Direito Previdenciário Obrigações fiscais Prof. Bruno Valente
Lei 9.430/96 legislação tributária federal Lei nº 8.212/91 Código Tributário Nacional - CTN
Sempre que o recolhimento das contribuições previdenciárias for feito fora do prazo legal estipulado, as empresas e equiparadas ou os segurados sujeitam-se ao pagamento dos encargos financeiros que acrescerão ao valor da contribuição para recompor o valor financeiro, como também da respectiva sanção estipulada pela lei.
Entre os consectários legais, podemos citar: 1) Juros de mora: Os juros de mora representam verdadeira indenização a ser paga pelo sujeito passivo, em virtude da disponibilidade financeira indevida, obtida pela empresa, ao não recolher o devido em época própria. Os juros de mora representam a remuneração pela utilização do
A contribuição que é paga após o prazo legal fica sujeita à incidência de juros, que são calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, nos termos do art. 61, 3º da Lei n. 9.430/96.
A aplicação da regra geral de incidência de juros dos tributos federais para as contribuições previdenciárias se deu em razão da alteração do art. 35 da Lei n. 8.212/91 pela Lei n. 11.941/09, que assim determinou:
Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
Com isso, a partir da alteração legislativa de maio de 2009, passou-se a adotar a letra do art. 61, 3º da Lei n. 9430/96: 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento.
E o 3º do art. 5º da mesma lei assim dispõe: 3º As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.
2) Multa: A multa é um consectário legal que é imposto ao contribuinte que deixa de implementar o pagamento da contribuição previdenciária dentro do prazo legal assinalado pela legislação.
A doutrina já tentou diferenciar a multa em dois tipos: multa moratória e multa punitiva, mas o STF lavrou entendimento de que não há diferenciação entre as multas, possuindo ambas caráter punitivo.
Os percentuais a serem aplicados a título de multa de mora também sofreram alteração pela Lei n. 11.941/09, que modificou o caput do art. 35 da Lei n. 8.212/91, dispondo que os débitos (...) serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
Com isso, a partir da alteração legislativa de maio de 2009, passou-se a adotar a letra do art. 61 da Lei n. 9430/96: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não
(...) nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do
2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. Assim, a aplicação da multa de mora passou a ser adotada no valor de 0,33% por dia de atraso, limitada a 20%.
Todavia, a aplicação desta multa não exclui a possibilidade de aplicação de outras multas previstas na legislação tributária federal, como por exemplo as do art. 44 da Lei 9.430/96. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:
I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II - de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal:
a) na forma do art. 8º da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física;
b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.
Fim Bons estudos!