NANOPARTÍCULAS MAGNÉTICAS ASSOCIADAS A COAGULANTES ORGÂNICOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE CERVEJEIRO PREVIAMENTE TRATADO

Documentos relacionados
APLICAÇÃO DO COAGULANTE NATURAL TANINO E DO COAGULANTE QUÍMICO SULFATO DE ALUMÍNIO NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE CURTUME.

XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 Hotel Ritz Lagoa da Anta - Maceió - AL 30 de julho a 03 de agosto de 2017

USO DE COAGULANTES QUÍMICO (CLORETO FERRICO) E ORGÂNICO (Moringa Oleifera) NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PROVENIENTES DE SISTEMA LÊNTICO

Titulo do Trabalho APLICAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NO TRATAMENTO DA VINHAÇA EM ph NEUTRO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE POLICLORETO DE ALUMÍNIO (PAC) NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ E DQO DE EFLUENTE DE LAVANDERIA TEXTIL.

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ e DQO DO EFLUENTE TEXTIL DE UMA LAVANDERIA INDUSTRIAL.

APLICAÇÃO DA CINETICA DE SEGUNDA E TERCEIRA ORDEM DO CLORETO FÉRRICO PARA OBTENÇÃO DE ÁGUA POTAVÉL

III ANÁLISE DE REMOÇÃO DE COR E TURBIDEZ EM LIXIVIADO ATRAVÉS DE COAGULAÇÃO COM BIOCAGULANTE A BASE DE MORINGA

USO DA CINETICA DE ORDEM ZERO E PRIMEIRA ORDEM DO CLORETO FERRICO PARA PURIFICAÇÃO DE ÁGUA

APLICAÇÃO DE MORINGA OLEIFERA LAM NO TRATAMENTO DE EFLUENTE PROVENIENTE DA LAVAGEM DE JEANS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE FECULARIA POR COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO UTILIZANDO EXTRATO DE Moringa oleifera

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO COAGULANTE TANFLOC NO TRATAMENTO DE EFLUENTE GERADO DE INDÚSTRIA LÁCTICA

POTENCIAL DO AGENTE COAGULANTE À BASE DE MORINGA NO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA DE PETRÓLEO

TRATAMENTO ALTERNATIVO DE ÁGUA CINZA UTILIZANDO COAGULANTE NATURAL E FILTRAÇÃO

USO DA SEMENTE DE MORINGA (Moringa oleifera) TRITURADA NA FLOCULAÇÃO DO MATERIAL EM SUSPENSÃO PRESENTE NA ÁGUA RESIDUÁRIA DA BOVINOCULTURA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DA ÁGUA BRUTA NA EFICIÊNCIA DO COAGULANTE QUÍMICO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

APLICAÇÃO DO COAGULANTE QUITOSANA NO TRATAMENTO DE CHORUME

TRATAMENTO FISÍCO-QUÍMICO DE EFLUENTES COM AUXÍLIO DE PRODUTO NATURAL (QUIABO PÓ)

Discente de Engenharia Ambiental - UTFPR. Professora Doutora do Departamento Acadêmico de Ambiental UTFPR

DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM ÓTIMA DE SEMENTE MORINGA OLEIFERA PARA TRATAMENTO DE ÁGUA. EIXO TEMÁTICO: Gerenciamento de Recursos Hídricos e Energéticos

I DIAGRAMA DE COAGULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE MISTURAS PARA ÁGUA COM TURBIDEZ ELEVADA UTILIZANDO CLORETO DE POLIALUMÍNIO

ESTUDO DE TRATABILIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DOS MAYRINK, MUNICÍPIO DE PONTE NOVA - MG

CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DE EFLUENTE DE INDUSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE ARROZ DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

TRATAMENTO DE ÁGUA UTILIZANDO COAGULANTE MAGNÉTICO BASEADO EM EXTRATO DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam E NANOPARTÍCULAS DE ÓXIDO DE FERRO RESUMO

UTILIZAÇÃO DE COAGULANTES NATURAIS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE PROVENIENTE DE LAVAGEM DE JEANS

TRATAMENTO DE ÁGUAS COM COAGULANTE CONVENCIONAL E COAGULANTE ALTERNATIVO

ALTERNATIVA DE TRATAMENTO DO LODO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA ETA QUEIMA PÉ NO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA/MT.

Palavras chave: coagulação, planejamento fatorial, otimização

AVALIAÇÃO DA TRATABILIDADE DO LIXIVIADO DO ATERRO DE MARINGÁ-PR COM A UTILIZAÇÃO DE COAGULANTES NATURAIS

II PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO ATRAVÉS DE PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS OBJETIVANDO REUSO

USO DO EXTRATO DE SEMENTE DE MORINGA NA FLOCULAÇÃO DO MATERIAL EM SUSPENSÃO PRESENTE NA ÁGUA RESIDUÁRIA DA BOVINOCULTURA

VIABILIDADE TÉCNICA DA REGENERAÇÃO DE COAGULANTE POR VIA ÁCIDA A PARTIR DO LODO DA ETA DE UMA INDÚSTRIA DE CORANTES

Estudo da Arte da Coagulação. Nome(s) do(s) Autor(es) Francisco Oliveira Rinaldo Lima

Janaina Conversani Botari UEM Universidade Estadual de Maringá Umuarama Paraná, Brasil

AVALIAÇÃO DA CLARIFICAÇÃO DE ÁGUAS DE CISTERNAS DO MUNICÍPIO DE SUMÉ-PB USANDO A MORINGA OLEIFERA COMO COAGULANTE

Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia do IFSP

Recuperação de fósforo de efluentes através da precipitação de estruvita MAP

6 Metodologia experimental

AVALIAÇÃO DA DOSAGEM E TEMPO DE SEDIMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÁGUA SUPERFICIAL DE BAIXA TURBIDEZ COM COAGULANTE A BASE DE MORINGA OLEIFERA LAM.

Tratamento Físico-Químico por Coagulação de Efluente Laboratorial

Bento Gonçalves RS, Brasil, 5 a 7 de Abril de 2016

II DESCOLORIZAÇÃO DE EFLUENTE DE INDÚSTRIA TÊXTIL UTILIZANDO COAGULANTE NATURAL (MORINGA OLEIFERA E QUITOSANA)

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ÓTIMAS PARA TRATAMENTO FÍSICO- QUÍMICO DE EFLUENTE DE LAVANDERIA

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE DECANTADOR DE ETA COMO AUXILIAR DE FLOCULAÇÃO

Coagulantes nas Estações de Tratamento de Água de Campinas: Vantagens do uso do PAC Engº Sinezio Ap. de Toledo - SANASA Campinas

Blucher Chemistry Proceedings 4º Encontro Nacional de Química Novembro de 2015, Volume 3, Número 1

EMPREGO DE COAGULANTE VEGETAL À BASE DE TANINO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE CONTAMINADO COM ÓLEOS E GRAXAS

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

USO DA SEMENTE DE MORINGA OLEIFERA NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE OFICINAS MECÂNICAS.

USO DE POLÍMERO NATURAL A BASE DE TANINO (TANFLOC) PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA PARA O CONSUMO HUMANO

FIGURA 12 - Segundo ensaio de sedimentação

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE POTABILIZAÇÃO DE ÁGUA UTILIZANDO SEMENTES DE UMBU E EXTRATO DE MANDACARU

Agradecimento Abril de 2017

TRATAMENTO DE EFLUENTE DA INDÚSTRIA TÊXTIL POR COAGULAÇÃO E FLOCULAÇÃO UTILIZANDO COAGULANTES NATURAIS

Avaliação da Etapa de Tratamento Físico-Químico da Água do Mar com Vistas à Dessalinização Para Uso em Usinas Termoelétricas

ANÁLISE UTILIZAÇÃO DA MORINGA OLEIFERA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ARTHUR SILVA LIBERATTI

oleifera Lam para Remoção de Cistos de Giardia

COMPARISON BETWEEN THE ALUMINUM WATER AND POLYVINYL SLUDGE TREATMENT PLANT USE (PAC) IN REDUCING WASTE MATCH OF SEWAGE TREATMENT PLANT

PREPARAÇÃO DE UM AUXILIAR DE FLOCULAÇÃO INORGÂNICO A PARTIR DA MODIFICAÇÃO DE ZEÓLITA COM Fe(III)

II-149 CARACTERIZAÇÃO E CLARIFICAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM DO FILTRO DE UMA ETA QUE UTILIZA COMO COAGULANTE O SULFATO DE ALUMÍNIO

Processo de Coagulação/Floculação

III Encontro Paranaense de Engenharia e Ciência. Toledo Paraná, 28 a 30 de Outubro de 2013

Rua Nereu Ramos, 580, Centro, São Lourenço do Oeste CEP FONE (0xx)

Aplicação do pó de semente de Moringa Oleífera como coagulante natural para o tratamento de efluente têxtil

I CLARIFICAÇÃO E ADENSAMENTO DE RESÍDUOS GERADOS EM ETA DE DUPLA FILTRAÇÃO COM O USO DE POLÍMEROS SINTÉTICOS

ESTUDO DO PROCESSO DE COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO NO REJEITO DE FLOTAÇÃO DO MINÉRIO DE COBRE SULFETADO DA USINA DO SOSSEGO (PA).

DESFLUORETAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS A PARTIR

ANÁLISE COMPARATIVA DE COAGULANTES COM AUXILIAR DE COAGULAÇÃO PARA TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO EM JAR-TEST

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais

ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

Coagulation diagrams as an essential tool for reducing costs with chemicals in Water Treatment Plants (WTP's).

PALAVRAS-CHAVE: associação de coagulantes; coagulação/floculação; Moringa oleifera Lam; PAC; tratamento de água.

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

THUANNE BRAÚLIO HENNIG 1,2*, ARLINDO CRISTIANO FELIPPE 1,2

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE MINAS GERAIS - CREA-MINAS

Separação por Floculação e Sedimentação de Biomassa de Microalgas Utilizando Tanino Vegetal.

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

I-028 UTILIZAÇÃO DE FILTRO ESPONJA PARA ENSAIOS DE BANCADA

I ESTUDO COMPARATIVO DO USO DA CAL HIDRATADA NA COAGULAÇÃO COM CLORETO FÉRRICO E SULFATO DE ALUMÍNIO EM ÁGUAS NATURAIS DE BAIXA ALCALINIDADE

TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTO SANITÁRIO VISANDO O REÚSO DA ÁGUA

I JAR TEST E TEMPO ÓTIMO DE LAVAGEM DE FILTROS COMO SUBSÍDIOS PARA ECONOMIA DE RECURSOS EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DE EFLUENTE DE INDÚSTRIA CERÂMICA VISANDO REUSO PARA UMIDIFICAÇÃO DA ARGILA

Universidade Estadual de Maringá / Centro de Tecnologia /Maringá, PR. Centro de Tecnologia/Departamento de Engenharia de Alimentos

Tratamento da Água. João Karlos Locastro contato:

5 MATERIAIS E MÉTODOS

I ENCONTRO DAS ÁGUAS. 13 a 15 de maio de Campo Grande MS. Materiais Filtrantes para Tratamento de Água Potável e Efluentes Industriais.

TRATAMENTO DE EFLUENTE DE FECULARIA POR COAGULAÇÃO/ FLOCULAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL LARISSA BOTURA DA SILVA

ESTUDO SOBRE SOLIDIFICAÇÃO/ESTABILIZAÇÃO DE LODO DE LAVANDERIAS INDUSTRIAIS PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS ACÚSTICOS (RESSOADORES DE HELMHOLTZ)

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS QUÍMICOS NA COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO EM ÁGUA DE ABASTECIMENTO HUMANO

DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DA COMBUSTÃO DA VINHAÇA, UTILIZANDO RESÍDUOS DO SETOR SUCROENERGÉTICO.

I EFEITOS DA OZONIZAÇÃO E FILTRAÇÃO COM CARVÃO ATIVADO GRANULAR NA REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA DE UM MANANCIAL

ESTUDO DO USO DO COAGULANTE NATURAL MORINGA OLEIFERA LAM EM UMA ETA

TÍTULO: O USO DE COAGULANTES ORGÂNICOS NO TRATAMENTO DE ÁGUA COMO FORMA DE GERAR CONHECIMENTO NA ÁREA DE QUÍMICA

FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO NA CLARIFICAÇÃO DE ÁGUAS COM BAIXA TURBIDEZ UTILIZANDO SEMENTES DE MORINGA OLEIFERA COMO COAGULANTE

PROCESSO DE TRATAMENTO

Transcrição:

XLVII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2018 Centro Internacional de Convenções do Brasil - Brasília - DF 06, 07 e 08 de agosto de 2018 NANOPARTÍCULAS MAGNÉTICAS ASSOCIADAS A COAGULANTES ORGÂNICOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE CERVEJEIRO PREVIAMENTE TRATADO MARCELO HIDEMASSA ANAMI 1, THAIS RIBEIRO 2, EDILAINE REGINA PEREIRA 3, DANDLEY VIZIBELLI 4, FELLIPE JHORDA LADEIA JANZ 5 1 Engº Agrônomo, Prof Doutor, Depto. Acadêmico de Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR, Londrina PR, Fone: (0XX43) 33769343, mhanami@utfpr.edu.br. 2 Discente do curso de Eng. Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina, (43) 3315-6100, thaisribeiro@alunos.utfpr.edu.br. 3 Engª Agrícola, Profa. Doutora Adjunto, Depto. Acadêmico de Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR, Londrina PR, edilainepereira@utfpr.edu.br. 4 Discente de do curso de Eng. Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina, (43) 3315-6100, dandley.22@hotmail.com. 5 Discente de do curso de Eng. Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina, (43) 3315-6100, fellipejanz@hotmail.com. Apresentado no XLVII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2018 06, 07 e 08 de agosto de 20l8 - Brasília - DF, Brasil RESUMO: A indústria cervejeira consome em média 4 litros de água para produzir 1 litro de cerveja. Além do elevado consumo de água, a utilização de cereais na produção gera um efluente rico em matéria orgânica, sendo assim caracterizado como um efluente de alto potencial poluidor. Logo, o estudo objetivou analisar a eficiência dos coagulantes naturais Moringa oleifera e tanino associados às nanopartículas magnéticas magnetita e maghemita no tratamento de efluente cervejeiro. O ensaio foi realizado utilizando o equipamento jar-test juntamente com filtros de areia simulando, assim, os processos de coagulação, floculação, sedimentação e filtração. A fim de otimizar o processo de sedimentação foram acrescentados ímãs abaixo dos jarros do equipamento para reter os coágulos formados que se juntaram às nanopartículas. As amostras foram coletadas nos tempos de 3, 13, 23 e 33 minutos após o início da sedimentação além da coleta no fim do processo de filtração. Os parâmetros analisados foram ph, cor aparente, turbidez e condutividade elétrica. Ao final, o uso dos coagulantes associados às nanopartículas magnéticas obtiveram resultados satisfatórios, tornando tal procedimento uma possível alternativa para o tratamento do efluente em questão. PALAVRAS-CHAVE: Coagulante natural. Nanopartícula Magnética. Efluente cervejeiro NATURAL COAGULANTS ASSOCIATED WITH MAGNETIC NANOPARTICLES IN THE TREATMENT OF PREVIOUSLY TREATED BREWERY EFFLUENT ABSTRACT: The brewing industry consumes an average of 4 liters of water to produce 1 liter of beer. In addition to the high water consumption, the use of cereals in production generates an effluent rich in organic matter, and is thus characterized as a highly polluting potential effluent. Therefore, the study aimed to analyze the efficiency of the natural coagulants Moringa oleifera and tannin associated to the magnetic nanoparticles magnetita and maghemite in the treatment of brewer's effluent. The assay was performed using jar-test equipment together with sand filters simulating the coagulation, flocculation, sedimentation and filtration processes. In order to optimize the sedimentation process, magnets were added beneath the jars of the equipment to retain the formed clots that have joined the nanoparticles. The samples were collected at the time of 3, 13, 23 and 33 minutes after the beginning of

sedimentation and the end of the filtration proces. The analyzed parameters were ph, apparent color, turbidity and electrical conductivity. In the end, both natural coagulants associated with magnetic nanoparticles get good results, making this procedure a possible alternative for the treatment of the effluent in question KEYWORDS: Natural coagulant. Magnetic Nanoparticle. Brewery effluent INTRODUÇÃO De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Cervejeira (CERVBRASIL, 2018), a produção de cerveja é um dos setores mais relevantes para a economia nacional, tendo de 2011 a 2014 investido anualmente R$17 bilhões de reais e obtendo um retorno também anual de R$70 bilhões de reais, assim contribuindo com 1,6% do PIB nacional. Também segundo a CERVBRASIL, o país fabrica cerca de 14,1 bilhões de litros de cerveja anualmente. Porém, aliado a grande produção de cerveja está a grande geração de efluente, uma vez que para se produzir 1L de cerveja gera-se de 3L a 6L de efluente. Tal geração provém de várias fontes, como, por exemplo, do processo de envase, do uso doméstico e principalmente da frequente operação de limpeza (CETESB, 2005). O processo de lavagem é responsável pela maior parte do efluente gerado, porém contém pouca carga orgânica. Já os processos de fermentação e filtragem são responsáveis por cerca de 3% de todo o efluente gerado na produção, mas concomitantemente responsáveis por 97% da carga orgânica total de efluente final (SÃO PAULO/CETESB, 2005). Tal efluente pode conter em sua composição cola, lubrificantes, produtos de limpeza, sólidos em suspensão, grande quantidade de nitrogênio e fósforo e principalmente carga orgânica proveniente do bagaço de malte e cevada. Devido à alta carga orgânica tal efluente é considerado de grande potencial poluidor (BERENHAUSER, 1999). Como consequência as indústrias do setor geralmente possuem um local para o tratamento prévio desse efluente a fim de diminuir tamanha quantidade de matéria orgânica. Após ser previamente tratado o efluente passa por um pós-tratamento que consiste na aplicação de coagulantes, nesse pós-tratamento geralmente são utilizados coagulantes químicos como sulfato de alumínio e cloreto férrico, porém tais coagulantes costumam deixar alta quantidade de metais pesados no lodo gerado, necessitando esse de um futuro tratamento. Visando a diminuição no uso de coagulantes inorgânicos propõe-se a utilização de coagulantes orgânicos como a Moringa oleifera e o tanino (BONGIOVANI, 2010; PIANTÀ, 2008). A fim de otimizar o processo de pós-tratamento propõe-se também a utilização de nanopartículas magnéticas, uma vez que estudos afirmam que durante os processos de coagulação e floculação tais partículas se ligam aos coloides formados e ao se aproximarem de imãs, tais coloides, juntamente com as nanopartículas, sedimentam mais rapidamente acelerando o processo (SANTOS, 2015; OKOLI, 2012). Logo, o presente trabalho tem como objetivo testar o comportamento dos coagulantes naturais Moringa oleifera e tanino em associação às nanopartículas magnéticas magnetita e maghemita a fim de determinar qual nanopartícula mais otimiza o processo de sedimentação da matéria orgânica de efluente de cervejaria e se apresentam eficiência na aplicação. MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios foram realizados na Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Londrina e o efluente escolhido para ser testado foi o efluente de uma indústria cervejaria localizada no norte do Paraná. A solução coagulante de Tanino foi realizada homogeneizando 1mL do coagulante com 1L de água destilada. Desta solução foram usados 3mgL -1 para aplicação no ensaio. A solução coagulante de Moringa oleifera foi realizada a partir da mistura em liquidificador de 1L de água destilada, 1M de NaCl e 50g de semente sem casca. Posteriormente a mistura obtida foi coada em peneira de pano a fim de que fosse retirada a maior parte da matéria orgânica. A concentração utilizada desta solução foi a mesma que o tanino. A magnetita e a maghemita foram sintetizadas seguindo a metodologia descrita por Schwertmann e Cornell (2000). A concentração utilizada de ambas as nanopartículas foi de 0,10 mgl -1. Para a realização do ensaio foram estipulados quatro diferentes tratamentos a fim de visualizar com qual nanopartícula magnética os coagulantes naturais atingem o melhor resultado. Os tratamentos definidos foram: T1: Tanino com magnetita; T2: Tanino com maghemita; T3: Moringa oleifera com magnetita; e T4: Moringa oleifera com maghemita. Para a realização do ensaio foi utilizado o equipamento Jat-Test a fim de simular os processos de coagulação/floculação/sedimentação de uma estação de tratamento e ao final do processo foram construídos filtros de areia para simular o processo de filtração. A princípio, o equipamento foi programado para realizar uma mistura rápida a uma rotação de 150rpm por 3 minutos (processo de coagulação), posteriormente programou-se para agitação lenta a qual correspondeu a uma rotação de 15rpm durante 10 minutos (processo de floculação), por fim o equipamento foi desligado a fim de que ocorresse a sedimentação (THEODORO, 2012). As coletas foram realizadas nos tempos de 3, 13, 23 e 33 minutos após o desligamento do Jar-Test. No tempo de 33 minutos também foram coletadas amostras que passaram por filtros de areia de fluxo descendente constituídos por granulometria <0,425mm seguida da granulometria 0,425mm a 0,8mm (VIZIBELLI, 2017). Os parâmetros analisados foram ph, condutividade elétrica, turbidez e cor aparente. Visando eliminar possíveis erros, o ensaio foi realizado em duplicata e os dados foram submetidos a análise estatística ANOVA utilizando o software BioEstat 5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO A fim de posterior comparação, foram realizadas medições dos parâmetros estipulados do efluente bruto. Os dados estão dispostos na Tabela 1. TABELA 1. Valores de ph, condutividade elétrica, turbidez e cor aparente do efluente bruto. Parâmetro Valor ph 4,7 Condutividade elétrica (ms m -1 ) 0,84 Turbidez (NTU) 258 Cor Aparente (mgptco L -1 ) 4220 Após análise dos dados de ph foram realizadas médias entre os mesmos tratamentos e os valores obtidos são apresentados na Figura 1.

FIGURA 1. Valores médios de ph de todos os tempos e tratamentos. Como pode ser observado, nas amostras analisadas em todos os tempos exceto na filtração, o ph das amostras esteve sempre abaixo de 5, assim como o valor analisado do efluente bruto. Quando as amostras foram coletadas após a passagem pelo filtro os valores de ph das amostras ficaram entre 6 e 7 encerrando o ensaio com valores condizentes com a Resolução CONAMA 430/2011 a qual estipula ph entre 5 e 9 para lançamento em corpos hídricos. Assim, nota-se que as nanopartículas não influenciaram nos valores de ph do efluente em questão. Os dados médios de condutividade elétrica obtidos ao decorrer do ensaio para todos os tratamentos são apresentados na Figura 2 FIGURA 2. Valores médio de ph para todos os tempos e tratamentos Pode-se observar ao decorrer dos 4 primeiros tempos de coleta que as amostras que continham Tanino mantiveram a condutividade elétrica próxima a do efluente bruto, porém as amostras que continham a Moringa oleifera tiveram sua condutividade elétrica próxima a 2 ms m -1, tal efeito é devido a presença de Cloreto de Sódio na solução coagulante da semente. Porém, nas amostras coletadas após a passagem pelo filtro, nota-se que a condutividade elétrica para todos os tratamentos caiu significativamente, tendo os tratamentos com maghemita atingido valores ligeiramente menores (T2: 0,3 msm -1 e T4:0,42 msm -1 ) quando comparados aos valores dos tratamentos que continham o mesmo coagulante porém associado à magnetita (T1:0,32 msm -1 e T3: 0,45 msm -1 ). Os dados de turbidez foram submetidos ao cálculo de porcentagem de eficiência de remoção em relação ao valor analisado (Figura 3).

FIGURA 3. Eficiência de remoção (%) de turbidez para todos os tempos e tratamentos É possível observar logo no primeiro tempo de coleta que os tratamentos com tanino associado às duas nanopartículas obtiveram uma remoção superior a 20%, em contrapartida os tratamentos com a Moringa oleifera tiveram remoções negativas, resultado da matéria orgânica do coagulante que é liberado já no início do processo. Porém já nos 13 minutos de ensaio, nota-se um crescente aumento na remoção para os 4 tratamentos, em especial para os tratamentos onde as nanopartículas foram associadas à Moringa oleifera, alcançando resultados de 50,39% e 51,16% nas associações com magnetita e maghemita, respectivamente. Nos tempos de 23 e 33 minutos as remoções tiveram um ligeiro aumento, porém após a filtração tal aumento tornou-se significativo quanto comparado com os tempos anteriores. Assim, os tratamentos encerraram o ensaio com porcentagens de remoção de 98,80% (T1), 98,73% (T2), 92,21% (T3) e 92,70% (T4), tendo, mesmo que não estatisticamente significante (Tabela 2 e Tabela 3), a magnetita uma eficiência maior quando associada ao Tanino e a maghemita uma eficiência maior quando associada à Moringa oleifera. Os dados estatísticos para este parâmetro estão dispostos na Tabela 2 e Tabela 3. TABELA 2. Dados estatísticos obtidos através do teste de variância ANOVA. Fonte da variação GL SQ MQ F P Entre grupos 3 79.97162 26.65721 43.5676 0.0032 Dentro dos grupos 4 2.447434 0.611859 Total 7 82.4190 TABELA 3. Dados estatísticos obtidos através do Teste de Tukey. Tukey Diferença Q (p) T1 a T2 0.0698 0.1261 n.s. T1 a T3 6.5911 11.9164 < 0.01 T1 a T4 6.1066 11.0405 < 0.01 T2 a T3 6.5213 11.7903 < 0.01 T2 a T4 6.0368 10.9143 < 0.01 T3 a T4 0.4845 0.876 n.s. n.s. não significativo a nível de 5% Assim como os dados de turbidez, os valores de cor aparente foram submetidos ao cálculo de porcentagem de remoção de acordo com a Figura 4.

FIGURA 4. Eficiência de remoção de cor aparente para todos os tempos e tratamentos No primeiro tempo de coleta o coagulante que se destacou em associação com as nanopartículas foi a Moringa oleifera, especialmente quando em associação a maghemita, atingindo valor de remoção de 39,45%. Na coleta posterior houve crescente remoção em todos os tratamentos, porém sempre com a Moringa oleifera em associação as nanopartículas tendo um desempenho melhor quando comparado ao tanino estando ao final da sedimentação com ambas as nanopartículas agindo de forma similar quando associados ao coagulante Moringa oleífera (58,77% de remoção com a magnetita e 59,0% de remoção com a maghemita). Porém, após o processo de filtração, os tratamentos com Moringa oleifera que até então possuíam um desempenho melhor, encerraram o ensaio com remoção de 93,25% (T3) e 93,64% (T4) sem diferença estatística significativa (Tabela 4 e Tabela 5) obtendo-se como melhor associação a esse coagulante a nanopartícula maghemita. Já para o coagulante tanino também não houve diferença significativa entre ambas as nanopartículas e os coagulantes em questão, uma vez que ambos os tratamentos encerraram o ensaio com remoção de 100% de cor aparente notando-se, porém, uma melhor associação do tanino com a magnetita. Os dados estatísticos para a remoção de cor aparente estão dispostos na Tabela 4 e Tabela 5. TABELA 4. Dados estatísticos obtidos através do teste de variância ANOVA. Fonte da variação GL SQ MQ F P Entre grupos 3 86.1691 28.72303 217.087 0.0007 Dentro dos grupos 4 0.529245 0.132311 Total 7 86.69834 TABELA 5. Dados estatísticos obtidos através do Teste de Tukey. Tukey Diferença Q (p) T1 a T2 0 0 n.s. T1 a T3 6.7536 26.2573 < 0.01 T1 a T4 6.3626 24.7371 < 0.01 T2 a T3 6.7536 26.2573 < 0.01 T2 a T4 6.3626 24.7371 < 0.01 T3 a T4 0.391 1.5202 n.s. n.s. não significativo a nível de 5%

CONCLUSÕES Para a pesquisa em questão ambas as nanopartículas quando associadas aos coagulantes orgânicos não influenciaram nos parâmetros ph e condutividade elétrica. No entanto para o parâmetro cor aparente ambas as nanopartículas tiveram o mesmo efeito sobre os coagulantes atingindo valores de 100% de eficiência de remoção. Para o parâmetro turbidez a nanopartícula que melhor se associou com a Moringa oleifera foi a maghemita, já para o coagulante tanino a melhor associação foi com a magnetita. Como as diferenças não foram significativas pode-se recomendar ambas as aplicações da nanopartículas para os coagulantes em questão. Sugere-se novos estudos viabilizando diferentes concentrações para que possa se encontrar um padrão de aplicação das nanopartículas com os respectivos coagulantes. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do COMCAP Complexo de Centrais de Apoio a Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá e da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. REFERÊNCIAS BERENHAUSER, A. H. Fabricação de cervejas e refrigerantes tratamento de efluentes.1999. 49 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Caracterização e Despejo de Efluentes Industriais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. BONGIOVANI, M. C.; KONRADT-MORAES, Leila C.; BERGAMASCO, Rosângela; LOURENÇO, Beatriz. S. S.; TAVARES, Célia R. G. Os benefícios da utilização de coagulantes naturais para a obtenção de água potável. Acta Scientiarum. Technology, v. 32, n.2, p. 167-170, 2010. CERVEJEIRA, Associação Brasileira da Indústria. Dados do setor cervejeiro. Disponível em: <http://www.cervbrasil.org.br/paginas/index.php?page=dados-do-setor>. CETESB. Secretaria do Meio Ambiente. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CETESB. Cervejas e Refrigerantes. São Paulo: CETESB, 2005. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br. KOLI, C. et al. Comparison and Functionalization Study of Microemulsion-Prepared Magnetic Iron Oxide Nanoparticles. Langmuir, v. 28, p. 8479-8485, 2012. THEODORO, J. D. P. Estudo dos mecanismos de coagulação/floculação para obtenção de água de abastecimento para o consumo humano. 2012. 185f. Tese de Doutorado (Departamento de Engenharia Química) Centro de Tecnologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Set. 2012.

PIANTÁ, C. A. V. Emprego de coagulantes orgânicos naturais como alternativa ao uso do sulfato de alumínio no tratamento de água. 2008. 74 f. - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. SANTOS, T. T. et al. Tratamento de Água Utilizando Coagulante Magnético Baseado em Extrato de Sementes de Moringa oleifea Lam e Nanopartículas de Óxido de Ferro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS PARTICULADOS, 2015, São Carlos. SCHWERTMANN, U. & CORNELL, R.M. Iron oxides in the laboratory. Preparation and characterization. New York, VCH Publ, 2000. 156p VIZIBELLI, D. ; PEREIRA, E.R. ; JANZ, F. J. L. ; RIBEIRO, T. Uso de diferentes tipos de filtros associados aos coagulantes Moringa oleifera e cloreto férrico no tratamento de água. In: XXII Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica - SICITE, 2017, Londrina. XII SICITE, 2017.