2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

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Transcrição:

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS ESTUDO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DE BIOMASSAS PARA CONTAMINATES ORGÂNICOS. 1 E. G. Santos, 2 O. L. S. Alsina, 3 F. L. H. Silva 1 Bolsista PRH-25/ANP Universidade Federal de Campina Grande, Av. Aprígio Veloso, 882 Bodocongó, 58109-970. Campina Grande PB, Tel/fax: (83) 310 1094, e-mail: elbagomes@uol.com.br 2 UFCG/CCT/DEQ, e-mail: odelsia@deq.ufpb.br 3 UFCG/CCT/DEQ, email: flhs@deq.ufpb.br Resumo Nos reservatórios de petróleo, grandes quantidades de água são encontradas associadas ao óleo, gerando muitos efluentes. Entre os processos de separação empregados pela indústria do petróleo, a adsorção tem despertado atenção, devido a sua eficácia no de efluentes provenientes do petróleo. Entre os materiais adsorventes encontram-se as biomassas, cuja pesquisa é de grande importância devido ao baixo custo apresentado. Foram realizados experimentos de adsorção de contaminantes orgânicos, utilizando como biomassas; sabugo de milho, serragem de madeira e mesocarpo do coco da praia, na forma in e com pré- ácido. Neste trabalho, o comportamento do efluente aquoso com contaminante orgânico foi simulado, mediante uma dispersão de gasolina e água. Através da aplicação do planejamento experimental fatorial, foi possível verificar a influência das variáveis de entrada: concentração inicial de gasolina, quantidade de biomassa e rotação do sistema, sobre a variável resposta: a capacidade de adsorção, bem como o efeito do pré- ácido empregado, indicando o bioadsorvente mais adequado para adsorção de contaminantes orgânicos. Palavras-Chave: adsorção, biomassa, petróleo, efluente. Abstract Great amounts of water are found in the oil reservoirs associated to the oil generating many effluents. In the petroleum industry, the adsorption has been getting attention, because its efficiencies in the treatment of effluents. Adsorption had been proposed because their advantages when compared with other conventional purification process. Among the adsorbent materials, the biomass has a great importance due to the low cost presented. Experiments of organic pollutants adsorption were accomplished, using as biomass: corn-cob, wood powder and coconut mesocarp, in the natural forms and with acid treatment. In this paper, the behavior of the effluent with organic pollutant was simulated, by a dispersion of gas in water. By means of factorial experimental planning, it was possible to verify the influence of the input variables: gas initial concentration, amount of biomass and the system rotation, on the output variable; the adsorption capacity, as well as the effect of the acid treatment used. The results show that the most appropriate bioadsorbent for adsorption of organic pollutants was the coconut mesocarp. Keywords: adsorption, biomass, petroleum, effluent

1. Introdução Na natureza, o petróleo e o gás natural são encontrados sob a superfície, em rochas porosas denominadas reservatórios. A classificação dos reservatórios de petróleo é feita de acordo com o comportamento do petróleo nele contido, e, dependendo das condições de como o óleo é encontrado, podem-se ter: reservatórios de óleo, reservatórios de gás, e reservatórios de óleo com capa de gás. Nestes reservatórios, a água sempre está presente, junto com o óleo e o gás, separados em camadas apenas pelas diferenças de densidades dos fluidos. O mais leve, o gás, encontra-se na parte superior do reservatório; na parte inferior, encontra-se o óleo, seguido pela água. Esta água associada com o óleo e o gás é produzida juntamente com o petróleo e o gás natural, na forma de emulsões e suspensões, provocando uma série de problemas, tanto na fase de produção como no transporte e no refino. A água produzida, juntamente com o petróleo, deve ser separada do óleo, uma vez que as refinarias exigem um petróleo praticamente isento de água, pois esta prejudica as instalações e a qualidade dos produtos finais. Além disso, as unidades de processamento de óleo necessitam de maiores instalações para processar toda a água que é produzida juntamente com o óleo. Essa água também não pode ser descartada sem, pois contém produtos orgânicos bastante prejudiciais ao homem e ao meio ambiente segundo Moreira et al, (2000). Antes do descarte, a água deve passar por um adequado de modo a eliminar os componentes indesejáveis. Dentre os processos de separação empregados pelas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE), a adsorção tem atraído bastante atenção, principalmente por ser um processo com uma alta seletividade em nível molecular, permitindo a separação de vários componentes. O carvão ativo tem sido um dos materiais adsorventes bastante empregados neste tipo de separação, principalmente por possuir uma alta capacidade de adsorção, mas apresenta a desvantagem de possuir um alto custo industrial para a sua fabricação. Deste modo, a pesquisa de novos materiais adsorventes, que apresentem um baixo custo, tem despertado bastante atenção. Entre estes materiais, encontram-se as biomassas, que são materiais naturais, como o sabugo de milho, a serragem de madeira, o bagaço da cana e o mesocarpo do coco. Estes materiais, tanto podem ser utilizados como suporte para novos adsorventes ou serem utilizados in como tal, representando assim uma grande redução de custos. O trabalho de pesquisa, ora em curso, consiste em verificar o desempenho de algumas biomassas como: sabugo de milho, serragem de madeira e mesocarpo do coco em uma coluna de leito fixo, para o de efluentes orgânicos, provenientes dos processos de extração e produção de petróleo, obtendo-se assim, um efluente mais puro e com um menor custo operacional. Através deste estudo será possível o conhecimento da dinâmica de adsorção de efluentes orgânicos como também indicar o material adsorvente mais apropriado e econômico para o deste efluente. 2. Materiais e Métodos Este trabalho está dividido em duas etapas. A primeira etapa consistiu em selecionar, entre as biomassas estudadas, a mais apropriada para a adsorção de poluentes orgânicos. Pra a segunda etapa, pretende-se verificar o comportamento do adsorvente selecionado na primeira etapa, em uma coluna de leito fixo. Para esta primeira etapa de trabalho, foi utilizada gasolina comercial com 23% de álcool em sua composição, dispersa em água, simulando o efluente contaminado. As biomassas estudadas, na sua forma in e com o pré ácido foram: sabugo de milho, serragem de madeira e mesocarpo do coco. A tabela 1 apresenta a caracterização física e química para as biomassas utilizadas O equipamento experimental utilizado foi um agitador mecânico com controle para rotação. Resultados obtidos Tabela 1. Caracterização física e química para as biomassas estudadas. milho in milho com pré madeira in madeira com pré coco com pré Umidade (%) 27,0 ± 0,20 26,0 ± 0,20 15,0 ± 0,22 12,8 ± 0,21 15,9 ± 0,18 14,6 ± 0,20 Matéria volátil (%) 25,7 ± 0,15 25,4 ± 0,20 83,2 ± 0,18 83,0 ± 0,15 87,0 ± 0,17 91,0 ± 0,15 Teor de cinzas (%) 27,0 ± 0,22 26,3 ± 0,15 91,45 ± 0,22 87,6 ± 0,20 76,04 ± 0,22 85,4 ± 0,21 Carbono fixo (%) 20,3 ± 0,15 22,1 ± 0,15 89,65 ± 0,16 83,4 ± 0,15 78,94 ± 0,15 91,0 ± 0,15 Granulometria (mm) 1,00 2,00 1,00 2,00 1,00 2,00 1,00 2,00 1,00 2,00 1,00 2,00

3. Metodologia As biomassas utilizadas foram adquiridas na forma de resíduos agrícolas. Estas foram então trituradas, peneiradas (granulometria de 1 a 2 mm). A biomassa utilizada na forma in foi lavada com bastante água destilada, para a remoção de materiais indesejáveis, e seca à temperatura ambiente. Para a biomassa utilizada com o pré, além da lavagem com água destilada, foi lavada com uma solução de HCl 0,5M e seca em estufa, à 60 C por 24h, segundo metodologia de Senthilkumaar et al, (2000) e Petroni et al, (2000). Em seguida, as biomassas secas eram acondicionadas em sacos plásticos até a sua utilização. Um planejamento fatorial experimental do tipo 2 3 com 3 experimentos no ponto central, dando no total 11 experimentos para cada biomassa, foi empregado com o objetivo de se obter um estudo mais abrangente das variáveis de entrada sobre a variável resposta. As variáveis de entrada estudadas foram: concentração inicial de gasolina dispersa em água, quantidade de biomassa utilizada e rotação do sistema, e, a variável resposta obtida foi à capacidade de adsorção de cada biomassa, tanto na forma in, como com o pré-. A Tabela 2 mostra os níveis e os valores reais das variáveis de entrada empregados para cada biomassa. Tabela 2. Valores reais e níveis para as biomassas estudadas. milho e serragem de madeira in e com pré. e com pré-. Variáveis de entrada. Nível (-1) Nível (0) Nível (+1) Nível (-1) Nível (0) Nível (+1) Concentração inicial de gasolina (%) 10,0 15,0 20,0 10,0 15,0 20,0 Quantidade de biomassa (g) 10,0 20,0 30,0 5,0 10,0 15,0 Rotação (rpm) 200,0 400,0 600,0 600,0 800,0 1000,0 Os valores de quantidade de biomassa e de rotação para o mesocarpo do coco foram, diferentes dos empregados para o sabugo de milho e para a serragem de madeira. Este fato se deve à baixa densidade do mesocarpo do coco e limitações de volume. As dispersões de gasolina em água, depois de preparadas foram colocadas em um Becker de 1000ml e juntamente com a quantidade de biomassa, foram colocadas no agitador mecânico. Após 1h de agitação, a emulsão foi filtrada em um filtro de porcelana e através da análise volumétrica, determinou-se à quantidade de gasolina final, presente na emulsão. Desta forma, calculou-se quanto de gasolina, ficou retido em cada biomassa, obtendo-se assim, a capacidade de adsorção. Para verificar se o pré- ácido apresentava alguma influência sobre os valores da capacidade de adsorção, foi empregado um planejamento experimental 2 4 sem ponto central. 4. Resultados Através do modelo matemático linear codificado, obtido mediante a regressão dos dados experimentais, foi possível calcular o valor da capacidade de adsorção para cada biomassa utilizada. Os valores obtidos para a análise de variância (ANOVA), para cada biomassa utilizada, tanto na forma in como com o pré-, foram calculados mediante o auxílio do Software STATISTICA, versão 5.0 e os valores obtidos estão listados na Tabela 3. Tabela 3. Análise de variância (ANOVA) para as biomassas in e com pré-. milho in madeira in milho com pré madeira com pré- coco com pré % de variância 97,09 98,26 99,47 98,44 99,68 99,98 explicada Coeficiente de 0,985 0,991 0,997 0,992 0,9992 0,999 correlação Teste F 22,239 37,649 1259,19 40,01 207,73 3337,8 calculado (Fc) Teste F 6,16 6,16 6,16 6,16 6,16 6,16 tabelado 0,95 (Ft) Teste F c /Teste F t 3,47 6,112 204,41 6,49 33,72 541,85

Uma análise da significância estatística dos valores observados na Tabela 2 é um fator importante, uma vez que os dados experimentais obtidos são utilizados para produzir um modelo empírico, através da regressão. Pelos resultados observados na Tabela 2, verificou-se que o mesocarpo do coco, com o pré- foi, à biomassa que apresentou um maior valor do % de variância explicada, ou seja, uma quantidade menor de resíduos, representando um melhor ajuste ao modelo matemático aplicado Barros Neto et al, (1995). O teste F foi utilizado para investigar se o modelo explica uma quantidade significativa de variação nos valores experimentais. O valor do teste F calculado deve ser maior que o valor do teste F tabelado, para que o modelo seja significativo, ou seja, válido estatisticamente, como é o caso dos valores apresentados na Tabela 3. Para o caso do mesocarpo do coco, tanto na forma in como com o pré-, os valores da razão teste F calculado e Teste F tabelado foram de 204,41 e 541,85, respectivamente. Estes valores mostram que no nível de 95% de confiança, o modelo linear encontrado é estatisticamente significativo e altamente preditivo, conforme Barros Neto et al., 1995. Pode-se verificar que os parâmetros da ANOVA (Tabela 3) apresentam valores estatisticamente significativos para todas as biomassas estudadas, ao nível de 95% de confiança. Através da regressão dos dados experimentais obtidos, foi possível obter um modelo matemático codificado para os sistemas experimentais analisados, referentes às biomassas utilizadas. Os modelos matemáticos para as biomassas na forma in e com o pré- pode ser representado por uma equação empírica como mostrada pela equação 1. q = a + a1cg + a2qb + a3r + a4cgqb + a5cgr + a6qbr (1) onde q representa a capacidade de adsorção das biomassas, Cg a concentração inicial de gasolina, Qb a quantidade de biomassa utilizada e R a rotação empregada. Os valores dos coeficientes a1, a2, a3, a4, a5, e a6 estão listados na Tabela 4, para cada biomassa. Tabela 4. Valores dos coeficientes das equações empíricas para cada biomassa estudada. milho in madeira in milho com pré madeira com pré- coco com pré a 4,18 4,16 7,5 3,91 3,37 7,28 a1 1,40 1,79 1,85 1,67 1,947 1,99 a2 2,04 1,91 2,63 1,92 1,81 2,61 a3 0,24 0,012 0,06 0,05 0,31 0,22 a4 0,64 0,98 0,203 0,80 0,94 0,60 a5 0,38 0,012 0,02 0,075 0,062 0,06 a6 0,20 0,012 0,08 0,17 0,31 0,18 Os dados em vermelho, ilustrados na Tabela 4, representam os valores estatisticamente significativos ao nível de 95% de confiança, para os sistemas experimentais estudados. Como esperado e observado na Tabela 4, a variável rotação não influencia a capacidade de adsorção das biomassas estudadas, tanto na forma in como com o pré-. Os valores da capacidade de adsorção indicam apenas quanto de soluto, ou seja, gasolina, uma determinada quantidade de biomassa pode reter. Mesmo sem apresentar influência sobre a capacidade de adsorção das biomassas utilizadas, a variável rotação pode apresentar efeitos cinéticos. No presente trabalho, o tempo utilizado foi suficiente para atingir o equilíbrio. A Figura 1 ilustra os valores calculados para capacidade de adsorção, utilizando as equações empíricas do modelo matemático, para cada biomassa empregada. Pode-se observar, pelos valores ilustrados na Figura 1, que a capacidade de adsorção do sabugo de milho e da serragem de madeira, tanto na forma in como com o pré- ácido aplicado, são praticamente equivalentes, em torno de 8 ml de gasolina /g de biomassa utilizada. Já os valores encontrados para o mesocarpo do coco, ficam em torno de 12ml/g. Verifica-se também, na Figura 1, que o ácido aplicado não apresentou influencia significativa sobre a capacidade de adsorção para as biomassas estudadas. Um planejamento experimental fatorial do tipo 2 4 foi utilizado também para verificar qual a biomassa é mais indicada para o de efluentes orgânicos provenientes dos processos de extração e produção de petróleo. Para tanto foi introduzida, como variável de entrada, qual biomassa utilizada.

14 12 10 Capacidade de adsorção (ml/g) 8 6 4 2 0 Sabugo "in natura" Sabugo com pré Serragem "in natura" Serragem com pré coco "in natura" coco com pré Biomassas Figura 1. Valores de capacidade de adsorção para cada biomassa na forma in e com pré-. As equações empíricas do modelo matemático, obtidas através da regressão dos dados experimentais foram da forma da equação 2. q = c + c1cg + c2qb + c3r + c4tb + c5cgqb + c6cgr + c7cqtb + c8qbr + c9qbtb + c10rtb (2) Onde: Tb representa a variável tipo de biomassa. Os valores dos coeficientes, c, c1, c2, b3, c4, c5, e c6, c7, c8, c9 e c10 estão ilustrados na Tabela 5, para cada biomassa. Tabela 5. Valores dos coeficientes das equações empíricas para cada biomassa estudada. milho e serragem de madeira in milho e mesocarpo do madeira e mesocarpo do milho e serragem de madeira pré milho e mesocarpo do coco pré madeira e mesocarpo do coco pré b 4,38 5,97 5,78 3,93 5,6 5,5 B1 1,59 1,62 1,57 1,81 1,83 1,96 B2 1,97 2,32 2,50 1,87 2,27 2,21 B3 0,13 0,15 0,13 0,18 0,13 0,26 B4 0,25 0,56 1,42 0,12 1,62 1,73 B5 0,81 0,42 0,76 0,87 0,70 0,77 B6 0,025 0,30 0,22 0,07 0,007 0,0006 B7 0,19 0,22 0,21 0,13 0,16 0,03 B8 0,11 0,14 0,29 0,24 0,17 0,24 B9 0,062 0,28 0,59 0,05 0,34 0,40 B10 0,12 0,09 0,14 0,13 0,08 0,045 Os valores em vermelho, na Tabela 5, representam os valores estatisticamente significativos ao nível de 95% de confiança, para os sistemas experimentais estudados. A figura 2 ilustra os valores da capacidade de adsorção para cada biomassa utilizada, calculados a partir do modelo.

Os resultados ilustrados na figura 2 confirmam os resultados anteriores e que o sabugo de milho e a serragem não apresentam variações dos valores de capacidade de adsorção, estando estes valores em torno de 8ml de gasolina por grama de biomassa, tanto na forma in como com o pré- ácido aplicado. Quando o sabugo de milho e a serragem de madeira são comparados com o mesocarpo do coco, observa-se na figura 2, que o mesocarpo do coco apresentou maiores valores de capacidade de adsorção, de aproximadamente 12ml de gasolina por cada g de biomassa utilizada. 14 12 10 8 6 4 2 0 serragem "in natura" Coco "in natura" Serragem e coco "in natura" serragem com coco com Serragem e coco com Figura 2. Comparação dos valores de capacidade de adsorção para cada biomassa. 5. Conclusão Pelos resultados obtidos pode-se concluir que: O modelo matemático codificado encontrado pela regressão dos dados experimentais, obtidos através do Planejamento Fatorial Experimental, apresentou uma boa concordância com os dados experimentais. O realizado com a solução de HCl não apresentou influência significativa sobre os valores de capacidade de adsorção das biomassas utilizadas. As variáveis de entrada que mais influenciam os valores de capacidade de adsorção, no planejamento experimental 2 3 com 3 experimentos no ponto central são: a quantidade inicial de gasolina utilizada e a quantidade de biomassa. O mesocarpo do coco foi a biomassa que apresentou maiores valores de capacidade de adsorção, tanto na forma in como com o pré- ácido aplicado. 7. Agradecimentos Os autores agradecem a ANP pelo apoio financeiro concedido para a realização da pesquisa. 8. Referências BARROS NETO, B.; SCARMINIO, J. S.; BRUNS, R., 1995, Planejamento e otimização de experimentos. Campinas: editora da Unicamp. MOREIRA R. F. P.; HUMBERTO J. J.; SOARES, J. L; Isotermas de Adsorção de Corantes Reativos sobre Carvão Ativado. II Encontro Brasileiro de Adsorção, Florianópolis Santa Catarina, pp 85 91, 2000. PETRONI, S. L. G., PIRES, M. A. F.; Adsorção de Zinco e Cádmio em Colunas de Turfas. Química Nova, Vol 23, pp 477-481, 2000. SENTHILKUMAAR, S., BHARATHI, S., NITHYANANDHI, D., SUBBURAM, V.; Biosorption of Toxic Heavy Metals from Aqueous Solution. Bioresource Technology 75, pp 163-165, 2000