IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1588

Documentos relacionados
Comunicado 51 Técnico ISSN

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

BIODIESEL DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO DEGOMADO POR ESTERIFICAÇÃO

PERFORMANCE DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS EM CERRADO DE RORAIMA 2008

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Perfil de ácidos graxos de híbridos de girassol cultivados em Londrina

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ. Nelson da Silva Fonseca Júnior 1 e Máira Milani 2

Autores: Giselle de S. Araújo, Ricardo H. R. de Carvalho e Elisa M. B. D. de Sousa. São Paulo, Maio de 2009

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE PRODUÇÃO E USO DE BIODIESEL BACIA DO PARANÁ III. Programa Paranaense de Bioenergia - PR Bioenergia -

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS PARA PRODUÇÃO DE SOJA VERDE OU TIPO HORTALIÇA

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE SEMENTES OLEAGINOSAS Jatropha gossypifolia L. E Jatropha curcas L. DO CERRADO POR GC-FID

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1751

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE AMENDOIM PARA CARACTERES RELACIONADOS À PRODUÇÃO E TEOR DE ÓLEO

PRODUÇÃO DE ARROZ COM TIPO DE GRÃO PARA A CULINÁRIA JAPONESA: UMA OPÇÃO PARA RORAIMA

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

III WORKSHOP AGROENERGIA MATÉRIAS PRIMAS ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA RIBEIRÃO PRETO

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

Avaliação e Seleção de Híbridos e Variedades de Girassol

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

MSc. Bolsista CNPq/Embrapa Clima Temperado. 2. Acadêmica de Engenharia Química FURG.

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

MATÉRIAS-PRIMAS PARA PRODUÇÃO DO BIODIESEL: PRIORIZANDO ALTERNATIVAS

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

DISICIPLINA TECNOLOGIA DE PÓS-COLHEITA E INDUSTRIALIZAÇÃO DE ARROZ. Industrialização de óleo de arroz

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

Avaliação de Cultivares de Milho na Região Central de Minas Geraisp. Palavras-chave: Zea mays, rendimento de grãos, produção de matéria seca, silagem

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

ARQUITETURA E VALOR DE CULTIVO DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DE PORTE ERETO E SEMI-ERETO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

TRANSESTERIFICAÇÃO COM CATÁLISE ÁCIDA DE RESÍDUOS DE GORDURA DE FRANGO PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL: RESULTADOS PRELIMINARES

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

EFEITO DA ADUBAÇÃO COM ENXOFRE NO POTENCIAL PRODUTIVO OLEOSO DO AMENDOIM PRODUCTION POTENTIAL OF PEANUTS FERTILIZED WITH SULFUR FOR BIOFUEL PRODUCTION

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE. Jatropha curcas L.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

CALAGEM E GESSAGEM DE SOLO CULTIVADO COM ALGODÃO NO CERRADO DE RORAIMA 1 INTRODUÇÃO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

Análise rápida de 37 FAMEs com o Cromatógrafo a Gás Agilent 8860

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

Prof. Ricardo Brauer Vigoderis, D.S. website:

AVALIAÇÃO DE POPULAÇÕES DE SOJA DESTINADAS À ALIMENTAÇÃO HUMANA PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1640

ENSAIO PRELIMINAR DE CEVADA, ENTRE RIOS - GUARAPUAVA/PR

COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE ÓLEO DE CAFÉ: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ESTERIFICAÇÃO*

ARRANJO DE SEMEADURA PARA CULTIVARES DECUMBENTES PRECOCES DE AMENDOIM

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

MOMENTO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM COBERTURA EM TRIGO: QUALIDADE TECNOLÓGICA E RENDIMENTO DE GRÃOS

PARTICIPAÇÃO DO IAPAR NO PROGRAMA PARANAENSE DE BIOENERGIA

Arquitetura da Planta de Soja: Influência Sobre as Propriedades Físicas dos Grãos

ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

A CULTURA DA SOJA HISTÓRIA USOS IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

5.1. Pesquisadores: Simião Alano Vieira, Paulo Fernando Bertagnolli e José. Colaboradores: Rui Dal'Piaz e Paulo Ricardo Weber

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM NABO FORRAGEIRO PARA BIOMASSA NITROGEN IN TURNIP FORAGE FOR BIOMASS

CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE CULTIVARES DE SOJA PARA O SUL DE MINAS GERAIS NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES-MG 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS

RENDIMENTO EM ÓLEO E COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE FRUTOS DE Attalea maripa. OIL YIELD AND FATTY ACID COMPOSITION OF FRUITS OF Attalea maripa

134 ISSN Sete Lagoas, MG Dezembro, 2006

Autores. grãos que variam de 600 a 1800 kg ha, dependendo do nível tecnológico adotado (CONAB, 2008; MEDEIROS et al., 2005).

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

MANEJO DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO PARA PLANTIO DIRETO DE TRIGO. Resumo

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

l«x Seminário Nacional

APLICAÇÃO TARDIA DE NITROGÊNIO EM GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA

AVALIAÇÃO DE CULTURAS DE CICLO CURTO COM POTENCIAL PARA PRODUÇÃO DE ÓLEO PARA BIODIESEL

COMPONENTES DE PRODUÇÃO E PARTICIPAÇÃO DA ORDEM DOS RACEMOS NO RENDIMENTO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO-CAUPI E AMENDOIM

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DE BIODIESEL PROVENIENTE DE DIFERENTES MATÉRIAS-PRIMAS

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

Transcrição:

Página 1588 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA QUALIDADE TECNOLÓGICA DO AMENDOIM PRODUZIDO EM RORAIMA 1 Taís de Moraes Falleiro Suassuna 2 ; Oscar Smiderle 3 ; Rosemar Antoniassi 4 2 Embrapa Algodão tais@cnpa.embrapa.br ; 3 Embrapa Roraima; 4 Embrapa Agroindústria de Alimentos RESUMO O elevado teor de óleo e o ciclo curto são fatores importantes visando a exploração da cultura do amendoim para fins energéticos. A composição do óleo obtido a partir de cultivares e linhagens com bom desempenho agronômico deve ser conhecida, especialmente em relação aos ácidos oléico e linoléico. Foram avaliados 10 genótipos de amendoim nos anos de 2004 e 2005 no campo experimental Serra da Prata, em Mucajai, Roraima. Amostras de 100 g de grãos de cada tratamento foram enviadas ao Laboratório de Ácidos Graxos da Embrapa Agroindústria de Alimentos para avaliação da composição de ácidos graxos por cromatografia a gás de alta resolução. Foram detectados os ácidos palmítico (16:0), esteárico (18:0), oléico (18:1), linoléico (18:2), araquídico (20:0), eicosenóico (20:1), behênico (22:0) e lignocérico (24:0). Houve pouca variação com relação à composição de ácidos graxos entre os genótipos estudados. O teor de ácido oléico variou entre 41,48% e 45,63%, enquanto que o de ácido linoléico variou entre 30,6% e 36,08. Os ácidos oléico e linoléico representam praticamente 80% da composição em ácidos graxos do óleo dos genótipos analisados. Palavras-chave Arachis hypogaea L., ácidos graxos, biodiesel INTRODUÇÃO Historicamente, o Brasil foi um dos maiores produtores de óleo de amendoim e importante produtor de amendoim em casca. O óleo, principal produto, e a torta, um subproduto utilizado na composição da ração animal, eram destinados ao mercado interno e externo. A partir de 1970, a produção de óleo de soja em grande quantidade e a redução do preço dos óleos de origem vegetal, somados a contaminação por aflatoxinas na torta, causou a perda de nichos importantes de mercado (Martins e Perez, 2006). Recentemente, investimentos em tecnologias como cultivares do tipo rasteiro, mecanização da lavoura e modernização das estruturas de secagem e armazenamento dos grãos resultaram em maiores produtividades e a retomada das exportações, tanto de grãos quanto de óleo (MARTINS e PEREZ, 2006, MARTINS, 2010). 1 Embrapa

Página 1589 O teor de óleo nos grãos de amendoim varia entre 44 a 56% em diferentes genótipos (Ahmed e Young, 1982), podendo variar ainda mais em relação à composição de ácidos graxos. Considerando as propriedades combustíveis que o biodiesel deverá apresentar, o óleo de amendoim é um dos mais indicados para esta finalidade (KNOTHE, 2005), uma vez que os ácidos oléico (O) e linoléico (L) constituem 80% dos ácidos graxos presentes, conferindo maior estabilidade do biocombustível puro e de suas misturas, além de melhorar a combustão em motores de ciclo diesel. O teor de óleo nos grãos e o ciclo relativamente curto da cultura do amendoim favorecem a sua exploração para fins energéticos. Para viabilizar a produção de biodiesel utilizando, entre outros óleos, o de amendoim, é necessário conhecer a composição em ácidos graxos das cultivares e linhagens com bom desempenho agronômico, visando selecionar as que apresentem proporção adequada de ácidos oléico e linoléico. Outro aspecto importante é quanto à adaptação dos diferentes genótipos aos sistemas de produção de diferentes regiões, como a região Norte do Brasil. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a composição de ácidos graxos do óleo de amendoim produzido no estado de Roraima. METODOLOGIA Foram avaliados 10 genótipos de amendoim (cultivares: BR- 1; BRS 151 L-7; linhagens: 76AM; 166AM; 179AM; 178AM; 180AM; 184AM; Serrinha e 202AM) nos anos de 2004 e 2005 no campo experimental Serra da Prata, pertencente à Embrapa Roraima, localizado no município de Mucajai, Roraima. O espaçamento utilizado foi de 0,5 m x 0,2 m. As parcelas foram constituídas por quatro linhas de 5 m de comprimento sendo, as duas linhas centrais, a parcela útil e as duas externas a bordadura. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições. O solo foi preparado com uma aração e duas gradagens. A adubação constou da aplicação em sulcos de semeadura de 90 kg ha -1 de P2O5 e 80 kg ha -1 de K2O. O controle de plantas daninhas foi realizado com a aplicação de herbicida alachlor em pré-emergência 2 kg ha -1 de i.a., e por uma capina manual quando foi realizado o chegamento de terra junto às plantas, assim que surgiram as primeiras flores. A colheita foi realizada manual e individualmente por parcela. A seguir, após a secagem a sombra, foi realizada a separação das vagens, retirando-se as impurezas (torrões, folhas e ramos). Amostras de 100 g de grãos de cada tratamento foram retiradas e enviadas ao Laboratório de Ácidos Graxos da Embrapa Agroindústria de Alimentos para avaliação da composição de ácidos

Página 1590 graxos, onde foi feita a extração do óleo. Os ésteres metílicos foram preparados de acordo com o método Hartman e Lago, 1973, e analisados por cromatografia a gás de alta resolução, em aparelho HP 5890, equipado com detector de ionização de chama operado a 280 o C. Utilizou-se coluna capilar de sílica fundida de filme de cianopropilssiloxano (60 m x 0,32 mm x 0,25 µm), com programação de temperatura de 150 a 200 o C e 1,3 o C/min. Foi injetado 1 µl de amostra em injetor aquecido a 250 o C, operado no modo de divisão de fluxo de 1:50. Realizou-se a identificação por comparação dos tempos de retenção com os padrões da NUCHEK Inc. (Elysian, IL) e a quantificação foi realizada por normalização interna. RESULTADOS E DISCUSSÃO A composição em ácidos graxos das amostras analisadas de óleo de amendoim foi determinada para os ácidos palmítico (16:0), esteárico (18:0), oléico (18:1), linoléico (18:2), araquídico (20:0), eicosenóico (20:1), behênico (22:0) e lignocérico (24:0), detectados pela análise química. Conforme pode ser observado na Tabela 1, houve pouca variação com relação à composição de ácidos graxos entre os genótipos estudados. O teor de ácido oléico variou entre 41,48% e 45,63%, enquanto que o de ácido linoléico variou entre 30,6% e 36,08. Os ácidos oléico e linoléico em conjunto correspondem a praticamente 80% da composição em ácidos graxos do óleo dos genótipos analisados, variando de 75 a 78%. Os resultados médios de produtividade de amendoim em casca nos anos de 2004 e 2005, para a maioria destes genótipos, relatados por Smiderle et al. (2006), são superiores à média nacional e das cultivares lançadas pela Embrapa Algodão. O bom desempenho agronômico e a qualidade tecnológica das cultivares e linhagens avançadas de amendoim avaliadas em Roraima podem ser úteis ao planejamento estratégico visando a exploração da cultura do amendoim para fins energéticos nesta região do Brasil. CONCLUSÃO Houve pouca variação entre os genótipos estudados com relação à composição dos ácidos graxos. O teor de ácido oléico variou entre 41,48% e 45,63%, enquanto que o de ácido linoléico variou entre 30,6% e 36,08. Os ácidos oléico e linoléico em conjunto correspondem a praticamente 80% da composição em ácidos graxos do óleo dos genótipos analisados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Página 1591 CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Dados estatísticos. http://www.conab.gov.br/ HARTMAN, L., LAGO, R.C.A. Rapid preparation of fatty acid methyl esters. Laboratory Practice, v.22, n.8, p. 175-176, 1973. KNOTHE, G. Dependence of biodiesel fuel properties on the structure of fatty acid alkyl esters. Fuel Processing Technology, v. 86, p. 1059-1070. 2005. MARTINS, R.; PEREZ, L.H. Amendoim: inovação tecnológica e substituição das importações, Brasil, 1996-2005. Informações Econômicas. Instituto de Economia Agrícola, v. 36, p. 7-19, 2006. MARTINS, R. Amendoim: safra 2008/09 e perspectiva para 2009/10. Instituto de Economia Agrícola. Análises e Indicadores do Agronegócio, v. 5, n.01, 2010. SMIDERLE, O.J.; MOURÃO JR. M., SUASSUNA, T.F. Produtividade e características agronômicas de materiais de amendoim produzidos em Roraima. In: SIMPOSIO DO AGRONEGÓCIO DE PLANTAS OLEAGINOSAS: MATÉRIAS PRIMAS PARA BIODIESEL, 2. 2006. Resumos...Piracicaba: ESALQ/USP/LPV, p.56-58. 2006. SMIDERLE, O.J.; SUASSUNA, T.M.F.; SILVA, S.R.G. Produtividade de materiais de amendoim de porte ereto cultivado em cerrado de Roraima. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, 4, 2007, Varginha. Livro de Resumos. Lavras: UFLA, 2007. p. 501-506.

Página 1592 Tabela 1 Composição do óleo de amendoim produzido no cerrado de Roraima Tratamento C16:0 C16:1 C18:0 C18:1 C18:2 C20:0 C20:1 C22:0 C24:0 BR-1 11,8 3,62 43,13 34,28 1,58 0,9 2,96 1,46 O+L % 77 BRS 151 L7 12,06 3,72 42,98 34,47 1,57 0,9 2,96 1,34 77 Serrinha 11,14 4,34 44,91 32,77 1,82 0,89 2,66 1,46 78 76 AM 12,14 0,08 4,8 43,61 31,76 1,87 0,77 3,38 1,27 75 166 AM 12,22 4,28 45,31 31,16 1,75 0,79 3,25 1,24 76 178 AM 12,29 3,53 43,56 33,78 1,52 0,88 3,09 1,36 77 179 AM 11,55 5,79 43,42 32,08 2,14 0,62 3,27 1,14 75 180 AM 12,22 3,86 41,48 36,08 1,58 0,8 2,87 1,11 77 184 AM 13,43 3,76 43,36 33,84 1,45 0,74 2,45 0,98 77 202 AM 11,95 4,24 45,63 30,6 1,8 0,82 3,6 1,37 76