Andréa Souza Castro 1 e Joel Avruch Goldenfum 2



Documentos relacionados
Uso de telhados verdes no controle quantitativo do escoamento superficial urbano

Sistema Hidromodular. Ecotelhado

Sistema Laminar Alto. Ecotelhado

DIMENSIONAMENTO DE TELHADOS VERDES EM UM PONTO CRÍTICO DE SANTA MARIA - RS¹

Resumo. Introdução. Telhados Verdes

... Completando 75 anos em 2011 hoje presente em 12 capitais brasileiras é mantida pela indústria brasileira de cimento, com o propósito de promover

Comparação entre Telhado Verde e Convencional nas Temperaturas Internas de Ambientes

X Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP. ISSN

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS

Sistema Laminar. Ecotelhado

A EFICIÊNCIA DOS TELHADOS VERDES

Aproveitamento de Água Pluvial em Sistema Modular de Telhado Verde com Aplicação em Sistemas de Drenagem Urbana

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

CAPÍTULO VI ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Ciclo hidrológico. Distribuição da água na Terra. Tipo Ocorrência Volumes (km 3 ) Água doce superficial. Rios. Lagos Umidade do solo.

Gestão das Águas Pluviais no Meio Urbano

Manual e Especificação Técnica

Enchente - caracteriza-se por uma vazão relativamente grande de escoamento superficial. Inundação - caracteriza-se pelo extravasamento do canal.

VAZAMENTOS E INFILTRAÇÕES

ASSOCIAÇÃO TECNOLOGIA VERDE BRASIL - ATVerdeBrasil MINUTA DE PROJETO DE LEI A SER SUGERIDA AOS PODERES PÚBLICOS

BALANÇO HÍDRICO DE SISTEMA MODULAR PARA TELHADO VERDE

DISCIPLINA: SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO PROFESSOR: CÁSSIO FERNANDO SIMIONI

1 - INTRODUÇÃO. Relatório de Ensaios de Infiltração Coque Catarinense Ltda 2

ASPECTOS CONSTRUTIVOS E AMBIENTAIS DE TELHADOS VERDES EXTENSIVOS

ESTUDO EXPERIMENTAL DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO CONTROLE DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NA FONTE

guia de instalação cisterna vertical

Sistemas Prediais de Águas Pluviais (SPAP)

Erosão e Voçorocas. Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares

Curso Aproveitamento de água de chuva em cisternas para o semi-árido 5 a 8 de maio de 2009

SISTEMA DE CONTENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Plano Básico Ambiental

Clique para editar o estilo do título mestre

ALVENARIA ESTRUTURAL: DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II PROF.: JAQUELINE PÉRTILE

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM AQUECIMENTO SOLAR ABRAVA/DASOL 2011

Professora: Engª Civil Silvia Romfim

NÚCLEO DE ENGENHARIA DE ÁGUA E SOLO

Esta apresentação irá mostrar passo a passo os cálculos e as decisões envolvidas no dimensionamento. O tempo de cada apresentação: 12 minutos.

UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS Professora: Engª Civil Silvia Romfim

Projeto Tecnologias Sociais para a Gestão da Água

MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO HIDROSSANITÁRIO

IMPERMEABILIZAÇÃO DE RESERVATÓRIO DE ÁGUA PARA COMBATE A INCÊNDIO, IRRIGAÇÃO E LAVAGEM COM GEOMEMBRANA DE PEAD NEOPLASTIC AZUL JACUTINGA - MG

PAVIMENTOS PERMEÁVEIS: VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO. Juliane Vier Vieira 1. Cristhiane Michiko Passos Okawa 2

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE USOS DO SOLO E CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS E ESTABILIZAÇÃO DAS ENCOSTAS UHE FOZ DO RIO CLARO

Professora Orientadora - Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul, karlafunf@ifcriodosul.edu.br

Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais Uso eficiente da Água

O Sistema de Monitoramento Hidrológico dos Reservatórios Hidrelétricos Brasileiros

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

PAVIMENTOS INTERTRAVADO PERMEÁVEL COM JUNTAS ALARGADAS

Pavimentos permeáveis: uma alternativa sustentável para redução de riscos de inundação. Mariana Marchioni

Manual de Construção: Fossa ECOLÓGICA E Sumidouro

IT AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1)

COMPORTAMENTO TÉRMICO DA CONSTRUÇÃO

PLANO DIRETOR DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA CIDADE DO NATAL 3.2 -MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO HIDRO-SANITÁRIO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PROJETO DE LEI Nº 051/2012

IMPERMEABILIZAÇÃO DE TELHADO VERDE COM GEOMEMBRANA DE PEAD NEOPLASTIC VINHEDO - SP

PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DO DESTILADOR DE ÁGUA

VENTOSAS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA HIDRÁULICA APLICADA AD 0195 Prof.: Raimundo Nonato Távora Costa

FOSSA SÉPTICA. 1. Processos de disposição

*MODULO 1 - IDENTIFICAÇÃO. *1. Requerente Pessoa Física. Distrito Caixa Postal UF CEP DDD Telefone Fax . *2. Requerente Pessoa jurídica

Eixo Temático ET Recursos Hídricos NOVAS TECNOLOGIAS PARA MELHOR APROVEITAMENTO DA CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA

3.5 SANTOS DUMONT. Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, sua operação e manutenção cabe a Prefeitura local, através da Secretaria de Obras.

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL-AERONÁUTICA. São José dos Campos, 17/02/ 2012.

5 SIMULAÇÃO DE UM SISTEMA WDM DE DOIS CANAIS COM O SOFTWARE VPI

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br

DRENAGEM DO PAVIMENTO. Prof. Ricardo Melo 1. INTRODUÇÃO 2. TIPOS DE DISPOSITIVOS SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM PAVIMENTO

PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Introdução. Porto Alegre Bacia do Arroio Areia

Sistema Laminar Médio. Ecotelhado

SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA - 3P TECHNIK

2.1. Projeto de Monitoramento Batimétrico. Revisão 00 NOV/2013. PCH Senhora do Porto Plano de Controle Ambiental - PCA PROGRAMAS AMBIENTAIS

Comportamento e Destino Ambiental de. Produtos Fitossanitários 18/09/2015. Produtos Fitossanitários

Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1:

A integração da abordagem LID (ou SUDS ou WSUD) no planeamento urbano

Capítulo 51 Cobertura verde

INSTRUÇÕES PARA INSTALAÇÃO DE FOSSA SÉPTICA E SUMIDOURO EM SUA CASA

IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE TELHADOS VERDES NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL DO ARROIO ESPERANÇA EM SANTA MARIA-RS 1

Caixa d Água. Materiais necessários. Anotações odebrechtambiental.com odebrecht.amb

Sistema Modular Alveolar Leve. Ecotelhado

6As áreas de abastecimento representam uma possível fonte de poluição ao meio

Mecânica dos Fluidos Fundamentos da Cinemática dos Fluidos

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

EFICIÊNCIA DO LEITO DE DRENAGEM PARA DESAGUAMENTO DE LODO DE ETA QUE UTILIZA SULFATO DE ALUMÍNIO COMO COAGULANTE

UMIDADES E IMPERMEABILIZAÇÕES

RET Relatório Técnico de Encerramento Título do Teste TESTE DE HIDROVARIADOR DE VELOCIDADE HENFEL MODELO HFPM2500

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO

Simples, resistente e fácil de montar.

Telhado verde: uma alternativa sustentável para a gestão das águas pluviais

SAN.T.IN.NT 33. A.R.T.: Anotação de Responsabilidade Técnica do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura CREA;

TECNOLOGIAS APROPRIADAS À REVITALIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ÁGUA DE MANANCIAIS

A UTILIZAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO VAZADOS NA PAVIMENTAÇÃO

PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA EM ÁREAS URBANAS¹.

Manual de Operação e Instalação

GUIA DE INSTALAÇÃO. Seguidos os passo listados no guia, é necessária apenas uma manutenção comum, como a realizada em outros jardins.

Relatório: Ambientes de permanência prolongada com piscina sobre cobertura

Transcrição:

1USO DE TELHADOS VERDES NO CONTROLE QUALI-QUANTITATIVO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL URBANO Andréa Souza Castro 1 e Joel Avruch Goldenfum 2 RESUMO Os telhados verdes são estruturas que se caracterizam pela aplicação de cobertura vegetal nas edificações, utilizando impermeabilização e drenagem adequadas e que surgem como uma alternativa de cobertura capaz de proporcionar várias vantagens sobre as coberturas convencionais, dentre as principais podemos citar: diminuição da água de escoamento que seria direcionada ao pluvial, melhoria nas condições de conforto ambiental das edificações e visual paisagístico. Este estudo procura avaliar o escoamento superficial proveniente de um experimento composto por 4 módulos. Neste estudo é feito uma comparação entre telhado e terraço com a utilização de cobertura vegetal e terraço e telhado com cobertura convencional. Os resultados preliminares mostram que para os eventos estudados o telhado e terraço com cobertura vegetal têm uma redução no escoamento superficial de até 97,5 e 100% respectivamente nas primeiras 3 horas após o início da chuva. Já 6 horas após o início da chuva, a redução no escoamento superficial é de 70 a 100% no terraço e de 26,6 a 100% no telhado. Palavras Chaves: escoamento superficial, telhados verdes INTRODUÇÃO A urbanização que ocorre com o crescimento das cidades provoca uma diminuição na cobertura vegetal, modificando o ciclo hidrológico, através de alterações nas quantidades de água envolvidas nos processos constituintes do ciclo. O ambiente impermeabilizado passa a direcionar maior parcela de água pluvial a um escoamento superficial, dada a redução da interceptação vegetal, infiltração e evapotranspiração pela retirada da sua proteção natural. A conseqüência 1- Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS); 2- Professor Adjunto do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS); 1

deste processo é um aumento nos volumes escoados, ao mesmo tempo em que ocorre a redução do tempo de concentração, provocando assim hidrogramas de cheias cada vez mais críticos. Os telhados verdes são estruturas que se caracterizam pela aplicação de cobertura vegetal nas edificações. Consistem basicamente em uma camada da vegetação, uma camada de substrato (onde a água é retida e a vegetação é escorada) e uma camada de drenagem responsável pela retirada da água adicional. Eles surgem como uma alternativa de cobertura capaz de proporcionar várias vantagens sobre as coberturas convencionais, dentre as principais podemos citar: diminuição da água de escoamento que seria direcionada ao pluvial; melhoria nas condições de conforto ambiental das edificações e visual paisagístico; proteção do telhado contra a luz do solar e grandes flutuações de temperatura, melhorando assim a vida útil do telhado. Os efeitos dos telhados verdes no escoamento superficial consistem em: uma redução no volume de água escoado, já que o telhado verde é composto por plantas que têm a capacidade de reter água e atraso no pico do escoamento, pois ocorre absorção da água no telhado verde. Esse tipo de tecnologia está sendo usada em diversos países na Europa e Estados Unidos, onde é adotada não só em empreendimentos residenciais como também comerciais e industriais. Vários autores internacionais, Mentens et al. (2006), Connelly e Liu (2005), Wan Woert et al. (2005), Villarreal (2005), Moran (2204) citam o uso de telhados verdes no controle do escoamento superficial. Porém, pouco se conhece sobre o efeito dos telhados verdes sobre o escoamento pluvial no Brasil. Sendo assim, é de extrema importância o estudo para verificar a aplicabilidade e os efeitos dessas estruturas no escoamento superficial urbano. Este trabalho tem como objetivo verificar experimentalmente a eficiência do uso de telhados verdes no controle do escoamento superficial urbano. MATERIAIS E MÉTODOS O módulo experimental telhado verde foi instalado no IPH/UFRGS. É um dispositivo composto por quatro módulos de 4 m 2 cada, sendo a estrutura cedida pela empresa Ecotelhado. Os módulos que constituem o experimento são: Módulo horizontal com telhado verde (terraço); Modulo horizontal sem telhado verde (terraço); Módulo com declividade de 15 o (graus) com presença de telhado verde (telhado); Módulo com declividade de 15 o (graus) sem presença de telhado verde (telhado). 2

Os módulos de telhado verde são construídos com ecotelhas. A ecotelha é um conjunto formado por substrato rígido, um substrato leve e as plantas. Agrega nutrientes essenciais que proporcionam retenção de água e drenagem do excedente. Cada ecotelha possui 35 cm de largura, 68 cm de comprimento e 6 cm de espessura. A ecotelha já vem plantada e enraizada, pronta para o uso. Neste experimento, para cada módulo existem dois reservatórios de coleta de água com capacidade de 200 litros cada. O primeiro reservatório está ligado diretamente através de tubulações a um dreno. Este dreno está localizado na parte mais baixa do módulo, para que a água seja conduzida por gravidade ao primeiro reservatório. O segundo reservatório foi interligado ao primeiro, para servir como extravasor no caso de o primeiro reservatório extravasar. Sensores de níveis ligados a um datalloger estão instalados no primeiro reservatório, permitindo assim que se monitore a quantidade de água da chuva que o telhado verde consegue segurar, além do tempo em que começa o escoamento do mesmo. Nos módulos com ecotelha, o reservatório irá captar o excesso de a água que não é retido pelas plantas. Já o lado que simula um telhado convencional a água captada será a que escorre diretamente para o sistema público de águas pluviais. Sendo assim será possível fazer o balaço hídrico para verificar a eficácia da estrutura na retenção de água da chuva. A figura 1 mostra o módulo experimental. Figura 1 Módulo experimental com telhado verde (ecotelhas) - IPH/UFRGS. 3

RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o presente estudo foram analisados o comportamento da estrutura para 6 eventos de precipitação durante os meses de maio a agosto de 2008. Os dados sobre as características de cada evento, tempos para o início do escoamento e os volumes acumulados nos reservatórios para os 4 módulos experimentais são mostrados nas tabelas dos 1 e 2. Tabela 1: Características da precipitação para os seis eventos estudados. Data do Evento Início Chuva Total Prec. (mm) Duração da chuva (h) 28/05/2008 13h 66,33 34:55:00 08/06/2008 13h:55min 71,58 55:00:00 20/06/2008 15h10min 13,39 20:20:00 20/07/2008 5h 21,69 51:50:00 27/07/2008 3h35min 139,54 71:50:00 01/08/2008 21h40min 38,3 8:00:00 Tabela 2: Início do escoamento superficial e tempo (h:min:seg) para o inicio do escoamento. Início do escoam. c/ telhado verde Início do escoam. s/ telhado verde Terraço Telhado Terraço Telhado 18h40min (4:00:00) 14h40min (1:40:00) 13h10min (00:10:00) 13h10min (00:10:00) 2h40min (12:45:00) 14h20min (0:25:00) 14:20:00 (25min) 14:20:00 (25min) S/ escoamento S/ escoamento 15h15min (0:05:00) 15h15 (5min) S/ escoamento 6h30min (1:30:00) 5h10min (0:10:00) 5h10min (0:10:00) 15h40min (12:05:00) 14h15min (10:40:00) 03:35:00 (0min) 04:50:00 (1h15min) 1h30min (3:50:00) 00h25min (2:45:00) 21:50:00 (10min) 23:20:00 (1h40min) A tabelas 3 e 4 apresentam os valores dos volumes escoados na estrutura após 3 e 6 horas do início da chuva. Os resultados preliminares do módulo terraço com cobertura vegetal mostram que para os 6 eventos estudados não houve escoamento superficial nas primeiras três horas após o início da chuva. Já para o módulo telhado com cobertura vegetal, houve escoamento superficial nas primeiras 3 horas do início da chuva somente para 3 eventos, sendo os volumes escoados bem menores em comparação com um telhado sem cobertura vegetal. Após 6 horas do início da chuva ocorreu escoamento superficial no terraço com cobertura vegetal somente para 2 eventos. Já para o telhado, houve escoamento superficial para 4 eventos após 6 horas do início da chuva. Os volumes escoados no módulo telhado com cobertura vegetal são maiores do que no terraço com cobertura vegetal em 5 dos 6 eventos estudados. 4

Tabela 3: Volumes escoados nos 4 módulos experimentais após 3 horas do início da precipitação. Vol. Escoado após 3 h Vol. Escoado após 3 h Data do (c/telhado verde) (s/telhado verde) Evento Terraço Telhado Terraço Telhado 28/05/08 0L 18,74L 51,03L 54,60L 08/06/08 0L 2,75L 11,50L 13,44L 20/06/08 0L 0L 5,21L 4,15L 20/07/08 0L 0L 20,55L 15,76L 27/07/08 0L 0L 9L 7,08L 01/08/08 0 L 1,21 L 48,29L 47,66 L Tabela 4: Volumes escoados nos 4 módulos experimentais após 6 horas do início da precipitação. Vol. Escoado após 6 h Vol. Escoado após 6 h Data do (c/telhado verde) (s/telhado verde) Evento Terraço Telhado Terraço Telhado 28/05/08 14,99L 87,33L 112,10L 118,78L 08/06/08 0L 31,4916L 41,8959L 44,431992L 20/06/08 0L 0L 5,2074L 4,1548L 20/07/08 0L 0L 22,05204L 15,7568L 27/07/08 0L 36,9012L 11,1249L 8,052L 01/08/08 30,6705 L 8,4525 L 100,5975 L 102,1592 L Os resultados preliminares mostram que para os eventos estudados, os telhados e terraços com cobertura vegetal têm uma redução no escoamento superficial de até 97,5 e 100% respectivamente nas primeiras 3 horas após o início da chuva. Já 6 horas após o início da chuva, a redução no escoamento superficial diminui para uma taxa de 70 a 100% no terraço e de 26,6 a 100% no telhado, dependo do evento de chuva. CONCLUSÕES O presente trabalho descreve um estudo experimental comparando telhado e terraço com a utilização de cobertura vegetal e terraço e telhado com cobertura convencional. Os resultados apontam para um melhor desempenho hidrológico dos terraços em relação aos telhados na maioria dos eventos estudados. Isso indica que a inclinação do telhado pode ter influência nos volumes escoados. Os dados também indicam que terraços e telhados com cobertura vegetal podem fazer um controle adequado do volume de escoamento superficial, mesmo passando 6 horas do início da chuva. 5

Os dados preliminares indicam que o uso de coberturas vegetais pode proporcionar uma melhor distribuição do escoamento superficial ao longo do tempo através da diminuição da velocidade de liberação do excesso de água retido nos poros do substrato. Além disso, os dados demonstram também uma redução no volume de água escoado, já que o telhado verde é composto por plantas que têm a capacidade de reter água. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio proporcionado pelo CNPq, através das bolsas de doutorado e de Produtividade em Pesquisa concedidas aos autores e o suporte financeiro recebido através do MCT/FINEP PROSAB. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONNELLY, M.; LIU, K. 2005. Green roof research in british columbia- an overview. In: Greening rooftops for sustainable communities, 2005, Washington, dc. MENTENS, J.; RAES, D.; HERMY, M. (2006). Green roofs as a tool for solving the rainwater runoff problem in the urbanized 21 st century? Landscape and Urban Planning. Amsterdam, v.27, p.217-226. MORAN, Amy Christine. (2004). A north carolina field study to evaluate greenroof runoff quantity, runoff quality, and plant growth. 300f. Dissertação (Mestrado em Biological Agricultural Engineering) Graduate Faculty of North Carolina State University, Raleigh. VAN WOERT, N. D.; ROWE, D. B.; ANDRESEN, J. A.; RUGH, C. L.; FERNANDEZ, R. T.; XIAO, L. 2005. Green Roof Stormwater Retention: Effects of Roof Surface, Slope, and Media Depth. Journal of Environmental Quality. v. 34, p. 1036-1044. VILLARREAL, E. L.; BENGTSSON, L. 2005. Response of a sedum green-roof to individual rain events. Ecological Engineering. n. 25, p. 1 7. 6