Simulação numérica do Processo Ecap (Prensagem em Canais Equiangulares) utilizando o aço VMB 300



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Transcrição:

29 Simulação numérica do Processo Ecap (Prensagem em Canais Equiangulares) utilizando o aço VM 300 Numerical simulation of the Ecap Process (Equal Channel ngular Pressing ) using the VM 300 Steel Márcia Regina aldissera 1 Paulo Rangel Rios 2 Jaime Pereira Gouvêa 2 Jefferson Fabrício Cardoso Lins 2 rtigo Original Original Paper Palavras-chaves: ECP Elementos finitos Deformação plástica severa. Resumo O processo ECP é uma técnica de deformação plástica severa, onde um tarugo é forçado a escoar numa matriz com dois canais de seções transversais idênticas formando um determinado ângulo entre si. Uma das vantagens deste processo é que o material deformado não sofre alteração dimensional, além de poder ser processado em temperatura ambiente. deformação do tarugo ocorre numa estreita zona localizada na intersecção entre os dois canais da matriz, sob condições de cisalhamento. Foram analisadas as distribuições das tensões e deformações causadas no material durante o processo, por meio de simulação numérica utilizando o programa NSYS (versão 8.1) adotando condições isotérmicas e estado plano de deformação. Os resultados mostraram que as deformações ocorreram por cisalhamento num ângulo de 45º próximo à intersecção dos canais. parte inicial do tarugo não apresentou deformação, o que explica a necessidade de descartar esta região do material no término do processo. bstract Key words: Equal channel angular pressing (ECP) is one techniques of severe plastic deformation (SPD), where a billet forced to flow through a die containing two intersecting channels of identical cross-section. One of the advantages of this process is that the deformed materials maintain the original dimensions, in addition can be processed at room temperature. The deformation of the billet occurs in a small zone located at the intersection between the two channels of the die, under shear strain conditions. The stress and deformations distributions caused in the material during the process had been analyzed by means of numerical simulation, using the NSYS program (version 8.1), adopting isothermal conditions and plane strain conditions. The results had shown that the deformations had occurred for shear in an angle of 45º next to the intersection of the channels. The initial part of the billet did not present deformations, what it explains the necessity to discard this region of the material in the ending of the process. 1. Introdução O processo de deformação plástica severa (DPS) provoca mudanças nas propriedades e na microestrutura dos materiais. Estas técni- ECP Finite element simulation Severe plastic deformation cas são utilizadas para refinar grãos de metais até atingir granulometria ultrafina e/ou nanométrica. Este refino microestrutural inclui melhora nas propriedades mecânicas, óticas, elétricas e magnéticas 1,2. vantagem deste 1 Doutoranda - Universidade Federal Fluminense - Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda 2 Docente - Universidade Federal Fluminense - Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda

INTRODUÇÃO O processo de deformação plástica severa (DPS) provoca mudanças nas da malha nesta região dificultando o avanço simulação por FEM foi realizada no do processo de prensagem. distorção da malha pode ser relacionada com a deformação microestrutural através de elementos finitos. estado plano de deformação bidimensional em temperatura ambiente, usando o programa dos grãos do material, comprovando a possibilidade de modelar o processo de refino mi- NSYS (versão 8.1). matriz foi considerada como um corpo rígido com os seguintes parâcroestrutural através de elementos finitos. propriedades e na microestrutura processo é produção dos materiais. de material Estas em técnicas bulk são utilizadas metros geométricos: para Φ = 90º e Ψ = 0º e o tarugo refinar 30 grãos de metais facilitando até atingir o estudo granulometria do comportamento ultrafina mecânico em relação à nova microestrutura ultrafito e 5,0 mm de largura. curva tensão versus e/ou nanométrica. de seção retangular Este de 15,0 mm de comprimen- refino microestrutural inclui melhora nas propriedades mecânicas, óticas, elétricas e na. Em processos de DPS convencionais como deformação verdadeira do aço VM 300 (8) foi magnéticas 1,2. vantagem estiramento deste e/ou laminação processo as é produção dimensões de são material usada em para bulk descrever as características do material. O coeficiente de atrito utilizado no contato reduzidas com o aumento da deformação, gerando materiais na forma de fios ou filamen- entre o tarugo e a matriz foi de 0,1. facilitando o estudo do comportamento mecânico em relação à nova microestrutura ultrafina. Em processos tos, limitando de DPS convencionais suas aplicações como industriais estiramento 3. e/ou laminação as O processo ECP, inventado por Segal 4, dimensões são reduzidas com o aumento da deformação, gerando materiais na é um método simples de prensagem que provoca deformação limitando suas plástica aplicações por cisalhamento industriais 3. 3. Resultados e Discussão forma de fios ou filamentos, O processo ECP, em um inventado tarugo que por se Segal move 4, é através um método de uma simples de prensagem Durante o processo de DPS foram identificados os pontos críticos de tensão e defor- matriz contendo dois canais de igual seção que provoca deformação plástica transversal 1,5 por cisalhamento em um tarugo que se move, acumulando elevados níveis de mação causados no aço VM 300. maior através de uma matriz deformação contendo plástica dois (ε > canais 7). figura de igual 1 ilustra este processo. Os canais são conectados e ângulo de 45º formado entre os canais da ma- seção transversal concentração 1,5, de tensão se dá ao longo de um acumulando elevados níveis de deformação plástica ( > 7). figura 1 ilustra este usualmente perfazem um ângulo de 90º entre são si, conectados sendo que e este usualmente ângulo pode perfazem variar um de ângulo delo 90º a tensão entre máxima equivalente (von Mises) triz, como é mostrado na figura 2. Neste mo- processo. Os canais acordo com a dificuldade de deformação dos encontrada foi de 840 MPa, o que de acordo si, sendo que este ângulo pode variar de acordo com a dificuldade de deformação materiais 3,6. Em condições ideais o tarugo é com as propriedades mecânicas do material dos materiais 3,6. Em deformado condições numa ideais estreita o tarugo área é deformado deformação numa estreita encontra-se área de na região plástica. O comportamento das tensões cisalhantes (Y) mostra localizada na intersecção dos canais. deformação localizada na intersecção dos canais. que o tarugo sofre deformação por cisalhamento ao passar pela intersecção dos canais Punção da matriz, enquanto na análise das tensões na direção mostra maior concentração na base Tarugo deformado W canal. inferior do tarugo, indicando o arraste de material em direção ao segundo Canais ngulares canal. Direção de comprimento matriz, enquanto na análise das tensões na direção mostra maior concentração na base inferior do tarugo, indicando o arraste de material em direção ao segundo Direção de largura Figura 1: Desenho esquemático de um processo ECP Figura 1: Desenho esquemático de um processo 7. ECP 7. O método de elementos finitos (FEM) é amplamente utilizado para analisar o comportamento da deformação em um material processo por ECP. Este método utiliza alguns dados de entrada como: condições de contorno não linear, propriedades do material e condições de carregamento para analisar parâmetros como, o coeficiente de atrito e a variação dos ângulos dos canais da matriz e encontrar condições ótimas de processo para um dado material (1). 2. Materiais e Métodos Y Figura 2: Distribuição das tensões de von Mises no tarugo. Figura 2: Distribuição das tensões de von Mises no tarugo. figura 3 mostra que há uma distribuição de deformação plástica cisalhante figura 3 mostra que há uma distribuição de deformação plástica cisalhante no tarugo perfazendo um ângulo de 45º entre os no tarugo perfazendo um ângulo de 45º entre os canais. Foi observada também uma concentração significativa de deformação na base inferior do tarugo, causando uma grande distorção da malha nesta região dificultando o avanço do processo de canais. Foi observada também uma concentração significativa de deformação na base inferior do tarugo, causando uma grande distorção prensagem. distorção da malha pode ser relacionada com a deformação dos grãos do material, comprovando a possibilidade de modelar o processo de refino

Y no processo. distribuição das deformações plásticas logo após a intersecção dos canais é mostrada na figura 6, onde as deformações nas direções, Y, cisalhante (Y) e equivalente aumentam continuamente, porém com intensidades diferentes, até atingirem o máximo localizado na base inferior do tarugo. 31 Y Y Y von Mises von Mises Figura 3: Distribuição Figura 3: das Distribuição deformações das deformações plásticas por plásticas cisalhamento por no tarugo. cisalhamento no tarugo. figura 4 mostra as deformações na direção, onde na região circulada é figura 4 mostra as deformações na direção, onde na região circulada é zero. Nesta zero. Nesta figura observou um ponto máximo no canto inferior do tarugo indicando figura observou um ponto máximo no canto a possibilidade de ocorrer um descolamento entre o tarugo e a matriz. Foi observado inferior do tarugo indicando a possibilidade que a superfície frontal do tarugo não sofreu deformação plástica, não mostrando de ocorrer um descolamento entre o tarugo e a distorção na malha, matriz. pois Foi no observado início processo que a superfície esta região não frontal foi submetida às Figura Figura 5: Distribuição 5: Distribuição das tensões das tensões do tarugo do tarugo na região na região de intersecção de da ações das tensões do tarugo cisalhantes, não sofreu não sofrendo deformação deformação. plástica, Esta não região deve ser intersecção da matriz. matriz. descartada ao mostrando analisar as deformações. distorção na malha, pois no início do processo esta região não foi submetida às ações das tensões cisalhantes, não sofrendo deformação. Esta região deve ser descartada ao analisar as deformações. Deformação Y Deformação equivalente Deformação Deformação Y Deformação Figura 4: Distribuição da deformação plástica na direção Figura 4: Distribuição da deformação plástica na direção durante o processo durante o processo ECP. ECP. través da simulação numérica foi realizada a análise da evolução das tensões e deformações plásticas na região mais solicitada do tarugo durante o processo. O gráfico da figura 5 mostra as tensões na região de intersecção dos canais da matriz. s tensões equivalente (von Mises) e nas direções Y e aumentam em direção à base inferior do tarugo onde atingem seu ápice. s tensões na direções e cisalhante (Y) não apresentam grandes oscilações no percurso da análise, isto porque a região observada abrange todos os valores máximos das respectivas tensões alcançadas no processo. distribuição das deformações plásticas logo após a intersecção dos canais é mostrada na figura 6, onde as deformações nas Y través da simulação numérica foi realizada a análise da evolução das tensões e deformações plásticas na região mais solicitada do tarugo durante o processo. O gráfico da figura 5 mostra as tensões na região de intersecção dos canais da matriz. s tensões equivalente (von Mises) e nas direções Y e aumentam em direção à base inferior do tarugo onde atingem seu ápice. s tensões na direções e cisalhante (Y) não apresentam grandes oscilações no percurso da análise, isto porque a região observada abrange todos os valores máximos das respectivas tensões alcançadas direções, Y, cisalhante (Y) e equivalente aumentam continuamente, porém com intensidades diferentes, até atingirem o máximo Figura 6: Distribuição das deformações plásticas do tarugo na Figura 6: Distribuição região das de intersecção deformações da matriz. plásticas do tarugo na região de intersecção da matriz. Considerando que o material é isotrópico e o processo apresenta continuidade, o que acontece em um ponto do tarugo após passar pela zona cisalhante é o mesmo que irá acontecer num ponto subseqüente, assim foi possível realizar uma distribuição das tensões e deformações ao longo do movimento do tarugo pelos canais da matriz. Os gráficos de tensão cisalhante (máxima e mínima) e tensão equivalente (von Mises) é apresentado na figura 7 (a) e (b). faixa de tensão cisalhante aumenta até atingir um pico quando o tarugo é movimentado cerca de 2,2 mm em direção ao segundo canal da matriz, em seguida encontra-se um estado quase estacionário que não ultrapassam 480 MPa. Isto indica que o material já sofreu a localizado na base inferior do tarugo.

32 ação máxima da tensão cisalhante imposta pelo processo ECP. Este comportamento pode ser visualizado no gráfico da tensão de von Mises onde ocorre um rápido aumento até movimentar o tarugo cerca de 2,0 mm e em seguida atinge um estado estacionário com tensão máxima de 841 MPa. estabilidade das tensões mostra que a partir deste ponto máximo o material já passou pelo máximo de deformação plástica imposto pelo processo. Deformação plástica ( ) 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 máximo mínimo 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 Movimento do tarugo (mm) 600 500 (a) Figura 8: Comportamento da deformação equivalente Figura 8: Comportamento (máx. e mín.) da em deformação função do equivalente movimento (máx. do tarugo. e mín.) em função do movimento do tarugo. cisalhante - (MPa) equivalentes von Mises - (MPa) 400 300 200 100 0 850 800 750 700 650 600 550 500 (b) 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 Movimento do tarugo máximo mínimo 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Movimento do tarugo (mm) e (von Mises) Figura 7: Comportamento (a) das tensões cisalhantes (máx. e mín.) e (b) Figura 7: Comportamento (a) das tensões cisalhantes tensão de von Mises em função do movimento do tarugo. (máx. e mín.) e (b) tensão de von Mises em função do movimento do tarugo. figura 8 mostra a distribuição das deformações equivalentes ao longo do movimento do tarugo. Foi encontrado que a faixa de deformação equivalente (máxima e mínima) aumenta à medida que o material passa para o segundo canal da matriz. faixa de deformação equivalente (ε) está compreendida entre 0,7 e 1,10, o que concorda com a deformação equivalente máxima (ε = 1,15) reportado na literatura (1) para um passe de prensagem numa matriz com a mesma configuração geométrica. Este resultados de deformação equivalente, juntamente com os resultados da tensão de von Mises indicam que o tarugo já passou pela zona de máxima deformação imposta pelo processo ECP. 4. Conclusões Os resultados mostraram que as tensões e as deformações estão localizadas ao longo da intersecção dos canais perfazendo um ângulo de 45º. través da distribuição da deformação plástica na direção, verificou-se a possibilidade de abertura entre o tarugo e a matriz, devido à concentração de tensões no canto inferior do material. Não foi possível realizar a passagem total do tarugo para o segundo canal devido à grande distorção ocasionada na malha, a qual pode ser facilitada pela readequação da malha a cada movimento do tarugo e pela limitação do valor da força de atrito. Entretanto, o movimento imposto ao tarugo neste trabalho já foi suficiente para confirmar a região crítica de distribuição de tensões e deformações, que o processo ECP impõe ao material. 5. gradecimentos Este trabalho teve o suporte financeiro da Coordenação de perfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior, CPES. 6. Referências ibliográficas 1. KIM, H.S., SEO, M.H., HONG, S.I., Finite element analysis of equal channel angular pressing of strain rate sensitive metals, Journal of Materials Processing Technology, vol. 130-131, pp. 497-503, 2002.

2. HORIT,., FUJINMI, T., et al., Improvement of mechanical properties for l alloys using equal-channel angular pressing, Journal of Materials Processing Technology, vol. 117, pp. 288-292, 2001. 33 3. OWEN, J.R., GHOLINI,., ROERTS, S.M., PRNGNEL, P.., nalysis of the billet deformation behavior in equal channel angular extrusion. Materials Science and Engineering, vol. 287, pp. 87-99, 2000. 4. SEGL, V.M., Engineering and commercialization of equal channel angular extrusion (ECE). Materials Science and Engineering, vol. 386, pp. 269-276, 2004. 5. KIM, H.S., ESTRIN,Y., Microstructural modelling of equal channel angular pressing for producing ultrafine grained materials. Materials Science and Engineering, 2005. 6. PRNGNELL, P.., HRRIS, C. and ROERTS, S.M., Finite element modeling of equal channel angular extrusion. Scripta Materialia, vol. 37, nº. 7, pp. 983-989, 1997. 7. VLIEV, R.., Nanostructuring of metals by severe plastic deformation for advanced properties. Nature Materials, v.3, pp.511-516, 2004 8. SOU, V..F., Modelamento e simulação do processo de conformação de tubos de seção quadrangular, 2004, Dissertação de Mestrado (Mestrado em Metalurgia) Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda-UFF, Volta Redonda-RJ. Endereço para Correspondência: Márcia Regina aldissera Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda marciab@metal.eeimvr.uff.br venida dos trabalhadores, 420 Vila Santa Cecília - Volta Redonda RJ CEP: 27255-125 Informações bibliográficas: Conforme a NR 6023:2002 da ssociação rasileira de Normas Técnicas (NT), este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: aldissera, Márcia Regina; Rios, Paulo Rangel; Gouvêa, Jaime Pereira; Lins, Jefferson Fabrício Cardoso; Simulação numérica do Processo Ecap (Prensagem em Canais Equiangulares) utilizando o aço VM 300.. Volta Redonda, ano IV, n. 11, dezembro 2009. Disponível em: <http://www.unifoa.edu.br/cadernos/edicao/11/29.pdf>