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Transcrição:

Anais V Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Ocidental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Anais da V Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental Francisco Célio Maia Chaves Luadir Gasparotto Lucinda Carneiro Garcia Marcos Vinícius Bastos Garcia Ricardo Lopes Wenceslau Geraldes Teixeira Editores Técnicos Embrapa Amazônia Ocidental Manaus, AM 2009

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Amazônia Ocidental Rodovia AM-010, km 29, Estrada Manaus/Itacoatiara Caixa Postal 319, 69010-970, Manaus, AM Fone: (92) 3303-7800 Fax: (92) 3303-7820 www.cpaa.embrapa.br Comitê Local de Publicações Presidente: Celso Paulo de Azevedo Secretária:Gleise Maria Teles de Oliveira Membros: Aparecida das Graças Claret de Souza José Ricardo Pupo Gonçalves Lucinda Carneiro Garcia Luis Antonio Kioshi Inoue Maria Augusta Abtibol Brito Maria Perpétua Beleza Pereira Paulo César Teixeira Raimundo Nonato Vieira da Cunha Ricardo Lopes Ronaldo Ribeiro de Morais Revisão de texto: Maria Perpétua Beleza Pereira Normalização bibliográfica: Maria Augusta Abtibol Brito Diagramação e arte: Gleise Maria Teles de Oliveira 1ª edição 1ª gravação em CD-ROM (2009): 200 Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação. Embrapa Amazônia Ocidental. Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental (5. : 2009 : Manaus). Anais... / editores Wenceslau Geraldes Teixeira, Lucinda Carneiro Garcia, Luadir Gasparotto, Marcos Vinicius Bastos Garcia, Ricardo Lopes e Francisco Célio Maia Chaves. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2009. ¾ 1 CD-ROM; 4 pol. ISBN 978-85-89111-07-2 1. Pesquisa. 2. Desenvolvimento. I. Teixeira, Wenceslau Geraldes. II. Garcia, Lucinda Carneiro. III. Gasparotto, Luadir. IV. Garcia, Marcos Vinicius Bastos. V. Lopes, Ricardo. VI. Chaves, Francisco Célio Maia. VII. Título. CDD 501 Embrapa 2009

Seção I Entomologia Toxicidade Crônica de Fungicida para Minhocas (Eisenia fetida) Susy Pinheiro Marcos Garcia Marcus Torres de Brito Camila Mestrinho Resumo Os fungicidas à base de cobre são amplamente usados nas várzeas próximas de Manaus, para controle de doenças em plantas cultivadas. Agrotóxicos à base de cobre, quando usados de modo intensivo, podem se acumular no ambiente e causar toxicidade aos organismos do solo. Além disso, o cobre em excesso pode comprometer alguns processos biológicos fundamentais para o uso agrícola a longo prazo. Diante disso, faz-se necessário o conhecimento do potencial ecotoxicológico desse elemento para o solo. Neste estudo foi avaliada a toxicidade crônica do fungicida oxicloreto de cobre para a fauna de solo, utilizando a minhoca (Eisenia fetida) como organismo indicador. O parâmetro avaliado foi o crescimento dos juvenis de E. fetida quando expostos a concentrações subletais de oxicloreto de cobre. Os ensaios de toxicidade foram feitos em laboratório, com substrato composto de esterco bovino. Ao contrário do que foi confirmado por outros autores, no presente estudo não foi observado efeito do oxicloreto de cobre sobre o desenvolvimento de minhocas. Termos para indexação: ecotoxicologia, cobre, risco ambiental.

14 Susy Pinheiro et al. Introdução A atividade agrícola na Amazônia, em geral, requer o uso intensivo de produtos químicos devido à grande diversidade de pragas e doenças. Embora a agricultura nessa região seja em sua maioria baseada na agricultura familiar, em pequenas áreas cultivadas, o uso de agrotóxicos, sobretudo de fungicidas, faz parte da rotina dos sistemas de cultivo. Vários fatores têm sido apontados como risco à diversidade biológica das regiões tropicais, mas o efeito de poluentes químicos sobre a biodiversidade do solo tem sido pouco considerado. Apesar de a fauna do solo ter papel importante na decomposição da matéria orgânica no ciclo de nutrientes e estrutura física no solo, apenas recentemente têmse realizados estudos sobre a toxicologia de pesticidas para organismos do solo. As minhocas são componentes importantes da comunidade de decompositores no solo e, juntamente com outros organismos, têm papel crucial na atividade de decomposição, mineralização de nutrientes e estrutura do solo. Entretanto, as minhocas são incapazes de desempenhar essa função essencial se expostas a solos contaminados por substâncias químicas, orgânicas e inorgânicas (EDWARDS e BOHLEN, 1997). Além de consideradas como potenciais indicadores da qualidade do solo e do ecossistema, as minhocas também são usadas amplamente como indicadoras da contaminação de solos e dos impactos ambientais de substâncias potencialmente tóxicas (EDWARDS et al., 1996). As populações de minhoca podem ser influenciadas quando o solo é contaminado por substâncias químicas estranhas (xenobióticos), tais como p e s t i c i d a s, m e t a i s p e s a d o s, hidrocarbonetos de petróleo, o que evidentemente impede sua ação benéfica no solo, refletindo no funcionamento de todo o ecossistema. O fungicida à base de cobre é amplamente utilizado nas várzeas próximas de Manaus para controle de d o e n ç a s e m p l a n t a s c u l t i v a d a s (WAICHMAN et al., 2002). Esses defensivos, quando usados sem critérios, podem se acumular no ambiente e causar toxicidade aos organismos do solo. Além disso, solos com excesso de elementos como o cobre podem comprometer alguns de seus processos biológicos, fundamentais para o uso agrícola a longo prazo. Geralmente, estudos de toxicidade de substâncias químicas para minhocas baseiam-se na avaliação da mortalidade. Esses são feitos em ensaios de toxicidade aguda (mortalidade) e, em geral, os organismos são expostos durante curtos períodos e em concentrações muitas vezes mais altas que a encontrada no ambiente natural contaminado. No ambiente natural, as minhocas são normalmente expostas a concentrações mais baixas do contaminante (às vezes subletais) e durante longo período de tempo. Portanto, apenas o efeito letal não é medida adequada da sensibilidade de minhocas aos xenobióticos. O estresse causado pela presença de contaminante pode afetar o crescimento e a maturação reprodutiva das minhocas mesmo antes de ocorrer mortalidade na população (HELLING et al., 2000). Portanto, os parâmetros indicadores de exposição subletal são de extrema importância na avaliação de risco de substâncias químicas para minhocas. Neste estudo, foi avaliado o efeito do cobre no crescimento de minhocas. Estudos toxicológicos de fungicidas, bem como de outros agrotóxicos sobre a biota do solo, são bases para a elaboração de uma análise de risco ambiental.

Susy Pinheiro et al. 15 Material e Métodos Seleção da espécie indicadora Eisenia fetida (Oligochaeta, Lumbricidae) Espécie de minhoca comum em criações para produção de húmus e compostagem. Atualmente é o organismo recomendado em protocolos internacionais para ser usado em testes padronizados de toxicidade de substâncias químicas para o solo, em regiões temperadas (OECD, 1984) e tropicais (IBAMA, 1990). Neste trabalho, foram utilizadas culturas de E. fetida previamente estabelecidas no Laboratório de Entomologia da Embrapa Amazônia Ocidental, originalmente adquiridas de criadores de minhocas nos arredores de Manaus. As minhocas foram mantidas em caixas de plástico (25 cm x 36 cm área, 12 cm de altura) com um substrato que consiste de esterco bovino, em temperatura ambiente (25 ºC a 30 ºC; média = 28 ºC), umidade relativa do ar próximo de 80%, e expostas a um ciclo luminoso natural (12h luz /12h escuro). As minhocas foram alimentadas uma a duas vezes por semana com esterco bovino seco, triturado e isento de urina ou de qualquer contaminação por substâncias químicas. Seleção do fungicida Testes de toxicidade foram feitos com a formulação comercial de fungicida à base de oxicloreto de cobre. Trata-se de um fungicida de ação de contato, do grupo químico cúprico, que contém 588 g/kg do ingrediente ativo oxicloreto de cobre, correspondendo a 35% de cobre metálico. Possui amplo espectro de controle das doenças fúngicas em várias culturas, principalmente na horticultura e fruticultura. Procedimento experimental O sistema para determinação da toxicidade crônica (efeito sobre crescimento) do fungicida oxicloreto de cobre para E. fetida foi baseado em Helling et al. (2000). As diferentes concentrações desse fungicida foram preparadas com base na massa seca (ms) do substrato, i.e., cada concentração representa a quantidade do ingrediente ativo em mg/kg do substrato (por ex.: 3,16 mg i.a./kg). Em cada réplica experimental, o ingrediente ativo foi diluído em água destilada, adicionado e misturado em 300 g de massa seca de substrato, em frasco de vidro (vol.1,3 L) com tampas de plástico, perfuradas. A umidade do substrato foi ajustada para 35% ± 5% de massa seca. Após contaminação em diferentes concentrações, amostras foram retiradas para cálculo da umidade e ph do substrato, em uma réplica de cada tratamento. Em seguida 10 indivíduos juvenis (não clitelados) de E. fetida pesando entre 100 mg e 200 mg foram colocados no substrato e incubados à temperatura de 28 ºC ± 2 ºC sob fotoperíodo de 12h / 12h. Após 28 dias foi feito avaliação da biomassa e do número de indivíduos que alcançaram a maturidade sexual (presença de clitelo) em cada tratamento. As concentrações foram definidas em função da recomendação de aplicação (kg do ingrediente ativo/hectare) fornecida pelo fabricante. Além disso, foram utilizadas faixas de concentração que representam a concentração de exposição prevista no ambiente, cuja estimativa é feita com base no número de aplicações que os agricultores utilizam durante o ciclo de cultivo. O efeito de concentrações subletais dos fungicidas sobre a taxa de crescimento dos juvenis foi avaliado em experimento com delineamento inteiramente casualizado em cinco tratamentos (cinco concentrações) e controle, com quatro repetições, conforme o seguinte procedimento:

16 Susy Pinheiro et al. Preparação do substrato: esterco bovino seco e livre de contaminação. Preparação de frascos contendo 300 g do substrato (peso seco). Aplicação da mistura da solução do fungicida para cada tratamento. Seleção de juvenis pesando entre 100 mg e 200 mg. Distribuição de 10 juvenis em cada réplica. A umidade nos recipientes foi mantida através do controle do peso, a cada semana, i.e., o peso inicial foi corrigido com adição de água destilada. Resultados e Discussão Ao contrário do que foi relatado por Helling et al. (2000), neste estudo, os juvenis de E. fetida submetidos a doses subletais de oxicloreto de cobre não tiveram seu crescimento reduzido. Mesmo nas concentrações maiores, o crescimento foi superior ao do controle (Tabela 1 e Fig. 1). Entretanto a idade dos juvenis utilizados nesse experimento foi maior que aquela usada nos experimentos de outros autores. Além disso, os ensaios foram feitos em maior temperatura de incubação. Tais diferenças podem explicar a ausência de efeito no presente estudo. Tabela 1. Toxicidade crônica de oxicloreto de cobre (baseado na concentração de cobre) para E. fetida em substrato orgânico. Tratamento mg Cu/kg Biomassa (mg) 0º Dia Biomassa (mg) 28º Dia % crescimento Mortalidade [%] 28º Dia Biomassa (mg) 56º Dia % crescimento Mortalidade [%] 56º Dia ph Controle 3,5 14 35 140 350 150±4,7 153,2± 151,2±3,2 162,5±4,8 149,0±18,0 149,8±17,5 275,4±43,3 264,1±60,6 221,8±22,4 287,5±31,2 286,5±7,6 276,7±38,7 82,6 72,5 46,7 76,9 92,4 84,4 2,5 5,0 5,0 7,5 15,0 2,5 467,2±47,8 477,0±99,9 437,9±21,3 510,3±33,7 536,2±54,6 544,2±52,3 209,7 211,5 189,6 214,1 260,0 263,4 5 4 6 10 15 2,5 8,06 7,44 7,75 7,69 7,68 7,75 250 Ganho de biomassa após 28 dias de exposição 250 Ganho de biomassa após 56 dias de exposição 259.95 263.38 % de ganho de peso 210 170 130 90 50 82.56 72.45 46.70 76.92 92.38 84.75 % de ganho de peso 210 170 130 90 50 209.69 211.46 189.64 214.05 10 10-30 0 3,5 14 35 140 350-30 0 3,5 14 35 140 350 Concentração (mg/kg) Concentração (mg/kg) Fig. 1. Efeito de oxicloreto de cobre no crescimento de E. fetida.

Susy Pinheiro et al. 17 Conclusões Mais estudos a respeito do efeito crônico de oxicloreto de cobre sobre minhocas precisam ser realizados, para melhor compreensão da sensibilidade desses organismos ao fungicida testado. Agradecimentos Os autores são gratos à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pela concessão da bolsa de iniciação científica. OECD. Organisation for economic cooperation and development: OECD- Guideline for testing of chemicals No. 207. Earthworm acute toxicity test, Paris, 1984. WAICHMAN, A.V.; RÖMBKE, J.; RIBEIRO, M.O.A.; NINA, N.C.S. Use and fate of pesticides in the Amazon state, Brazil: Risk to human health and the environment. ESPR - Environmental Science and Pollution Research, v. 9, n. 6, p. 423-428, 2002. Referências EDWARDS, C.A. & BOHLEN, P.R. Biology of Earthworms. London: Chapman & Hall. 276 pp., 1997. EDWARDS, C.A.; SUBLER, S.; CHEN, S.K.; BOGOMOLOV, D.M.. Essential criteria for selecting bioindicator species, processes, or systems to assess the environmental impact of chemicals on soil ecosystems. In: VAN STRAALEN, N.M.; KRIVOLUTSKY, D.A. (Ed.). Bioindicator systems for soil pollution. Kluwer Academic Publishers, 1996, p. 67-84. H ELLING, B., R EINECKE, S.A., REINECKE, A.J. Effects of the fungicide copper oxychloride on the growth and r e p r o d u c t i o n o f E i s e n i a f e t i d a (Oligochaeta). Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 46, 108116, 2000. IBAMA. Manual de testes para avaliação da ecotoxicidade de agentes químicos. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e a Recursos Renováveis, 2. ed. Brasília, 1990. 351p.