REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

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Transcrição:

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA Poloni, N. M. 1* ; Maciel, J. L. N. 2 ; Garcia, I. L. 1 ; Tarumoto, M. B. 1 ; SANTOS, P. L. F. 1 ; Ceresini, P. C. 1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira 2 Embrapa Trigo Passo Fundo/RS *nadia_poloni@hotmail.com Introdução A brusone do trigo, causada pelo fungo Pyricularia grisea (Cooke) Sacc. (teleomorfa Magnaporthe grisea (Hebert) Barr), é uma das doenças mais disseminadas e destrutivas entre os fungos fitopatogênicos. Esse patógeno caracteriza-se por possuir uma ampla gama de gramíneas hospedeiras ao redor do mundo. No Brasil, em meados da década de 1980, surgiu o primeiro relato de ataque desse fungo em trigo em condições naturais (IGARASHI et al, 1986). Desde então, apesar da disponibilidade de genótipos de trigo que possam servir como fontes de resistência a essa doença ser extremamente restrita, a busca por genótipos com essas características tem sido intensa no Brasil (GOULART e PAIVA, 1992; GOULART et al., 1995; URASHIMA et al., 2004). Entretanto, a resistência de um determinado cultivar, numa região geográfica, nem sempre se confirma em outras regiões ou mesmo em condições controladas de inoculação (CRUZ et al., 2010). Segundo Urashima et al. (2004), as diferenças entre resultados obtidos em diferentes experimentos podem ser atribuídas à variabilidade do patógeno. Ainda de acordo com Urashima et al. (2004), para que seja possível a identificação de genótipos resistentes, é necessário submeter genótipos de trigo a inoculações com isolados representativos de diferentes populações do patógeno. Assim, é possível verificar o grau de resistência à doença, além de permitir que seja feito o monitoramento da dinâmica populacional do patógeno em viveiros de infecção de brusone e ao longo do tempo, em condições de cultivo de diferentes genótipos (MACIEL et al., 2004). A severidade da brusone do trigo varia muito em função da região, das condições climáticas e do cultivar em questão. A doença vem sendo considerada de importância econômica nos locais onde tem ocorrido, devido à intensidade dos sintomas que produz

(GOULART et al., 2007). Apesar de menos frequentes, também podem ocorrer sintomas da brusone nas folhas (CRUZ et al., 2009). Este trabalho teve por objetivo avaliar a reação da plântula, a incidência da doença e o grau de resistência à brusone, em diferentes genótipos de trigo. Material e Métodos A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Fitopatologia e em casa de vegetação da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, em 2012. Foram realizados dois ensaios, sendo que em cada um deles utilizou-se um isolado monospórico de P. grisea diferente nos procedimentos de inoculação. Os isolados foram obtidos de folhas, ráquis e de glumas de trigo com sintomas de brusone proveniente do Estado do Rio Grande do Sul. No primeiro ensaio, utilizou-se o isolado Py 50.10 e, no segundo, utilizou-se o isolado Py 86.1. Os genótipos de trigo utilizados no experimento foram os seguintes: Anahuac 75, BR- 18, BRS-220, BRS-229, BR-24, Cevada CGN, CNT-8, e MGS-Brilhante. As sementes de cada um desses genótipos foram semeadas em vasos com capacidade de 2 kg de solo. Os isolados preservados em papel-filtro foram repicados para placas de Petri com meio de aveia-ágar e incubados em câmara de crescimento à temperatura de 23 a 25ºC, por 12 dias. Para obtenção do inóculo, os conídios foram removidos da placa com o auxílio de um pincel e água destilada acrescida com espalhante adesivo Tween 80. O volume de suspensão de cada isolado foi de 70 ml na concentração de 2 x 10 6 esporos/ml. A inoculação nas folhas das plantas jovens foi realizada 21 dias após sua semeadura. Para a inoculação utilizaram-se frascos com gatilho de spray manual. Após 7 dias foi realizada a avaliação das plantas inoculadas. A avaliação da reação das plântulas inoculadas quanto à brusone foi feita uma única vez, sete dias após a inoculação seguindo-se a mesma classificação empregada por Urashima e Kato (1994). Os tipos de lesões foram classificados em cinco categorias: 0 = sem sintoma visível da doença; 1 = lesões minúsculas do tamanho da cabeça de um alfinete; 2 = manchas amarronzadas, embora possa haver variação quanto à coloração, sem centro discernível; 3 = pequenas lesões com formato de olho e centro cinza; 4 = lesões típicas de brusone, elíptica e centro cinza. Lesões tipo 0, 1, 2 foram consideradas resistentes porque não esporularam quando submetidas às condições favoráveis, enquanto lesões 3 e 4 foram consideradas suscetíveis devido à sua esporulação.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e os genótipos foram avaliados quanto ao grau de infecção da doença nas folhas por meio de observação visual. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando-se o programa estatístico SISVAR. Para a comparação de médias foi utilizado o teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Resultados Nas tabelas 1 e 2, apresentam-se a severidade da doença (brusone), em porcentagem, em folhas de genótipos de trigo submetidos à inoculação com os isolado monospórico de Pyricularia grisea Py 50.10 (Tabela 1) e Pyricularia grisea Py 86.1 (Tabela 2). Tabela 1. Reação à brusone em folhas de genótipo de trigo submetidos à inoculação com o isolado monospórico de Pyricularia grisea Py 50.10. Genótipos Severidade da doença* % Reação nas plântulas BR 18 0,375 a 1,9 Anahuac 75 0,458 a 3 BR 24 0,833 a 2,8 BRS 220 0,458 a 2,3 BRS 229 1,083 a 2,9 MGS Brilhante 0,750 a 3,1 GNT 8 1,875 a 3,0 Cevada CGN 5,667 b 3,3 *Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey. Nos dois ensaios verificaram-se diferenças significativas ao nível de 5% pelo teste de Tukey entre os diferentes genótipos de trigo.

Tabela 2. Reação à brusone em folhas de genótipo de trigo submetidos à inoculação com o isolado monospórico de Pyricularia grisea Py 86.1. Genótipos Severidade da doença* % Reação nas plântulas BR 18 0,375 a 1,9 Anahuac 75 1,583 a 3,6 BR 24 0,792 a 2,4 BRS 220 0,792 a 2,6 BRS 229 1,875 a 3,5 MGS Brilhante 0,500 a 2,2 GNT 8 1,875 a 2,1 Cevada CGN 5,167 b 4,0 *Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si, ao nível de 5%, pelo teste de Tukey. Discussão e Conclusões No ensaio que utilizou o isolado Py 50.10, o genótipo Cevada CGN, apresentou estatisticamente maior severidade da doença, em porcentagem nas folhas de trigo, em relação aos genótipos analisados no presente trabalho. A nota média de escala dos 8 genótipos avaliados foi de 2,77, portanto, em relação à reação nas plântulas os genótipos Anahuac 75, MGS Brilhante, GNT 8 e Cevada CGN apresentaram reação suscetível, notas 3 e 4. Já os genótipos BR 18, BR 24, BRS 220 e BRS 229 apresentaram-se resistentes, notas entre 0 e 2. Isto significa que metade dos genótipos estudados demonstrou suscetibilidade à doença. De maneira similar, no ensaio que utilizou o isolado Py 86.1, o genótipo Cevada CGN, também apresentou maior severidade da doença. A nota média de escala dos 8 genótipos avaliados foi de 2,78, sendo assim, os genótipos Anahuac 75, BRS 229 e Cevada CGN apresentaram reação suscetível nas plântulas, notas entre 3 e 4, e os demais genótipos apresentaram resistentes, com notas entre 0 e 2, significando que a menor parte dos isolados estudados demonstrou-se resistentes à doença. Dentre os genótipos estudados, BR 18, BR 24 e BRS 220, foram as que apresentaram melhor comportamento geral, com incidência de doença significamente menor e resistência à

doença por não esporularem quando submetidas às condições favoráveis. Por outro lado, o genótipo Cevada CGN foi o que apresentou pior comportamento geral, apresentando incidência da doença significativamente maior e suscetibilidade devido a esporulação que foi observada. Conclui-se também que, os genótipos estudos demonstraram suscetibilidade à doença quando estão no estádio de plântula. Referências CRUZ, M. F. A. da; PRESTES, A. M.; MACIEL, J. L. N.; SCHEEREN, P. L. Resistência parcial à brusone de genótipos de trigo comum e sintético nos estádios de planta jovem e de planta adulta. Tropical Plant Pathology, Brasília, v. 35, n. 1, p. 24-31, fev. 2010. CRUZ, M. F. A.; MACIEL, J. L. N.; PRESTES, A. M.; BOMBONATTO, E. A. S.; PEREIRA, J. F.; CONSOLI, L. Caracterização genética e fenotípica de isolados de Pyricularia grisea do trigo. Tropical Plant Pathology, Brasília, v. 34, n. 6, p. 393-401, Nov Dez. 2009. GOULART, A. C. P.; PAIVA, F. de A. Incidência da brusone (Pyricularia oryzae) em diferentes cultivares de trigo (Triticum aestivum) em condições de campo. Fitopatologia Brasileira, v. 17, p. 321-325, 1992. GOULART, A. C. P; SOUSA, P. G.; URASHIMA, A. S. Danos em trigo causados pela infecção de Pyricularia grisea. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 33, n. 4, dez. 2007. IGARASHI, S.; UTIAMADA, C. M.; IGARASHI, L. C.; KAZUMA, A. H.; LOPES, R. S. Pyricularia em trigo. 1. Ocorrência de Pyricularia sp. no estado do Paraná. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.11, p.351-352, 1986. MACIEL, J. L. N. et al. Reação à brusone de genótipos de trigo do programa de melhoramento da Embrapa Trigo no estádio de planta adulta. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2008. 14 p. URASHIMA, A. S.; LAVORENT, N. A.; GOULART, A. C. P.; METHA, Y. R. Resistance spectra of wheat cultivars and virulence diversity of Magnaporthe grisea isolates in Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 29, p. 511-518, 2004.