TÍTULO: ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA RESERVA DE CASCALHO DA REGIÃO DA SERRINHA NO MUNICÍPIO DE ARAXÁ-MG

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Transcrição:

TÍTULO: ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA RESERVA DE CASCALHO DA REGIÃO DA SERRINHA NO MUNICÍPIO DE ARAXÁ-MG CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ AUTOR(ES): ILSON RODRIGUES DOS REIS JUNIOR ORIENTADOR(ES): DIOGO ARISTÓTELES RODRIGUES GONÇALVES COLABORADOR(ES): FLÁVIO SÉRGIO AMÂNCIO JÚNIOR, LUIS FERNANDO AGUIAR ARAUJO

RESUMO Atualmente, com a crescente utilização do cascalho na pavimentação, motivada pela alta taxa de urbanização e reparos nas vias rurais, tende-se a optar por uma extração deste material de forma que se obtenha bom resultado final e baixo custo. O município de Araxá-MG possui uma extensa malha viária em baixo estado de conservação, devido a isto, há uma necessidade de estudos que auxiliem na localização de materiais que possam ajudar na melhoria desse setor. Na manutenção das vias rurais e construção de estradas pavimentadas a utilização do cascalho é de grande importância, sendo assim, o objetivo desse trabalho consistiu em identificar locais com reservas volumosas e aptas a exploração, na região da Serrinha, situada no município de Araxá-MG. O estudo foi realizado através da coleta de amostras em campo realizada com trado manual em distintos pontos da região (pontos georreferenciados), e mantido separadamente em sacos. As amostras foram preparadas para ensaios em laboratórios, iniciando com quarteamento e redução das mesmas. Os ensaios feitos foram a granulometria, correção granulométrica, classificação e caracterização física. Os resultados obtidos qualificam e quantificam as amostras de modo a possibilitar a indicação para utilização em vias rurais e urbanas. PALAVRAS-CHAVE: Cascalho, pavimentação, manutenção, jazida. INTRODUÇÃO Com a crescente expansão da economia e tendo como principal via de escoamento da produção do país, as vias rodoviárias, grandes extensões de ruas, avenidas e rodovias são criadas, recuperadas e expandidas todos os dias. Com essa alta demanda do uso de agregados para execução desses trechos, tem-se a necessidade de se usar materiais diferentes em função da escassez de materiais comumente utilizados até os dias atuais (OLIVEIRA, 2012). O uso do cascalho para execução de bases e sub-bases sempre foi viável por se ter em várias regiões, com custo baixo ou até mesmo sem custo de extração ou exploração e também por se obter um bom resultado final. Com a otimização e aumento de peso dos meios de carga, tem-se uma necessidade de pavimentos de maior resistência. Com essa grande demanda, tem sido cada vez mais difícil encontrar cascalho que atenda as especificações básicas (OLIVEIRA, 2012).

Cascalho, também chamado de pedregulho, é um sedimento fluvial de rocha ígnea, inconsolidado, formado de grãos de diâmetro geral superior a 5 mm, podendo os grãos maiores alcançar diâmetros até superiores a cerca de 100 mm. O cascalho também pode ser de origem litorânea marítima (BAUER, 2013). Segundo o Marangon (2009) o cascalho é utilizado para revestimento de leitos de estradas, construção de aterros de terra, concretos, obras de drenagem, entre outros. Sua utilização em obras de pavimentação foi iniciada na década de 1950, pelo fato desse ser um material que atendia facilmente as especificações tradicionais e que quando compactado apresentava capacidade de suporte (California Bearing Ratio CBR) elevada (maior que 80%), podendo ser utilizado até em vias de elevado volume de tráfego. O cascalho pertence ao grupo dos Agregados para construção civil (areia, brita e cascalho) que ocupam 1º lugar em quantidade e 2º em valor no mundo. Os baixos preços unitários resultam da relação entre limites de distância de distribuição (uso local) e larga distribuição de pequenos empreendimentos. (ALECRIM, 1982; OLIVEIRA, 2002). Conforme Oliveira (2012) A viabilidade do cascalho para execução de bases e sub-bases sempre foi visada por se obter em várias regiões, além do baixo custo, com ele obtém-se um bom resultado final. Devido ao aumento de peso dos meios de carga, a utilização de métodos mais resistentes para a pavimentação também aumentou, assim, a demanda de cascalho para esse uso se tornou maior. Com essa grande demanda, o cascalho tem sido cada dia mais difícil de encontrar. Segundo GROSSI & VALENTE (2013), o objetivo de um sistema de classificação de recursos minerais é aplicar regras que permitam separar diferentes classes de recursos, de tal modo que parte das mesmas possa ser transformada em reserva, com base em estudos de viabilidade técnica e econômica. Com tais informações é possível orientar as tomadas de decisões que possibilitam a máxima eficiência na utilização desse recurso. A necessidade crescente destes materiais, somada a diversos fatores tais como a procura de lucro fácil e rápido, obtenção gratuita e simples das matérias primas, não conscientização ambiental dos envolvidos, finalizando com uma total ausência e até cumplicidade dos órgãos oficiais responsáveis pela fiscalização destas

atividades, tem levado a uma degradação acelerada do meio ambiente de inúmeras áreas. Conforme o Artigo 1 da Resolução 001/86 do CONAMA, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - As atividades sociais e econômicas; III - A biota; IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - A qualidade dos recursos ambientais. Portanto, essas atividades humanas as quais são ditas referem-se também a extração de qualquer material natural. Estes cuidados devem ser tomados no processo de retirada do cascalho, com responsabilidade, não visando somente questões econômicas, fazendo com que nenhuma das partes saiam perdendo e que esses impactos sejam amenizados. Reservas são fidedignas quando, uma vez determinadas, permitem calcular erros admissíveis para cada classe estabelecida. O cálculo desse erro exige dados de boa qualidade e em quantidade adequada ao caso concreto em estudo. No município de Araxá-MG, não se tem cadastrada e calculado o volume das reservas de cascalho aptas a utilização em pavimentação, devido a isto, é de fundamental importância que se realize tal levantamento. Sendo assim, o presente estudo busca localizar e dimensionar as reservas de cascalho aptas a utilização em obras de pavimentação e recuperação de estradas. Por ser uma área de expressiva quantidade populacional e de fácil acesso, a região da Serrinha, município de Araxá- MG, possibilita a exploração das jazidas de cascalho nela presente. OBJETIVOS Georreferenciar os pontos de localização do cascalho utilizado na pesquisa. Cadastrar e calcular o volume das reservas de cascalho aptas a utilização em pavimentação da região da Serrinha no município de Araxá-MG.

METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ÁREAS DE COLETAS: As amostras foram coletadas em seis pontos (georreferenciados) da região da Serrinha localizada no Município de Araxá (Figura 1). Figura 1: Sistema Rodoviário de Araxá. Fonte: IPDSA, 2017. COLETA DE DADOS Os pontos de coletas de dados foram selecionados de forma que não impactasse o meio ambiente, desde o não desmatamento até a alteração drástica do meio físico situado, extraindo um total de aproximadamente oito quilos de amostras em cada ponto. ARMAZENAMENTO DAS AMOSTRAS Findando as coletas, as amostras foram armazenadas em sacos pretos e etiquetadas conforme sua localização e quantidade. QUARTEAMENTO A etapa de preparação de amostras, para ensaios em laboratório, iniciou com o quarteamento e redução do material, conforme a especificação NBR NM 27 (ABNT, 2001).

CLASSIFICAÇÃO PARA O CASCALHO Com as amostras reduzidas foram realizados vários ensaios em laboratório. De início o ensaio de classificação para o cascalho, executado segundo o anexo A da NBR 15116 (ABNT, 2004). Após o ensaio de granulometria realizado para cada fração de agregado reciclado por meio de peneiramento, de acordo com a DNER-ME 083/98, foram feitas três repetições, de modo a se obter curva granulométrica média. Além disso, a dimensão máxima característica, o coeficiente de uniformidade e o percentual passante na peneira de 0,42 mm (Nº 40) foram determinados. Com os resultados obtidos no ensaio de granulometria foi realizada a correção granulométrica, pelo método das tentativas, com a finalidade de se obter uma mistura tal que se enquadre o mais próximo possível da faixa C do DNER - ES 303/97. RESULTADOS E DISCUSSÃO O cascalho é um material de grande importância na construção de estradas pavimentadas e manutenção das vias rurais, a identificação e georreferenciamento dos locais, conforme Tabela 1, com reservas e aptas a exploração é de fundamental importância para a melhoria da malha viária do município de Araxá-MG. GEORREFERENCIAMENTO DOS PONTOS DE COLETA Amostra I Amostra II Amostra III S 19 38"03,8' S 19 38"04,4' S 19 38"03,8' W 047 10"59,5' W 047 11"00,3' W 047 10"58,9' Profundidade: 0,54m Profundidade: 0,37m Profundidade: 0,59m GEORREFERENCIAMENTO DOS PONTOS DE COLETA Amostra IV Amostra V Amostra VI S 19 38"02,6' S 19 38"01,6' S 19 38"02,6' W 047 10"58,3' W 047 10"58,9' W 047 11"00,3' Profundidade: 0,51m Profundidade: 0,82m Profundidade: 0,61m TABELA 1: Georreferenciamento dos pontos de coletas.

As amostras passaram pelo processo de quarteamento, conforme dados da tabela abaixo: QUANTIDADE DE AMOSTRAGEM Amostra I Amostra II Amostra III Peso aproximado da amostra 8 quilos 8 quilos 8 quilos Peso do Quarteamento 2 quilos 2 quilos 2 quilos QUANTIDADE DE AMOSTRAGEM Amostra IV Amostra V Amostra VI Peso aproximado da amostra 8 quilos 8 quilos 8 quilos Peso do Quarteamento 2 quilos 2 quilos 2 quilos TABELA 2: Quantidade de amostragem/ Quarteamento. DIÂMETRO MÁXIMO CARACTERISTICO A partir desse quarteamento, executou-se o peneiramento e o diâmetro máximo característico (corresponde ao número da peneira da série normal na qual a porcentagem acumulada é inferior ou igual a 5%, desde que essa porcentagem seja superior a 5% na peneira imediatamente abaixo) é de aproximadamente 19 mm. CURVA GRANULOMÉTRICA A curva granulométrica mostrada na Figura 2 fornece a ideia do formato da curva permitindo detectar descontinuidades no conjunto, podendo o solo ser, bem graduado, quando seu tamanho diminui gradualmente, solo de graduação uniforme, possuindo uniformidade no tamanho ou, solo de graduação aberta, quando seu tamanho diminui gradativamente e possui um intervalo de diminuição consideravelmente alto. Abertura das peneiras Porcentagem de massa retida Porcentagem de massa acumulada 12,5 31 31 9,5 19 50 6,3 20 70 2,4 25 95 1,18 4 99 0,6 1 100 0,3 0 100 0,15 0 100 0 0 100 TABELA 3: Dados da curva granulométrica.

Porcentagem de massa que passa (%) Curva Granulométrica - Amostra 06 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 Abertura da peneira (mm) FIGURA 2: Curva granulométrica. Com base na curva granulométrica, este solo ensaiado possui uma classificação de solo de graduação aberta referida na Figura 3, tratando-se de um agregado graúdo, que são os agregados que ficam retidos na peneira de 4,8 mm. FIGURA 3: Graduação do solo. Fonte: VARELA, 2012. ÁREA E VOLUME DA JAZIDA A jazida em questão possui uma área de aproximadamente de 710m² e um volume aproximado de 404,7 m³.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Visando a utilização do cascalho na pavimentação como construção de novas estradas, vias urbanas ou manutenção das vias rurais, o cascalho localizado na região da Serrinha, está apto para ser aplicado para as respectivas obras. Necessita-se futuramente estudo mais detalhados com testes mais aprofundados, possuindo amostras maiores para determinação de esforços mecânicos e propriedades especificas do material. FONTES CONSULTADAS ALECRIM, José Duarte. Recursos minerais do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: METAMIG. 1982. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. Rio de Janeiro: Abnt, 2004. 12 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. Rio de Janeiro: Abnt, 2004. 12 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9895: Solo - Índice de Suporte Califórnia. Abnt, 1987. 14 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 27: Agregados: Redução de amostra de campo para ensaios de laboratório. Rio de Janeiro: Abnt, 2001. 07 p. BAUER, Luis Alfredo Falcão. Materiais de Construção: Novos Materiais para Construção Civil. 5. ed. São Paulo: Ltc, 2013. 471 p. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. RESOLUÇÃO CONAMA 001/86. Brasília, 1986. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 083/98: Agregados - análise granulométrica. Rio de Janeiro: Dner, 1998. 10 p. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ES 303/97: Pavimentação - base estabilizada granulometricamente. Rio de Janeiro: Dner, 1997. 7 p.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM.DNER-ME 081/98: Agregados - determinação de absorção e da densidade de agregado graúdo. Rio de Janeiro: Dner, 1998. 6 p. GROSSI, J.; VALENTE, Jorge. Guia Prático para Cálculo de Recursos e Reservas Minerais. Brasília, 2013. IPDSA (Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá). Acervo municipais de cartas topográficas. 2017. MARANGON, Márcio. Tópicos em Geotecnia e Obras de Terra. 2009. 14 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. OLIVEIRA, Murilo Rassi de. Análise de agregados para uso em pavimentação. 2012. 1 v. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2012. SENÇO, Wlastermiler de. Manual de Técnicas de Pavimentação. 2. ed. São Paulo: PINI, 2008. VARELA, Marcio. Granulometria. São Paulo: Professor, 2012. 34 slides, color. *APOIO FINANCEIRO: PIBIC/FAPEMIG.