RESOLUÇÃO N.º DE DE 2015. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais e regimentais,



Documentos relacionados
RESOLUÇÃO Nº, DE DE 2010.

INSTRUÇÃO NORMATIVA TCE-TO Nº 003, DE 23 DE SETEMBRO DE Consolidada pela IN nº 03/2012 de 02/05/2012.

PROVIMENTO Nº 20, DE 09 DE OUTUBRO DE O CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

Art. 2º Recebidos os ofícios requisitórios (precatórios) da Autarquia, estes serão remetidos, de imediato, à Procuradoria Jurídica.

PROVIMENTO CONJUNTO Nº 14, DE 02 DE DEZEMBRO DE 2014.

QUESTÕES E PROCESSOS PARTE II

ORDEM DE SERVIÇO PRFN 3ª REGIÃO Nº 004 de 16 de dezembro de 2009.

ATO CONJUNTO TRT GP-CRT N.º 8/2015

VERITAE TRABALHO - PREVIDÊNCIA SOCIAL - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX PREVIDÊNCIA SOCIAL E TRIBUTOS

PORTARIA CAU/SP Nº 063, DE 31 DE AGOSTO DE 2015.

CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE CUMPRIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES

RESOLUÇÃO Nº T2-RSP-2012/00079 DE 24 DE SETEMBRO DE 2012 PUBLICADA NO E-DJF2R DE 27/09/2012, ÀS FLS. 01/03.

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 637, DE 2011 I - RELATÓRIO

Conselho Nacional de Justiça Corregedoria PROVIMENTO Nº 12

INFORME SOBRE EXECUÇÕES DA ASIBAMA/DF

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS E 1.589, DE 2015)

AGRAVO DE INSTRUMENTO: Conceito: é o recurso adequado para a impugnação das decisões que denegarem seguimento a outro recurso.

Dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações

autoridade consular brasileira competente, quando homologação de sentença estrangeira: (...) IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e

INSTRUÇÃO NORMATIVA-TCU Nº 68, DE 25 DE OUTUBRO DE 2011

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

ATO TRT 17ª PRESI N.º 093/2010*

MINISTÉRIO DA FAZENDA. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional PORTARIA PGFN Nº 79, DE 03 FEVEREIRO DE 2014

PROVIMENTO Nº 01/2012

RESOLUÇÃO N. TC-0109/2015

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO

PROVIMENTO Nº 09/2012/CGJUS/TO. A CORREGEDORA-GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

LEI Nº , DE 12 DE JULHO DE 2001.

Decreto n.º 24/01 De 12 de Abril

PROVIMENTO CONJUNTO Nº 2/2015

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 91, inciso III, da Constituição Estadual e,

PREPARATÓRIO 2ª ETAPA Direito Civil Parte Geral e Contratos Professor: Marcu Antonio Gonçalves

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A RPV. (Requisição de Pequeno Valor)

1. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS NATUREZA DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS:... DIFERENCIAÇÃO ENTRE SEQUESTRO E ARRESTO: MEDIDAS ASSECURATÓRIAS EM ESPÉCIE

PROVIMENTO Nº 34. O CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA em substituição, no uso de suas atribuições legais e constitucionais;

LEI Nº DISPÕE SOBRE A LIMPEZA DE FAIXA DE DOMÍNIO E DE TERRENOS URBANOS BALDIOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador LUIZ HENRIQUE

RESOLUÇÃO Nº 149/2010. O Tribunal de Justiça do Estado do Acre, no uso das atribuições legais,

DEPARTAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL PORTARIA Nº 1.129, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1995

RESOLUÇÃO CFN Nº 510/2012

ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO MINAS GERAIS, contra o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS em possível descumprimento de norma federal.

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL - PGFN

Dispõe sobre a redução do valor global das gratificações de encargos especiais nos casos em que menciona e dá outras providências.

PROVIMENTO CONJUNTO N.º 007/2014 CGJ/CCI

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01/2015 R E S O L V E:

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO PROVIMENTO Nº 09, DE 18 NOVEMBRO DE 2010.

Copyright Proibida Reprodução.

Presidência da República

CORREGEDORIA-REGIONAL JUSTIÇA FEDERAL NA 2ª REGIÃO PROVIMENTO Nº 62, DE 11 DE SETEMBRO DE 2009

CARTILHA CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS TRABALHISTAS - CNDT

Condições de Venda em Hasta Pública Unificada

Informe. Legislativo MUNICIPAL

ATO CONJUNTO PGJ-CGMP N. 02/2014

RESOLUÇÃO N Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º. Revogar a Resolução nº 1.848, de

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº

PROVIMENTO CONJUNTO Nº 13, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2014.

Estado de Goiás PREFEITURA MUNICIPAL DE ANICUNS Adm / 2016 EDITAL CHAMAMENTO PÚBLICO QUALIFICAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

NOR - PRO BAIXA DE BENS MÓVEIS EM DECORRÊNCIA DE EXTRAVIO OU DANO ADMINISTRAÇÃO DIRETA

RESOLUÇÃO DO CONSELHO Nº 002/PRES/OAB/RO RESOLVE:

Lei n. o 7/2013. Regime jurídico da promessa de transmissão. de edifícios em construção. Breve introdução

ESTADO DE MATO GROSSO CÂMARA MUNICIPAL DE JANGADA

Conselho da Justiça Federal

RESOLUÇÃO Nº 4.292, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2013

PEDIDO DE VISTA NA INDICAÇÃO Nº 022/2012, RELATIVA AO PROJETO DE LEI Nº 2963/11, DE RELATORIA DO DR. IVAN NUNES FERREIRA.

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO MUNICÍPIO DE GUARAPARI / ES IPG

INSTRUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

RESOLUÇÃO Nº 66/2010. O PRESIDENTE DO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO, no uso de suas atribuições regimentais,

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO PRESIDÊNCIA ATO Nº 497/GDGSET.GP, DE 24 DE SETEMBRO DE 2014

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

RESOLUÇÃO Nº 20/2012, DE 14 DE AGOSTO DE 2012

Extinção dos contratos de. Camila Aguiar

LEI Nº 5.194, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1966

Código de Processo Civil, encontramos regras nesse sentido nos artigos 1003 e seguintes, 1022 e seguintes, artigo 1026.

Divisão de Atos Internacionais

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais;

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 007, DE 22 JUNHO DE 2007.

SUMÁRIO. Apresentação. I. Portarias da Diretoria de Administração e Gestão... 05

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA RECOMENDAÇÃO Nº 37, DE 15 DE AGOSTO DE 2011

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Programa CI-BRASIL RN-009/2010

PODER JUDICIÁRIO EDITAL Nº RJ-EDT-2009/00002

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

PODER J II DlCIARIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corregedoria Gerai da Justiça Processo n 2573/ pág. no 1

PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Estado de Sergipe 7ª Vara Federal FLUXOGRAMA 28 - AÇÃO MONITÓRIA

RESOLUÇÃO N. 58, DE 20 DE JULHO DE 2010.

INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 7, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2013

TUTELAS PROVISÓRIAS: TUTELA DE URGÊNCIA E TUTELA DA EVIDÊNCIA.

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA N /2011

ANEXO 5 TERMO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

INSTRUÇÃO NORMATIVA - TCU Nº 56, DE 5 DEZEMBRO DE 2007

Transcrição:

RESOLUÇÃO N.º DE DE 2015 Regula o procedimento a ser adotado nas medidas assecuratórias em matéria processual-penal e as providências a serem adotadas quando decretada a perda de bens móveis ou imóveis em favor dos entes públicos beneficiados pela lei. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO as dificuldades encontradas pelos entes públicos na efetiva adjudicação de bens cujo perdimento foi decretado em sentença penal condenatória irrecorrível; CONSIDERANDO que se diagnosticou que, em alguns casos, não se efetivam as decisões de perdimento, promovendo-se o arquivamento dos autos sem as providências alusivas à transferência de domínio; CONSIDERANDO os óbices impostos por alguns registradores, que se recusam a promover a transferência de domínio à vista da sentença, especialmente quando há divergência entre o nome do condenado e o nome da pessoa em que registrado o bem cujo perdimento é decretado; CONSIDERANDO os conflitos existentes entre os magistrados com competência penal e os corregedores do registro civil; RESOLVE: CAPÍTULO I DO PROCEDIMENTO Art. 1º Os pedidos de sequestro, arresto, hipoteca legal ou qualquer outra medida assecuratória processual-penal que versem sobre bens móveis ou imóveis de que tratam os artigos 125 e seguintes do Código de Processo Penal devem ser

autuados em apartado (129 e 138) e registrados em classe processual própria, seguindo a tabela de classes estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça. 1.º Quando incidental, o pedido deve ser apresentado diretamente ao Juízo a quem distribuído o inquérito, o procedimento investigatório do Ministério Público, o processo de conhecimento, ou qualquer outra medida que gere prevenção, mandará registrá-lo e distribuí-lo por prevenção e dependência. 2.º Tratando de pedido preparatório, será livremente distribuído a um dos juízos criminais competentes, vedada, em qualquer hipótese, a sua conversão em ação penal depois do oferecimento de denúncia. 3.º Nenhuma outra matéria poderá ser processada nos autos do pedido de medida assecuratória. 4.º Os embargos do acusado, de terceiro ou o pedido de restituição de coisa apreendida devem ser processados em apartado, nos termos da lei. Art. 2º O processo de sequestro, arresto, hipoteca legal ou medida assecuratória processual-penal será distribuído com sigilo de peças e de sistema até que as providências vindicadas sejam concretizadas. 1.º As partes serão intimadas da decisão, qualquer que seja ela. Na hipótese de deferimento, a intimação e o levantamento do segredo de justiça dar-se-ão apenas depois de concretizadas as medidas constritivas. 2.º Recaindo a constrição sobre bem imóvel, registrado em nome de pessoa diversa do réu, será essa intimada por mandado ou, não sendo possível, por edital. 3.º A União, o Estado ou o Distrito Federal, dependendo de quem a lei fixar como beneficiário do perdimento, será intimado para dizer sobre interesse na imissão provisória na posse do bem imóvel sequestrado ou arrestado, quando cabível, e sobre a possibilidade de assumir a sua conservação, administração e/ou uso provisório. Art. 3º O bem imóvel, objeto da medida assecuratória, será individualizado, cabendo à parte requerente, ainda que seja o Ministério Público, indicar a localização e o cartório ou órgão de registro no qual estiver registrado. Art. 4º Os cartórios extrajudiciais ficam obrigados a atender, no prazo de 10 (dez) dias, aos pedidos de pesquisa de registro de bens imóveis formulados pelo Ministério Público, independentemente do pagamento de qualquer taxa ou emolumento, ainda que formulados por Ministério Público que não componha o ente federado, observadas as isenções legais e o decreto-lei 1.537/77.

Parágrafo único. O desatendimento da requisição ministerial autorizará pedido de atuação supletiva judicial, sem prejuízo das sanções administrativas e criminais cabíveis. Art. 5º Concretizadas as medidas de constrição e comprovadas nos autos as anotações pertinentes nos órgãos de registro do bem móvel ou imóvel, o juízo promoverá a baixa do processo de medida assecuratória, que deverá permanecer apenso ao processo de conhecimento, mas sem ser contabilizado no acervo de processos ativos da unidade jurisdicional. Parágrafo único. Interposta apelação, deverá subir nos autos originais da medida assecuratória, ficando em cartório traslado dos seus termos essenciais, de modo a possibilitar a fiscalização da prestação de contas e administração dos bens, nos termos do art. 603 do Código de Processo Penal. CAPÍTULO II DO REGISTRO DA MEDIDA ASSECURATÓRIA, DA GUARDA E DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS Art. 6º Deferido o pedido de medida assecuratória, o juiz ou relator do processo expedirá mandado de registro, que será anotado pelo órgão competente na matrícula ou registro do bem. 1.º Tratando-se de bem móvel cuja medida implique alteração de posse ou guarda, tão logo quanto possível, o juízo designará depositário ou administrador para o efeito de resguardo e manutenção dos bens. 2.º O encargo será compulsório, nos termos da lei, e perdurará até que ocorra a alienação antecipada, quando cabível, ou até o trânsito em julgado da sentença, ressalvada a comprovação de justo motivo que impeça a aceitação do encargo ou a sua continuidade. 3.º Aplicam-se aos depositários e administradores as regras do depósito necessário e da gestão de negócios de que trata a lei civil e a sua remuneração, quando cabível, será de logo fixada pelo juiz na decisão que deferir a medida. 4.º Havendo absolvição ou levantamento da constrição, a remuneração do depositário ou administrador incluir-se-á nas custas processuais e serão arcadas pelo Estado. 5.º O depositário ou administrador deverá prestar contas periodicamente da administração ou guarda, conforme definido pelo juiz ou relator do processo.

6.º Nas hipóteses em que a lei não permitir alienação antecipada ou disponibilização dos bens constritos a uso por órgãos públicos, não havendo consentimento por parte do interessado, ainda que investigado ou réu, quanto ao seu uso pela Administração, as despesas ordinárias de conservação devem por ele ser arcadas. 7.º Tratando-se de estabelecimento industrial, comercial, de exploração agrícola ou pecuária, ou de imóvel que gere frutos, a remuneração fixada ao administrador poderá ser deduzida do lucro propiciado pelo negócio. 8.º Ocorrendo autorização legal ou consentimento de uso provisório de bem móvel ou imóvel, as despesas de conservação correrão à conta do beneficiário do uso. 9.º O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades beneficiadas com a permissão de uso. Art. 7º Nas hipóteses em que, ouvido o representante da União, do Estado, ou do Distrito Federal, houver interesse na imissão provisória na posse do imóvel sequestrado ou arrestado, caberá ao juiz criminal competente expedir o mandado de imissão. CAPÍTULO III DA ADJUDICAÇÃO DIRETA, DO REGISTRO DEFINITIVO E DA VENDA EM LEILÃO Art. 8º Ao proferir a sentença de mérito ou o acórdão, o juiz de primeiro grau ou o Tribunal obrigatoriamente deliberará sobre a destinação individualizada de todos os bens móveis e imóveis apreendidos, decretando o seu perdimento, se for o caso, em favor de quem a lei estipular como beneficiário, ou o levantamento das constrições impostas. 1.º A sentença ou acórdão que decretar o perdimento deverá obrigatoriamente mencionar o nome da pessoa em que registrado o bem cujo perdimento é decretado, quando divergente do das pessoas condenadas, e conter, nos provimentos finais, ordem expressa para que, com o trânsito em julgado, seja expedido mandado de registro ao cartório competente. 2.º Cabe ao órgão jurisdicional que decretou a medida constritiva determinar o cancelamento do registro, nas hipóteses de levantamento da constrição, absolvição ou extinção da punibilidade, quando não reconhecido o efeito suspensivo da apelação. 3.º Nos casos de arresto ou hipoteca legal, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, eventual levantamento dessas medidas deverá ser promovido

pelo Juízo cível, a quem os autos da medida assecuratória devem ser remetidos, quando couber, nos termos do art. 143 do Código de Processo Penal. 4.º Quando a lei previr favorecido certo pela perda de bens, direitos e valores, deverá o Juiz ou Tribunal indicá-lo na sentença ou acórdão. A afetação a órgão ou entidade da Administração Pública, todavia, caberá ao ente público favorecido. Art. 9º. Transitada em julgado a sentença ou o acórdão que decretar a perda dos bens constritos: I- Recebidos os autos da instância superior, o juízo instará o ente público a quem a lei beneficiar com o perdimento para que se manifeste, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre o interesse na adjudicação direta do bem. II- Manifestado interesse na adjudicação direta do bem, o juiz ou relator originário ordenará a expedição do mandado de registro definitivo em favor da União, do Estado ou do Distrito Federal, transmitindo-se a propriedade na forma de aquisição originária, independente de pagamento de qualquer taxa ou emolumento cartorário. 1.º Havendo descumprimento do conteúdo do mandado pelos oficiais de registro imobiliário, caberá ao juiz com competência criminal ou ao Tribunal competente adotar as medidas necessárias ao cumprimento de suas deliberações, sem prejuízo das sanções penais e administrativas a que se sujeitar o oficial recalcitrante. 2.º Não havendo manifestação de interesse na adjudicação direta dos bens, deverão ser avaliados e vendidos em leilão público, promovido pelo Juízo de competência originária, seja de que grau for, nos termos do artigo 133 do Código de Processo Penal, sendo o saldo depositado na conta única do ente público favorecido pela lei. 3.º Antes do depósito, o saldo do leilão será empregado para ressarcimento de dano ao ofendido, pagamento da remuneração do depositário ou administrador, pagamento das despesas de manutenção e conservação dos bens e pagamento das custas processuais. CAPÍTULO IV DA BAIXA E ARQUIVAMENTO DOS AUTOS Art. 10º Promovida a adjudicação compulsória, a comprovação do registro no cartório competente deverá obrigatoriamente ser juntada aos autos do processo de conhecimento.

Parágrafo único. Cópia da sentença condenatória em que o perdimento houver sido decretado e do comprovante de transferência do domínio devem ser juntados aos autos da medida assecuratória. Art. 11º É vedada a baixa e o arquivamento de processos sem a comprovação do registro da adjudicação direta ou sem a realização do leilão público e depósito do saldo na conta única do ente. CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 12º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação e os Tribunais terão o prazo de 60 (sessenta) dias para ajuste de seus regimentos internos ou remessa de proposta legislativa à respectiva Assembleia Legislativa Estadual ou Distrital, quando necessário.