ÉTICA E CIDADANIA 1º ano Atividade de classe Beto Candelori 06/04/10 Questão 1 "Insanidade" pede reforma na ONU, diz Lula FABIANO MAISONNAVE / Enviado especial a Caracas /Folha de São Paulo, 17 de janeiro de 2009. Em visita à Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação da ONU e reafirmou a urgência de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU (...). Ao defender a reforma do Conselho de Segurança, Lula disse que a ONU está "enfraquecida e debilitada" por não ter tido força para impedir a Guerra do Iraque nem a ofensiva em Gaza. (...) Lula disse ser necessário "mudar os interlocutores". "Não pode ser apenas os EUA ou um outro país. E a primeira coisa que temos que fazer é que sejam resolvidos os conflitos internos. A Autoridade Nacional Palestina não pode negociar a paz se o Hamas não concorda com a paz." Considerando a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a atuação do G4 e as ambições do Brasil em relação à ONU, elabore um texto contextualizando a charge abaixo. Precedida pela Carta do Atlântico (assinada em 1941, como termo de cooperação entre os aliados, EUA, Grã-Bretanha, União Soviética e China na luta contra os Países do Eixo, Alemanha, Itália e Japão), a Organização das Nações Unidas (ONU) é uma instituição internacional fundada em 1
1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, com objetivo de promover relações amistosas e de colaboração entre as nações, bem como buscar o desenvolvimento socioeconômico dos países membros, e PRINCIPALMENTE garantir a paz e a segurança mundial. Importante: o desenvolvimento da bomba atômica pelo Projeto Manhattan (1945) e o conhecimento do seu poder de destruição observados na cidade de Hiroshima colocaram o mundo em alerta diante do perigo de um novo conflito mundial. Conselho de Segurança: Ao lado da Assembleia Geral, Conselho Econômico e Social e o Tribunal Internacional de Justiça, o Conselho de Segurança (CS) é o mais importante órgão das Nações Unidas. Responsável pela segurança mundial, o CS tem o poder de tratar de todos os conflitos e crises políticas do mundo, bem como autorizar intervenções militares e ou sanções econômicas. O CS é composto por 15 membros, dos quais cinco permanentes: EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, todos com poder de veto, e dez membros rotativos eleitos pela Assembleia Geral para cumprir um mandato de 2 anos. Atualmente, o Brasil compõe o CS como membro rotativo, ao lado de Áustria, Japão, México, Uganda, Turquia, Bósnia-Herzegovina, Gabão, Líbano e Nigéria. Crítica ao poder de veto: Cabe ressaltar que os 5 membros permanentes com poder de veto impedem qualquer decisão do Conselho em suas áreas de sua influência ou contra um de seus aliados preferenciais, o que prejudica o funcionamento das Nações Unidas na manutenção da paz e da segurança no mundo. Reforma do CS: As discussões sobre a reformulação do CS têm ganhado força nos últimos anos. A ausência de nações como Alemanha e Japão derrotados na Segunda Guerra Mundial, que se encontram entre as maiores economias do planeta, evidenciam um desequilíbrio de forças, visto que não participam do núcleo de poder representado pelo CS. Por essa razão, Brasil, Alemanha, Japão e Índia formaram o G4, grupo de apoio mútuo que reivindica uma reforma na estrutura do CS e, para isso, apresentou uma proposta para expandir o CS para 24 membros (11 permanentes e 13 rotativos). Portanto, o G4 defende que a estrutura atual do CS não está sintonizada com as grandes questões do mundo atual, pós-queda do muro de Berlim e pós-guerra Fria. Nesse novo cenário, a Índia, como uma nação emergente, ao lado do Brasil, credenciam-se a lutar por um assento permanente no CS, pois representam países com importância regional e que vêm ganhando destaque no plano econômico. Para finalizar, não podemos esquecer que a ONU vem sendo criticada e passou a ser pressionada por mudanças em suas estruturas após uma série de decisões e posicionamentos unilaterais dos membros permanentes no CS. Como ocorreu com a invasão do Iraque pelos EUA em 2003, e do conflito entre Rússia e Geórgia pela região separatista da Ossétia do Sul em 2008, bem como, por exemplo, pela ineficácia na intermediação do conflito entre israelenses e palestinos. 2
Questão 2 (I) Leia atentamente a manchete e/ou passagem (em negrito) abaixo e identifique o tema político a que ela faz referência. (II) Comente-a indicando o contexto em que foi produzida e os antecedentes históricos do problema. a) Manchete I: Brasil considera protocolo adicional lesivo à sua soberania O Estado de São Paulo, / 19-04-2009. Em meio aos impasses relacionados ao programa nuclear iraniano, o diretor-geral da AIEA (Agencia Internacional de Energia Nuclear), Yukiya Amano, esteve recentemente no Brasil para conversar com o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Além da questão iraniana, Yukiva com certeza trouxe na sua agenda o tema protocolo adicional. O Brasil vem sendo pressionado pela comunidade internacional para assinar o chamado Protocolo Adicional do Tratado de Não-Proliferação de Armas (TNP). O protocolo tem por objetivo dar maior liberdade aos agentes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para inspecionar instalações nucleares e também comprometer seus signatários a fornecerem informações mais detalhadas sobre seus programas nucleares. Em princípio, o Brasil recusa-se a assinar o protocolo alegando a defesa da soberania, do direito de cada nação signatária do TNP desenvolver programas nucleares com finalidade pacífica. As autoridades brasileiras também argumentam que têm cumprido o tratado de maneira exemplar, possibilitando à Agência (AIEA) a inspeção efetiva do material nuclear utilizado e ao mesmo tempo garantindo seus segredos tecnológicos e interesses comerciais decorrentes. Mas cobra também do diretor-geral uma posição mais firme em relação às potencias nucleares, referindo-se principalmente aos EUA e à Rússia, que deveriam se comprometer com a redução dos seus arsenais, o que contribuiria para a diminuição do risco de um conflito nuclear. 3
Questão 3 Contextualize e esclareça a ironia da charge abaixo: Seguir o seguinte roteiro: Tema (qual o assunto central da charge?) / Contextualização (que tipo de relação a charge estabelece com a realidade atual?) / Ironia (qual a piada ou a brincadeira presente na charge?) Nani / 30 de março de 2010. Tema: A charge faz referencia aos recentes atentados (dia 29/03) contra as estações de metrô de Moscou reivindicados pelo líder separatista checheno Doku Umarov. Contexto Histórico: Localizada no Cáucaso (região montanhosa entre os mares Negro e Cáspio que apresenta grande complexidade étnica, religiosa e linguística), a Chechênia é uma República autônoma da Federação Russa. Em 1991, logo após a dissolução da União Soviética, o então presidente eleito Djokhar Dudaiev declara a independência da Chechênia. As hostilidades aumentaram e, em 1994, o governo russo (liderado pelo então presidente Boris Ieltsin), temeroso pela perda do território de grande importância econômica e estratégica (devido à passagem de oleodutos e gasodutos, bem como sua posição entre Europa e Oriente Médio), enviou 40 mil soldados para recuperar a região. Após dois anos de conflitos que deixaram mais de 100 mil civis mortos, a Rússia declara o cessar-fogo unilateral e deixou a região. Com a assinatura de um acordo de paz em 1996, o conflito foi controlado, mas a solução ainda não havia sido alcançada. Nesse período, organizações radicais estabeleceram-se na região como uma nova força de oposição à dominação russa. Em 1999, após militantes radicais tentarem implantar um governo islâmico na província do Daguestão (vizinha à Chechênia), tropas russas ocupam novamente a Chechênia e posteriormente tomam Grozny, a capital. 4
O massacre de Beslan: Em setembro de 2004, rebeldes chechenos tomam uma escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte, causando a morte de mais de 330 reféns. A ação foi reivindicada pelo grupo fundamentalista islâmico que defende uma guerra santa contra o poder central russo. Os recentes atentados realizados por mulheres-bomba (as chamadas viúvas-negras mulheres de militantes mortos pelo exército russo) ao metrô de Moscou reacenderam o conflito que o atual primeiroministro russo, Vladimir Putin, prometeu rechaçar com violência. Mostrando, assim, a postura também violenta de Moscou pela garantia de seus interesses. Ironia: A ironia da charge está presente no diálogo, onde se expressa certo preconceito em razão do nome (um pouco exótico para nós brasileiros) e da aparência de Doku Umarov, o líder separatista checheno. Pode-se somar a essa lógica do cartunista o nome da região de origem desse líder, a Chechênia, para nós brasileiros uma região muito pouco conhecida. 5