Embalagem de papel: classificação e controle de qualidade Prof. Germán Ayala Valencia Acondicionamento e Embalagem para Alimentos Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2018
Conteúdo Processo de fabricação. Tipos de embalagens de papel para alimentos. Controle de qualidade das embalagens de papel.
Fourdrinier
Cilindros
Principais papéis utilizados no acondicionamento de alimentos Papel, cartão e papelão.
Tipos de papel Kraft: papel para embalagem cuja característica principal é a sua alta resistência mecânica. Basicamente existem os seguintes tipos de papel kraft: -Kraft natural para sacos multifoliados: fabricado com 100% de pasta química (processo sulfato), de fibra longa, geralmente nas gramaturas de 80-90 g/m 2. Utilizado essencialmente para sacos de embalagens industriais de grande porte.
Kraft branco para sacos multifoliados: fabricado com 100% de pasta química, branqueada e de fibra longa (30-50 g/m 2 ). Usado essencialmente como folha externa de sacos multifoliados para impressão em cores, geralmente aplicado em produtos farináceos. Kraft natural ou em cores para outros fins: fabricado com 100% de pasta química, não branqueada, de fibra longa geralmente nas gramaturas de 30-90 g/m 2, e características de resistência mecânica similares ao Kraft natural para sacos multifoliados. Empregado na fabricação de embalagens para alimentos.
Tipo Kraft de primeira: papel para embalagem semelhante ao Kraft natural ou em cores para outros fins, porem com menor resistência mecânica e fabricado com pelo menos 50% de pasta química, nas gramaturas acima de 40 g/m 2. Usado geralmente para produção de saquinhos simples para pães. Tipo Kraft de segunda: semelhante ao Kraft natural ou em cores para outros fins, porem com menor resistência mecânica e fabricado com até 50% de pasta química, nas gramaturas acima de 40 g/m 2. Usado para embrulhos e embalagens em geral.
Latas de Kraft: produzidas a partir de Kraft em processo contínuo. Servem principalmente para acondicionar cereais.
Couché: papel que recebe um tratamento especial (p. ex. amido), feito em maquina de revestimento, que aplica tinta sobre a superfície (3-30 g/m 2 ) em ambos os lados do papel. Este processo é realizado com o objetivo de dar lisura e brilho ao papel, melhorando a impressão. Normalmente utilizado no revestimento externo de embalagens com o objetivo de melhorar seu aspecto visual.
Glassine: papel fabricado com 100% de pasta química especial, refinada ao máximo, para torna-lo transparente. Quando adicionado de cargas minerais, adquire aspecto leitoso translucido. Fabricado geralmente nas gramaturas de aproximadamente 40 g/m 2. Possui baixa permeabilidade a gordura, sendo empregado essencialmente para embalagens de alimentos.
Celofane: o celofane é obtido a partir da celulose, tem aspecto de uma película fina, transparente, flexível e resistente a esforços de tensão, porém muito fácil de ser cortado. Os diversos tipos de celofane são caracterizados pelos produtos nele aplicados. O celofane comum, sem nenhum revestimento, é utilizado na indústria de embalagens para produtos que não necessitam de boa proteção contra os agentes externos. Outro tipo de celofane, amplamente utilizado, é aquele que possui verniz de nitrocelulose em um dos lados. Este celofane foi desenvolvido nos Estados Unidos para embalar carne fresca em supermercados.
Bissulfeto de carbono
Embalagem de papel As embalagens de papel são fundamentalmente aquelas uni/multifoliadas destinadas a conter e proteger os produtos alimentícios. Elas podem ser divididas em três grandes grupos: Embalagem primária termossoldável: embalagens que além de conter papel em sua estrutura, contém algum elemento termosselante, exemplos: poliolefinas e adesivos holt-melt. Elas podem ser divididas em embalagens com 3 e 4 soldas.
Embalagem primária não termossoldável: não contém nenhum elemento termosselante em sua estrutura. São formadas e fechadas por um processo de colagem, costura, fita adesiva, amarração, etc.
Embalagens secundarias: contém de uma 1 6 folhas de papel.
Cartão A distinção entre papel e cartão nem sempre é muito clara, no entanto, é do senso comum que o cartão é mais espesso e mais pesado que o papel. Geralmente, as folhas com mais de 300 μm de espessura são classificadas como cartão. A gramatura do cartão em geral varia entre 120 e 700 g/m 2. A classificação dos cartões baseia-se no: -Número de camadas que compõem a estrutura (simplex ou monoplex, duplex, triplex, etc.). -Tipo de pasta de cada camada. -Tipo de tratamento da superfície.
No cartão duplex, a camada interna que entra em contato com o produto é denominada por suporte e a camada externa por forro. No cartão tríplex a camada do centro e designada intermediária. Os cartões são fabricados na Fourdrinier ou no de cilindros.
Cartuchos: os cartuchos são chapas de cartão dobradas sobre si mesma que serão utilizadas como embalagens, na forma de caixas rígidas. Normalmente são expedidos pelo fabricante abertos.
Papelão O papelão é constituído por uma estrutura formada por um ou mais elementos ondulados (miolos), fixados a um ou mais elementos planos (capas) por meio de um adesivo aplicado no topo das ondas.
Produção do papelão: são produzidos nas Coladeira ou Corrugadeira, de grande versatilidade - recebendo a matéria-prima em bobinas, executa os trabalhos de ondulação, colagem e corte do papelão no tamanho necessário para a execução da caixa. A ondulação do miolo se faz através de cilindros de aço acanelados, segundo a especificação desejada. Caraterísticas do papelão.
Caraterísticas dos principais tipos de ondas Tipo de onda Altura da onda (mm) Número de ondas em 10cm A 4,2 4,5 11-13 B 2,5 2,6 16 18 C 3,6 3,7 13 15 E 1,2 1,4 31-38 Cola: à base de amido (gelatinizado), contendo fungicidas. Recobrimentos: parafina (adsorção de água).
Controle de qualidade Acondicionamento: 20 C/65% UR ou 23 C/50% UR. Gramatura: balança analítica, geometria (400 x 250 mm). Espessura: micrometro de precisão (0,001 mm). Teor de umidade: método gravimétrico (105 C), balança analítica. Os corpos de prova devem apresentar peso úmido (Pu) de 10g. %U = P u P s P u *100
Absorção de água: corpos de prova (125x125 mm), balança analítica e dessecadores com diferentes UR Porosidade: porosímetro Gurley, passagem de 100 ml de ar em até 1800 segundos. Lisura: prosímetro de Gurley. Propriedades mecânicas: texturômetro.
Conclusões
Referências Neuza, J. Embalagem para alimentos. Cultura Acadêmica UNESP, 2013. Bureau, G. (Gilbert); Multon, J. -L. (Jean Louis). Embalaje de los alimentos de gran consumo. Zaragoza: Acribia, 1995.