ABSORÇÃO FOLIAR DE MICRONUTRIENTES NO CAFEEIRO

Documentos relacionados
PRODUÇÃO INTEGRADA DE ROSAS NO SUL DE MINAS GERAIS EFEITO DE DIFERENTES MULCHING SOBRE AS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO SOLO - MICRONUTRIENTES.

ABSORÇÃO FOLIAR. Prof. Josinaldo Lopes Araujo. Plantas cultivadas dividem-se em: Folhas Caule Raízes

RECOMENDAÇÃO DA DOSE DE BORO, EM SOLO HIDROMÓRFICO, PARA A CULTURA DO RABANETE.

ADUBOS FLUIDOS E ADUBAÇÃO FOLIAR

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

ADUBOS FLUIDOS E ADUBAÇÃO FOLIAR

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

ADUBOS FLUIDOS E ADUBAÇÃO FOLIAR

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

ABSORÇÃO FOLIAR E PRINCÍPIOS DE ADUBAÇÃO FOLIAR

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO A PARTIR DE DIFERENTES ALTURAS DE DECOTE

EFEITO DE CINZA DE EUCALIPTO NA INCIDÊNCIA DE CERCOSPORIOSE E BICHO MINEIRO EM MUDAS DE COFFEA ARABICA

TEORES FOLIARES DE FÓSFORO, COBRE E ZINCO EM CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

Adubação foliar Nutrição Mineral de Plantas ADUBAÇÃO FOLIAR

INFILTRAÇÃO APROXIMADA DE ÁGUA NO SOLO DE TALUDE REVEGETADO COM CAPIM VETIVER EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

ADUBOS FLUIDOS E ADUBAÇÃO FOLIAR

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL VALORIZA. VALORIZA/Fundação Procafé

João Felipe AMARAL, Laércio Boratto de PAULA.

Universidade Federal do Espírito Santo SEAGRO: ANAIS DA SEMANA ACADÊMICA DO CURSO DE AGRONOMIA DO CCAE/UFES

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

APLICAÇÃO DE GLIFOSATO NO CONTROLE DA REBROTA DO SORGO EM DIFERENTES ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSE

Análise Comparativa de Métodos de Extração de Nutrientes de Tecidos Vegetais

Iniciação Científica (PIBIC) - IFMG 2 Professora Orientadora IFMG. 3 Estudante de Agronomia.

TEORES DE NUTRIENTES FOLIARES EM LAVOURA CAFEEIRA DE ACORDO COM A POSIÇAO DE AMOSTRAGEM DE SOLO

FONTES DE MICRONUTRIENTES

ADUBOS FLUÍDOS (líquidos)

Efeito do Tratamento de Sementes com Micronutrientes (Zn e Mo) Sobre o Desenvolvimento de Plântulas de Milho (Zea mays)

4ª Jornada Científica e Tecnológica e 1º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 16, 17 e 18 de outubro de 2012, Muzambinho MG

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE MATÉRIA ORGÂNICA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE VERMICOMPOSTO RESUMO

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

Protocolo. Boro. Cultivo de soja sobre doses de boro em solo de textura média

CARACTERÍSTICAS FITOTÉCNICAS DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM FUNÇÃO DE DOSES DE GESSO E FORMAS DE APLICAÇÃO DE GESSO E CALCÁRIO

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS COM ESTERCO BOVINO OU CAPRINO. Resumo

CARACTERÍSTICAS FITOMÉTRICAS DO SORGO FORRAGEIRO SS318 CULTIVADO NA 2ª SAFRA EM DIFERENTES DENSIDADES

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO ANTES E APÓS A COLHEITA DO MILHO (Zea mays L.) CULTIVADO EM SOLO HIDROMÓRFICO 1

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO RESISTENTE A FERRUGEM SOB USO DE IRRIGAÇÃO EM MUZAMBINHO-MG

Prof. Francisco Hevilásio F. Pereira Cultivos em ambiente protegido

AGRISUS - RELATÓRIO MARÇO DE 2012

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO RECEPADO, SUBMETIDO A DIFERENTES CULTIVOS INTERCALARES. RESUMO

EFEITO DO GESSO AGRÍCOLA NA FERTILIDADE DO SOLO, NUTRIÇÃO E PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO.

ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA E FOLIAR ASSOCIADAS A DOIS TIPOS DE COBRETURA MORTA NA PRODUTIVIDADE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris)

ESTADO NUTRICIONAL DE CAFEZAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE EM FUNÇÃO DO ANO DE AMOSTRAGEM. II. MICRONUTRIENTES

Absorção e adubação foliar

CALCÁRIO, SILICATO DE CÁLCIO E MAGNÉSIO E GESSO AGRÍCOLA NO CULTIVO DO CAFEEIRO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO ÓXIDO CÚPRICO NO CONTROLE DA CERCOSPORIOSE DO CAFEEIRO

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES COBERTURAS DE SOLO NO CULTIVO DE ROSAS CAROLLA E GRETA

Fertilidade de Solos

Prof. Dr. Evandro Binotto Fagan. Professor UNIPAM

CRESCIMENTO DE CLONES DE

FERTILIDADE DO SOLO INTERPRETAÇÃO DA ANÁLISE DE SOLO E RECOMENDAÇÃO DA ADUBAÇÃO

ABSORÇÃO E TRANSPORTE DE NUTRIENTES. Katia Christina Zuffellato-Ribas

ABSORÇÃO FOLIAR VIAS DE ABSORÇÃO FOLIAR. 1- Atravessa a cutícula cerosa e paredes das células epidérmicas por difusão;

OBJETIVO SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DA ADUBAÇÃO NPKS MINERAL (QUÍMICA) POR ORGÂNICA COM E. GALINHA MAIS PALHA DE CAFÉ

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A CLORETO DE MEPIQUAT E CLORETO DE MEPIQUAT + CICLANILIDA (*)

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

COMPRIMENTO E MATÉRIA SECA DE PLÂNTULAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO COLORIDO SEMEADAS COM E SEM LÍNTER

Valor nutritivo do feno de Tifton 85 (Cynodon spp.) sequeiro em cinco idades de corte

FATORES MORFOLÓGICOS DO SORGO EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS EM FUNÇÃO DE DUAS DATAS DE PLANTIO

Café. Amostragem do solo. Calagem. Gessagem. Produtividade esperada. Espaçamento (m)

O SOLO COMO F0RNECEDOR DE NUTRIENTES

Produtividade do Sorgo Forrageiro em Diferentes Espaçamentos entre Fileiras e Densidades de Plantas no Semi-Árido de Minas Gerais

Transporte de água e solutos

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Avaliação da saturação por bases para o plantio do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) em solos de cerrado

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

Autores: JL Maciel, Discente do curso de Agronomia UFU Monte Carmelo; GA Assis, Professora da UFU - Monte Carmelo; B Valoto, Discente do curso de Agro

ADUBAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM MUDAS DE ABACAXIZEIROS PÉROLA PROVENIENTES DE CAULES SECCIONADOS

CLAUDINEI KURTZ Eng. Agrônomo, Dr. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Dr. Estêvão Vicari Mellis

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

RESULTADOS E DISCUSSÃO

PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA SOB INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DOSES DE MATERIAL HÚMICO

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA PLANTA DE CHIA SOB SOMBRITE COM DIFERENTES FONTES DE ADUBO NAS CONDIÇÕES DO SUL DE MINAS GERAIS

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

EFEITO DE MICRONUTRIENTES NA MASSA SECA DE ALGODOEIRO (*)

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

FULLAND (FOSFITO DE COBRE): CONTROLE DE PHOMA E ANTRACNOSE DO CAFEEIRO.

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

INTERFERÊNCIA DA POPULAÇÃO DE PLANTAS NA FITOMETRIA DE PLANTAS DE SORGO DE 2ª SAFRA

37º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS

AVALIAÇÃO DE FONTES DE ZINCO NA CULTURA DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NO OESTE DA BAHIA

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

Avaliação da eficiência agronômica de inoculante líquido contendo bactérias do gênero Azospirilium

Quando e Como Aplicar Micronutrientes em Cana de Açúcar para Aumento de Produtividade. Marcelo Boschiero

5. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS ANÁLISES DE SOLOS

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

Série tecnológica cafeicultura. Amostragem de folhas

LEANDRO ZANCANARO LUIS CARLOS TESSARO JOEL HILLESHEIM LEONARDO VILELA

FERRO. Mestrando: Ricardo Murilo Zanetti

INFLUÊNCIA DO BIOESTIMULANTE STIMULATE NO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO CV. CATUCAÍ 2SL

Transcrição:

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 4 e 5 de novembro de 214, Pouso Alegre/MG ABSORÇÃO FOLIAR DE MICRONUTRIENTES NO CAFEEIRO Henrique R. B. FARIAS 1 ; Fernando S. COELHO 2 ; Wellington M. BARBOSA 3 RESUMO A absorção foliar de nutrientes via cutícula e estômatos tem sido objeto de discussão e o cafeeiro, por ser uma planta hipoestomática, auxilia no melhor compreendimento quanto à absorção por esta via. O objetivo deste trabalho foi avaliar a absorção de micronutrientes na superfície foliar. Constatou-se que os micronutrientes Zinco, Ferro, Boro e Cobre são mais absorvidos quando aplicados simultaneamente nas superfícies abaxial e adaxial da folha do cafeeiro, seguido pela aplicação somente na superfície abaxial. A absorção na superfície adaxial, apesar de ser menor que as demais, foi significativamente superior ao controle, reforçando a teoria do que a absorção foliar, em sua maioria, ocorre pela cutícula. INTRODUÇÃO A cutícula constitui a primeira barreira à penetração de soluções provenientes de aplicações foliares, devendo essas soluções atravessar a cutícula, penetrar e difundir-se no apoplasto (ROSOLEM, 22). A cutícula é aparentemente transversa por caminhos polares que são solúveis em água e pequenas moléculas solúveis, cuja natureza e comprimento não estão claros (Neumann, 1988 citado por ROSOLEM, 22). Boaretto et al. (1999) relatam que a cutícula tem certas propriedades importantes conferidas pela sua composição química e estrutural, que são importantes para o entendimento dos mecanismos de absorção foliar. É permeável à 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Machado. Machado/MG, email: henriquetecagro@yahoo.com.br; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Machado. Machado/MG, email: fernandosavinni@hotmail.com; 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Câmpus Machado. Machado/MG, email: wmbarbosa@hotmail.com;

água, podendo esta ser o veículo de íons e de moléculas de compostos nela dissolvidos. Há dúvidas no que diz respeito à importância dos estômatos na absorção foliar, uma vez que os mesmos cobrem apenas de,26 a,84 % da superfície foliar conforme as espécies. Para contar com este tipo de absorção através dos estômatos, como são pequenos, a solução deve ser de muito baixa tensão para que haja absorção (AUDUS, 1976). Por diversas décadas a absorção de água e solutos via estômatos foi objeto de controvérsia, até que a discussão foi praticamente encerrada por Shonherr e Bukovac (1972). Eles demonstraram que a penetração de soluções aquosas através dos estômatos era impossível por razões físicas relacionadas à arquitetura e por características da superfície dos estômatos e ainda à alta tensão superficial das soluções aquosas. Assim, para ocorrer penetração estomatal, a solução deveria ter uma tensão superficial menor que 3 mn.m -1. A partir daí, a absorção foliar ficou conhecida como ocorrendo somente pela cutícula, em uma generalização implícita. Entretanto, é comum um grande impacto da densidade estomatal ou da abertura estomática na absorção foliar. Hoje é aceito que há penetração de solutos nas folhas através da cutícula e dos estômatos (ROSOLEM, 22), porém não há resultados conclusivos a respeito. Sendo assim, este trabalho visou avaliar a eficiência da absorção de micronutrientes, aplicados separadamente na superfície adaxial e abaxial, das folhas do cafeeiro, levando em consideração a característica da espécie de ser hipoestomática. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado com a cultivar Catuaí-15, cultivado em casa de vegetação do IFSULDEMINAS, Câmpus Machado. As plantas permaneceram em vasos de 18 L até atingirem um porte com área foliar suficiente para a coleta das folhas, sem afetar a estrutura da planta. Foram cultivados 2 vasos, sendo uma muda por vaso. A aplicação dos micronutrientes foi realizada sobre a superfície adaxial, abaxial e em ambas as partes da folha com algodão, fixado em uma pinça, imerso na solução de micronutrientes, de acordo com os tratamentos listados abaixo:

Tratamento 1 - testemunha (aplicação de água destilada); Tratamento 2 - aplicação na superfície adaxial; Tratamento 3 - aplicação na superfície abaxial; Tratamento 4 - aplicação em ambas superfícies. Os micronutrientes foram aplicados na forma dissolvida de sais sendo eles: Ácido bórico 3 g.l -1, Sulfato de zinco 3 g.l -1, Oxicloreto de cobre 3 g.l -1, Sulfato ferroso 1 g.l -1, e Sulfato manganoso 5 g.l -1. Todos os sais foram dissolvidos na mesma solução, sendo aplicados 2 litros de solução nas 2 plantas. Além dos sais, foram adicionados espalhante adesivo,5 g.l -1 e Cloreto de potássio 3 g.l -1 para facilitar a entrada do zinco na folha. As concentrações foram baseadas segundo recomendações da 5 a aproximação e as folhas reumedecidas diariamente durante 7 dias com um borrifador manual. As amostras foram analisadas no Laboratório de Análises de Solos e Folhas do Câmpus Machado, os teores dos micronutrientes Mn, Zn, Cu, e Fe foliares determinados pelo método de espectofotometria atômica e o Boro pelo método via seca com indicador azometina-h. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 5 repetições e 4 tratamentos. Após a tabulação dos dados foi realizado teste de análise de variância e as médias submetidas ao teste de Scott-Knott a 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO O teste realizado com o nutriente Zinco expressou claramente a diferença na eficiência de absorção quando aplicado nas diferentes superfícies foliares (Figura 1). A testemunha não recebeu a aplicação da solução de nutrientes em nenhuma superfície, obtendo o menor teor foliar de zinco. A aplicação da solução somente na superfície adaxial resultou em teor foliar menor do que nos outros tratamentos, porém diferindo estatisticamente da testumunha. O tratamento em que foi efetuada a aplicação da solução somente na superfície abaxial correspondeu a uma melhor absorção quando comparado com a testemunha e com a superfície adaxial. A aplicação da solução nas superfícies adaxial e abaxial foi o tratamento que se mostrou melhor quanto à eficiência na absorção foliar de zinco.

O nutriente Boro mostrou-se indiferente em relação à superfície aplicada. A testemunha foi o tratamento em que, estatisticamente, resultou menor teor foliar. Os tratamentos com aplicação na superfície abaxial e adaxial isoladamente, e abaxial e adaxial juntas, não diferiram estatisticamente entre si (Figura 2). O Cobre teve comportamento de absorção semelhante ao Zinco. Houve diferença significativa na absorção foliar em função da superfície aplicada (Figura 3). A testemunha foi o tratamento que resultou menor teor foliar de cobre. A aplicação da solução na superfície adaxial apresentou um teor foliar de cobre maior que a testemunha, porém menor do que nos demais tratamentos. A aplicação do nutriente na superfície abaxial obteve maiores teores foliares quando comparados com a testemunha e com a superfície adaxial. O tratamento em que foi aplicada a solução nas superfícies adaxial e abaxial juntas, resultou no maior teor foliar do nutriente, destacando-se dos demais tratamentos quanto à eficiência da absorção em função da superfície aplicada. O Manganês não apresentou diferença estatística na eficiência de absorção entre as diferentes superfícies foliares (Figura 4). Os teores foliares de Ferro na testemunha e no tratamento com aplicação na superfície adaxial não diferiram entre si estatisticamente, e nos tratamentos em que a solução foi aplicada na superfície abaxial e nas duas superfícies adaxial e abaxial juntas, obtiveram significativamente os mesmos teores foliares (Figura 5).

Zinco Boro 2 1 1 5,2 (D) 54 (C) 17,6 (B) 159,8 (A) 6 4 3 2 1 9,2 (B) 32,8 (A) 43,8 (A) 53,94 (A) Figura 1: Diferença entre as médias dos teores diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<5). Figura 2: Diferença entre as médias dos teores diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<5). Cobre Manganês 2 2 1 1 25,2 (D) 145,5 (B) 77,1 (C) 211,1 (A) 4 3 2 1 13,5 (A) 24,9 (A) 34,7 (A) 41,3 (A) Figura 3: Diferença entre as médias dos teores diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<5). Figura 4: Diferença entre as médias dos teores diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<5). Ferro 8 6 4 2 19,6 (B) 37,3 (B) 53,7 (A) 68 (A) Figura 5: Diferença entre as médias dos teores diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<5).

CONCLUSÕES A aplicação dos nutrientes Zinco, Cobre, Boro e Ferro nas superfícies abaxial e adaxial juntas mostrou-se mais eficiente quanto à absorção, justificando a importância da tecnologia de aplicação para a adubação foliar. A aplicação somente na superfície abaxial mostrou-se mais eficiente do que na superfície adaxial para os nutrientes Zinco, Cobre e Ferro. Houve absorção significativa de todos os nutrientes nos tratamentos aplicados somente na superfície adaxial em relação à testemunha, e devido à ausência de estômatos nesta superfície no cafeeiro, reforça-se a teoria de que a penetração cuticular é o caminho de entrada dos íons na folha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUDUS, L. J. The physiology and biochemistry of herbicides. New York: ACADEMIC PRESS, biochemistry, ecology. 2. ed. London: Academic Press, 1976. 2v. BOARETTO, A. E.; SCHIAVINATTO NETO, P.; MURAOKA, T.; TRIVELIN, P. C. O.; BISSANI, C. A. Eficiência da aplicação de 15 N-uréia no solo e nas folhas de laranjeiras jovens. Laranja, Cordeirópolis, v.2, p.477-498, 1999. ROSOLEM, C. A. Recomendação e aplicação de nutrientes via foliar. Lavras: UFLA/FAEPE98: p.1-17, 22. SHONHERR, J.; BUKOVAC, M. J. Penetration of stomata by liquids. Plant Physiology. v. 49, p.813-819, 1972.