PROCEMPA Sindppd/RS denuncia situação da Procempa na Câmara Crédito: Lívia Stumpf/ Câmara de Vereadores/POA Diretora do Sindppd/RS, Vera Guasso, pediu apoio dos vereadores de Porto Alegre (RS) para que seja revertido o quadro atual de CCs externos e alto nível de terceirização na empresa. Veja pronunciamento da diretora na íntegra aqui. A participação do Sindppd/RS na Tribuna Popular aconteceu na sessão do plenário da Câmara nesta segunda-feira (31). No limite de tempo de 10 minutos, a diretora Vera Guasso lembrou que não era a primeira vez que o sindicato fazia denúncias deste tipo em relação à política da Procempa e da prefeitura municipal. O Sindppd/RS já alertou o Tribunal de Contas do Estado e a direção da Procempa sobre o problema. No entanto, a situação irregular da empresa somente piorou na última gestão da prefeitura, disse Vera.
Vera Guasso, diretora do Sindppd/RS, na tribuna da Câmara. A diretora expôs os dados do quadro de funcionários atual da Procempa: 52 CCs (Cargos em Comissão), 134 estagiários e 144 terceirizados. Ou seja, mais da metade dos funcionários da empresa hoje (56%) não são de carreira. Estes cargos, disse Vera, são usados como moeda de barganha política. A Procempa está sendo usada como cabide de emprego de indicações políticas. O que vai ser feito em relação a isso?. Ela citou ainda os casos de pelo menos quatro CCs da Procempa que estão envolvidos em irregularidades, o que comprovaria o mau uso destes cargos em prol de favores e comprometimentos políticos. É o caso de José Brack, ex-presidente do PTB de Porto Alegre, que pediu exoneração do cargo CC que ocupava na empresa, após se tornar réu no processo que investiga o assassinato do ex-secretário da Saúde, Eliseu Santos. Qual é o retorno técnico e político que a participação deste e de outros CCs externos no exterior promovem para os negócios e o crescimento da Procempa?, questionou.
Trabalhadores da Procempa assistiram à discussão. Representantes e o advogado da empresa, também. Vereadores apoiaram luta do Sindppd/RS Após a manifestação da diretora Vera Guasso, vereadores se revezeram no microfone a fim de opinar sobre o tema. Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, vereadores do PSOL, mostraram preocupação em relação aos números divulgados pelo Sindppd/RS. Ruas lembrou que iniciou carreira como escriturário do antigo CPD (Centro de Processamento de Dados ) em 1975, órgão da prefeitura que deu origem à Procempa. Esta situação é um absurdo. Uma empresa não pode ficar à mercê do humor da política partidária, que muda a cada 2 anos, argumentou. Fernanda propôs uma investigação sobre o número de estagiários na empresa. Caso se confirme que representam mais do que 20%, como previsto na legislação, pode ser feita uma denúncia no MPT (Ministério Público do Trabalho). O estágio não está sendo usado como um complemento ao estudo, mas sim para substituir mão-de-obra, criticou.
Tribuna foi transmitida ao vivo pela TV Câmara. Airto Ferronato, do PSB, diz que compreende a importância dos CCs e do estágio nas empresas, mas ponderou que estes cargos não podem substituir o servidor público. Carlos Todeschini (PT), trouxe números de 2004, último ano da gestão anterior, para comparar com a situação atual da Procempa. Na época, segundo o vereador, existiam 10 CCs; cargos que hoje aumentaram em mais de 500%. Não sei bem se são CCs ou se são [cargos] para acomodar partidários políticos, com polpudos salários, para trabalhar por seus partidos, reclamou. Governo deixou que PTB arcasse sozinho com o problema Somente um vereador da base governista, Nilo Santos (PTB), se manifestou defendendo a atual gestão da prefeitura e a direção da Procempa. Sem ter argumentos, Santos partiu para críticas ao PT e a Todeschini. Sobre o tema da Procempa, ele citou realizações do governo Fogaça, que em 6 anos de governo implementou apenas a telemedicina e a banda larga no bairro Restinga. Já em relação ao ex-colega de partido, José Brack, também ex-cc da Procempa, se limitou a dizer que ser réu no processo não significa nada. No final da Tribuna, Nilo Santos recebeu os cumprimentos dos representantes da Procempa que assistiram ao debate, como
deveria ser. Afinal o vereador, que não tinha o que dizer sobre os 11 anos sem concurso público na empresa, cumpriu o seu papel de defender os correligionários políticos. Santos e representantes da Procempa: tudo em casa!? Créditos Foto-destaque da matéria: Lívia Stumpf/ Câmara de Vereadores/POA Demais fotos: Sindppd/RS