AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) SUBMETIDAS EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO GIBERÉLICO

Documentos relacionados
Emergência de plântulas de pequizeiro em função da planta matriz e uso de ácido giberélico 1

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

RESUMO. EFFECT OF MIXTURE WITH SOIL OF RESIDUES FROM SUGARCANE MILLS ON SEED GERMINATION AND SEEDLING OF PEANUT (Arachis hypogaea L) ABSTRACT

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS UTILIZADOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE

Germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de pepino em diferentes tipos de substratos.

¹Universidade Federal do Ceará - Depto. de Fitotecnia - C.P. 6012, CEP , Fortaleza-CE.

Germinação de sementes de imbiruçú em diferentes condições de luz.

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

PALAVRAS CHAVE: Biodiesel, Produção de mudas, Cerrado.

Avaliação de Tratamentos Utilizados na Superação de Dormência, em Sementes de Quiabo.

Germinação de sementes de Ormosia arborea (Vell.) Harms submetidas a diferentes tratamentos prégerminativos

CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO SOB EFEITO DE GA 3 (*)

TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE AROEIRA PIRIQUITA (Schinus molle L.) E AROEIRA BRANCA (Lithraea molleioides (Vell.

ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO DE Carapa guianensis EM SEMENTES DE Bauhinia variegata

Obtenção de Mudas e Desenvolvimento Inicial de Plantas de Pequizeiro

Termos para indexação: Cerrado, fruteira nativa, germinação, GA 3.

Germinação a campo de arbóreas nativas com o uso de hidrogel

INFLUÊNCIA DA GERMINAÇÃO DA SEMENTE E DA DENSIDADE DE SEMEADURA NO ESTABELECIMENTO DO ESTANDE E NA PRODUTIVIDADE DE MILHO 1

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE JATOBÁ (Hymenaea courbaril L.)

Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia do IFSP

TRATAMENTO FUNGICIDA EM SEMENTES DE GUAVIRA

SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO ABSCISICO 1

TEOR DE UMIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PITANGUEIRA EM DOIS AMBIENTES

EFEITOS DA GIBERELINA E DA SECAGEM NO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A VIABILIDADE E O VIGOR DE SEMENTES DE MAMÃO (Carica papaya L.

Germinação e vigor de sementes de Moringa oleifera Lam. procedentes de duas áreas distintas

Efeito do tamanho e do peso específico na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

Priscilla Nátaly de Lima Silva 1, Edílson Costa 2

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BRÓCOLIS EM SUBSTRATOS A BASE DE FIBRA DE COCO VERDE EM SISTEMA ORGÂNICO 1 INTRODUÇÃO

Emergência de plântulas de tomate cereja em função de substratos. Emergence of seedlings of tomato in function of substrate

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 136

Qualidade fisiológica de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. em função de diferentes períodos de armazenamento

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

AVALIAÇÃO DOS MACRONUTRIENTES NO CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1. INTRODUÇÃO

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

EFEITO DA REPICAGEM EM RESPOSTA AO DESENVOLVIMENTO DE PORTA- ENXERTOS DE UMBUZEIRO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Piptadenia moniliformis BENTH.

Palavras-chave: Capacidade de armazenamento; Sementes; Germinação.

EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE QUEBRA DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE AVENA SATIVA L.

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

PRODUÇÃO DE MUDAS DE DUAS CULTIVARES DE TOMATE (Lycopersicon Esculentum MILL.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS. Apresentação: Pôster

Tamanho e época de colheita na qualidade de sementes de feijão.

Utilização do Bagaço de Cana-de-Açúcar Moído na Formação de Mudas da Alface (Lactuca sativa L.).

Superação de dormência em sementes de inajá (Maximiliana maripa (Aublet) Drude).

GERMINAÇÃO DO SORGO (Sorghum bicolor) SUBMETIDO A DIFERENTES PROPORÇÕES DE COMPOSTO ORGÂNICO

Termos para indexação: IVG, Vigor de sementes, Leguminosa tropical

Qualidade de mudas de melão produzidas com diferentes substratos.

EFEITO DA APLICAÇÃO EXÓGENA DE CELULASE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CAFEEIRO (Coffea arabica L.)

Emergência de Pimenta sob o Aumento da Concentração de CO 2

QUEBRA DE DORMÊNCIA E UTILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FAVA D ANTA (Dimorphandra mollis BENTH.)

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Tratamentos Pré-Germinativos Para Superar A Dormência De Sementes De Piptadenia moniliformis Benth.

Superação de dormência de Enterolobium contortisiliquum Mor. (Vell.) Morong

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Leucaena leucocephala SOB DIFERENTES MÉTODOS. Apresentação: Pôster

Efeito do esterco no crescimento inicial de mudas de Sterculia foetida L.

Diferentes Temperaturas E Substratos Para Germinação De Sementes De Mimosa caesalpiniifolia Benth

Emergência e Florescimento em Acessos de Melancia

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DO PROCESSO DE DESLINTAMENTO QUÍMICO.

CRESCIMENTO INICIAL DO SORGO (Sorghum bicolor) SUBMETIDO A DIFERENTES PROPORÇÕES DE COMPOSTO ORGÂNICO. Apresentado no

Estresse Hídrico Em Sementes De Moringa oleifera Lam.

Uso de substratos alternativos na germinação de duas cultivares de coentro (Coriandrum sativum L.)

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES PELETIZADAS DE TOMATE

Respostas produtivas de rúcula em função do espaçamento e tipo de muda produzida em bandejas contendo duas ou quatro plântulas por célula

Formulário para submissão de trabalho

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Influência do número de horas de envelhecimento acelerado sobre o vigor de sementes de cenoura.

Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri. Rodovia GO 330 Km 241 Anel Viário. CEP Ipameri - GO.

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Tamarindus indica L. SUBMETIDAS A DIFERENTES TRATAMENTOS PRÉ-GERMINATIVOS

Produção de mudas de Hymenaea courbaril L. em sementeira e semeadura direta

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA

TESTE DE GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE MILHO COMERCIAL NA REGIÃO DE IMPERATRIZ MA

Efeito do Bioestimulante na Qualidade Fisiológica de Sementes Colhidas em Diferentes Épocas

POTENCIAIS MATRIZES PRODUTORAS DE SEMENTES DE UVAIA DO IFSULDEMINAS CÂMPUS INCONFIDENTES PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS EM ESCALA COMERCIAL

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

MÉTODOS FÍSICOS E QUÍMICOS PARA SUPERAR DORMÊNCIA EM SEMENTES DE LEUCENA (Leucaena leucocephala)

Superação de dormência de sementes de gueroba (Syagrus Oleracea Becc.)

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE Bauhinia variegata TRATADAS COM ÓLEO ESSENCIAL DE CANELA

Agri para cálculos de resultados com médias submetidas ao teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade.

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

MÉTODOS PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MURICI (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) Graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Uso de fertilizante na semente do trigo

EFEITO DA TORTA DE MAMONA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS 149 NORDESTINA.

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

Germinação de Sementes de Alface em Solos Tratados com Diferentes Doses de Vinhaça.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM ÁCIDO GIBERÉLICO SOBRE O DESEMPENHO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

Influência do período e do ambiente de armazenamento de sementes de andiroba (Carapa guianensis AUBL. - Meliaceae) na produção de mudas

Avaliação do vigor de sementes de abobrinha (Cucurbita pepo) pelo teste de tetrazólio.

SUBSTRATOS À BASE DE HÚMUS DE MINHOCA COM DIFERENTES FORMULAÇÕES NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE

Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth.

Potencial alelopático do feijão de porco (canavalia ensiformes) no desenvolvimento de alface (Lactuca sativa L.) sob diversas concentrações

Germinação de Sementes de Milho, com Diferentes Níveis de Vigor, em Resposta à Diferentes Temperaturas

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA INDIVIDUAL NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA*

RESÍDUOS ORGÂNICOS ORIUNDOS DA AMAZÔNIA TOCANTINA PARA UTILIZAÇÃO EM SUBSTRATOS EM MUDAS DE ALFACE

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) SUBMETIDAS EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO GIBERÉLICO Edvan Costa da Silva 1, Léo Vieira Leonel 2 1 Mestrando em Produção Vegetal, Universidade Estadual do Goiás / UEG, Ipameri GO. 2 Mestrando em Agroecologia, Universidade Estadual do Maranhão / UEMA, São Luís MA. RESUMO: O pequi apresenta reduzida taxa e velocidade de emergência. Os períodos de emergência variam de um a oito meses, utilizando-se tratamentos para a quebra da dormência. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência de diferentes concentrações de ácido giberélico na germinação das sementes de pequizeiro em condições de viveiro. O experimento foi realizado no viveiro de mudas da Usina Hidrelétrica de Estreito MA, com o delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições, onde se obteve uma semente por parcela e que cada repetição teve 4 parcelas. E todas as sementes foram escarificadas. Os tratamentos foram: T0 24 horas em água (Testemunha); T1 1000 ppm (GA3); T2 1375 ppm de (GA3) e T3 1500 ppm de (GA3). Com 35 dias corrido, o tratamento 1 (T1) foi que se obteve maiores valores de germinação, maior altura das mudas e a maior quantidade de folhas quando se comparados aos outros tratamentos. Palavras-chave: Cerrado. Dormência. Giberelinas. EVALUATION OF SEED GERMINATION OF PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) SUBMITTED IN DIFFERENT CONCENTRATIONS OF GIBERÉLICO ACID ABSTRACT: Pequi has reduced rate and emergence rate. Emergency periods ranging from one to eight months, using treatments for breaking dormancy. The aim of this study was to investigate the influence of different concentrations of gibberellic acid on germination pequizeiro seeds in nursery conditions. The experiment was carried out in the seedling nursery of the Estreito - MA Hydroelectric Plant, with a completely randomized design with four treatments and five replications, where one seed was obtained per plot and each replication had four plots. And all the seeds were scarified. The treatments were: T0-24 hours in water (control); T1-1000 ppm (GA3); T2-1375 ppm (GA3) and T3-1500 ppm (GA3). 35-day run, treatment 1 (T1) was obtained which was higher germination values, increased plant height and the greatest amount of sheets when compared to other treatments. Key words: Gibberellins. Numbness. Thick. 217

INTRODUÇÃO O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é uma espécie arbórea nativa do Cerrado brasileiro, pertencente à família Caryocaraceae. De acordo com a região de ocorrência, ele recebe outras denominações, como: pequi, piqui, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grãode-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari e piquiá. É uma planta semidecídua, heliófita, seletiva xerófita, características típicas do Cerrado brasileiro. Ocorre geralmente em agrupamentos mais ou menos densos, tanto em formações primárias como secundárias (LORENZI, 2000; DEUS, 2008). Sua ocorrência abrange todo o Cerrado brasileiro, sendo encontrado principalmente em regiões de cerradão, cerrado denso, cerrado e cerrado ralo, com distribuição nos Estados da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins (RIBEIRO, 2000). Algumas espécies também são encontradas nas savanas da Costa Rica ao Paraguai (MACEDO, 2005). Parece ser consenso comum entre os pesquisadores que a propagação do pequizeiro por sementes é complicada. As sementes apresentam forte dormência (ARAÚJO, 1995), e as baixas taxas e velocidades de germinação dificultam o trabalho em viveiros, aumentam o custo de produção das mudas e, principalmente, dificultam o planejamento dos plantios definitivos. A aplicação exógena de reguladores de crescimento modifica, em algumas sementes, as exigências de temperatura e induz a germinação. Neste sentido, o ácido abscísico, giberélico, citocininas e etileno, estão intimamente relacionados com inibição e promoção da germinação (REYNOLDS; THOMPSON, 1973). Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo verificar a influência de diferentes concentrações de ácido giberélico (GA3) na germinação das sementes de pequizeiro em condições de viveiro localizado. MATERIAL E MÉTODOS O estudo experimental foi realizado nas dependências do Viveiro da Usina Hidrelétrica de Estreito MA. Os frutos de pequi foram coletados na cidade de Darcinópolis - TO, somente os frutos que estavam caídos no chão. Foi feita uma seleção visual destes frutos, tentando evitar frutos doentes ou danificados. As sementes usadas nos testes de germinação foram semeadas em sacos plásticos, contendo substrato arenoso de textura mediana. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições. Para cada parcela amostral foi usado apenas uma semente, ressaltando que cada repetição foi constituído por 4 parcelas (sacos). Antes de mergulhar as sementes na solução, elas foram escarificadas. Os tratamentos foram: T0 24 horas em água (Testemunha); T1 1000 ppm de ácido giberélico; T2 1375 ppm de ácido giberélico e T3 1500 ppm de ácido giberélico. 218

As avaliações da germinação foram realizadas aos 60, 75, 90, 105, 120 e 135 dias após o semeio das sementes nos sacos plásticos, nessas ocasiões foram mensuradas as biometrias e os incrementos foliares das sementes germinadas. Sendo consideradas germinadas as sementes que originaram plântulas normais, com todas as estruturas essenciais, demonstrando, assim, sua aptidão para produzirem plantas normais sob condições favoráveis de campo. Foi determinado o Índice de Velocidade de Emergência (IVE), registrando-se diariamente o número de plântulas emergidas, com parte aérea formada, até o dia quando houve estabilização da emergência, e este foi calculado pela fórmula proposta por Maguire (1962): IVE = E1/N1 + E2/N2 +... En/Nn Onde: IVE = índice de velocidade de emergência. E1, E2,... En = número de plântulas normais computadas na primeira contagem, na segunda contagem e na última contagem. N1, N2,... Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda e última contagem. Os resultados foram expressos em porcentagem de germinação, correspondendo à proporção do número de sementes que produziram plântulas classificadas como normais. Assim, todos os dados de cada tratamento passaram por cálculos a fim de serem determinadas as médias de cada repetição, no sentido de avaliar qual tratamento contribuiu melhor para o desenvolvimento das mudas, levando em consideração os parâmetros de quantidade, número de folhas e altura. As análises de variância dos experimentos foram feitas através do teste F e os resultados obtidos comparados através do teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados foram processados pelo software ASSISTAT 7.6 beta. RESULTADOS E DISCUSSÃO As primeiras sementes começaram a germinar 35 dias após a seu semeio, isso para o T1 (1000 ppm de ácido giberélico). As percentagens médias de germinação variaram de 15,0% a 35,0%, nas sementes tratadas com o ácido giberélico. Para T0 não foi constatado germinação (Tabela 1). Tabela 1. Porcentagem de Germinação de pequi (Caryocar brasiliense), aos 135 dias após o plantio. Tratamentos Germinação (%) Índice de Velocidade de Emergência (IVE) T0 (Testemunha) 0,0 0,0 T1 (1000 ppm de GA3) 35,0 0,31 T2 (1350 ppm de GA3) 20,0 0,15 T3 (1500 ppm de GA3) 15,0 0,09 T0= Tratamento 0, T1= Tratamento 1, T2= Tratamento 2 e T3= Tratamento 3. Estes resultados estão de acordo com Melo Júnior et al. (2004), que sugerem que a alta variação nos índices deve-se à frequência de alelos entre e dentro de uma mesma população desta espécie. Segundo estes autores, os altos índices de diversidade sugerem a existência de 219

seleção em favor dos heterozigotos e, assim, baixa endogamia nas populações. Daí a importância de se conhecer a planta matriz, para a obtenção de mudas, quando se dispõe de materiais com características agronômicas e comerciais superiores. Esses resultados assemelham, em parte, dos obtidos por Dombroski et al. (1998), que encontraram maiores valores de percentagem de emergência, quando as sementes receberam tratamento com regulador, para quebra de dormência. Assemelham, também, daqueles observados por Pereira et al. (2002), os quais, comparando as concentrações de 500 mg L -1 e 1000 mg L -1, constataram superioridade da primeira alternativa, sendo que as sementes tratadas apresentaram até 35% de emergência, enquanto aquelas que foram imersas em água, pelo mesmo período, apresentaram 2,8% de emergência. Os valores aqui obtidos (35% de emergência), são superiores aos encontrados por Bernardes et al. (2008), que relataram 30,8%, como ponto de máxima emergência nas sementes tratadas com 345 mg L -1 de GA3, em sementes recém-coletadas. Portanto, o armazenamento das sementes, para semeadura no período chuvoso seguinte, pode resultar em benefício ao viveirista ou produtor que tenha como objetivo produzir mudas, ou efetuar o plantio diretamente no campo. A Figura 1 representa muito bem a germinação das sementes de pequi (Caryocar brasiliense), aos 135 dias após o semeio nos seus diferentes tratamentos. Notando-se diferença expressiva no tratamento T1 (1000 ppm de GA3) em relação aos demais tratamentos, onde sua porcentagem obteve um valor de 35% de germinação. 40 Percentual Germinativo diferentes tratamentos 30 20 10 0 T0 T1 T2 T3 Tratamentos Germinação (%) Figura 1. Percentual germinativo dos diferentes tratamentos. A utilização de GA3 pouco afetou a percentagem de emergência das plantas, visto que apenas as sementes do tratamento 1 (1000 ppm de ácido giberélico), houve significância pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 2). Houve efeito das concentrações de GA3 na quantificação de folhas e altura das mudas de pequi (Caryocar brasiliense). Para o tratamento 0 (testemunha), tanto a quantificação de folhas como a altura das mudas, com valores de 0,0 e 00 respectivamente, o resultado foi não significativo. O tratamento 1 (1000 ppm de GA3), a quantificação de folhas e altura das 220

mudas, com valores de 5,7 e 9,3 respectivamente, o resultado foi significativo se comparado com os demais tratamentos. E para os tratamentos 2 (1350 ppm de GA3) e 3 (1500 ppm de GA3), tanto a quantificação de folhas como a altura das mudas não houve significância, pois estatisticamente não diferem entre si. O teste F mostrou-se significativo a 5% de significância para ambos os parâmetros. Concluímos na prática que as concentrações de GA3 testados mostraram diferenças entre elas, ou seja, alguma concentração pode ser recomendada como a melhor, pois estatisticamente todas diferem entre si. Tabela 2. Quantificação de Folhas e Altura das Mudas de pequi (Caryocar brasiliense), aos 135 dias após o plantio. Tratamentos Quantificação de Folhas Altura das Mudas T0 (Testemunha) 0,00000 b 0,00000 b T1 (1000 ppm de GA3) 5,78400 a 9,38800 a T2 (1350 ppm de GA3) 3,81640 ab 5,44440 ab T3 (1500 ppm de GA3) 1,65040 ab 2,38840 ab Médias com a mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Como houve significância a 5% de probabilidade partiu-se para o teste de Tukey e posteriormente para as comparações de médias, com o objetivo real de encontrar qual seria o melhor tratamento (Tabela 2). E foi encontrado o valor de 39,45 % de coeficiente de variância para o parâmetro quantificação de folhas e para o parâmetro altura das mudas o valor encontrado foi de 38,54 % de coeficiente de variância. A Figura 2 mostra bem os resultados, onde os valores superiores tanto da quantificação de folhas como da altura das mudas ficou expresso no tratamento (T1), no qual esse tratamento recebeu uma concentração de 1000 ppm de GA3. Além disso, demonstra também que por mais que os tratamentos 2 e 3, tenham obtido uma média maior que o da testemunha, eles não apresentaram significância ao ponto de ser recomendo como os melhores. 10 Médias gerais dos tratamentos 8 6 4 2 Quantificação de Folhas Altura das Mudas 0 T0 T1 T2 T3 Figura 2. Médias Gerais dos tratamentos nos diferentes parâmetros. 221

CONCLUSÃO A aplicação de ácido giberélico reduziu o tempo médio para germinação e reduziu a taxa de sementes germinadas. A altura e a quantidade de folhas por mudas de pequi (Caryocar brasiliense) correspondem, a diminuição das concentrações de GA3. A utilização de GA3 na dosagem de 1000 ppm proporcionou maior taxa de germinação das sementes e maior IVE das plântulas de pequi. Estudos ainda são necessários, visando obter informações sobre a influência exata das concentrações de GA3 na quebra de dormência das sementes de pequi. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, F. D. A review of caryocar brasiliense (Caryocaraceae): an economically valuable of central Brazilian Cerrados. Economic Botany, Bronx, v. 49, n. 1, p.40-48, 1995. BERNARDES, T. G.; NEVES, R. V.; REZENDE, C. F. A.; BORGES, J. D.; CHAVES, L. J. Propagação sexuada do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) estimulada por ácido giberélico. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 38, n. 2, p.71-77, 2008. DEUS, T. N. Extração e caracterização de óleo do pequi (Caryocar brasiliensis Camb.) para o uso sustentável em formulações cosméticas óleo/água (O/A). 2008. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Produção Sustentável) Programa de Pósgraduação Multidisciplinar, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2008. DOMBROSKI, J. L. D.; PAIVA, R.; CAMARGO, I. P. Efeito da escarificação sobre a germinação do pequizeiro. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 20, n. 1, p.68-73, 1998. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v. 1. Nova Odessa: Plantarum, 2000. 384 p. MACEDO, J. F. Pequi: do plantio à mesa. Belo Horizonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, 2005. 44 p. (Boletim Técnico) MAGUIRE, J. D. Speed germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, p.176-177, 1962. MELO JÚNIOR, A. F.; CARVALHO, D.; POVOA, J. S. R.; BEARZOLI, E. Estrutura genética de populações naturais de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb). Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 66, p.56-65, 2004. PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C; JUNQUEIRA, N. T. V. Enxertia de mudas de pequizeiro. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2002. 26 p. 222

REYNOLDS, T.; THOMPSON, P. A. Effects of Kinetin, Gibberellins and (±) Abscisic acid on the Germination of Lettuce (Lactuca sativa). Physiologia. Plantarum, Lund, v. 28, p.516-522, 1973. RIBEIRO, R. F. Pequi o rei do cerrado. Belo Horizonte: Rede Cerrado, 2000. 62 p. 223