POLUENTES PARTICULADOS E GASOSOS. Simone Lorena Eduardo Martins

Documentos relacionados
Equipamentos de Controle de

QUALIDADE DO AR INTERIOR

PRESERVAR O MEIO AMBIENTE UMA MISSÃO DE TODOS NÓS

METAIS PESADOS NO AMBIENTE. PRINCIPAIS : Hg, Pb, Cd, As (USO EXTENSIVO, TOXICIDADE, LARGA DISTRIBUIÇÃO, OCORRÊNCIA FREQUENTE DE NÍVEIS TÓXICOS.

Efeitos da poluição do ar

AGRICULTURA URBANA. Principais ameaças à prática da Agricultura urbana

INTRODUÇÃO AO CONTROLE DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Fonte: CETESB

1.1 Poluentes atmosféricos. 1.2 Principais Poluentes Atmosféricos

Atmosfera terrestre: Descrição física e química; emissões atmosféricas naturais e antropogênicas; suas transformações. Transporte atmosférico.

PROBLEMAS AMBIENTAIS INVERSÃO TÉRMICA INVERSÃO TÉRMICA 14/02/2014. Distribuição aproximada dos principais poluentes do ar de uma cidade (SP)

Qualidade Ambiental Química

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR

O campus USP Capital/Zona Leste Identificação de compostos químicos no solo e avaliação de risco à saúde humana

Controle da Poluição Atmosférica Parte 1

UM OLHAR SOBRE O COMPRESSOR NOS CONSULTÓRIOS E CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS

MARCADORES ORGÂNICOS GEOQUÍMICOS : TENDÊNCIAS ATUAIS E PERSPECTIVAS EM ESTUDOS OCEANOGRÁFICOS E AMBIENTAIS

Grandes Problemas Ambientais

TRATAMENTO DA ÁGUA. Professora: Raquel Malta Química 3ª série - Ensino Médio

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42

O interesse da Química é analisar as...

Ar de Alta Qualidade, da Geração à Utilização

OCEANOGRAFIA QUÍMICA SEDIMENTO - METADADOS NOME ARQUIVO MDB NOME DESCRIÇÃO FORMATO / UNIDADE DE MEDIDA

Fração. Página 2 de 6

O AR QUE RESPIRAMOS Professor Romulo Bolivar.

Emissões Atmosféricas e Mudanças Climáticas

Análise de indústrias cimenteiras e seus impactos socioambientais

Noções de Cidadania. Profª Karin

MANUSEIO DE ÓLEO DIESEL B ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS

Relatório da Visita de Estudo à. Central Termoeléctrica da CEM em Coloane. Escola Portuguesa de Macau Disciplina: Física e Química A

Ø As actividades humanas dependem da água para a agricultura, indústria, produção de energia, saúde, desporto e entretenimento.

14 COMBUSTÍVEIS E TEMPERATURA DE CHAMA

Os constituintes do solo

Introdução à Química Inorgânica

Disciplina: Introdução à Engenharia Ambiental. 6 - Poluição do Ar. Professor Sandro Donnini Mancini. Setembro, 2015.

Orientações e Procedimentos para o Manuseio e Armazenagem de Óleo Diesel B

Composição da atmosfera terrestre. Fruto de processos físico-químicos e biológicos iniciados há milhões de anos Principais gases:

Combustão Industrial

MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE ÓLEO DIESEL B ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS

Universidade Estadual de Londrina Centro de Ciências Exatas Departamento de Química GASOLINA EM ÁGUA SUBTERRÂNEA E SUPERFICIAL

RESOLUÇÃO COMENTADA DA PROVA DA UNESP DE 2014

Limites de emissão para poluentes atmosféricos gerados em processos de geração de calor a partir da combustão de derivados da madeira.

Usinagem Fluido de Corte

SEPARAÇÃO DE MISTURAS HETEROGÊNEAS. (Processos mecânicos de separação) Sistema sólido - sólido

Combate à poluição: importante como o ar que você respira.

INTRODUÇÃO REDUZIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS. POR OUTRO

Parâmetros de qualidade da água. Variáveis Físicas Variáveis Químicas Variáveis Microbiológicas Variáveis Hidrobiológicas Variáveis Ecotoxicológicas

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50. Fonte: Metalsinter

Aluno (a): Professor:

Profa. Dra. Adriana Gioda Pontifícia Universidade Católica PUC-Rio

JUSTIFICATIVAS PROPOSTA de LIMITES DE EMISSÕES FONTES EXISTENTES REFINARIAS

O que é filtragem? Técnicas de filtragem para irrigação. Porque utilizar a filtragem? Distribuição das partículas sólidas

DZ-1314.R-0 - DIRETRIZ PARA LICENCIAMENTO DE PROCESSOS DE DESTRUIÇÃO TÉRMICA DE RESÍDUOS

Poluição do ar. Segundo o pesquisador Paulo Saldiva, coordenador. Deu no jornal. Nossa aula

Helena Campos (Engenharia Química)

Segurança e Higiene do Trabalho. Volume XV Higiene no Trabalho. Guia Técnico. um Guia Técnico de O Portal da Construção.

Separação de Misturas II Parte

SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50

de diminuir os teores de carbono e impurezas até valores especificados para os diferentes tipos de aço produzidos;

MF-613.R-3 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE METAIS EM PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA.

Sistemas de Condicionamento da Amostra para Análise de Gases

Emissão Veicular de Gases de Efeito Estufa (GEE) Em Automotivos Movidos a Diesel

M A T E R I A I S D E L A B O R A T Ó R I O. Prof. Agamenon Roberto

Nuvens e o Aerossol Atmosférico. Leonardo Baptista

PROTEÇÃO AMBIENTAL. Professor André Pereira Rosa

Poluição da Água Poluição da água é qualquer alteração de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, que possa implicar

Elaborado pelos alunos do 8º A da Escola Secundária Infante D. Henrique:

Unidade IV Ser Humano e saúde. Aula 17.1

TREINAMENTO INTEGRAÇÃO MODULO 3 1 EQUIPAMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO 2 EQUIPAMENTO DE USO DE ACORDO COM A ATIVIDADE

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

Filtros de Ar TROX Máxima Eficiência e Performance.

Ciências do Ambiente

Soluções para produção de Oxigênio Medicinal

POLUIÇÃO DO AR. Composição Atmosférica. Nitrogênio Oxigênio Vapor de água Argônio Dióxido de Carbono Neon Hélio Metano

Encanador. 4) Número de Aulas: O trabalho será realizado em cinco etapas, divididas em aulas a critério do professor.

Controle da Poluição Atmosférica e Sonora

Estudo da emissão veicular de Gases de Efeito Estufa (GEE) em veículos movidos à DIESEL. Prof. Dr. Ariston da Silva Melo Júnior

Introdução à Química. Prof. Fernando R. Xavier

AL º ano: UM CICLO DE COBRE. Protocolo experimental

OS EFEITOS DO PÓ NOS PULMÕES

Componentes Minerais Minerais s primários: Minerais s se s cu c ndários: Fraçã ç o argila:

CLEARPOINT. A Qualidade do Ar Comprimido

APROVEITAMENTO DA BIOMASSA RESIDUAL DE COLHEITA FLORESTAL

Aspectos Tecnológicos das Fontes de Energia Renováveis (Biomassa)

CLASSIFICAÇÃO DE AG. CARCINOGÊNICOS (International Agency Research Cancer)

Gerenciamento e Tratamento de Águas Residuárias - GTAR

Poluição ambiental: Análise. ) por SR-TXRF

TEMA 4 VAPOR DE ÁGUA, NÚVENS, PRECIPITAÇÃO E O CICLO HIDROLÓGICO

Assim, assumimos o compromisso de investir não só em tecnologia, mas no desenvolvimento das pessoas, pois valorizamos as relações acima de tudo.

PARTÍCULAS SUSPENSAS NO AR EXTERIOR E INTERIOR

Pesquisador em Saúde Pública Prova Discursiva INSTRUÇÕES

RESÍDUOS PERIGOSOS. Autor: Nicolau Bello - 1

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101

GLOSSÁRIO MICROBIOLÓGICOS FÍSICO-QUÍMICOS PARÂMETROS PARÂMETROS

Tipos e fontes de energias alternativas e convencionais.

Comportamento e Destino Ambiental de. Produtos Fitossanitários 18/09/2015. Produtos Fitossanitários

AEROTEC SANEAMENTO BÁSICO LTDA.

Transcrição:

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA POLUENTES PARTICULADOS E GASOSOS Simone Lorena Eduardo Martins 1

Tipos de Poluentes 1- Óxidos de Nitrogênio 2- Ozônio 3- Óxidos de Enxofre 4- Compostos Orgânicos 5- Material Particulado 2

1- Material Particulado - MP Refere-se a partículas de material sólido ou líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, fumaça, fuligem e outras, com uma faixa de tamanho menor que 100 µm (entre 0,002 e 100µm) ; Tamanhos variados, mas diminutos o bastante para permanecerem na atmosfera. Composição variada, em geral substrato inorgânico recoberto por substâncias inorgânicas ou orgânicas. A parte orgânica é maior para as finas do que para as grossas. Classificação em função do tamanho: Grosso: > 2,5 µm MP10: < 10 µm Fino: < 2,5 µm MP2,5: < 2,5 µm 3

1- Material Particulado MP Poluentes Particulados Poeiras: partículas sólidas pequenas resultantes da desintegração mecânica de substâncias orgânicas ou inorgânicas seja pelo simples manuseio ou em conseqüência de operações de britagem, moagem, esmerilhamento, peneiramento, fundição, demolição. Não tendem a flocular espontaneamente nem se difundem, mas tendem a sedimentar por gravidade. Tamanho das partículas: 1-10.000 µm. Fumaça: partículas sólidas finas de carbono e outros materiais combustíveis resultantes da combustão incompleta de matéria orgânica (carvão, madeira, óleo diesel). Tamanho das partículas: 0,1-1 µm. 4

1- Material Particulado MP Fumos: partículas sólidas finas resultantes da condensação de vapores de metais fundidos e outros materiais ordinariamente sólidos, quase sempre acompanhados de oxidação (partículas de chumbo e de zinco). Tendem a flocular no ar. Tamanho das partículas: 0,03-10,0 µm. Cinzas: partículas sólidas finas e não combustíveis, resultantes da combustão do carvão. Têm composição mineral ou metálica. Tamanho das partículas: 1,0-1000 µm. 5

1- Material Particulado MP Névoas e Sprays: aerossóis formados por gotículas de líquidos resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos ou da dispersão mecânica de líquidos (smog, neblina, orvalho, névoas de ácido sulfúrico ou de tinta pulverizada, sprays de aspersão de pesticidas). Tamanho das partículas: 0,01-100 µm. Organismos vivos: os mais comuns são o pólen das flores (5-10 µm), os esporos de fungos (1-10µm) e as bactérias (0,2-5 ou mesmo até 20 µm). Em certas circunstâncias especiais, pode ocorrer a presença de vírus (0,002-0,05 µm). 6

1- Material Particulado MP Diversos e diminutos suficientes para permanecer suspensos na atmosfera. Geralmente é uma mistura complexa de compostos orgânicos e inorgânicos. 7

1- Material Particulado MP 8

1- Material Particulado MP Principais Fontes Antropogênicas: combustão: geração de vapor; aquecimento doméstico; veicular processos industriais: indústria do cimento; processos metalúrgicos desgaste de pneus e freios queimadas na agricultura mineração Preocupação: possuem mais poluentes associados que os naturais tendem a ser MP fino 9

1- Material Particulado MP Propriedades Movimento das partículas: gravitacional força gravitacional difusão browniana - movimento randômico, aleatório das partículas no ar. Partículas de diâmetro inferior a 0,1µm são transportadas por difusão browniana. Tamanho das partículas 10

1- Material Particulado - MP Tamanho X Origem As partículas mais grossas resultam quebra de partículas maiores As partículas mais finas formam-se principalmente de reações químicas e pela coagulação de espécies ainda menores, inclusive, com moléculas em estado de vapor, conforme pode ser observado na Figura. 11

1- Material Particulado MP Tamanho X Origem < 0,2 µm - recentemente emitidas ou formadas na atmosfera; estão geralmente presentes em elevadas concentrações no meio urbano. 0,2-2 µm - processos de condensação das partículas de dimensão inferior; são estáveis na atmosfera tendo tempos de vida de 7 a 30 dias. > 2 µm - poeiras do solo, "spray" marinho e poeiras de origem industrial; devido à sua dimensão têm um tempo de vida na atmosfera relativamente curto. 12

1- Material Particulado MP Tamanho X Saúde Grau de penetração das partículas no trato respiratório superior depende do tamanho das partículas da velocidade de penetração 13

1- Material Particulado MP Tamanho X Saúde Entre 2,5 e 30 µm de diâmetro - depositadas mais rapidamente, causando assim menos problemas à população - retidas na parte superior do sistema respiratório. < 2,5µm de diâmetro - capazes de permanecer em suspensão -têm maior capacidade de penetrar, podendo atingir as porções mais inferiores do trato respiratório, ou seja, atingem os alvéolos pulmonares. 14

1- Material Particulado MP Os efeitos sobre o organismo humano são logo evidenciados na alteração da capacidade do sistema respiratório de remover as partículas do ar inalado, causando infecções, como as faringites, rinites e bronquites. A mais temível das infecções é a pneumonia. A variação do tamanho do diâmetro dos MP tem implicado diretamente nas questões relacionadas à saúde pública. 15

1- Material Particulado MP MP fino 30% do total origem antropogênica alta relação com os efeitos na saúde MP grosso 70% do total origem natural pouca relação com os efeitos na saúde MP grosso + MP fino = Partículas Totais em Suspensão (PTS) 30% > 2,5 µm < 2,5 µm 70% 16

1- Material Particulado MP Composição: - sulfatos (~40%) - amônia MP grosso MP fino - carbono elementar - certos metais de transição - compostos orgânicos não-voláteis - compostos orgânicos semivoláteis - ácido nítrico - óxido de silício - óxido de alumínio - óxido de cálcio; de magnésio - óxido de ferro - partículas orgânicas biogênicas (pólen, esporos, fragmentos de plantas) 17

1- Material Particulado MP Material Particulado < 10 µm (MP10) e < 2,5 µm (MP2.5) Em 2001, foi criada a Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à Qualidade do Ar VIGIAR. Esse programa não só considerou o MP como indicador de saúde ambiental, como também o seu nexo com morbidade e mortalidade, registrados no Código Internacional de Doenças CID 10. Atualmente, a poluição do ar por MP mata mais do que a AIDS e o trânsito juntos, apenas na cidade de SP. Nesta, as doenças provocadas pela poluição do ar causam cerca de 9 mortes por dia e custo anual de US$ 1,5 milhão para tratar as doenças provocadas por essa poluição. 18

Poluentes Associados ao Material Particulado O evento mais crítico da relação entre a poluição atmosférica e a saúde pública, está relacionado com o risco das partículas menores agregarem em sua composição compostos orgânicos, inorgânicos e biológicos, tanto tóxicos quanto patógenos. Podendo causar danos irreversíveis aos pulmões e a saúde humana. Veremos: os metais e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). 19

Metais e HPAs associados ao material particulado Exposição humana Metais/HPAs erosão natural de minerais atividades antrópicas 20

Metais associados ao MP TABELA Principais fontes antrópicas da poluição no ar por metais. Meio poluído Ar Fonte Mineração e processamento de minérios; Fabricação de pigmentos; Fabricação de baterias; Combustão de carvão e óleos; Incineração de resíduos. Estudo realizado no RJ em 2007 constatou correlação entre MP10, tráfego e conversores catalíticos. A presença de Mo, Pd e Rh nos filtros analisados reflete uma fonte adicional de poluição causada pela erosão e possível deterioração dos catalisadores dos automóveis (Chemosphere, 2008,71, 677). 21

Metais associados ao MP A Figura a seguir mostra a importância dos metais associados às partículas atmosféricas na contaminação global do ambiente e como ocorre o seu transporte para o organismo humano. 22

METAIS NO AR Depósito Depósito Depósito e captação Poeira Águas servidas Águas superficiais e profundas Solo Plantas Inalação Inalação Inalação Organismos aquáticos Animais Ingestão Ingestão (alimentos) Ingestão (água) Ingestão (mão na boca) Ingestão (alimentos) Ingestão (alimentos) ORGANISMO HUMANO 23

Efeitos dos metais na saúde humana A presença de metais no ar atmosférico esta associada a diferentes e diversos efeitos causados sobre a saúde da população e dos trabalhadores como: Alzheimer s, Parkinson s, anemia, osteoporose, doenças cardiopulmonares, acréscimo em aberrações cromossômicas, câncer, em especial de próstata e de pulmão, doenças do sistema nervoso, esterilidade, edema pulmonar, irritação no trato respiratório, leucemia... 24

HPAs associados ao MP Por que estudar os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs)? 1775 Grande incidência de câncer em limpadores de chaminés Estudos epidemiológicos Maior incidência de câncer em habitantes da zona urbana em relação a zona rural Grupos ocupacionais Apresentam exposição direta à HPAs 25

HPAs associados ao MP São, por definição, compostos binários formados por carbono e hidrogênio com estrutura que consiste de pelo menos 2 anéis aromáticos. São obtidos durante a combustão incompleta ou pirólise da matéria orgânica. Não há legislação brasileira que determine concentrações limites de HPAs na atmosfera. No ambiente encontram-se na fase gasosa ou adsorvida em material particulado 26

HPAs associados ao MP Naftaleno Acenaftileno Acenafteno Fluoreno Antraceno Fenantreno EPA EPA EPA EPA EPA EPA Fluoranteno Pireno Benzo[a]antraceno Criseno Benzo[b]fluoranteno Benzo[k]fluoranteno EPA EPA EPA EPA EPA EPA Benzo[a]pireno Benzo[e]pireno Perileno Benzo[g,h,i]perileno Indeno[123-cd]pireno Dibenzo[a,h]antraceno EPA EPA EPA EPA EPA: Lista da U.S. EPA : Carcinogênicos 27

HPAs associados ao MP Efeitos dos HPAs na saúde humana A presença de HPAs no ar atmosférico esta associada a diferentes e diversos efeitos causados sobre a saúde da população e dos trabalhadores como: a carcinogenicidade, mutagenicidade, genotoxidade,câncer, especialmente de pulmões. 28

HPA Carcinogenicidade Genotoxidade Mutagenicidade Classificação da IARC Fluoreno I L - 3 Fenantreno I L + 3 Antraceno N N - 3 Fluoranteno N L + 3 Pireno N L + 3 Benzofluorenos I I? nd Benzofluorantenos S I + 2B Ciclopenta[cd]pireno L S + nd Benzo[a]antraceno S S + 2A Criseno L L + 3 Benzo[e]pireno I L + nd Benzo[a]pireno S S + 2A Perileno I I + nd Indeno[1,2,3-cd]pireno S I + 2B Dibenzo[a,c]antraceno L S + nd Dibenzo[a,h]antraceno S S + 2A Dibenzo[a,j]antraceno L I + nd Benzo[g,h,i]perileno I I + 3 Antantreno L I + 3 Coroneno I I + nd Dibenzo[a,e]fluoranteno L N - nd Dibenzopirenos S I + 2B Dados disponíveis para a comprovação do efeito: S=suficientes; I=insuficientes; L=informações limitadas; N=não carcinogênico. Genotoxicidade foi avaliada através dos testes de deterioração do DNA: aberração cromossômica, mutagenicidade. Mutagenicidade (teste de Ames): + (positivo); -(negativo);? (inconclusivo) Classificação da IARC: nd=não determinado; 2A=provavelmente cancerígeno ao homem; 2B=possivelmente cancerígeno ao homem; 3=não é cancerígeno ao homem. 29

Prevenir!!! ENFIM, A MELHOR SOLUÇÃO É SEMPRE: Prevenção é sempre mais econômica e efetiva que o controle: eficiência da combustão zonas de combustão quantidades adequadas de ar combustíveis mais limpos (gás natural x óleo pesado; biodiesel) manejo de queimadas x meteorologia Se não foi possível reduzir na fonte... EQUIPAMENTOS DE CONTROLE... 30

MONITORAMENTO MATERIAL PARTICULADO 31

METODOLOGIA BASE PREPARO DO MEIO DE COLETA CALIBRAÇÃO DOS INSTRUMENTOS AMOSTRAGEM TRATAMENTO DA AMOSTRA ANÁLISE QUÍMICA CÁLCULOS 32

1. METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM 33

Normas Segue-se as recomendações da EPA (40 CFR 58 Método IO 2.1): objetivos do monitoramento; disponibilidade de informações meteorológicas (umidade, precipitação, radiação solar, temperatura, velocidade e direção do vento e estabilidade atmosférica) e de emissões; infraestrutura do local; condições de segurança; as normas de amostragem. 34

Procedimento para Amostragem de particulado no Ar Atmosférico A) Escolha do Local de Monitoramento o amostrador deve estar de 2-7 metros do solo; a distância entre os amostradores e os possíveis obstáculos deve ser deve ser duas vezes a altura do obstáculo; o amostrador deve ficar afastado em no mínimo 20m de árvores, edifícios ou outros grandes obstáculos. 35

B) Tipos de amostradores 1) Bombas de Médio Volume (20L min -1 ) 1) Preparo dos Filtros (Método IO 3.1 EPA) equilibrados num ambiente (temperatura e umidade controlados) acondicionado por 24 horas; pôr no porta filtros, o suporte do filtro e posteriormente o filtro; ajustar esse suporte no funil que é adaptado a bomba e acoplado ao separador de partículas. 36

Amostragem 37

2) Amostrador de Grande Volume Sibata Hi-Vol (500L min -1 ) 1 Preparo dos Filtros 2 Calibração da Bomba 3 Amostragem 38

2) Amostrador de Grande Volume Sibata Amostragem 39

2) Amostrador de Grande Volume Sibata Hi-Vol (500L min-1) bomba de alto volume com vazão de 500L min - 1 ; filtro com 110mm de diâmetro e poro de 0,8 µ m; porta filtros e tripé. 40

3) Amostrador de Grande Volume Partículas Totais em Suspensão AGV-PTS 1 Preparo dos Filtros 2 Calibração da Bomba Calibrador Padrão de Vazão (CPV) - indicador de vazão, o registrador de vazão é sensível as alterações de temperatura e pressão. 41

Amostragem capacidade máxima de 1,7 m 3 min -1 ; filtros de fibra de vidro de 203 X 254 mm. 42

4) Amostrador de Grande Volume para Partículas de até 10µm AGV-PM10 1 Preparo dos Filtros 2 Calibração da Bomba capacidade máxima de 1,13 m 3 min -1 ; filtros de fibra de vidro de 203 X 254 mm. 43

5) Amostrador de Grande Volume para Partículas de até 2,5µm AGV-PM2.5 1 Preparo dos Filtros 2 Calibração da Bomba capacidade máxima de 1,13 m 3 min -1 ; filtros de fibra de vidro de 203 X 254 mm. 44

5) Amostrador de Grande Volume para Partículas de até 2,5µm AGV-PM2.5 CABEÇA DE SEPARAÇÃO (ENTRADA) Funcionando por impactação, a cabeça é dotada de um conjunto de 40 boqueiras que aceleram o ar de coleta para dentro de uma câmara de impactação, onde partículas maiores que 2,5 µm ficam retidas numa camada oleosa. A fração de ar com partículas menores que 2,5 µm (MP2,5) é carreada para fora da câmara e dirigida para um filtro de coleta (fibra de vidro ou microquartzo), onde ficam retidas as partículas. 45

6) Impactador em cascata MOUDI Impactador inercial em cascata com deposição uniforme. disponível em versões 8 e 10 estágios: 8 estágios (em µm) - 18 (inlet); 10; 5,6; 3,2; 1,8; 1,0; 0,56; 0,32 e 0,18. 10 estágios - inclui os diâmetros de corte acima e + de 0,1 µm e 0,056 µm. 46

6) Impactador em cascata MOUDI Princípio de Operação Em cada estágio o fluxo de ar atinge a placa de impactação, e partículas maiores que o diâmetro do estágio são coletadas. As partículas menores são coletas no próximo estágio onde os orifícios são menores. Ao passarem por estes orifícios menores sofrem um aumento de velocidade, fazendo com que partículas com um certo diâmetro sejam impactadas, selecionando assim um novo diâmetro de corte, assim sucessivamente até o estágio final. 47

6) Impactador em cascata MOUDI Diagrama típico do estágio do Moudi 48

2. TÉCNICAS ANALÍTICAS 49

2. TÉCNICAS ANALÍTICAS Análise de metais a) Lavagem de material material imerso 24hs Extran 5%(v/v) material imerso 48hs HNO 3 10%(v/v) material água corrente água ultrapura Milli-Q seco à 40 0 C Material descontaminado 50

b) Análise Qualitativa e Quantitativa Metais Filtros 10-20 ml de água Milli-Q 2 ml de HCl Extração 95 0 C/2hs 5 ml de HNO 3 Extrato Filtração Avolumar a 50mL água Milli-Q Amostra 51

ICP-OES (Espectrometria de emissão por plasma indutivamente acoplado) Método IO-3.4 EPA OU EAA-FG (Espectometria de absorção atômica com forno de grafite) Método IO-3.2 - EPA OU... 52

2. TÉCNICAS ANALÍTICAS Análise de HPAs a) Lavagem de material material imerso 24hs Extran 5%(v/v) material água corrente água ultrapura Milli-Q seco à 40 0 C Material descontaminado 53

b) Análise Qualitativa e Quantitativa HPAs/ Método 3550b e 8270c - EPA 50 ml de diclorometano Filtros Ultrassom 15 min Extrato Filtração Faz-se este procedimento por três vezes e no 4º ciclo adiciona-se 100 ml de CH 2 Cl 2. Concentrar até 2mL Amostra 54

Cromatógrafo de fase gasosa de alta resolução acoplado ao espectrômetro de massas (CGAR/EM). 55

... este excelente véu que nos protege, o ar, vejam só, este bravo firmamento, teto majestoso riscado pela luz dourada, não me parece mais do que uma congregação de vapores pestilentos... William Shakespeare, Hamlet, 2º ato, cena 2 56

Bibliografia BAIRD, COLIN. Química Ambiental. Bookman, 2002. BRAGA, B. e outros. Introdução à Engenharia Ambiental. Pearson Prentice Hall, 2005. FINLAYSON-PITTS, B. J.; PITTS, Jr., J. N. Chemistry of the Upper and Lower Atmosphere: Theory, Experiments, and Applications. Elsevier Science & Technology, 1999. SEINFELD, J. H.; PANDIS, S. N. Atmospheric Chemistry and Physics. From Air Pollution to Climate Change. John Wiley & Sons, 1998. 57

Obrigada! slorena8@gmail.com 58