XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 Hotel Ritz Lagoa da Anta - Maceió - AL 30 de julho a 03 de agosto de 2017

Documentos relacionados
COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA MAXVER E DISTÂNCIA MÍNIMA NA ANÁLISE DO USO E COBERTURA DO SOLO NA REGIÃO DO ALTO ARAGUAIA

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE UM RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO EM PERÍODOS DE SECA E CHEIA NO SEMIÁRIDO TROPICAL

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

PREDIÇÃO DE ÁREAS DE RISCO: integração de dados espectrais e espaciais no mapeamento de uso do solo mediante classificador convencional RESUMO

AVALIAÇÃO DO USO E COBERTURA DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO RIBEIRÃO - MG 1

Avaliação de métodos de classificação para o mapeamento de remanescentes florestais a partir de imagens HRC/CBERS

Análise Temporal De Uso/Cobertura Do Solo Na Bacia Da Represa Do Rio Salinas, Minas Gerais

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO-BAIXO CURSO DO RIO ARAGUARI

Maria Gonçalves da Silva Barbalho 1 André Luiz Monteiro da Silva 1 Mariana Almeida de Araújo 1 Rafael Antônio França Ferreira 1

¹ Estudante de Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estagiária na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

SENSORIAMENTO REMOTO COMO ESTRATÉGIA PARA A GESTÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM IGUATU-CE

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

Ecologia de Paisagem Conceitos e métodos de pesquisa 2012

UTILIZAÇÃO DO MODELO SWAT PARA VERIFICAÇÃO DA INFLUENCIA DO DESMATAMENTO NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Desempenho de classificadores de SIG em imagens do Landsat-8 da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco Verdadeiro Oeste do PR, no ano de 2015

Alterações no padrão de cobertura da terra na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro/RJ nos anos de 1985 e DOMINIQUE PIRES SILVA

AVALIAÇÃO TEMPORAL DA COBERTURA E USO DA TERRA NA BACIA DO RIO VERDE, MICRORREGIÃO DE CERES GOIÁS, EM 1998, 2008 E 2018

Mapeamento espaço-temporal da ocupação das áreas de manguezais no município de Aracaju-SE

CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA EM IMAGEM ALOS PARA O MAPEAMENTO DE ARROZ IRRIGADO NO MUNICÍPIO DE MASSARANDUBA SC

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

Técnicas de Sensoriamento Remoto na análise temporal para a gestão territorial do município de Timon-MA

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA MICROBACIA DO CÓRREGO MATRIZ-GO, BRASIL

ANÁLISE DAS ÁREAS IRRIGADAS POR PIVÔS CENTRAL EM ÁREA AMOSTRAL NO MUNICÍPIO DE UNAÍ - MG

USO DE IMAGENS DO SATÉLITE RESOURCESAT 1 (IRS-P6) PARA ESTUDO DO DESMATAMENTO NO ASSENTAMENTO VALE VERDE, GURUPI-TO

Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG.

CLASSIFICAÇÃO PIXEL A PIXEL DE CULTIVOS CAFEEIROS EM IMAGEM DE SATÉLITE DE ALTA RESOLUÇÃO

DEGRADAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA BACIA HIDRÁULICA DO AÇUDE DE BODOCONGÓ

INFLUÊNCIA DA RETIRADA DA VEGETAÇÃO NAS VAZÕES MÁXIMAS E MÍNIMAS DO RIO MADEIRA, PORTO VELHO, RO

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

artigo anterior Mudanças no uso do solo nas bacias do rio Preto e ribeirão Entre Ribeiros/MG a partir de imagens do sensor Landsat 5 TM Abstract

Avaliação de métodos de classificação de imagens IKONOS para o mapeamento da cobertura terrestre

Adequação agrícola do uso e ocupação das terras na Bacia do Rio São Bartolomeu, Distrito Federal

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JUNHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

ANÁLISE DA ACURÁCIA DO MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS NO ÂMBITO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL NO MUNICÍPIO DE CURAÇÁ BA

METODOLOGIA PARA O LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE ÁREAS DE SOLOS EXPOSTO UTILIZANDO O SATÉLITE LANDSAT 5 TM+

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

Sandro Barbosa Figueira 1 Marcos Ferreira de Mendonça 1 Hernande Pereira da Silva 1 Walter Lucena Arcoverde Júnoir 1 Claudio José Dias Silva 1

SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO A ANÁLISE AMBIENTAL NO SEMIÁRIDO: A CLASSIFICAÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA NO MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA-BA

EXPANSÃO AGROPECUÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS, TOCANTINS.

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

Land cover change and soil loss susceptibility: The case of Curuá-Una river basin, PA

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO RIO PARAGUAI SUPERIOR USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO RIO PARAGUAI SUPERIOR. GROSSA

Utilização de imagens de satélite para criação do mapa de uso e cobertura da terra para o estado de Goiás Ano base 2015

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER OUTUBRO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL PARA A BACIA DO RIO JI-PARANÁ (RO) Nº 11502

PROCESSAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE PARA CARACTERIZAÇÃO DE USOS DO SOLO

ANÁLISE TEMPORAL DE USO/COBERTURA DO SOLO DO MUNICÍPIO RIACHÃO DAS NEVES BA

MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO DE UMA PROPRIEDADE RURAL EM SANTARÉM-PA

SCIENTIA PLENA VOL. 8, NUM

Uso da terra na bacia hidrográfica do alto rio Paraguai no Brasil

LEVANTAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO UTILIZANDO IMAGEM LANDSAT-8 OLI PARA O MUNICÍPIO DE BREJINHO DE NAZARÉ- TO

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

Extração de cicatrizes de movimentos de massa na região de Cubatão SP por meio de técnicas de Interpretação de Imagens

APLICAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM: PRIMEIROS RESULTADOS EXPERIMENTAIS

MUDANÇAS DE COBERTURA VEGETAL E USO AGRÍCOLA DO SOLO NA BACIA DO CÓRREGO SUJO, TERESÓPOLIS (RJ).

VALIDAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÕES DAS IMAGENS DOS SATÉLITES LANDSAT 8 E SENTINEL-2 NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO RIBEIRÃOZINHO/MS

Mapeamento do uso do solo para manejo de propriedades rurais

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JULHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE TEMPORAL PARA A GESTÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO DE TIMON-MA

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

Monitoramento de Queimadas e Incêndios na Região do Parque Estadual do Jalapão em 2011, 2012 e 2013

Avaliação de métodos de classificação em ortofotocartas digitais para identificação do uso e ocupação do solo

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

Avaliação de algoritmos de classificação supervisionada para imagens do Cbers-2 da Região do Parque Estadual do Rio Doce-MG

José Hamilton Ribeiro Andrade (1); Érika Gomes Brito da Silva (2)

10º ENTEC Encontro de Tecnologia: 28 de novembro a 3 de dezembro de 2016

DESENVOLVIMENTO DA COLETÂNEA DE MAPAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

Classificação orientada objeto de imagem de alta resolução para modelagem hidrológica em sub-bacias do Alto Rio Grande

Estudo de comportamento espectral de alvos e análise multitemporal da região da foz do rio Itajaí Santa Catarina

O PROJETO MUTIRÃO DE REFLORESTAMENTO E SEUS EFEITOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL DO DETER Novembro de 2008 a Janeiro de

MAPEAMENTO E ANÁLISE DOS DESMATAMENTOS NO BIOMA CERRADO PARA O PERÍODO

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANALISE GEOMORFOLÓGICA USANDO O USO E COBERTURA DE TERRA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ.

ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

MAPEAMENTO DAS CLASSES DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) EM MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO PORTAL DA AMAZÔNIA

eeoprocessamento APLICADO AO MANEJO DE SOLO E ÁGUA

ESTUDO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA NA BACIA DO RIO PARACATU COM O SOFTWARE SIAPHI 1.0

ANÁLISE QUANTITATIVA DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS NO ENTORNO DA RESERVA BIOLOGICA DE UNA-BA (REBIO)

MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO DE DOIS VIZINHOS-PR NOS ANOS DE 1984 E 2011 ATRAVÉS DE IMAGENS ORBITAIS TM/LANDSAT 5

O PROJETO MUTIRÃO DE REFLORESTAMENTO E SEUS EFEITOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

Monitoramento de Queimadas e Incêndios na Região do Parque Estadual do Jalapão em 2007, 2008 e 2009

SIMULAÇÃO DE PERDA DE SEDIMENTOS ATRAVÉS DO MODELO SWAT: UMA APLICAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAIBUNA MG-RJ ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2011

Mapeamento do uso e cobertura da terra na bacia do Rio Piancó-GO, utilizando-se de imagens do sensor AVNIR-2/ ALOS.

EXATIDÃO DE CLASSIFICAÇÕES AUTOMÁTICAS DE UMA IMAGEM LANDSAT 5 TM PARA A REGIÃO CAFEEIRA DE MACHADO, MG

Mapeamento de áreas ocupadas com cana-de-açúcar no município de Campo Florido por meio de imagens Landsat / TM

CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO KARAMACY, ITAPEVA SP

Cidade Universitária Zeferino Vaz Campinas - SP

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS NO ANO DE 2014 MAPPING LULC IN NEGRO RIVER WATERSHED IN 2014

EVOLUÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO DE MATA NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ - ES

Mapeamento do uso do solo da Floresta Estadual do Amapá- Flota-AP e de seu entorno

Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

USO DO APLICATIVO SPRING NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO: ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DE SANTA CARMEN MT

GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE MARITUBA PA RESUMO ABSTRACT

CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA UTILIZANDO O SPRING VISANDO A AVALIAÇÃO TEMPORAL DO USO DO SOLO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Transcrição:

XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 Hotel Ritz Lagoa da Anta - Maceió - AL 30 de julho a 03 de agosto de 2017 ANÁLISE TEMPORAL DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA DO MUCURI NAS ÚLTIMAS DÉCADAS RAFAEL ALVARENGA ALMEIDA 1, LUAN VIANA DOS SANTOS 2, ANA LUIZA GRATEKI BARBOSA 3 1 Engenheiro Agrícola, Doutor em Engenharia Agrícola, Docente na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, rafael.almeida@ufvjm.edu.br. 2 Engenheiro Hídrico, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, luanviana2@hotmail.com 3 Engenheira Hídrica, Mestranda em Tecnologia, Ambiente e Sociedade na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, al_grateki@gmail.com Apresentado no XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 30 de julho a 03 de agosto de 2017 - Maceió - AL, Brasil RESUMO: Os impactos causados pelo homem no ambiente têm se intensificado nas últimas décadas devido a alterações econômicas, tecnológicas e sociais. Deste modo, faz-se necessário analisar estes impactos bem como as alterações ocorridas no ambiente para se conhecer as características de uma determinada região. Dentre as ferramentas existentes para análise das alterações, destaca-se o sensoriamento remoto, que utiliza imagens obtidas por satélites para verificação das características da superfície. A Bacia Hidrográfica do Mucuri passa por diversas mudanças devido aos avanços industriais e a alterações entre suas principais fontes de renda: agricultura e pecuária. Além disto, a instalação de áreas de proteção permanente e outras medidas de proteção de florestas, faz com que aconteçam mudanças na ocupação do solo da região. Com base nesta necessidade, este estudo buscou analisar através das ferramentas do sensoriamento remoto as alterações no uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do Mucuri durante quatro períodos entre os últimos 30 anos, levando em consideração as classes floresta, água, solo exposto, manchas urbanas, áreas de campo e agrícolas. Foram evidenciadas mudanças significativas no uso do solo em toda a região. PALAVRAS-CHAVE: mapeamento, classificação, SIG TEMPORAL ANALYSIS OF SOIL OCCUPATION IN THE MUCURI BASIN IN THE LAST DECADES ABSTRACT: The impacts caused by man on the environment have intensified in the last decades due to economic, technological and social changes. In this way, it is necessary to analyze these impacts as well as the changes that have occurred in the environment to know the characteristics of a given region. Among the existing tools for analysis of changes, stands out the remote sensing, which uses images obtained by satellites to verify the surface characteristics. The Mucuri River Basin undergoes several changes due to industrial advances and changes in its main sources of income: agriculture and livestock. In addition, the installation of permanent protection areas and other measures to protect forests causes changes in land occupation of the region. Based on this need, this study sought to analyze through the tools of remote sensing the changes in land use and occupation in the Mucuri watershed during four periods between the last 30 years, considering forest, water, soil exposed, urban, rural and agricultural areas. Significant changes in land use were evidenced throughout the region. KEYWORDS: mapping, classification, GIS

INTRODUÇÃO Os impactos causados pelo homem no meio ambiente têm se intensificado com o passar dos anos, sendo as ações relacionadas à dinamicidade social e ao desenvolvimento econômico principais causadores de constantes mudanças na superfície terrestre. O estudo do uso e ocupação do solo visa conhecer o ambiente e a distribuição de suas várias formas, como a retirada de vegetação, construções urbanas, áreas de preservação, agricultura entre outras atividades (VAEZA et al., 2010). Diante dessa problemática é de extrema relevância o estudo de uso e ocupação do solo como forma de embasamento de projetos de gestão ambiental, práticas de zoneamento e outros procedimentos que necessitem de um conhecimento da superfície de interesse. Com maior recorrência, as áreas de vegetação natural são substituídas por agricultura e pastagem, causando grandes danos aos recursos naturais, assim, tem-se a necessidade de tecnologias que possibilitem localizar e monitorar esses problemas causados, para que se adotem práticas de mitigação e combate. Desta forma os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) aliados ao geoprocessamento se apresentam como importantes ferramentas (ZANATA, 2014). Destaca-se o sensoriamento remoto, que é uma técnica de obtenção de imagens da superfície terrestre por meio de detecção e medição quantitativa das respostas eletromagnéticas dos objetos terrestres, em sua maioria detectados por satélites imageadores. Essas imagens são fonte de informação para a produção de mapas representativos da superfície terrestre (MENESES, 2012). A bacia hidrográfica do rio Mucuri que com o passar dos anos vem sofrendo severas modificações devido as suas principais fontes de renda que são a agricultura e a pecuária. Deste modo, este estudo visa avaliar a dinâmica do uso do solo na bacia hidrográfica do Mucuri nas últimas três décadas através de técnicas de sensoriamento remoto. MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo A Figura 1 mostra a bacia hidrográfica do Mucuri (BHM), uma importante sub-bacia localizada na Bacia do Atlântico Leste e engloba 17 municípios. Caracteriza-se pelas atividades de agricultura e pecuária, além da atividade mineradora, principalmente na região de Teófilo Otoni MG, que é o principal polo econômico e urbano da bacia. O principal rio da BHM estende-se por 446 km, desde sua nascente até a sua foz, no Oceano Atlântico, sendo 78% em território mineiro e 22% entre os estados da Bahia e do Espírito Santo, até o desague

no oceano. Sua largura média é de 45 metros e tem como principais afluentes os rios Todos os Santos, Pampã, Marambaia e Negro (IGAM, 2016). FIGURA 1- Bacia Hidrográfica do Mucuri O clima na região onde a bacia hidrográfica do rio Mucuri se localiza, estende do semiúmido ao úmido do tipo Aw na classificação de Kӧppen (KOTTEK et.al., 2006), com temperatura média anual de 23 Celsius (IBGE, 2002). Predominam os solos do tipo Argissolo do tipo Latossolos. A vegetação da bacia é composta por poções de floresta alocadas entre pastagens, rodovias e áreas urbanas, destacando-se também a elevada degradação do solo, devido ao uso intenso na agropecuária ao longo dos séculos (FELIPPE et al., 2009). Imagens Utilizadas /Software Utilizado Para a elaboração deste estudo, utilizou-se do software de sistemas de informações geográficas (SIG) ArcGis versão 10.0. As imagens analisadas foram obtidas gratuitamente, na plataforma Earth Explorer da Unidade de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (United States Geological Survey - USGS). Quatro períodos distintos foram analisados, definidos em função da disponibilidade das imagens da USGS. Para a composição do mapa de cada período, foram necessárias três cenas dispostas conforme Figura 2. As cenas de um mesmo período são provenientes de um mesmo satélite e preferencialmente adquiridas no verão, por apresentar uma menor cobertura de nuvens.

FIGURA 2 - Disposição das cenas analisadas Na Tabela 1 são exibidas as informações das cenas utilizadas em cada um dos períodos em análise. TABELA 1 -Dados das cenas utilizadas Ano Satélite Período 1 1989 LandSat 5 Período 2 2001 LandSat 7 Período 3 2008 LandSat 5 Período 4 2015 LandSat 8 Classificação das Imagens As imagens compostas foram referenciadas com base no datum SIRGAS 2000, fuso 24 do hemisfério sul e com sistema de coordenadas UTM, com unidades em metro. As classes escolhidas foram: Floresta; Água; Campo; Solo Exposto; Mancha Urbana e Área Agrícola. Em cada cena, foram coletadas 50 amostras para cada classe, seguindo orientações de Congalton (2005), que sugere utilização de 50 a 100 pixels para cada classe. Cada amostra de treinamento consistiu de um polígono retangular com 4x3 pixels. Estas amostras de treinamento foram utilizadas posteriormente para a obtenção do arquivo de assinatura da cena. A assinatura da cena se utiliza das características espectrais das amostras coletadas para definir padrões para cada classe. Isto possibilita que a imagem original seja classificada nas mesmas classes coletadas no treinamento, através da ferramenta Maximum Likelihood Classification (MLC) (GONZALES; WOODS; 2000). De modo a analisar a qualidade dos dados obtidos, fez-se necessária a obtenção de amostras de validação da classificação. Coletou-se então aproximadamente 120 pixels em cada classe, atentando-se para que na nova coleta não fossem adicionados pontos utilizados nas amostras de treinamento. A ferramenta Tabulate Area compara as amostras de validação com o resultado obtido na classificação. Os resultados foram expressos na forma de uma

matriz, denominada matriz confusão que indica os pixels selecionados para uma mesma classe em ambas as classificações e aqueles que tiveram alteração. Utilizando-se dos dados da matriz confusão, calculou-se o índice Kappa, que avalia a precisão dos resultados encontrados no processo de classificação. Apresentam-se na Tabela 2 os valores estabelecidos na literatura para fins de comparação. TABELA 2- Qualidade do Índice Kappa Kappa Qualidade < 0,00 Péssima 0,01 0,20 Ruim 0,21 0,40 Razoável 0,41-0,60 Boa 0,61 0,80 Muito Boa 0,81 1,00 Excelente Fonte: Adaptado de Landis e Koch (1977) O processo final de manipulação das imagens seguiu os procedimentos descritos por Almeida (2016). As mudanças ocorridas ao longo dos anos foram analisadas através da comparação percentual de cada classe ao término dos procedimentos realizado. Buscando analisar de uma forma geral as mudanças ocorridas no uso e ocupação do solo nas últimas três décadas, comparou-se as classificações do período 1 com o período 4, Ainda elaborou-se um mapa visando destacar os pontos onde houveram alterações. RESULTADOS E DISCUSSÃO O índice Kappa médio referente às classificações das imagens para cada período é apresentado na Tabela 3. Os valores obtidos, de acordo com a Tabela 2, apresentam qualidade excelente. TABELA 3 - Índice Kappa para cada cena Período Cena 1 Cena 2 Cena 3 Kappa Médio 1 0,834 0,844 0,825 0,835 2 0,868 0,887 0,914 0,889 3 0,864 0,881 0,845 0,863 4 0,880 0,932 0,918 0,910 No mapeamento feito por Novais et. al. (2016), referente ao uso do solo na bacia hidrográfica do rio Verruga localizado no estado da Bahia, foi feita a classificação utilizando o método de MAXVER a partir de imagens obtidas pelo satélite LandSat 8, adquiridas entre agosto e outubro de 2015 e processadas no software ArcGis versão 10.2.2. Foi encontrado um

índice Kappa de 0,73 e segundo o estudo teve uma acurácia considerada como muito boa, por estar compreendido no intervalo entre 0,61 e 0,80. Os resultados obtidos após realização dos procedimentos descritos são exibidos na Figura 3. A. B. C. D. FIGURA 3 Classificação supervisionada da bacia hidrográfica do rio Mucuri para os anos de: A. 1989; B. 2001; C. 2008; e D. 2015. Nota-se, por análise visual, que diversas variações ocorreram na bacia hidrográfica do Mucuri nas últimas três décadas. A Figura 4 demonstra as percentagens de cada classe de uso do solo para cada período temporal. As classes de campo e agrícola têm maior representatividade em todos os anos analisados, seguido pela classe floresta, solo exposto, mancha urbana e água. Observa-se a predominância das áreas de pastagem e uso agrícola ao longo destas três décadas. Tal resultado era esperado, tendo em vista que a economia da região se baseia até os dias atuais em atividades agropecuárias. Durante estes períodos, ocorreram alternâncias na classe de ocupação predominante, o que pode decorrer de mudanças econômicas, bem como medidas de incentivo à pecuária ou agricultura como as políticas de crédito e seguros de preços, direcionado principalmente para a agricultura familiar a partir dos anos 2000 (NUNES, 2007; GODINHO et al., 2008).

FIGURA 4 - Área das classes de uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Mucuri Destaca-se também a constante redução da área total coberta por corpos hídricos, indicando a redução da disponibilidade hídrica da região. No entanto, no ano de 2008 a classe água aumentou de forma incomum, esta confusão pode ser justificada pela presença de nuvens na imagem classificada, coincidente com o local de maior incidência hídrica, a porção norte da bacia. A sombra e a água têm respostas espectrais semelhantes levando o classificador a certa confusão (PEDREIRA et. al., 2011). É possível notar a heterogeneidade da distribuição das florestas, a presença deste tipo de vegetação é mais comum na porção leste da bacia, diminuindo à medida que se aproxima do centro da bacia, onde encontra-se predomínio de pastagens e áreas agrícolas. Destaca-se o aumento do percentual florestal, quando se compara o ano de 1989 e 2015, nas proximidades do rio Mucuri nas regiões pertencentes aos estados da Bahia e do Espírito Santo, o que pode indicar a efetividade de medidas de proteção de florestas adotadas por estes estados. A implantação da área de proteção ambiental Mucuri, cujos trabalhos iniciaram em 2012, que engloba diversas cidades da bacia (IEF, 2012), também pode ter influência nestes resultados. Na classe urbana, estão inclusas as áreas impermeabilizadas, ocupadas por edificações, destacando-se as cidades, pequenas comunidades, vilarejos e distritos. O comportamento apresentado pela classe urbana não acompanha os padrões esperados para o país, que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresce em taxas de urbanização e população urbana. Este fato ocorre principalmente nas classificações dos anos de 1989 e 2001, e pode ser explicado devido a classe urbana ter feições de difícil identificação e se confundir principalmente com as classes de solo exposto e campo. Em

contrapartida as classificações dos anos de 2008 e 2015 seguem o comportamento esperado, apresentando crescimento ao longo dos anos. Outro fator agravante é que no período das imagens usados no estudo áreas cultivais estavam em estágio de preparação do solo ou período pós-colheita, gerando grandes áreas descobertas, como apontado na Figura 5, diminuindo a precisão, desta maneira, nos mapeamentos dos anos de 1989 e 2001. FIGURA 5 - Comparativo entre Composição colorida e Classificação Visando a análise geral das mudanças ocorridas no uso e ocupação do solo durante as últimas três décadas, a Tabela 4 apresenta os valores referentes às áreas com alteração de uso do solo, que são apresentados distribuídos espacialmente pela Figura 6. TABELA 4 - Alterações no uso do solo ocorridas entre os períodos 1 e 4 Com alteração no uso Sem alteração no uso Total Quantidade de Pixels 9.459.813 8.566.323 18.026.136 Área (km²) 8.513,8 7.709,7 16.223,5 Percentual (%) 52,4 47,6 100 Observa-se que em 52,4% da área da bacia houve alteração no uso do solo e em 47,6% houve a permanência do uso do solo. Vale ressaltar que este dado não indica que a ocupação do solo tenha sido a mesma ao longo das três décadas, podendo ter sofrido alterações e retornado ao uso identificado no período inicial.

FIGURA 7 Distribuição espacial da alteração no uso do solo entre os períodos 1 e 4 CONCLUSÕES Os resultados apresentados no estudo mostram uma constante alteração nas classes de floresta, campo e agrícola, por serem modificadas diretamente por atividades agropecuárias que é a principal fonte de renda da região. Observou-se uma crescente diminuição dos corpos d água e aumento do solo exposto, indicando uma relação direta entre as duas classes. O comportamento da área urbana mostrou-se diferente do esperado, devido a interferências, como a presença de nuvens e confusões entre classes, no entanto, apresenta valores adequados para os períodos mais recentes. REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. A. Modelagem hidrológica na bacia do rio Mucuri com a utilização do modelo SWAT. 2016. 112 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2016. CONGALTON, R. G. Thematic and Positional Accuracy Assessment of Digital Remotely Sensed Data. Proceedings of the Seventh Annual Forest Inventory and Analysis Symposium. P. 149. 2005. FELIPPE, M.F., BUENO, J., COSTA, A. Desmatamento na Bacia do Rio Mucuri (MG, Brasil) no período de 1989 a 2008: uso de imagens Cbers e Landsat na espacialização dos remanescentes florestais. Simpósio brasileiro de sensoriamento remoto, Natal, Brasil. INPE, p. 2713-2720. GODINHO, A. L. F.; MARANGON, B.; RIBEIRO, I. C.; FERNANDEZ, M. A.; GONÇALVES, B. B.; FREITAS, P. M. C. Proposta de Criação do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Mucuri MU1. 2008. 41p.

GONZALES, R. C.;WOODS, R. E. Digital Image Processing. Second Edition. New Jersey: Prentice Hall, 2000. 797. IBGE. Mapa de climas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. Escala 1:5.000.000. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS - IGAM. Bacia hidrográfica do Leste. Disponível em: <http://www.igam.mg.gov.br/component/content/158?task=view>. Acesso em: 20 jun. 2016. INSTITUTO NACIONAL DE FLORESTAS IEF. Governo de Minas cria área de proteção ambiental no Mucuri. Disponível em: <http://www.ief.mg.gov.br/noticias/1/1330- governo-de-minas-cria-area-de-protecao-ambiental-no-mucuri>. Acesso em: 28 mar. 2017. KOTTEK, M.; GRIESER, J.; BECK, C.; RUDOLF, B.; RUBEL, F. World map of the Kӧppen Geiser climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift, v. 15, n. 3, p. 259 263, jun. 2006. LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics, v. 33, n. 1, p. 159-174, mar. 1977. Disponível em: < htpp://www.jstor.org/stable/pdfplus/2529310.pdf>. Acesso em: 03 de nov. 2016. MENESES, P. R. Princípios de sensoriamento remoto. In: MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. Introdução ao processamento de imagens de sensoriamento remoto. Brasília: UnB, 2012. p. 1-31. NOVAIS, J. J.; MOURA, C. F. O.; SOUZA, S. R.; TORRES, C. J. S. Mapeamento do uso do solo na bacia do rio Verruga BA. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 13, n. 23, p. 720 730, jun. 2016. NUNES, S. P. Instrumentos de política agrícola para a agricultura e a agricultura familiar no Brasil. Deser, n. 159, p. 1 19, jun. 2007. PEDREIRA, B. C. C. G.; FIDALGO, E. C. C.; PRADO, R. B.; ARAÚJO, R. S. Classificação digital de imagens de satélite de alta resolução espacial para o mapeamento de uso e cobertura da terra na área do complexo petroquímico do Rio de Janeiro. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO SBSR, 15., [2011], Curitiba. Anais... Curitiba: INPE, mai. 2011. p. 7340-7347. VAEZA, R. F.; FILHO, P. C. O.; MAIA, A. G.; DISPERATI, A. A. Uso e ocupação do solo em Bacia Hidrográfica urbana a partir de imagens orbitais de alta resolução. Floresta e Ambiente, v. 17, n. 1, p. 23-29, 2010. ZANATA, J. M. Mudanças no uso da cobertura da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Bonito, municípios de Avaré e Itatinga SP. 2014. 123 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2014.