ovina. A caprinocultura e a ovinocultura são atividades difundidas em todo territorial nacional, mas com uma concentração, em especial do rebanho caprino, na região Nordeste do Brasil. A rusticidade dos caprinos e dos ovinos frente às adversidades climáticas do semiárido é secular, pelo processo de adaptação, seleção natural e também por influência do homem. No Brasil, cerca de 90% dos rebanhos caprinos e de 60% dos rebanhos ovinos estão localizados nesta região, que abriga 92,5% da área semiárida do país. O rebanho de ovinos, até o início da década de 80, se destacava na região Sul do país. Com a crise da lã, os produtores modificaram a aptidão dos rebanhos especializados de lã para corte, e os efetivos atualmente representam apenas 24% do rebanho ovino do país. A tradição da exploração de caprinos e ovinos, no Semiárido brasileiro, e ovinos na região Sul do país, propiciam um certo nível de estabilidade dos rebanhos. Apesar dos seguidos anos de seca na região Nordeste, os rebanhos caprinos e ovinos no Brasil, reduziram em relação a 2016, cerca de 1,82% e 2,32%, respectivamente, mantendo um efetivo de aproximadamente 9,5 milhões de caprinos e 17,9 milhões de cabeças de ovinos. 1 Zootecnista, M.Sc. em Economia Rural, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral, CE. 2 Engenheiro agrônomo, D.Sc. em Economia Aplicada, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral, CE. 3 Engenheiro agrônomo, M.Sc. em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral, CE. 4 Engenheiro agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral, CE. Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 5

2. Efetivo do rebanho caprino A Figura 1 demonstra um crescimento da concentração do rebanho caprino na região Nordeste, visto que em 2016 essa participação foi de 93,0% e em 2008 era de 91,1%. Nordeste 8.944.461 93,2% Sudeste 161.412 1,7% Norte 164.597 1,7% Sul 230.932 2,4% Centro-Oeste 90.677 0,9% Figura 1. Distribuição regional do efetivo do rebanho caprino no Brasil. Fonte: PPM/IBGE, 2017. Os dados para a caprinocultura referentes a 2017 apresentados na pesquisa mostram uma redução de aproximadamente 2,0% no efetivo de caprinos do Brasil (Figura 2). Tal desempenho ocorreu em função da redução do rebanho em quase todas as regiões, inclusive no Nordeste que concentrou 93,2% do rebanho em 2017. A exceção foi a região Norte, que cresceu aproximadamente 8,0%, minimizando a redução do efetivo no país. Considerando uma série histórica de dez anos, o rebanho caprino no Brasil apresentou um crescimento de 2,5% nesse período. No entanto, observou-se que a grande maioria das regiões brasileiras apresentaram diminuição do rebanho caprino no período entre 2008 e 2017, com exceção da Região Nordeste, que apresentou um crescimento positivo 5,0% e foi a responsável pelo crescimento do rebanho caprino brasileiro durante esse período. Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 6

Rebanho caprino (mil cabeças) 10.000 9.500 9.000 8.500 8.000 7.500 7.000 6.500 Brasil Nordeste A 6.000 3.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 B Rebanho caprino (mil cabeças) 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Maranhão Ceará Paraíba Alagoas Bahia Piauí Rio Grande do Norte Pernambuco Sergipe Figura 2. Evolução do efetivo do rebanho caprino no Brasil (A) e nos Estados da Região Nordeste do Brasil (B). Fonte: PPM/IBGE (2017). De acordo com o levantamento da PPM 2017, o Estado de Roraima destaca-se por ter apresentado o maior crescimento do rebanho caprino entre 2016 e 2017, com um crescimento de 156,4%, passando de 4,2 mil animais para 10,8 mil cabeças entre os dois anos. Por não ser um rebanho tão expressivo esses números podem refletir um ajuste no levantamento realizado ou um incremento pontual, considerando-se que no período dos últimos dez anos (2008 a 2017) a variação nesse estado foi de 18,6%. No Distrito Federal também se observa uma forte variação percentual no período que Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 7

contempla os últimos dez anos, provavelmente também em função do pequeno efetivo, com crescimento de 58,7%, que em termos absolutos variou de 1,9 mil para 3 mil cabeças de caprinos (Tabela 1). Em termos de rebanho estadual, em 2017, a Bahia destacou-se com 30,9% do rebanho nacional, enquanto Pernambuco ocupava na segunda posição com 22,5%, e na sequência o Piauí e o Ceará, com 12,8% e 11,2%, respectivamente. Na Tabela 1 apresentam-se os resultados do levantamento por Unidades da Federação. Tabela 1. Evolução do efetivo de rebanho caprino nos Estados do Brasil, 2017. Número de cabeças de caprinos Estado Taxa de Participação 2016 2017 variação (%) (%) Bahia 2.742.733 2.960.443 7,94 30,86 Pernambuco 2.492.308 2.157.149-13,45 22,48 Piauí 1.228.950 1.227.508-0,12 12,79 Ceará 1.134.141 1.075.850-5,14 11,21 Paraíba 566.153 613.919 8,44 6,40 Rio Grande do Norte 452.836 469.900 3,77 4,89 Maranhão 374.249 356.302-4,80 3,71 Paraná 139.209 121.906-12,43 1,27 Pará 80.965 83.234 2,80 0,86 Rio Grande do Sul 82.798 77.837-5,99 0,81 Minas Gerais 81.306 74.482-8,39 0,77 São Paulo 63.874 62.693-1,85 0,65 Alagoas 66.097 59.710-9,66 0,62 Santa Catarina 47.565 31.189-34,43 0,32 Mato Grosso 28.120 29.917 6,39 0,31 Mato Grosso do Sul 36.140 29.359-18,76 0,30 Goiás 25.136 28.385 12,93 0,29 Tocantins 25.278 27.986 10,71 0,29 Sergipe 30.829 23.680-23,19 0,24 Amazonas 14.113 15.210 7,77 0,15 Rio de Janeiro 14.267 13.476-5,54 0,14 Rondônia 12.933 13.382 3,47 0,13 Acre 12.937 11.679-9,72 0,12 Roraima 4.223 10.827 156,38 0,11 Espírito Santo 11.867 10.761-9,32 0,11 Distrito Federal 3.595 3.016-16,11 0,03 Amapá 2.162 2.279 5,41 0,02 Brasil 9.774.784 9.592.079-1,87 100,0 Fonte: PPM/IBGE, 2017. Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 8

3. Efetivo do rebanho ovino Em relação às regiões, todas apresentaram queda no efetivo de ovinos entre 2016 e 2017, sendo o Centro-Oeste a que obteve maior redução dos rebanhos ovinos. Porém, quando se considera o período de dez anos as regiões Norte e Nordeste são as únicas com crescimento no rebanho ovino, com 22,8% e 23,3% respectivamente, sendo, portanto, os responsáveis pelo crescimento do rebanho no país nesse período (Figura 3). A participação da região Nordeste no rebanho ovino nacional cresceu nos últimos dez anos, consolidando-se como a mais expressiva do país em termos numéricos, enquanto a região Sul reduziu sua participação, continuando na segunda posição. Centro-Oeste 893.909 5% Norte 656.251 4% Sudeste 622.959 3% Sul 4.258.309 24% Nordeste 11.544.939 64% Figura 3. Distribuição regional do efetivo do rebanho ovino no Brasil. Fonte: PPM/IBGE, 2017. Para o rebanho ovino observou-se um comportamento semelhante ao que ocorreu com caprinos no país, considerando os dados mais recentes e o ano anterior, com uma redução de 2,3%. Entretanto, quando se analisam os últimos dez anos, o crescimento foi mais robusto, tendo havido um crescimento de 8,1% (Figura 4). Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 9

Rebanho ovino (mil cabeças) 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Brasil Nordeste A 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Rebanho ovino (mil cabeças 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 B 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Figura 4. Evolução do efetivo do rebanho ovino no Brasil (A) e nos Estados da Região Nordeste do Brasil (B). Fonte: PPM/IBGE (2017). Os Estados que se destacaram pelo aumento de rebanho ovino entre 2016 e 2017 foram: Alagoas, com 15,6% e Roraima com 13,6%, (Tabela 2), enquanto negativamente se destacaram Sergipe, com redução de 34,3%, e Mato Grosso do Sul, com redução de 31,6%. No entanto, ao se considerar o período de dez anos, Tocantins mostra um crescimento de 62,7%, Pernambuco teve crescimento de 62,2% e o Amapá, 59,6%, enquanto no mesmo período os estados que apresentaram redução de rebanho foram: Goiás, com redução de 29,7%, Roraima, de 26,8%, e Mato Grosso do Sul com redução de 26,6%. Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 10

Tabela 2. Evolução do efetivo de rebanho ovino nos estados do Brasil, 2017. Número de cabeças de ovinos Estado Taxa de Participação 2016 2017 variação (%) (%) Bahia 3.497.190 3.763.732 7,62 20,94 Rio Grande do Sul 3.496.904 3.437.307-1,70 19,12 Ceará 2.479.122 2.249.769-9,25 12,52 Pernambuco 2.294.035 2.193.303-4,39 12,20 Piauí 1.207.807 1.212.003 0,35 6,74 Rio Grande do Norte 843.968 851.160 0,85 4,73 Paraíba 596.193 572.688-3,94 3,19 Paraná 523.103 561.712 7,38 3,12 Mato Grosso 503.821 399.163-20,77 2,22 São Paulo 377.245 356.549-5,49 1,98 Mato Grosso do Sul 374.166 344.413-7,95 1,92 Maranhão 313.265 276.795-11,64 1,54 Alagoas 280.063 264.268-5,64 1,47 Santa Catarina 278.198 259.290-6,80 1,44 Pará 245.550 252.514 2,84 1,40 Minas Gerais 228.557 177.045-22,54 0,98 Sergipe 209.942 161.221-23,21 0,90 Tocantins 140.421 139.829-0,42 0,78 Goiás 134.398 129.066-3,97 0,72 Rondônia 99.304 101.858 2,57 0,57 Acre 98.123 88.957-9,34 0,49 Rio de Janeiro 44.694 45.097 0,90 0,25 Espírito Santo 44.174 44.268 0,21 0,25 Amazonas 41.398 41.016-0,92 0,23 Roraima 25.561 29.029 13,57 0,16 Distrito Federal 23.938 21.267-11,16 0,12 Amapá 2.807 3.048 8,59 0,02 Brasil 18.403.947 17.976.367-2,32 100,0 Fonte: PPM/IBGE, 2017. 4. Considerações Finais Embora tenha-se verificado variação excessiva de alguns dados com quedas de rebanhos de até 34,43%, como no caso de caprinos em Santa Catarina e de até 23% de ovinos em Sergipe, de 2016 para 2017, observa-se uma certa estabilidade nos efetivos de rebanhos caprinos e ovinos em nível nacional, apesar dos períodos de secas prolongadas ocorridos na região Nordeste nos ultimos 5 anos. Em 2016 os rebanhos caprinos e ovinos do Nordeste representavam respectivamente 92,97% e 63,01% dos rebanhos brasileiros. Em 2017 estes números aumentaram para 93,24% e 64,22%, respectivamente. Portanto, apesar dos rebanhos caprinos e ovinos do Nordeste também apresentarem retração neste Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 11

intervalo em relação aos rebanhos nacionais, essa região concentrou ainda mais os efetivos, mantendo-se como a de maior densidade tanto de caprinos quanto de ovinos, o que evidencia a alta adaptação das duas espécies às condições edafoclimáticas da região e a grande importância desta atividade pecuária para a socioeconomia da região do semiárido brasileiro. 5. Referências IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal 2017. Tabela 3939: efetivo dos rebanhos,por tipo de rebanho, 2008 a 2017. [Rio de Janeiro, 2017e]. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3939>. Acesso em:01 out. 2018. Boletim do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 5, outubro, 2018. 12