Prof. Franco Augusto
A Zona da Mata é uma sub-região costeira da Região Nordeste do Brasil que se estende do estado do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, formada por uma estreita faixa de terra para os padrões continentais do Brasil. O nome Zona da Mata deve-se à Mata Atlântica que originalmente cobria a região, mas atualmente está quase extinta. Sua área concentra seis das nove capitais da região (Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador). É a zona mais urbanizada, industrializada e economicamente desenvolvida da Região Nordeste.
Seu clima é tropical úmido com temperaturas que rondam entre os 20 e os 30 graus positivos. Também sobe pouco acima dos 30 graus, ao contrário do bioma sertão na mesma latitude e outros biomas de latitude e umidade similar no sudeste asiático. Estende-se do litoral a 200 km para o interior. Apresenta regularidade de chuva. Culturas: cana-de-açúcar, cacau, tabaco e lavoura de subsistência.
A Zona da Mata é também a sub-região mais industrializada do Nordeste brasileiro, sendo a Região Metropolitana do Recife e a Região Metropolitana de Salvador as áreas em que a indústria é mais forte e diversificada. Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, navios, cascos para plataformas de petróleo, chips, softwares, automóveis, baterias e produtos petroquímicos, além de produtos de marca com valor agregado.
A Zona da Mata nordestina foi o berço dos principais ritmos do país a exemplo do frevo, maracatu, samba de roda do recôncavo, bossa nova, axé, arrocha e outros. O trio elétrico também tem origem na zona da Mata, como também alguns intérpretes da música brasileira tais como Caetano Veloso, Maria Betânia, Alceu Valença, Herbert Viana e muitos outros. O samba de roda foi transferido duas vezes do recôncavo ou zona da mata meridional para o Rio de Janeiro. Há vários carnavais notórios ocorrem na zona da mata nordestina como em Olinda, Salvador, Recife (Galo da Madrugada), Natal, Mossoró, Caicó, João Pessoa e Maceió.
Agreste designa uma transição entre a Zona da Mata e o Sertão, que se estende por uma vasta área dos estados brasileiros da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A área ocupada pelo Agreste situa-se numa estreita faixa, paralela à costa. Possui como características principais solos profundos solos relativamente férteis, vegetação variável com predominância de vegetação caducifólia. É uma área sujeita a secas, cuja precipitação pluviométrica varia entre 300 e 1200 mm/ano. Possui 4 pólos principais: Campina Grande-PB (principal do Agreste Setentrional), Caruaru-PE, Arapiraca- AL e Feira de Santana-BA
Possui solo essencialmente pedregoso, rios intermitentes (temporários), vegetação rala e tamanho pequeno Tecnicamente, o agreste junto ao sertão compõem o ecossistema denominado caatinga. Possui, por ser marcadamente terreno de transição, áreas onde há maior umidade, os brejos. O principal acidente geográfico da região é o planalto da Borborema - que apresenta vegetação tropical e o clima úmido nas áreas altas e região da encosta leste; e vegetação de caatinga, consorciada com o clima semi-árido e seco.
O Agreste possui os maiores festivais de São João do Mundo, se destacando o de Campina Grande e Caruaru. Estes festivais se centram na figura do milho, que é o único dos grandes cereais nativo da América. O agreste está mais próximo a cultura e etnografia sertaneja que a do litoral da zona da mata (principalmente o Agreste Setentrional, vizinho a zona da Mata Setentrional).
As propriedades rurais nessa região são, geralmente, de pequeno e médio porte chamadas de minifúndios com a predominância da agricultura familiar. Os principais produtos são o algodão, o café e o sisal (fibra retirada do agave para produzir cestos, cordas e tapetes). A principal atividade econômica do Agreste é o artesanato, cujos produtos costumam ser negociados em grandes feiras e centros comerciais, localizados nas principais cidades da região, a saber: Caruaru (Pernambuco), Campina Grande (Paraíba), Feira de Santana (Bahia), Arapiraca (Alagoas) e Itabaiana (Sergipe).
O sertão, é uma das quatro sub-regiões da Região Nordeste do Brasil, sendo a maior delas em área territorial. Estende-se pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Pi auí, Rio Grande do Norte e Sergipe, atingindo o estado de Minas Gerais. Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semiárido, apresentando temperaturas médias elevadas, entre 25 º e 30 C. As chuvas concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no Sertão atinge a média de 750 milímetros anuais, sendo que em algumas áreas chove menos de 500 milímetros ao ano.
O Sertão é a sub-região que apresenta o menor índice pluviométrico de todo o país. A escassez e a distribuição irregular das chuvas nessa área devem-se, sobretudo, à dinâmica das massas de ar e, também à influência do relevo. As chuvas geralmente ocorrem entre os meses de dezembro e abril. Porém em certos anos, não ocorrem precipitações nesse período e a estiagem pode se prolongar dando origem às secas.
A agropecuária é uma atividade econômica que abrange tanto a agricultura quanto a pecuária. No sertão, a atividade pecuária (criação de animais) ocupa um lugar de destaque, uma vez que é a principal atividade econômica. Como essa região ainda não ingressou em um processo de mecanização e modernização efetiva do campo, a pecuária é desenvolvida de forma tradicional ou extensiva, isso quer dizer que os animais são criados em extensas áreas, no caso dos latifúndios, sem maiores cuidados e se alimentam quase sempre de pastagens nativas e não cultivadas, diante disso a produtividade é baixa. Depois da criação de gado, a principal é a produção de caprinos, animais de pequeno porte que resistem às condições mais adversas impostas pelo clima, devido a esse fator o Nordeste detém o maior rebanho dessa espécie no Brasil, com aproximadamente 9 milhões de animais.
Com o propósito de facilitar ações para combater as secas e amenizar os seus efeitos sobre a população sertaneja, o governo federal delimitou em 1951, o chamado Polígono das Secas. Inicialmente, o Polígono abrangia cerca de 950 000 quilômetros quadrados, estendendo-se pelas áreas de clima semiárido. Entretanto, após a ocorrência de grandes secas, a área do Polígono foi ampliada, alcançando parte do estado de Minas Gerais. Diversos órgãos do governo são responsáveis pelo combate às secas, especialmente o DNOCS que coordena programas de irrigação, construção de poços artesianos e açudes, bem como outras funções, visando amenizar os problemas da população.
O Meio Norte é uma das sub-regiões do Nordeste do Brasil. Possui duas das nove capitais da região, São Luís e Teresina, e duas importantes cidades no interior, Imperatriz e Caxias, no Maranhão, além de Parnaíba, no Piauí. O Meio-Norte pode ser subdividido em setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o leste ocupado pelo Piauí ocidental, e o centro-oeste pelo estado maranhense.
O Meio-Norte é uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão, e é também conhecida como mata dos cocais devido às palmeiras de babaçu e carnaúba encontradas na região. No litoral chove cerca de 2 000 mm anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1 500 mm anuais, e no sul do Piauí, uma região mais parecida com o sertão, chove, em média, 700 mm por ano.
- O avanço da agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, mas também com arroz, milho e algodão. A produção de soja, de algodão e de milho concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino. - A indústria é mais forte e diversificada no complexo industrial e portuário de São Luís, Imperatriz também conta com grandes indústrias como a Suzano Celulose. - Já a capital do Piauí tem um parque industrial pouco diversificado.