LEI N.º 4.635 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2015



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Transcrição:

LEI N.º 4.635 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2015 INSTITUI o Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos do Município de Não-Me-Toque... TEODORA BERTA SOUILLJEE LUTKEMEYER, PREFEITA DO MUNICÍPIO DE NÃO-ME-TOQUE/RS. FAÇO SABER que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º Fica instituído o Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos no Município de Não-Me-Toque visando a esterilização de caninos e felinos como função de saúde pública, sendo essa prática considerada como método oficial de controle populacional e de zoonoses. Art. 2º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a contratar serviços veterinários de castração de cães e gatos (machos: orquiectomis e fêmeas: ovariohisterectomia) e celebrar convênios visando controlar a natalidade de cães e gatos, como função de saúde pública, que será regido de acordo com o estabelecido nesta lei. 1º. Os serviços previstos no caput deste artigo compreendem o cadastro, a tatuagem para identificação e a castração de animais. 2º. O cadastro e a tatuagem para identificação dos animais serão realizados através de convênio com a Associação Nãometoquense de Proteção e Defesa dos Animais, entidade de direito privado, sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ/MF sob o número 18.820.088/0001-53, com sede nesta cidade. Art. 3º O Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos é voltado a animais de rua, sem dono, sendo que as despesas de castração dos animais serão de responsabilidade do Poder público Municipal e destina-se exclusivamente à castração de cães e gatos (machos: orquiectomis e fêmeas: ovariohisterectomia) e acompanhamento pós-operatório, ficando excluídos outros procedimentos veterinários.

1º. Serão aceitas inscrições encaminhadas por entidades ambientais ou de proteção aos animais, bem como de populares, para cães e gatos de rua, que terão prioridade na castração em relação àqueles que possuem donos e são devidamente abrigados. 2º. Poderão participar do Programa famílias de baixa renda, que poderão inscrever o animal para realização de castração com valor reduzido. 3º. Para inscrever o animal, o responsável ou proprietário de baixa renda deverá procurar a clínica responsável pelo procedimento, sendo que para formalizar a inscrição, o proprietário deverá apresentar comprovante de residência e comprovar o cadastro atualizado no CADÚNICO. Art. 4º A prática de extermínio de cães e gatos saudáveis como método de controle populacional e sanitário não é permitida. Parágrafo único. No caso de animais atropelados ou doentes, sem perspectiva de recuperação, devidamente atestado e justificado pelo veterinário responsável, poderão ser encaminhados para eutanásia. Art. 5º A administração Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com os médicos veterinários e associações protetora dos animais deverá realizar Campanhas para distribuição à população de material informativo e educativo sobre a propriedade responsável de cães e gatos, e de outros animais domésticos, contendo: a) A importância da vacinação e vermifugação; b) Estímulo à adoção ao invés da compra de animais domésticos; c) Informações sobre zoonoses; d) Noções de cuidados com estes animais; e) Problemas gerados pelo excesso de população de animais domésticos e a necessidade de controle populacional; f) Necessidade de esterilização dos animais para que se ponha fim à cruel e criminosa prática de abandono de filhotes indesejados; g) Divulgação do Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos do Município de Não-Me-Toque.

Art. 6º Os procedimentos cirúrgicos de castração deverão obedecer às seguintes condições: a) Realização das cirurgias por equipe composta de médicos veterinários, credenciados pelo Município; b) Utilização de procedimento anestésico adequado às espécies, através de anestesia geral, podendo ser inalatória ou injetável; c) O animal durante o procedimento cirúrgico deverá ser tatuado para identificação. Art. 7º No dia anterior à castração a clínica fará uma prévia avaliação das condições físicas do animal inscrito para concluir se o mesmo possui condições para realizar o procedimento cirúrgico. 1º. Em caso de se verificar algum impedimento para a castração, o veterinário responsável pela avaliação deverá informar em formulário próprio, suas conclusões e as condições do animal para o responsável ou proprietário do mesmo. 2º. O veterinário responsável pela castração fornecerá aos responsáveis ou proprietários as instruções sobre o pós-operatório e sobre a data de retorno à clínica, quando houver necessidade. 3º. O animal castrado, sendo de rua ou de dono conhecido, deverá ser identificado com tatuagem, bem como será realizado um cadastro contendo informações do proprietário e do animal. 4º. O profissional responsável pelo procedimento e castração deverá fornecer aos proprietários ou responsáveis pelos animais, comprovante da castração, contendo, no mínimo: a) Nome e endereço do estabelecimento; b) Nome do veterinário responsável; c) Espécie, cor, sexo, ou idade aproximada e o porte do animal castrado; d) Gratuidade do procedimento para animais de rua ou valor reduzido cobrado dos proprietários de baixa renda.

5º. O veterinário responsável pela castração deverá arquivar uma via do comprovante de castração descrito no parágrafo 4º, para efeito de estatística dos procedimentos. 6º. As clínicas participantes do Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos do Município de Não-Me-Toque, deverão orientar os responsáveis ou proprietários de animais castrados sobre propriedade responsável, bem como repassar a estes, sempre que possível, o material informativo/educativo elaborado, conforme o artigo 5º desta Lei. Art. 8º Os proprietários de animais a serem castrados, ou no caso de animais de rua, a Associação Nãometoquense de Proteção e Defesa dos Animais, deverão firmar termo de compromisso, antes da cirurgia, que deverá constar: a) Autorização para cirurgia; b) Especificação dos cuidados necessários a serem adotados após o processo cirúrgico; c) Declaração de responsabilidade quanto a recuperação do animal no pósoperatório, ministrando os medicamentos necessários e comunicando o veterinário responsável em caso de complicações; d) Obrigatoriedade de zelar pelo animal dentro dos critérios de posse responsável, não o deixando solto ou o abandonando por quaisquer motivos. 1º. O termo de compromisso deverá ser firmado em três vias, ficando a primeira com o proprietário do animal, a segunda com o veterinário, a terceira com a entidade responsável pelo encaminhamento. 2º. A recuperação do animal castrado (pós-operatório) deverá ocorrer na clínica ou entidade responsável pelo encaminhamento (animais abandonados) e/ou ainda na residência de seus proprietários caso não haja necessidade de manter o animal sob observação. Art. 9º A Secretaria Municipal de Saúde poderá firmar convênios com a iniciativa privada, fundações, autarquias e órgãos públicos, entidades ambientalistas e de proteção aos animais, visando:

a) A cobertura integral do custo, através de patrocínio, das castrações de animais de rua, sem dono; b) A impressão e divulgação das listagens de clínicas credenciadas; c) A criação e/ou confecção de material educativo sobre propriedade responsável de cães, gatos e outros animais domésticos o disposto no art. 5º desta Lei. Art. 10 É proibido soltar ou abandonar cães e gatos em vias e logradouros públicos e privados, sob pena de multa por flagrante ou denuncia comprovada de 36 URM por animal e ainda a possível responsabilização nas esferas cíveis e penais. Parágrafo único. Os valores arrecadados com as multas serão destinados para o Órgão Municipal responsável pelo controle de zoonoses do Município. Art. 11 As despesas decorrentes da presente Lei correrão à conta das dotações orçamentárias específicas da Secretaria Municipal da Saúde (Vigilância Sanitária/Zoonoses), dependendo da disponibilidade orçamentária e financeira do Município. Art. 12 Os animais, abandonados em vias ou logradouros públicos, serão capturados, castrados, vermifugados, doados e/ou devolvidos ao local de origem. Art. 13 A Municipalidade deve cuidar da execução do Programa instituído por esta Lei, ouvindo-se as entidades e órgãos representativos de proteção aos animais. Art. 14 Na aplicação desta Lei será observada a Constituição Federal, em especial o art. 225, 1º, VII e a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Art. 15 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Gabinete da Prefeita do Município de Não-Me-Toque (RS), em 24 de novembro de 2015. TEODORA BERTA SOUILLJEE LÜTKEMEYER ELEN C. HEBERLE Procuradora Jurídica OAB/RS 58.704 Prefeita Municipal REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE NOELI VERÔNICA MACHRY SANTOS Secretária de Administração e Planejamento