Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Documentos relacionados
Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

VIH E TERAPÊUTICA ANTIRRETROVÍRICA 6.º CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 18 A 28 DE JUNHO 2018 EM INFEÇÃO POR PÓS-GRADUAÇÃO. Teste de avaliação - 2 de julho

Infeciosas. em Doenças. 12º Curso de Pós-Graduação.

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH Versão 1.0

VIH. E TERAPÊUTICA ANTIRRETROVÍRICA 17 A 26 DE JUNHO 2019 Teste de avaliação - 1 de julho 7.º CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFEÇÃO POR PÓS-GRADUAÇÃO

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH Versão 1.0

APECS APECS. Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SI DA. Av. 5 de Outubro, Sala Lisboa - Pot1ugal

APECS Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA. Relatório

PROGRAMA PRELIMINAR COIMBRA HOTEL VILA GALÉ 30 DE NOVEMBRO 1 E 2 DE DEZEMBRO 2016 XI CONGRESSO NACIONAL DE VIH/SIDA

APECS APECS. Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA. Av. 5 de Outubro, Sala Lisboa - Pot1ugal

APECS RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

PROGRAMA PRELIMINAR COIMBRA HOTEL VILA GALÉ 30 DE NOVEMBRO 1 E 2 DE DEZEMBRO 2016 XI CONGRESSO NACIONAL DE VIH/SIDA

APECS Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA. APECS Relatório

25 e 26 de janeiro de de janeiro de º Curso Temático Pré-Jornadas

Manual Sobre Sida. Ana Espada de Sousa Unidade de Imunologia Clínica, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

12.ª Reunião de Pneumologistas do Hospital Pulido Valente

VII. Programa. Porto. Encontro Nacional da Clínica de Ambulatório VIH / Hospitais de Dia. Clínicas de Ambulatório: justificam-se? Centro de Congressos

Curso de Formação APDH Saúde em Ação - Política, Saúde e Crise Desafiar paradigmas: VIH/SIDA

CONVITE PROGRAMA DOENÇAS INFECCIOSAS E MICROBIOLOGIA CLÍNICA SOBRE SIDA X I C O N G R E S S O N A C I O N A L I X C O N G R E S S O N A C I O N A L

28 e 29 de Janeiro de de Janeiro 4º Curso Temático Pré-Jornadas

Área de Intervenção: Detecção Precoce e Prevenção do VIH e SIDA e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Plano Atividades 2015

VALOR EM SAÚDE DA IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA 90%-90%-90% PARA A INFEÇÃO POR HIV: COMENTÁRIOS ACERCA DA REALIDADE PORTUGUESA

9º Curso. Pós-Graduação TUBERCULOSE. 19 de fevereiro a 3 de março Inscrições em: Organização

Brochura Educacional para os Médicos Prescritores sobre a PrEP

1-4 de Maio de 2014 Hotel Grande Real Santa Eulália Albufeira

VIH e doença de órgão

Intervenção dos Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH, Cuidados de Saúde Primários e Urgências na implementação do diagnóstico,

13:00 - Abertura do Secretariado 14:00 Abertura Palavras informais Prof. Dra. Estela Monteiro (Presidente da Soc. Portuguesa de Hepatologia)

22 Jornadas de Endocrinologia e Diabetes de Coimbra

Neuroestimulac a o Perife rica Minimamente Invasiva e Bloqueios de Nervos Perife ricos na Migrânea

Geriatria º CONGRESSO PROGRAMA CIENTÍFICO junho A idade & o conhecimento aliados no futuro

Curso Pré-Congresso: Infeção e viagens: riscos e desafios

XIV Congresso Nacional DOENÇAS INFECIOSAS E MICROBIOLOGIA CLÍNICA. XII Congresso Nacional VIH/SIDA

PROGRAMA CIENTÍFICO (provisório)

28 e 29 de Janeiro de de Janeiro 4º Curso Temático Pré-Jornadas

AVISO N.º 10/2016 NÚCLEO DE GESTÃO DOS PROGRAMAS DE APOIOS FINANCEIROS

CIRCULAR NORMATIVA CONJUNTA DGS/ACSS/INFARMED/INSA/SPMS

Comissão Organizadora. Comissão Científica

AVISO N.º 7/2016 NÚCLEO DE GESTÃO DOS PROGRAMAS DE APOIOS FINANCEIROS

EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

CONVITE DO PRESIDENTE DO ENCONTRO

Curso. Programa. precisamos saber? Risco de Infeção na Imunomodulação /Imunossupressão. O que.

SET CENTRO MULTIMEIOS DE ESPINHO

Direção-Geral da Saúde. Direção de Serviços de Informação e Análise. Profª Raquel Duarte

XXI ENCONTRO NACIONAL DE PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Declaração de recebimentos em atraso existentes em 31/12/2015

Curso. Programa. precisamos saber? Risco de Infeção na Imunomodulação /Imunossupressão. O que.

Almoço Intervalo para café

Guia do Prescritor. Versão 1 (novembro 2017)

PROGRAMA CIENTIFICO PRELIMINAR

PROGRAMA CIENTIFICO PRELIMINAR

Programa de identificação precoce e prevenção da infecção VIH/Sida direccionado a utilizadores de Drogas

Programa Científico. 6ª-feira / :30-9:00. Abertura do Secretariado MESAS 9:00-10:30

II Jornadas do Serviço de Medicina Interna IV Jornadas de Infecciologia Hospital Central do Funchal PROGRAMA

AVISO N.º 22/2016 NÚCLEO DE GESTÃO DOS PROGRAMAS DE APOIO FINANCEIRO

MODELOS DE PREVISÃO E ANÁLISE DA ADESÃO E RETENÇÃO NO TRATAMENTO

Programa de identificação precoce e prevenção da infecção VIH/Sida direccionado a utilizadores de Drogas

Declaração de pagamentos em atraso existentes em 31/12/2015

CONGRESSO DE CASOS CLÍNICOS EM CARDIOLOGIA

VIH e doença de órgão

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ASPESM

Programa Provisório SALA 1 SALA 2 SALA de março de 2019

Câncer de pulmão precoce: Cuidados Perioperatórios

Plano de Atividades Associação Positivo.

Quem muito pede. Pouco sabe E alguém paga por isso. Rui Alberto Ferriani

Local para estágio CNPJ Valido até

Local para estágio CNPJ Valido até

HEPATITE B INTRODUÇÃO À PATOLOGIA

A PREVENÇÃO. faz a diferença CANCRO DO COLO DO ÚTERO. #4 Junho de 2016 Serviços Sociais da CGD

OBJETIVOS. Processo na Indústria Farmacêutica Mercado Farmacêutico Pesquisa & Desenvolvimento Papel do Genérico

A infeção por VIH em Portugal Onde estamos? Para onde vamos e o que fazer?

Hepatite A. Género Hepatovírus, Família dos Picornaviridae

AVISO N.º 1/2016 NÚCLEO DE GESTÃO DOS PROGRAMAS DE APOIOS FINANCEIROS

Monitorização Epidemiológica VIH/Sida, na RAM, até

4as Jornadas do GRESP (cuidar, capacitar, acompanhar)

Brochura de informação para o doente sobre KEYTRUDA. (pembrolizumab)

TUBERCULOSE ELIANE FONSECA MÉDICA INFECTOLOGISTA PROFESSORA DO MÓDULO DE INTERAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE-CESUPA

AVISO N.º 2/2016 NÚCLEO DE GESTÃO DOS PROGRAMAS DE APOIOS FINANCEIROS

FICHA DE PROGRAMA OU PROJETO DE SAÚDE. ÁREA FUNCIONAL DO DSP: Promoção e Proteção da Saúde

Despacho nº 04/2016. O Despacho n.º 6401/2016, do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, de 11 de maio,

PROGRAMA CIENTÍFICO 19 a 22 ABRIL de 2018

GRAVIDEZ E INFECÇÃO VIH / SIDA

Tuberculose 22 de março de 2018

PROGRAMA CIENTÍFICO 19 a 22 ABRIL de 2018

GARD Portugal Convite

Audiência na Comissão de Saúde

Geriatria º CONGRESSO PROGRAMA PRELIMINAR junho A idade & o conhecimento aliados no futuro

Convite do Presidente do Encontro Organização Palestrantes Workshop Pré-Encontro 24 set 13 Programa 25 set 13 Programa 26 set 13 Programa 27 set 13

O Relatório de Atividades 2014 do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA está enquadrado pelos seguintes fatores:

Transcrição:

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH- 2 2015 Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA

Recomendações Portuguesas para o tratamento da infeção por VIH-1 e VIH-2 (2015 v01). Autores 1 Cristina Guerreiro (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Isabel Aldir (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Joaquim Oliveira (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Kamal Mansinho (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Laura Marques (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Luís Mendão (Forum Nacional da Sociedade Civil para o VIH) Manuela Doroana (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Ricardo Camacho (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Rui Sarmento e Castro (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Sónia Dias (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Teresa Branco (Conselho Científico PNI VIH/SIDA) Consultores António Sarmento Fernando Maltez Francisco Antunes José Malhado Saraiva da Cunha Coordenador António Diniz 1 Capítulo 9: foram coautores Flora Candeias, Graça Rocha e José Gonçalo Marques. Capítulo 10: foram coautores Flora Candeias, Graça Rocha e José Gonçalo Marques.

Declaração de Interesses Cristina Guerreiro (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Recebeu honorários pela sua presença em reuniões de Scientific Advisory Board de Gilead Sciences e Bristol-Myers Squib. Não considero que haja qualquer conflito de interesses, visto que as minhas orientações para este trabalho advêm da minha prática clinica. Isabel Aldir (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Participou e recebeu honorários por atividades de formação, conferências e reuniões de consultadoria científica de: Abbott, Boehringer Ingelheim, Bristol-Myers Squibb, Gilead Sciences, GlaxoSmithKline, Janssen-Cilag Farmacêutica, Merck Sharp & Dhome, Roche e ViiV Healthcare Joaquim Oliveira (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Participou e recebeu honorários por atividades de formação e reuniões de consultadoria científica de: Boehringer Ingelheim, Abbott, Bristol-Myers Squibb, Janssen-Cilag Farmacêutica, Gilead Sciences, Merck Sharp&Dhome ViiV Healthcare Kamal Mansinho (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Participou em reuniões de consultoria científica dos laboratórios. Recebeu honorários por conferências e participação em eventos científicos patrocinados por: Laboratórios Abbott, Bristol- Myers Squibb, Gilead Sciences, Janssen-Cilag, Merck Sharp & Dome, ViiV Healthcare. Laura Marques (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Recebeu apoio para inscrição e deslocação a congressos e reuniões científicas, das companhias farmacêuticas Glaxo-Smith-Kline, Octapharma, Pfizer, Novartis, Sanofi Pasteur MSD, Jansenn Cilag e Gilead Sciences. Parcipou num advisory board da Jansenn Cillag. Manuela Doroana (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Recebeu honorários pela sua presença em reuniões de Scientific Advisory Board de várias entidades promotoras. Não considero que haja qualquer conflito de interesses, visto que as minhas orientações para este trabalho advêm da minha prática clinica. Ricardo Camacho (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Recebeu honorários por atividades de formação e consultadoria científica, suporte na organização de reuniões científicas e suporte na deslocação a reuniões científicas de: Laboratórios Abbott, Merck Sharp & Dohme, Boeringer-Ingelheim, Gilead Sciences, Roche, Janssen Cilag, GlaxoSmithKline, VIIV Healthcare, Bristol Meyers Squibb. Recebeu apoio para projetos de investigação de Merck Sharp & Dohme, ViiV Healthcare e Gilead Sciences. Rui Sarmento e Castro (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Participou em palestras ou Scientific Advisory Boards das seguintes empresas: Gilead Sciences, ViiV Healthcare, Bristol Myers Squibb, Laboratórios Abbott, Merck Sharpe and Dohme, Roche Farmacêutica e Janssen. Sónia Dias (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Sem interesses a declarar. Teresa Branco (Conselho Científico PNVIH/SIDA) Recebeu subsídios para deslocação a congressos e reuniões científicas e honorários pela participação em reuniões de consultadoria científica ou oradora em reuniões científicas das seguintes empresas farmacêuticas: Bristol-Meyer-Squibb, Abbott, Roche, Merck Sharp & Dome, Boehringher Ingelheim, Janssen Cilag, ViiV Healthcare.

Índice Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Preâmbulo Categorização da robustez da informação Recomendações para o início da terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em doentes adultos e adolescentes com infeção crónica por VIH-1. Recomendações para o início da terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em doentes adultos e adolescentes com infeção crónica por VIH-2. Recomendações para mudança da terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em doentes adultos e adolescentes em falência terapêutica. Recomendações para mudança da terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em doentes adultos e adolescentes com carga vírica suprimida. Recomendações sobre a terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) na infeção primária por VIH. Recomendações sobre terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em doentes com outras coinfecções. 8.1 Infeção por VHB 8.2 Infeção por VHC 8.3 Tuberculose Saúde reprodutiva e gravidez. Recomendações para prevenção da transmissão mãe-filho da infeção por VIH. Recomendações sobre terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) em crianças com infeção por VIH-1. Considerações finais Documentos de referência Lista de siglas e acrónimos

7. Recomendações sobre a terapêutica antirretrovírica combinada (TARc) na infeção aguda por VIH. Embora, do ponto de vista fisiopatológico, faça sentido iniciar a terapêutica antirretrovírica na infeção aguda, não existe consenso nem evidência científica do benefício a longo prazo desta opção, exceto em relação a situações específicas. Qualquer decisão sobre o início da terapêutica antirretrovírica na infeção aguda, deve ter sempre em conta a opinião do doente, essencial para a adesão ao esquema terapêutico. 7.1 Definição - Entende-se por infeção aguda, aquela que ocorre após a exposição ao VIH nas 2 a 8 semanas anteriores, acompanhada de sintomas clínicos, virémia detetável (ARN VIH >1000 cópias/ml) e teste serológico negativo ou indeterminado (ELISA negativo ou fracamente positivo associado a uma banda no WB ). 7.2 Abordagem da infeção aguda por VIH A abordagem terapêutica na infeção aguda por VIH deve efetuar-se de acordo com o indicado na Tabela 7.1 O teste de resistência deve ser realizado sempre, independentemente da decisão de início da terapêutica ou, pelo menos, deve proceder-se a uma colheita de amostra de plasma para ser congelado e eventual análise posterior. Apontam-se como benefícios do diagnóstico e tratamento de Infeção aguda do VIH: a) A nível individual: diagnóstico precoce e seguimento adequado do doente com ou sem tratamento; diagnóstico de todas as outras doenças sexualmente transmissíveis. b) A nível de saúde pública: evitar propagação da infeção aos seus parceiros sexuais e/ou reconhecimento dos que já estão infetados.

Tabela 7.1 Abordagem terapêutica na infeção aguda por VIH Situações específicas com indicação para iniciar TARc 1. Doentes com eventos definidores de SIDA. 2. Doentes com linfócitos T CD4 + <350 céls/mm 3 no 3º mês e nos meses subsequentes. 3. Doença aguda grave e prolongada, sobretudo com atingimento do SNC. Regimes de TARc Devem ser instituídos os mesmos regimes da terapêutica inicial tendo em conta as características do doente. Na ausência de resultado do teste de resistência deve optar-se por um regime terapêutico contendo um IP potenciado. Duração da TARc Permanente. Após o início da terapêutica e à luz dos conhecimentos atuais, esta não deve ser interrompida, tal como na doença crónica.