Análise Setorial de Emprego Maio de 2015
Ficha Técnica Governador do Estado de Minas Gerais Fernando Pimentel Secretário de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social André Quintão Secretária Adjunta de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social Rosilene Rocha Elaboração Assessor de Gabinete Paulo Roberto Bretas Assessor de Planejamento Gustavo Garcia Vieira de Almeida Equipe técnica Amanda Siqueira Carvalho Betley de Jesus Ferreira Bruno Ferreira Andrade Camila Martins Duarte César Augusto Calinçani Pereira Éder Rodrigo Rodrigues Ferreira Frederico de Sant Anna Caetano Ribeiro Leonardo Aguilar Ferreira Alonso Leonardo Diniz Reis Silva Leonardo Aguilar Ferreira Alonso Matheus Fernandes Nascimento Maria de Lourdes Santana Oliveira Sônia Regina Carvalho
Sumário Executivo Esse documento tem como objetivo subsidiar a compreensão sobre o mercado de trabalho atual, fornecendo dados atualizados para gestores das políticas públicas de trabalho e emprego. O propósito final é contribuir para a elaboração e para o planejamento de estratégias e ações voltadas ao mercado de trabalho, bem como monitorar o ambiente no qual essas estratégias se inserem. Essa análise foi produzida a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) até o mês de maio de 2015. Os resultados da análise serão apresentados a seguir. 1. O setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca é evidência em todo o país e também no estado de Minas Gerais, mostrando-se um ponto forte na geração de postos de trabalho, como observado nas tabelas 1 e 5; 2. Somado à redução de postos de trabalho no mercado em geral, exceção feita aos setores de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, observase, no Brasil e em Minas Gerais, a redução do salário médio dos admitidos em relação aos demitidos, conforme tabelas 11 e 12, o que pode estar relacionado à substituição de trabalhadores com maiores salários, por trabalhadores com salários inferiores, em especial com rendimento até 1 salário mínimo; 3. O setor industrial mineiro apresenta números mais sensíveis atualmente, haja vista ser o que mais tem reduzido postos de trabalho, acompanhado da substancial diminuição na renda média do trabalhador. A queda no número de empregos acompanha a tendência observada no país como um todo. 4. Apenas o segmento de trabalhadores mais jovens, de até 24 anos, não sofreu com a perda acumulada de postos de trabalho até maio/2015, e aqueles com escolaridade entre o 5º ano e Fundamental completo sofreram mais com os desligamentos, independente da faixa etária.
1. Criação de vagas no Brasil Em maio de 2015, o Brasil perdeu 115.559 vagas de emprego formal, pior resultado obtido em mais de uma década para o mês de maio, menor inclusive que o resultado em 2009, ano de crise financeira mundial, e o primeiro negativo para o mês nesse intervalo. Saldo de vagas = Qtd de admitidos Qtd de demitidos Gráfico 1 - Saldo de emprego no Brasil para os meses de MAIO 2003/2015 350.000 140.313 291.822 212.450 212.217 198.837 202.984 131.557 298.041 252.067 139.679 72.028 58.836 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0-50.000-115.559-100.000-150.000 Tal resultado foi devido principalmente às demissões nos setores de Industria, Serviços e Construção Civil. Por sua vez, o setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca apresentou números positivos na geração de vagas, acumulando 28.362 novos postos de trabalho no mês. Tabela 1 - Admissões e demissões no Brasil por setor MAIO/2015 Setor Admitidos Desligados Saldo Indústria 241.976-304.139-62.163 Construção Civil 166.405-196.200-29.795 Comércio 357.137-376.488-19.351 Serviços 589.489-622.141-32.652 Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca 109.638-81.276 28.362 TOTAL 1.464.645-1.580.244-115.599
No recorte geográfico, quatro estados elevaram o nível de emprego formal, dentre os quais: Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre e Piauí. Minas Gerais ocupa o 24º lugar, com saldo negativo em 10.024, duas posições atrás do que no mês anterior. Devido ao cenário econômico mais agudo observado nas regiões Sul e Sudeste, a comparação com maio, mostra São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais como as quatro unidades da federação com saldo de vagas mais negativo no mês de maio. Tabela 2 - Saldo de vagas no Brasil nos estados MAIO/2015 Estado Saldo 1º Mato Grosso do Sul 534 2º Goiás 333 3º Acre 193 4º Piauí 63 5º Roraima -217 24º Minas Gerais -10.024 25º Rio de Janeiro -11.105 26º Rio Grande do Sul -15.815 27º São Paulo -23.037 TOTAL -115.599 Se considerarmos o saldo de vagas mensal dos últimos doze meses, constata-se que, cinco estados apresentaram um saldo de geração de emprego positivo, dentre os quais três são da Região Nordeste. Tabela 3 - Saldo de vagas no Brasil nos estados JUNHO/2014 a MAIO/2015 Estado Saldo 1º Ceará 18.593 2º Santa Catarina 8.211 3º Alagoas 4.322 4º Piauí 1.917 5º Paraíba 772 6º Sergipe -6 23º Bahia -38.639 24º Pernambuco -54.280 25º Rio de Janeiro -56.404 26º Minas Gerais -111.023 27º São Paulo -202.190 TOTAL -593.375 Dentre os Territórios de Desenvolvimento, observa-se que o saldo de vagas foi positivo em 8 do total de 17 territórios. A geração negativa de empregos no Território
Metropolitana (-15.211) contribuiu decisivamente para o montante negativo registrado pelo estado em maio. Tabela 4 - Saldo de vagas em Minas Gerais nos Territórios de Desenvolvimento MAIO/2015 Estado Saldo 1º Sul 4.172 2º Sudoeste 1.547 3º Triângulo Sul -460 4º Oeste 1.264 5º Mata -1.400 6º Médio e Baixo Jequitinhonha 94 7º Vertentes -160 8º Caparaó 1.714 9º Central 400 10º Alto Jequitinhonha 254 11º Mucuri -79 12º Triângulo Norte 388 13º Vale do Rio Doce -56 14º Norte -375 15º Noroeste -1.099 16º Vale do Aço -1.017 17º Metropolitana -15.211 TOTAL -10.024 2. Criação de vagas em Minas Gerais Minas Gerais obteve saldo negativo de vagas no mês de maio/2015, com a perda de 10.024 postos de trabalho, pior marca no período 2003 a 2015. O menor número desse intervalo havia sido a criação de 37.518 empregos em 2009. Gráfico 2 - Saldo de emprego em Minas Gerais para os meses de MAIO 2004/2015 70.000 60.000 54.903 60.873 56.977 50.000 40.000 30.000 35.735 48.116 52.989 42.550 37.96837.518 32.684 25.916 22.925 20.000 10.000 0-10.000-10.024 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015-20.000
Apesar do saldo negativo no acumulado para o mês, o setor de agropecuária, extrativismo vegetal, caça e pesca se destacou dentre os demais, gerando saldo positivo de 10.540 postos. Todos os demais setores promoveram mais demissões que admissões. Gráfico 3 - Saldo de emprego em Minas Gerais para os meses de MAIO - 2014/2015 25.000 22.092 20.000 15.000 10.000 10.540 mai/14 5.000 1.522 1.325 mai/15 0-5.000-10.000 Indústria -1.270-7.702 Construção Civil -6.216 Comércio -1.151-744 Serviços Agropecuária, ext. vegetal, caça e pesca -5.495 Na comparação com o mês anterior, destaca-se a piora do setor de Comércio e Serviços, que apresentaram resultado de geração de vagas negativo, e um crescimento de 6.271 novas vagas no setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca. 15.000 10.000 10.540 5.000 0-5.000-10.000-7.183-7.702-5.497-6.216 169 1.278-5.495 4.269 Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária, -1.151 Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca abr/15 mai/15
Não obstante a criação de vagas em fevereiro, Minas Gerais apresenta resultado negativo de 31.843 postos de trabalho em 2015, resultado derivado principalmente das demissões ocorridas no setor de Comércio. Tabela 5 Saldo das Admissões e demissões em Minas Gerais por setor JAN- MAI/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abr/15 Mai/15 Acumulado Indústria -636 3.313 3.414-7.183-7.702-8.794 Construção Civil 2.021-264 -3.888-5.497-6.216-13.844 Comércio -11.349-4.567-3.869 169-1.151-20.767 Serviços -2.755 5.438 3.887 1.278-5.495 2.353 Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca -1.914-753 3.815 4.269 10.540 15.957 TOTAL -14.553 3.167-3.469-6.964-10.024-31.843 A desaceleração do mercado de trabalho em Minas Gerais tem afetado distintamente os gêneros, com uma preponderância de desligamentos mais acentuada entre homens do que entre mulheres, ainda que no início do ano o cenário fosse distinto. Tabela 6 - Saldo médio em Minas Gerais por gênero JAN-MAI/2015 Mês Masculino Feminino Total Janeiro/2015-5.326-9.207-14.533 Fevereiro/2015 279 2.888 3.167 Março/2015-4.781 1.312-3.469 Abril/2015-6.168-796 -6.964 Maio/2015-8.385-1.639-10.024 TOTAL -24.381-7.442-31.823 Os trabalhadores mais afetados pela desaceleração da economia brasileira e mineira continuam sendo aqueles com 5º ano ao Fundamental completo, faixas nas quais houve saldo negativo de vagas em todos os meses de 2015. Em maio de 2015 os trabalhadores com ensino fundamental completo e médio completo foram os que mais sofreram cm a perda de postos de trabalho. Tabela 7 - Saldo médio em Minas Gerais por escolaridade JAN-MAI/2015 Nível de Instrução jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 Acumulado Analfabeto -100-830 289 320 421 100 Até 5º ano Completo 93 183 144-550 -224-354 5º ano Completo Fundamental -1.029-1.399-542 -881 636-3.215
6º a 9º ano Fundamental -2.349-1.865-2.584-1.658-1.503-9.959 Fundamental Completo -1.969-1.707-2.428-2.950-3.022-12.076 Médio Incompleto -3.873 3.916-3.243 1.773-1.684-3.111 Médio Completo -4.504 568 2.761-2.938-3.369-7.482 Superior Incompleto -352 61 393-6 -85 11 Superior Completo -440 4.240 1.741-74 -1.194 4.273 TOTAL -14.553 3.167-3.469-6.964-10.024-31.843 Apenas as faixas etárias com trabalhadores até 24 anos não foram impactadas com a redução de novas vagas de emprego, as demais apresentaram saldo negativo nos cinco primeiros meses do ano. Tabela 8 - Saldo médio em Minas Gerais por faixa etária JAN-MAI/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 Maio/15 Acumulado Até 17 1.404 8.136 146 6.425 1.797 17.908 18 a 24-2.913 3.247 5.050 2.298 1.688 9.370 25 a 29-3.393-1.620-424 -3.383-2.480-11.300 30 a 39-4.617-2.040-2.725-5.291-5.002-19.675 40 a 49-2.269-1.726-1.724-3.418-2.612-11.749 50 a 64-2.403-2.436-3.358-3.145-3.052-14.394 65 ou mais -342-393 -434-450 -363-1.982 TOTAL -14.533 3.167-3.469-6.964-10.024-31.823 A dispensa sem justa causa lidera a relação de motivos para os desligamentos em 2015, representando mais da metade deles (57,74%). Tabela 9 - Motivos dos desligamentos JAN-MAI/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abr/15 Mai/15 % A pedido 42.115 39.034 39.914 34.882 31.735 19,6 Aposentadoria 101 80 90 83 102 0,04 Dispensa com justa causa 3.076 2.469 2.725 2.733 2.442 1,4 Dispensa sem justa causa 107.088 114.063 114.225 107.725 109.096 57,74 Morte 543 408 468 443 501 0,24 Término de contrato 25.113 19.825 23.895 21.902 22.755 11,86 Término de contrato por prazo determinado 3.402 2.925 3.321 3.391 4.496 1,83 Transferência desligamentos 17.329 12.496 12.190 15.401 11.718 7,22 TOTAL 198.767 191.300 196.828 186.560 182.845 100 A análise do saldo de vagas por faixa salarial denota um crescimento da faixa com remuneração baixa, de meio até um salário mínimo, que tem aumentado desde
março de 2015, em detrimento de todas as demais faixas, que apresentam redução no número de vagas continuamente desde janeiro. Tabela 10 - Saldo médio em Minas Gerais por faixa salarial JAN-MAI/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 Maio/15 Acumulado Até 0,5-716 7.152 164 3.715 435 10.750 De 0,51 a 1.0-2.926 1.252 787 4.158 6.213 9.484 De 1.01 a 1.5-4.706 768 5.476-768 -1.698-928 De 1.51 a 2.0-975 -1.756-2.179-4.029-6.102-15.041 De 2.01 a 3.0-2.319-2.311-4.075-5.476-4.662-18.843 De 3.01 a 4.0-891 -984-1.537-1.693-1.721-6.826 De 4.01 a 5.0-485 -317-791 -937-1.117-3.647 De 5.01 a 7.0-377 -455-725 -880-978 -3.415 De 7.01 a 10.0-340 -341-513 -602-651 -2.447 De 10.01 a 15.0-244 -281-225 -343-469 -1.562 De 15.01 a 20.0-94 -100-104 -140-120 -558 Mais de 20-80 -162-130 -159-143 -674 Não Classificado -380 702 383 190 989 1.884 TOTAL -14.533 3.167-3.469-6.494-10.024-31.353 3. Análise salarial Em relação à análise salarial no Brasil, destaca-se que a média de salários dos admitidos foi 10,49% menor que a média salarial dos demitidos, o que demonstra uma redução do nível médio de renda dos trabalhadores no mercado de trabalho formal. Tabela 11 - Salário médio no Brasil por setor MAI/2015 Setor Admitidos Desligados Variação Indústria R$ 1.316,40 R$ 1.531,15-14,02% Construção Civil R$ 1.399,41 R$ 1.504,61-6,99% Comércio R$ 1.115,04 R$ 1.217,77-8,43% Serviços R$ 1.303,16 R$ 1.439,07-9,44% Agropecuária, Extrativismo vegetal, Caça e Pesca R$ 984,14 R$ 1.061,86-7,13% TOTAL R$ 1.246,63 R$ 1.392,80-10,49% Os setores de Indústria, Serviços e Comércio foram os que mais reduziram o nível salarial no país. Em Minas Gerais o cenário foi semelhante, já que o salário médio dos admitidos mostrou-se 16,16% menor que o salário médio dos demitidos. O setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, apesar de ter criado vagas em maio/2015, também apresentou redução salarial média. A Indústria, no entanto,
além de perder vagas em maio, também teve uma redução aguda na remuneração de seus trabalhadores admitidos. Tabela 12 - Salário médio em Minas Gerais por setor MAI/ 2015 Setor Admitidos Desligados Total Indústria R$ 1.177,74 R$ 1.448,30-22,97% Construção Civil R$ 1.278,24 R$ 1.390,92-8,82% Comércio R$ 986,19 R$ 1.064,97-7,99% Serviços R$ 1.169,61 R$ 1.334,44-14,09% Agropecuária, Extrativismo vegetal, Caça e Pesca R$ 885,41 R$ 999,65-12,90% TOTAL R$ 1.099,71 R$ 1.277,40-16,16%