X Legislatura Número: 20 I Sessão Legislativa (2011/2012) Quinta-feira, 01 de Março de 2012 REUNIÃO PLENÁRIA DE 01 DE MARÇO

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Transcrição:

Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa X Legislatura Número: 20 I Sessão Legislativa (2011/2012) Quinta-feira, 01 de Março de 2012 REUNIÃO PLENÁRIA DE 01 DE MARÇO Sumário Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho Ana Mafalda Figueira da Costa O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 25 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Para tratamento de assuntos de interesse político relevante para a Região, interveio o Sr. Deputado Pedro Coelho (PSD), o qual respondeu a pedidos de esclarecimento dos Srs. Deputados José Manuel Coelho (PTP), Jaime Filipe Ramos (PSD) e Agostinho Gouveia (PSD). - Na II Parte, e após as intervenções dos Srs. Deputados Carlos Pereira (PS), José Manuel Coelho (PTP), Edgar Silva (PCP) e Roberto Vieira (MPT), foi aprovado, com os votos a favor do PSD, PS, PTP, PCP, PND, PAN e MPT e os votos contra do CDS/PP, um Voto de Protesto, da autoria do Partido Socialista, À completa inutilidade, e mau funcionamento, do grupo de trabalho para os transportes aéreos para a Madeira e os Açores, criado no âmbito da Assembleia da República (AR). Produziram declarações de voto os Srs. Deputados Lopes da Fonseca (CDS/PP) e Nivalda Gonçalves (PSD). PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Iniciou-se este período com a continuação da apreciação na generalidade do projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Socialista, que Cria a Estrutura Para a Estratégia do Turismo da Madeira EPETM que desenvolverá as bases da estratégia do turismo da Madeira para o período 2012-2016, na qual intervieram os Srs. Deputados Rubina Sequeira (PND), Lino Abreu (CDS/PP), Jaime Filipe Ramos (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Edgar Silva (PCP), Rui Almeida (PAN), Carlos Pereira (PS) e Roberto Vieira (MPT). Este projeto, submetido à votação, foi rejeitado. - Após as intervenções dos Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carlos Pereira (PS), Roberto Rodrigues (CDS/PP) e Edgar Garrido (PSD), foi rejeitado o pedido de processo de urgência, da autoria do Partido Comunista Português, para a apreciação do seu projeto de decreto legislativo regional intitulado Apoios ao crédito habitacional para trabalhadores desempregados reativação dos apoios previstos no Decreto Legislativo Regional n.º 15/2009/M, de 22 de Junho. - Foi igualmente rejeitado o pedido de processo de urgência relativo ao projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Comunista Português, que Adapta à Região Autónoma da Madeira a Lei n.º 2/2011, de 9 de Fevereiro, que estabelece a remoção de amianto em edifícios, instalações e equipamentos públicos. Intervieram, a propósito, os Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Mário Pereira (CDS/PP) e Gualberto Fernandes (PSD). - Na apreciação, na generalidade, do projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Socialista, intitulado Cria a Comissão que estabelece a estratégia para a negociação das próximas perspetivas financeiras para a Madeira (2014-2020), usaram da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Carlos Pereira (PS), Edgar Silva (PCP), Medeiros Gaspar (PSD), Jaime Filipe Ramos (PSD), José Manuel Coelho (PTP) e Rui Barreto (CDS/PP), o qual, submetido à votação, foi rejeitado. - Seguiu-se a apreciação do projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado Relatório anual de combate à fraude e à evasão fiscal, na qual intervieram, a diverso título, os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), Teófilo Cunha (CDS/PP), José Manuel Coelho (PTP), Maria João Monte (PSD), Jaime Ramos (PSD) e Carlos Pereira (PS). Submetido à votação, foi rejeitado. /

/ - Foi também rejeitado, após apreciação, o projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado Alto Comissariado da Saúde para a Região Autónoma da Madeira. Usaram da palavra no debate os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), Isabel Torres (CDS/PP), Rafaela Fernandes (PSD), Mário Pereira (CDS/PP), Maximiano Martins (PS) e José Rocha (PTP). - Procedeu-se depois à apreciação do projeto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Socialista, que Cria a Comissão que desenvolverá o Plano de Emergência de Combate ao Desemprego na Região Autónoma da Madeira - PECD. Intervieram para o efeito, a diverso título, os Srs. Deputados Carina Ferro (PS), José Manuel Coelho (PTP), Savino Correia (PSD), Jaime Filipe Ramos (PSD), Roberto Vieira (MPT) e Mário Pereira (CDS/PP), Jaime Ramos (PSD), Pedro Coelho (PSD), Medeiros Gaspar (PSD) e Rui Barreto (CDS/PP). Ao abrigo do artigo 69.º, ponto 3, do Regimento, interrompeu-se esta I Parte, passando à II Parte, com as seguintes votações: - Votação de um requerimento do Grupo Parlamentar do CDS/PP propondo a Constituição de uma Comissão Eventual para acompanhamento das medidas do plano de ajustamento financeiro à Região (rejeitado); - Votação final global da proposta de decreto legislativo regional, que Revoga os Decretos Legislativos Regionais n.º 4/90/M, de 18 de Janeiro, que cria o subsídio de insularidade ao funcionalismo público da Região Autónoma da Madeira e estabelece o seu regime, e 29/98/M, de 29 de Dezembro, que estabelece o complemento regional de 30% nas ajudas de custo para funcionários e agentes da administração regional e local, altera a percentagem relativa ao subsídio de insularidade atribuído aos funcionários, agentes e contratados há mais de um ano na ilha de Porto Santo, referido no Decreto Legislativo Regional n.º 2/2011/M, de 10 de Janeiro, que aprovou o Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2011 e altera o Decreto Legislativo Regional n.º 2/92/M, de 7 de Março, que atribui um subsídio de 30% aos funcionários e pessoal contratado da Junta de Freguesia do Porto Santo (aprovada); - Votação final global do projeto de proposta de lei à Assembleia da República, da autoria do Partido Social Democrata, que Procede à terceira alteração ao Decreto-lei n.º 66/2008, de 09 de Abril, alterado pela Lei n.º 50/2008, de 27 de Agosto e pela Lei n.º 21/2011, de 20 de Maio, que regula a atribuição de um subsídio de mobilidade social aos cidadãos beneficiários, no âmbito dos serviços aéreos entre o Continente e a Região Autónoma da Madeira (aprovado). A continuação da I Parte ficou agendada para uma próxima Sessão Plenária. O Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão às 19 horas. Pág. 2 O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Bom dia, Srs. Deputados. Façam o favor de ocupar os vossos lugares. Estavam presentes os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Pereira Ana Maria de Gouveia Serralha Edgar Alexandre Garrido Gouveia Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Pedro Correia Pereira José Savino dos Santos Correia Maria João França Monte Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Pedro Emanuel Abreu Coelho Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca Carlos Alberto Morgado Fernandes José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Mário Jorge de Sousa Pereira

Martinho Gouveia da Câmara Rui Miguel da Silva Barreto Teófilo Alírio Reis Cunha PARTIDO SOCIALISTA (PS) Ana Carina Santos Ferro Fernandes Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maximiano Alberto Rodrigues Martins Vítor Sérgio Spínola de Freitas PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho José Luís Gonçalves Rocha Raquel da Conceição Vieira Coelho PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) Rubina Filipa Gouveia Jardim Sequeira PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira Srs. Deputados, já dispomos de quórum, declaro aberta a Sessão. Eram 09 horas e 25 minutos. Transitaram pedidos de esclarecimento da Sessão Plenária de ontem para hoje, mas o Sr. Deputado interpelado não está, o Sr. Deputado José Pedro Pereira, de maneira que passamos às intervenções políticas. E dou a palavra ao Sr. Deputado Pedro Coelho. O SR. PEDRO COELHO (PSD):- Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Senhoras e Senhores Deputados A última década e meia da ainda jovem democracia portuguesa, foi marcada, nos mais diversos aspetos da vida dos portugueses, no social, no político, no económico e no cultural, basicamente, por executivos de governos socialistas - na República -, sendo que os últimos seis anos de governação do Engenheiro José Sócrates foram, na minha modesta opinião, anos definitivamente perdidos, com a agravante de terem quase levado o país à bancarrota. Perdidos também, porque não se realizaram as reformas estruturais tão evidentes que Portugal há muito reclamava para potenciar o crescimento e o desenvolvimento económico e social. Os anos de governação socialista foram, como sabemos, porque agora sofremos, marcados por aumentos exponenciais do défice público; crescimento descontrolado da dívida soberana; alguns anos com ténues crescimentos económicos, mas sobretudo anos marcados pelo constante esvaziar das expectativas e pela crescente degradação da qualidade de vida dos Portugueses. Por estes factos, pela comprovada incompetência destes anos de governação "cor-de-rosa", somos, hoje, levados a concluir - com lástima - que foram não "cor-de-rosa", mas verdadeiramente anos negros do regime democrático português com efeitos penosos que hoje, infelizmente, todos nós em Portugal, estamos a pagar. Senhoras e Senhores Deputados Esta nota introdutória serve, numa primeira análise, para identificarmos quem são e quem foram os primeiros e principais responsáveis pelo estado calamitoso a que chegou Portugal. Desde logo, e em primeiro lugar, devem ser assacadas responsabilidades aos executivos socialistas - o último dos quais de má memória para os Madeirenses e Portosantenses -, e em segundo lugar, para o eleitorado que democraticamente confiou o voto nestes senhores, apesar da honrosa exceção do nosso eleitorado ilhéu, inteligente, que nunca se "deixou levar" pelas cantilenas socialistas. Protestos do PS. Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados É consabido que nos últimos três anos a crise financeira internacional agudizou-se, o que aliada à inércia, à incompetência e à falta das tais reformas estruturais de que falei, levou a que Portugal, à beira da bancarrota, pedisse auxílio financeiro internacional. Em Abril do ano passado, apesar de algumas hesitações anteriores que custaram caro aos cofres da República, uma vez que assistiu-se a um aumento dos juros no mercado internacional, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reconheceu que Portugal só tinha dinheiro disponível até Maio, sendo que os salários de Junho poderiam estar comprometidos. Pág. 3

Por esse facto, tal era o estado de necessidade do País, o Governo Socialista acordou e assinou um Memorando de Entendimento com a Troika onde se estabeleceram medidas a implementar, objetivos orçamentais a cumprir, e que se traduziram em austeridade e sobretudo cortes no rendimento líquido de milhares de famílias portuguesas e aumento, nunca antes visto, da carga fiscal. Diga-se, em abono da verdade, que apesar das medidas enunciadas, serem de aplicação nacional, os Órgãos de Governo da Região Autónoma da Madeira, bem como os seus Órgãos Locais nunca foram ouvidos sobre os impactos previstos nos seus orçamentos e nas suas políticas sectoriais. Pág. 4 Note-se que estabeleceram-se cortes nas transferências para as Regiões Autónomas, sendo que por via Lei das Finanças das Regiões Autónomas o corte para a Madeira respeitante só a 2012 é de 4,6 Milhões de euros, cortes nas transferências para os onze municípios insulares; e decréscimos anuais do número de trabalhadores nas administrações regional e local de 2% sendo que, pasme-se, os cortes - a este respeito - para a administração central são somente de 1%. Perante um cenário de ajuda financeira internacional, a Portugal, os responsáveis pela Governação Regional, afirmaram, desde a 1 a hora, que era expectável, legítimo e justo que parte da ajuda financeira internacional também chegasse a esta parcela portuguesa, porque as nossas dificuldades financeiras não são muito diferentes das nacionais. Fruto, numa primeira linha, do garrote que nos foi imposto durante seis anos de governação socialista que representaram, entre 2007 e 2011, mais de 800 milhões de euros, e numa segunda linha, pela conjuntura mundial adversa que tem obviamente impactos numa pequena economia insular, periférica e com grandes dificuldades em gerar economias de escala. Foi público que ainda em período pré eleitoral, o Governo Regional remeteu as contas públicas da Administração Regional para a República de uma forma transparente e clara para que o Povo e as entidades nacionais estivessem cientes da nossa realidade financeira ainda antes das eleições de Outubro. Burburinho nas bancadas da oposição. Sabemos quem foram os arquitetos das campanhas realizadas na Comunicação Social denegrindo a imagem da Madeira e dos Madeirenses quando se sabe que a dívida per capita dos Madeirenses, numa população de 267.938 habitantes, segundo os últimos dados disponíveis é de 22.949,3, quando a dívida per capita nacional é de 33.150, num universo populacional de 10.041.813 pessoas. Senhoras e Senhores deputados No dia 27 de Janeiro, fruto das negociações efetuadas entre o Governo República e o Governo da Região Autónoma da Madeira, foi estabelecido um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro para, por um lado, inverter o desequilibro da situação financeira da Região, e por outro lado, garantir a sustentabilidade das finanças públicas regionais. As medidas de ajustamento previstas são duras, reconheço, refletem sacrifícios para os Portugueses e Madeirenses, é verdade, no entanto gostaria de sublinhar que as medidas de consolidação previstas são basicamente realizadas no capítulo da despesa, com uma redução de 522 Milhões só em 2012, sendo que o aumento da receita prevista é de 126 Milhões, ou seja, podemos com certeza afirmar, e é isso que deve ser retido pelos Madeirenses, que por cada euro que é cobrado aos madeirenses, por via da carga fiscal, é feito um esforço na redução da despesa em cerca de 5 euros. Por outro lado, temos que ter a consciência, apesar da oposição nesta Casa ignorar demagogicamente esta realidade, é que o Plano é, em grande medida, a transposição pura e simples para o plano regional das medidas que nos foram impostas pela Troika e que foram aceites pelo Governo Socialista de então. Reconheço, porque sou sério, e também porque não faço da demagogia uma "arma" política que existem algumas medidas de âmbito regional, mas as medidas orçamentais estruturais, nos seus diferentes sectores, são, diga-se, de âmbito nacional. Excelentíssimo Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Ainda não era conhecida a versão final do Plano de Ajustamento, e os partidos da Oposição já vociferavam sobre o seu sucesso e cumprimento e sobre o impacto que o mesmo teria na economia regional. Depois do dia 27 de Janeiro, o Partido Socialista da Madeira parece ter acordado do "coma induzido" a que foi sujeito. Então não é que o Partido Socialista que levou o País à atual situação calamitosa, o Partido que assinou com a Troika o Memorando de Entendimento e que por essa via impôs grande parte do programa à Madeira, não se mostrou surpreendido com a gravidade das medidas impostas aos Madeirenses? Burburinho na bancada do PS. Mas afinal, eu pergunto: - Ouvimos o PS/M no ano passado, quando o Governo da República era do PS, insurgir-se contra o congelamento dos salários no sector público, em termos nominais, em 2012 e 2013, e limitar as promoções? Não, senhoras e senhores deputados. Mas após a assinatura do PAEF da Madeira, o PS lembrou-se, leu melhor, e só percebeu tardiamente, o impacte do Memorando na vida quotidiana dos funcionários públicos, pois como todos sabemos terão, em 2012 e em 2013, muito menos poder de compra, agravando sobremaneira uma vez que em muitos agregados familiares, são duas ou mais pessoas que trabalham na Administração Regional, e os cortes salariais e dos subsídios de férias e natal, são sempre no mínimo, em valor a dobrar.

- Ouvimos o PS insurgir-se contra a redução das deduções fiscais em sede de IRC? Não, mas agora o PS, demagogicamente culpa, o PSD/M pelo aumento da carga fiscal para as empresas. Pergunto, mais uma vez: - Ouvimos o PS insurgir-se, no ano passado, quando o Governo da República era do PS, contra a transferência de categorias de bens e serviços das taxas de IVA reduzida e intermédia para taxas mais elevadas que está no memorando da Troika e que por essa via veio penalizar as famílias e as empresas da Madeira? Não, mas agora quer, demagogicamente, "culpar" o Governo Regional e o PSD da Madeira pelo aumento das taxas de IVA, quando sabemos que o seu aumento foi imposto pelo memorando de entendimento, mais precisamente na sua medida 1.23, onde se pode ler "propor a alteração da Lei das Finanças Regionais para limitar a redução das taxas em sede de IVA nas Regiões Autónomas a um máximo de 20%, quando comparadas com as taxas aplicáveis no continente". Por outro lado, devo afirmar que o aumento da carga fiscal surge basicamente pela reclassificação dos bens e serviços que estavam em taxas reduzidas e que por via do Orçamento de Estado de 2012, passaram para taxas máximas. O melhor exemplo são os serviços de restauração que antes eram taxados à taxa de 9% e que passaram desde o dia 1 de Janeiro a estarem sujeitos à taxa de 16%, apesar da forte oposição do PSD/M. Excelentíssimo Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Dei somente três exemplos de medidas que limitam negativamente o rendimento disponível das famílias da Madeira e do Porto Santo, que se traduzem em aumento da carga fiscal e que estão no PAEF da Madeira, mas que foram impostas pelo Memorando de Entendimento subscrito com a Troika. Aparte inaudível do Sr. Roberto Vieira (MPT). Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Falemos do Centro Democrático e Social. Peço desculpa, esse já morreu e foi enterrado! Protestos do CDS/PP. Falemos do PP, do Partido de Paulo Portas, do Partido Popular de cariz marcadamente populista. Aparte inaudível de um Deputado do CDS/PP. O PP teve nas últimas eleições regionais um crescimento expressivo, fruto não só da conjuntura, mas também da propaganda e da desinformação que gravitou em torno do peso da dívida. A verdade é que em consciência não podemos negar o seu crescimento de dois para nove deputados. Por essa via, pelo crescimento do seu grupo parlamentar, entendo que o PP tem responsabilidades acrescidas, sendo que a sua atuação deve pautar-se por iniciativas que contribuam para melhorar a vida dos nossos concidadãos. Sinceramente, como democrata, esperava ver nesta legislatura um PP com ideias reais, forte e que sobretudo fosse um verdadeiro embrião de ideias e de projetos válidos. Não se pede ao PP que seja uma "bengala" do PSD, mas exige-se no mínimo trabalho e uma oposição construtiva e séria indispensável até pelos difíceis tempos em que vivemos. A verdade é que isso não tem acontecido. Vejo um PP pouco empenhado em "ler" a realidade e mais empenhado no facebook e em outras redes sociais. Protestos do CDS/PP. Vejo um PP pouco empenhado em esclarecer as pessoas e fortemente empenhado em fazer conferências de imprensa e realizando lobbies na transmissão de informação para a comunicação social, faltando-lhe efetivo know-how, muito estudo e conhecimento de causa. Na República, o PP é governo, tendo contribuindo para um PAEF para a Madeira, que impõe medidas orçamentais severas; Na Madeira, o seu grupo parlamentar, cujo líder regional está ausente na metrópole esforçando-se para ganhar algum protagonismo e parecendo de facto dar-se muito bem com os ares de Lisboa, comporta-se como se nada tivesse a ver com esta situação, procurando aqui e ali, dizer qualquer coisa, para parecer trabalho. O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Muito bem! O ORADOR:- Como já tive oportunidade de referir neste plenário, o PP na República é a primeira-dama de Passos Coelho. Na Madeira "rasga" esse contrato nupcial comportando-se como uma verdadeira dama ofendida, fazendo jogo bipolar. O Governo PSD/PP impõe um Plano de Ajustamento para a Madeira, referindo que o Plano é rigoroso, mas que permitirá, a longo prazo, garantir a sustentabilidade das finanças regionais, na Madeira, E o mesmo PP, de "gravata azul e de fato aprumado" tem afirmado que o Plano é mau e ruinoso. Pergunto: Se é mau e ruinoso porque é que estes senhores deputados não se insurgiram contra os seus Ministros e Secretários de Estado? Se é mau e ruinoso, porque é que o seu líder regional, que é vice-presidente nacional e vicepresidente da bancado do CDS na Assembleia da República só diz que é mau quando "aterra" em Santa Catarina e é bom quando "aterra" na Portela? Protestos do CDS/PP. Pág. 5

Enfim! Senhoras e senhores deputados - No PAEF será eliminado o subsídio de insularidade aos funcionários públicos da Madeira na sua totalidade e fixado no Porto Santo em 15%. Esta sim é uma das poucas medidas de aplicação na RAM. Sobre esta matéria, e em primeiro lugar, julgo que todas as pessoas de bom senso acreditam que esta é uma medida que nenhum político gosta de aplicar. O PSD tem a consciência, e assume, que estes 2% no rendimento anual de muitos Madeirenses e de 15% para os Portosantenses representarão porventura o pagamento de uma prestação do seguro do carro ou uma prestação do Imposto Municipal dos Imóveis. A revogação deste subsídio já foi debatida em plenário sendo que o PP que também é Governo na República, e que impôs esta medida na Madeira, quis, mais uma vez, lavar as mãos como Pilatos. Assumo que foi não o PP/M que assinou o Plano, mas não vi, por exemplo, os deputados do PP da Madeira representados nesta Casa insurgirem-se contra a perda em 2012 e 2013 do subsídio de Natal e de Férias de milhares de Madeirenses que como sabemos representam não 2 mas cerca de 14% do seu rendimento anual. Então não é demagógico e sinónimo de política de terra queimada, fazer eco sobre a perda deste subsídio, quando se esteve calado quando o Governo, também do PP, retirou quatro vencimentos na sua totalidade aos funcionários públicos? Não será esta uma atitude demagógica e populista? Pág. 6 Quando confrontados com esta dura realidade, os deputados do PP têm referido, por exemplo: "que não têm nada a ver com isto", "que nem o primeiro-ministro nem o ministro das Finanças são do PP". Enfim, pura tentativa de atirar areia para os olhos do Povo, pois todos sabemos que o governo é de coligação e que no Conselho de Ministros, onde se aprovam resoluções sobre estas matérias, estão obviamente três ministros do CDS/PP. Outra das falácias do PP, na ânsia de puro protagonismo junto da Comunicação Social, foi a propaganda vergonhosa que fez com o encerramento dos serviços de urgência noturnos em três centros de saúde, tentando causar alarme social entre as populações. Aparte inaudível de um Deputado do CDS/PP. O PSD, muitas vezes nesta casa, foi o único defensor da criação de um centro de saúde em cada freguesia. Todos nós percebemos que as pessoas se incomodam com estas decisões no que concerne ao fecho de urgências noturnas. No entanto, temos que entender que estas situações específicas devem merecer a compreensão das pessoas. Dou um exemplo concreto: No centro de saúde do Porto Moniz, o serviço de urgências das 20 às 08 horas teve, durante o ano de 2011, 261 atendimentos a utentes, o que dá, traduzindo em 365 dias/ano, uma média diária de 0,71 pessoas por dia. Perante estes factos, será que alguém de bom senso acha que tendo em conta esta média de atendimentos noturnos deverá manter-se aberta a urgência noturna, sabendo que hoje o Porto Moniz tem outras acessibilidades que não tinha há 10 anos atrás? Será que não é razoável encerrar este atendimento noturno - em nome da boa gestão da coisa pública - sem nunca estar em causa a saúde das pessoas? Só alguém que não quer entender ou quer fazer chicana política com assuntos sérios é que se desloca ao Porto Moniz, levando a RTP às "costas", que como sabemos custa muito a todos os contribuintes portugueses, para produzir afirmações que não correspondem minimamente à realidade. Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Já se percebeu que o PP quer assumir o papel de líder da oposição, mas o papel de líder não se efetiva com a apresentação de iniciativas vazias, inócuas, que não têm impacto no quotidiano das pessoas. Muitas vezes iniciativas de duvidosa fundamentação. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu com esse vetor estratégico para o desenvolvimento da RAM, que é o CINM. O PP depois de no final do ano passado ter assegurado, nos meios de comunicação, que iria resolver os problemas de competitividade da praça, agravados com o OE 2012, veio recentemente nesta Casa apresentar um projeto de decreto legislativo regional tentando revogar, imagine-se, uma lei que é o Estatuto dos Benefícios Fiscais. O PSD numa atitude de bom senso e reconhecendo a bondade da proposta solicitou a subida à comissão para que fossem auscultadas diversas entidades. Após a auscultação, foi referido e está sustentado em pareceres jurídicos, que também estão na posse do PP, que o diploma estava ferido de constitucionalidade, uma vez que a Assembleia Legislativa da Madeira estava a legislar em matérias que são competência exclusiva da AR, pelo que foi sugerido pelo PSD que fosse, em conjunto, elaborado um Projeto de Resolução que refletisse esta temática numa tentativa de sensibilizar o Governo PSD/CDS para esta situação. O CDS, numa atitude arrogante, e preocupado exclusivamente com a comunicação social, e querendo demonstrar, pela pior forma, que está ao lado dos trabalhadores, quis, teimosamente, levar o diploma para discussão, quando teria existido algum consenso na comissão no sentido de apresentar um projeto de resolução conjunto, com o contributo de todos os partidos, para que o Governo da República pudesse rever essa situação. Protestos do CDS/PP. A verdade é que o CDS, teimosamente, e apesar de estar sustentado por pareceres jurídicos, quis erradamente demonstrar que estava ao lado dos portugueses. Protestos do CDS/PP. Presidente da Assembleia Senhoras e Senhores Deputados

Para concluir gostaria de afirmar que a democracia vive do contributo de todos. Sobretudo daqueles partidos que representam franjas importantes da população, e por isso uma representatividade mais diversa e abrangente. Como democrata entendo que uma oposição forte, mesmo em maiorias absolutas, ajuda à valorização da democracia e desta Casa que é o 1.º órgão de governo próprio da Região Autónoma da Madeira. Estava sinceramente convencido que esta oposição ia, por um lado, elevar o debate político, e por outro lado, perante os tempos que se avizinham, ia dar o seu contributo positivo na melhoria das condições de vida dos madeirenses e portosantenses. A verdade é que perante estes comportamentos, sou levado a pensar que a Madeira e os Madeirenses só podem mais uma vez contar com o PSD. Pois este é o único que só faz pactos com o Povo, não se vende, e é o único que está verdadeiramente preocupado em encontrar soluções para construir um futuro melhor para todos. Tenho dito. Transcrito do original. Aplausos do PSD. Sr. Deputado José Manuel Coelho para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, muito bom dia para todos. Enquanto aqui o trio maravilha, aqui neste banco da frente da bancada social-democrata, está numa reunião de negócios há alguns minutos, negócios lá privados deles, eu queria fazer uma pergunta ao excelentíssimo senhor economista e deputado Pedro Coelho. Como eu sei que V. Exa. é um expert na matéria das finanças, tudo o que é economia, tudo o que é relacionado com a economia, que queria pedir um esclarecimento a V. Exa., que é o seguinte: causa-me uma certa perplexidade ali a Associação dos Carreiros do Monte Risos do PSD. que tem como assessora a Sra. ilustre Deputada e jurista, Rafaela Fernandes, tem lá um sócio da Sra. Deputada, que é o Norberto Gouveia. E quando os turistas vão entrando nos carros de cesto, o lambuzo não cobra bilhete, não passa bilhete aos turistas, o dinheiro é para dentro da caixa. Vozes do PSD:- Hi! O ORADOR:- Ele cobra o dinheiro dos turistas, não passa bilhete, vai para dentro da caixa. O quarto bilhete vai para o bolso dele e quem come esse dinheiro é lá ele e a Sra. assessora. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Quer que lhe pague o almoço com esse dinheiro, para não passar fome? O ORADOR:- Agora, eu queria perguntar a V. Exa., que é um homem preocupado com as finanças públicas, preocupado com tudo o que é relacionado com a economia, enquanto se exige a todos os comerciantes, todas as entidades comerciais, o passar do recibo pelo serviço prestado para, portanto, pagar o IVA às finanças, pagar os impostos às finanças O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- como é que a Associação dos Carreiros do Monte faz a cobrança dos bilhetes dos carreiros num saco azul fora da caixa, sem passar bilhete, sem passar recibo, sem passar nada? Como é que se explica uma falta de transparência destas? Gostava que V. Exa. explicasse este assunto aqui aos madeirenses e aqui aos Srs. Deputados. Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Sr. Deputado Pedro Coelho para responder, tem a palavra. O SR. PEDRO COELHO (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ainda há pouco falava na credibilização da classe política. E lembro-me que há uns tempos atrás o Sr. Deputado José Manuel Coelho falava com o Sr. Deputado João Isidoro que tinha feito umas obras clandestinas. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Isso não é nada! Pág. 7

O ORADOR:- Dizia ao Sr. Deputado João Isidoro, de uma forma clandestina, que queria, dizia ele, melhorar as condições de habitabilidade da sua casa, queria no fundo criar mais um quarto para dormir. Mas a verdade é que o Sr. Deputado José Manuel Coelho fez campanha nos ecos da comunicação social sobre essa matéria. E não é que o Sr. Deputado José Manuel Coelho fez em Santa Cruz obras clandestinas? Mas não foi para um quarto para as pessoas dormirem, foi para o quartinho das bonecas, para a Sra. Deputada brincar às barbies e aos ken. Pág. 8 Risos da Sra. Raquel Coelho (PTP). E é isto que é lamentável. Se são duas situações que são clandestinas, porque os políticos devem ser o exemplo para a população, e são, como o Sr. Deputado sabe, receitas do município de Santa Cruz, o Sr. Deputado faz obras clandestinas para o quartinho das bonecas para a Sra. Deputada brincar às barbies e aos ken. E por isso, Sr. Deputado, é que essa sua atitude demagógica, o Sr. Deputado fala dos outros, mas o Sr. Deputado é o primeiro a prevaricar e viuse nesta situação, é o primeiro a prevaricar, é o primeiro a dizer que é contra o jackpot, mas foi o primeiro a pedir o subsídio de reintegração quando estava no PND. Protestos do Sr. José Manuel Coelho (PTP). Ah! Está a ver, Sr. Deputado? É complicado! E por isso, o Sr. Deputado tem que ter cuidado, porque tem muitos rabos-de-palha. Muito obrigado. Sr. Deputado Jaime Filipe Ramos para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Coelho, mais uma vez o Sr. Deputado conseguiu suscitar debate nesta Casa. Em relação à pergunta que eu lhe faço, Sr. Deputado Pedro Coelho, vou ser muito rápido. Eu gostaria que o Sr. Deputado pudesse explicar a esta Casa mais uma vez o que seria do programa de ajustamento se fosse possível termos 140 milhões de euros de receita adicional neste ano de 2012, em virtude do Centro Internacional de Negócios da Madeira? Qual era o impacto para as famílias e para as empresas da Madeira, aquilo que seria de benéfico para a toda a Região, o impacto de 140 milhões de euros nesta receita que deveríamos ter feito em 2012? Haveria ou não menores sacrifícios? Haveria ou não mais benefícios para a população? E, Sr. Deputado, deixe-me agora terminar, também respondendo a uma provocação aqui que o Sr. Deputado levantou. O Partido Popular apresenta-se nesta Casa de uma forma hipócrita, porque não quer assumir a responsabilidade de fazer parte de um partido a nível nacional. E eu ouço permanentemente dizer, ainda ontem assistia aqui a uma intervenção, e a comunicação social não sei se tem-se apercebido disso, que é, este ministro é nosso, aquele não é nosso. Protestos do CDS/PP. Oh! Srs. Deputados, vamos ser sérios. Protestos do CDS/PP. As deliberações são feitas em conselho de ministros e, que eu saiba, no conselho de ministro estão lá todos, inclusive o presidente do seu partido, estão todos os membros do partido. Aparte inaudível dum Deputado do CDS/PP. Mas o nosso, nós não fugimos, nós cá não fugimos aos do PSD, os senhores é que querem ignorar. Não há deliberação do Governo da República que não seja através do conselho de ministros. Mas reparem bem a tentativa de branqueamento de responsabilidade que o Partido Popular faz. Isto é lamentável, não é sério, não é justo, não é correto e fica-vos muito mal essa arrogância e essa prepotência. Em relação a uma última provocação, Sr. Deputado Pedro Coelho, deixe-me, em jeito a si, dizer o seguinte. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- Há pouco alguém falava aqui num trio. O único trio que eu conheço neste Parlamento é o trio da coelheira! Muito obrigado. Risos do PSD.

Sr. Deputado Pedro Coelho para responder, tem a palavra. O SR. PEDRO COELHO (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, agradeço a sua pergunta e a questão que colocou sobre o Centro Internacional de Negócios é pertinente. E é pertinente, porque, com a perda de competitividade, da qual esta Casa deu parecer desfavorável no Orçamento de Estado, invocando que era contra a revogação do artigo 33.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, representará, se a situação não for resolvida, uma perda de receita fiscal de 140 milhões de euros. E é uma perda muito grande no nosso orçamento, que representa à volta de 1,5 mil milhões de euros. Reparem, Sras. e Srs. Deputados, que só pelo ajustamento da redução da taxa de IRS, ou seja, a passagem das tabelas de IRS da Madeira para o Continente, a sua equivalência representará uma receita adicional de 27 milhões de euros, ou seja, o Centro Internacional de Negócios, se fosse competitivo, só em 2012 traria uma receita 5 vezes superior ao esforço que os madeirenses vão fazer por via do IRS e por isso é que esse instrumento deve ser acarinhado por todos nós e não deve, como foi, infelizmente, nesta Casa, há pouco tempo, ser alvo de debate que muitas vezes não se produz e não reflete a produtividade daquelas propostas que se quer que vão para fora e que produzam efeitos práticos. E por isso, Sr. Deputado, concordo efetivamente consigo. E quanto ao PP, acho que, de uma forma séria, honesta e respeitando sempre o PP e a sua história, tentei demonstrar que o PP está a cair na ânsia de ter algum protagonismo, e não se pede ao PP que seja a bengala do PSD, o PP está a cair nalguma tentativa de passar para a opinião pública situações que efetivamente não refletem O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- o que se passa neste Parlamento. Muito obrigado. Sr. Deputado Agostinho Gouveia para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. AGOSTINHO GOUVEIA (PSD):- Obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Coelho, queria-lhe deixar aqui duas questões, uma delas relacionada com a dívida de que falou. É sabido que na Região foi apresentada uma dívida de 6 mil milhões de euros e toda a gente sabe para que foram estes valores, que foram para as obras, portanto, toda a gente sabe onde é que foram injetadas essas verbas e também toda a gente sabe quem é que vai pagar essa dívida, que são os madeirenses. Relativamente ao que se faz a nível nacional, vamos ao exemplo, por exemplo, do BPN. No BPN foi injetada uma verba superior à da Região Autónoma da Madeira e ninguém sabe para onde foi, nem para quem foi, mas, ao contrário, toda a gente sabe quem é que a vai pagar. Ora bem! A segunda questão é relacionada com os Açores. O Presidente do Governo Regional dos Açores veio tipo virgem dizer: Ah! Aqui-d el-rei, que a Madeira vai receber mais do que os Açores!. Ora bem! Sr. Deputado, é sabido por toda a gente que os Açores durante estes últimos anos receberam cerca de 800 milhões de euros a mais do que a Madeira. E até esta altura ninguém ouviu os açorianos se queixarem que estavam a receber mais. Agora, vem o Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, tipo a tal virgem, dizer: Ah! Mas os Açores também têm que receber as verbas que estão a ser enviadas para a Madeira!, mas esquece-se que as verbas que estão a ser enviadas para a Madeira não é nenhum bónus que o Estado está a dar à Região, é um empréstimo que está a ser feito à Região e que será pago pelos madeirenses. Será esta uma forma do Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, de uma forma camuflada, vir a público dizer que afinal a tal dívida que tinha nos Açores, que dizia que era 5 vezes inferior à da Madeira, mas que o Tribunal de Contas já diz que afinal são 3 mil milhões O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente, só para concluir o raciocínio. Será que esta dívida que ele diz que é 5 vezes, mas que o Tribunal de Contas diz que afinal é apenas metade, ou seja, 3 mil milhões, essa será também uma forma de dizer que também vai precisar de um empréstimo para pagar as suas dívidas? O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Muito bem! Sr. Deputado Pedro Coelho para responder, tem a palavra. O SR. PEDRO COELHO (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Agostinho Gouveia, efetivamente a sua questão é pertinente, porque, como sabemos, quando foi anunciado o plano de ajustamento económico e financeiro para a Madeira, César dizia, por exemplo, que os Açores deviam menos dez vezes do que a Madeira, mas a verdade é Pág. 9

que as suas afirmações passadas, de há pouco tempo, falando em cheque chorudo, quando todos sabemos que não é um cheque e que este plano será pago exclusivamente por todos os madeirenses, mas dizia eu que, César, falando em cheque chorudo, se calhar as contas, e as contas da Madeira, como sabemos, estão todas auditadas e sabemos tanto em dívida direta e indireta, se calhar a tal situação financeira que César tem vindo a apregoar não é aquela que é real, porque, estranhamente, agora ouvimos o Sr. César falar de cheque, dizer que os Açores têm que ter as mesmas condições do que a Madeira e isso, quanto a mim, revela que a situação económica e financeira dos Açores não é muito diferente da situação que é verificada na Madeira, com a diferença que nós aqui temos obra e nos Açores não se vê obra, ou não se vislumbra obra que seja no fundo em benefício das populações. E por isso, e a sua pergunta é importante relativamente a isso, é que o que deve ficar das declarações de César é que porventura a dívida que se fala dos Açores não será de 4 mil milhões, mas poderá ser superior a 5,5 mil milhões. Muito obrigado. Srs. Deputados, esgotámos a primeira parte do período de antes da ordem do dia, passamos à segunda parte com a discussão de um Voto de Protesto, da autoria do Grupo Parlamentar do PS. Consta do seguinte: Voto de Protesto À completa inutilidade, e mau funcionamento, do grupo de trabalho para os transportes aéreos para a Madeira e os Açores, criado no âmbito da Assembleia da República É do conhecimento de todos e, principalmente, é consensual na RAM, que é cada vez mais urgente introduzir alterações ao modelo de funcionamento dos transportes aéreos entre a Madeira e o Continente. Por muito esforço e mesmo criatividade que os partidos demonstrem na ALRAM, as matérias fundamentais que afetam de forma significativa o transporte aéreo, no momento atual, têm de ser resolvidas na AR. Sendo assim, foi com grande entusiasmo que o PS-M acompanhou a criação de um grupo de trabalho no quadro da AR com objetivo de "estudar e solucionar os constrangimentos à mobilidade dos portugueses das Regiões Autónomas entre estas e o Continente, designadamente introduzindo algumas regras na liberalização do transporte aéreo, para que os madeirenses e açorianos tenham viagens a preços mais acessíveis". O PS-M reforçou a esperança na possibilidade de desbloquear soluções urgentes nesta matéria quando teve conhecimento que o coordenador do referido grupo seria o líder do CDS-M e deputado na AR, portanto, com natural conhecimento da situação e perfeita noção da importância deste dossier e da urgência de introduzir as necessárias alterações. Acresce que sendo o CDS membro do Governo da República estariam criadas as condições para que o drama dos elevados preços no transporte aéreo entre o Continente e a Madeira fosse resolvido rapidamente. A expetativa era que, pelo menos, os mais de 7000 alunos madeirenses que estudam no continente já tivessem soluções concretas nas férias da Páscoa, assegurando uma diminuição do esforço dos orçamentos familiares em termos de viagens de deslocação. Contudo, nada disso aconteceu e nem sequer ocorreu o debate e a apresentação de soluções, conforme estava previsto. Foi, aliás, com particular surpresa que tivemos conhecimento que apenas no passado dia 2 de Fevereiro de 2012 (a 12 dias do fim do prazo de funcionamento do grupo e 48 dias depois da sua constituição) decorreu a primeira reunião do referido grupo, ainda por cima preparatória e com a seguinte agenda de trabalhos: "Metodologia de trabalho a adotar no Grupo de Trabalho". Sendo assim, a ALRAM não pode deixar de apresentar o seu protesto pela significativa desconsideração pelo povo da Madeira e pela forma pouco profissional e mesmo desleixada como esta importante matéria para a Região foi conduzida ao longo dos últimos 2 meses. Funchal, 22 de Fevereiro de 2012 O Grupo Parlamentar do PS Ass.: Carlos Pereira.- Está à discussão. Sr. Deputado Carlos Pereira para uma intervenção, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o tema dos transportes aéreos é um tema que tem sido alvo de discussão neste Plenário, nesta Assembleia, e por várias vezes temos sublinhado a importância de encontrarmos posições de consenso sobre esta matéria. No final do ano passado, foi tratado na Assembleia da República, foi criado um grupo de trabalho para resolver uma questão fundamental que tem a ver o elevado preço dos transportes aéreos entre a Madeira e o Continente, mas também os Açores, tendo consciência que essas matérias só se resolvem na Assembleia da República e não se resolvem na Assembleia Regional. Ora, o PS recebeu essa notícia com grande entusiasmo, porque naturalmente este era um problema que a Madeira tinha que resolver. Ficou ainda mais entusiasmado quando soube que esse grupo de trabalho seria coordenado pelo Deputado do CDS, que tinha, e que tem, grande conhecimento do dossier na Região Autónoma da Madeira e, portanto, tem perfeita noção daquilo que é a situação dos transportes aéreos na Região Autónoma da Madeira. Mais contente ficou o PS-Madeira quando soube, ou quando constatou que obviamente o CDS faz parte do Governo da República e, portanto, tinha todas as condições para poder assegurar, garantir, que esta situação, nomeadamente dos transportes aéreos, do preço dos transportes aéreos, era solucionada de forma célere, podendo, inclusive, resolver um problema grave, que é hoje referido pelas famílias madeirenses, nomeadamente aquelas que têm os seus filhos a estudar em Lisboa, no Continente, que era garantir que esses estudantes teriam viagens mais baratas já na Páscoa, já agora. Pág. 10

Ora, para nossa surpresa, esse grupo de trabalho, criado no final do ano, como disse, só reuniu a 2 de Fevereiro. 2 de Fevereiro, são 48 dias depois da criação desse mesmo grupo. Sabendo que os grupos na Assembleia da República têm uma duração de 60 dias, restavam 12 dias para fazer o trabalho significativo, que é o trabalho de garantir, pelo menos, que há alguma decisão sobre a matéria dos transportes aéreos. Ora, não houve decisão, não houve debate O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- houve apenas uma reunião para metodologia de trabalho. E, aliás, o único momento efetivamente consistente desta matéria, foi um pedido de prorrogação deste grupo de trabalho para o futuro e para poder fazer alguma coisa. Nós fazemos votos que, daqui para a frente, as coisas funcionem e que esta matéria seja de facto resolvida, mas não podemos deixar de considerar que este é um ato de mau funcionamento e até de negligência por parte do CDS. Muito obrigado. Sr. Deputado José Manuel Coelho para uma intervenção, tem a palavra. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, enquanto eu profiro estas palavras, algures, no caminho do Monte, está o tal amigo a meter turistas dentro do carro de cesto e a meter o dinheiro na caixa e não passa recibo. Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Protestos do PSD. É curioso que a Exa. Sra. Deputada Rafaela Fernandes, mesmo à distância, ganha dinheiro. O quarto bilhete, o quarto turista, o dinheiro que entra na caixa é a favor da Associação e é para dar às meninas guias, mas quem ganha esse dinheiro é a Sra. Rafaela, em assessorias mais o lambuzo que está lá a vender as passagens dos carros de cesto. Quanto ao assunto em discussão, o voto de protesto, a bancada do Partido Trabalhista Português vai solidarizar-se com o voto de protesto do Partido Socialista, mas queria fazer um reparo. O grupo de trabalho não funcionou deficientemente, como diz aqui o Sr. Deputado Carlos Pereira, por incompetência dessas pessoas do grupo de trabalho, esse grupo de trabalho que estava a estudar os transportes para a Madeira, portanto, o tornar os transportes mais baratos, sobretudo para os nossos estudantes, ele não deixou de funcionar por incompetência, mas por má vontade política, porque esses senhores que estão lá à frente desse organismo não têm vontade política de resolver o problema, não é por incompetência, não há é vontade política. E é preciso que se esclareça isso! O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Tudo por incompetência do Sr. José Manuel Rodrigues! O ORADOR:- Não é incompetência do Sr. José Manuel Rodrigues, não é incompetência dos outros elementos do grupo que lá estão, o que eles não querem é despender dinheiro para ajudar os madeirenses, para ajudar os estudantes O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Dos carreiros! O ORADOR:- não há é vontade política, porque se houvesse vontade política, o grupo de trabalho tinha chegado lá e tinha sido eficiente, meus amigos. E, portanto, nós vamos apoiar este voto de protesto O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- do Partido Socialista, porque em causa estão os nossos estudantes que, ao virem mesmo agora nas próximas férias da Páscoa, têm que pagar preços exorbitantes pelos bilhetes e este assunto tem que ser resolvido, como é óbvio! Muito obrigado. Sr. Deputado Edgar Silva para uma intervenção, tem a palavra. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na verdade confirma-se que tem havido atrasos, algumas inércias, no andamento do chamado grupo de trabalho para analisar a questão dos transportes. Ontem realizou-se uma reunião no âmbito da Assembleia da República, e essa reunião serviu apenas para definir alguma metodologia de trabalho. E ainda Pág. 11

ontem foram definidas apenas etapas do trabalho, entidades que têm que ser ouvidas e com quem o grupo de trabalho tenciona reunir para uma primeira fase de auscultação. Pág. 12 Nós também apresentámos propostas no sentido da definição de um programa de trabalho para esse mesmo grupo, no entanto há uma indesmentível inércia, uma vez que os trabalhos estão muito atrasados, face a tudo quanto seria desejável para o andamento deste processo. Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Um voto de protesto, aqui trazido pelo Partido Socialista, serve sobretudo para afirmar algumas das incongruências deste processo e serve também para alertar para todos os atrasos que estão de certa forma, ou que estão claramente a viciar um processo que se desejava mais célere. Desse ponto de vista, tem esta dimensão de alerta político para este problema. Sr. Deputado Roberto Vieira para uma intervenção, tem a palavra. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Partido da Terra vai votar favoravelmente este voto, mas há uma coisa que tem que ficar aqui clara: não é o CDS o verdadeiro responsável, ou o único responsável por esta situação, o CDS tem a sua responsabilidade, mas o problema já vem, infelizmente, do tempo do PS, passado, quando estas propostas eram metidas na gaveta e esquecidas no fundo da gaveta, e depois com o PSD e o CDS, mais recentemente, que continuam a fazer de orelhas moucas Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). fazer de orelhas moucas aquilo que são as preocupações das famílias que têm filhos a estudar no Continente. Isto é prioritário, aquilo que o PS diz é prioritário, a solução tinha que ter sido feita para o imediato, para o presente, para esta Páscoa já que se aproxima. Mas também aqui o PSD tem muita responsabilidade. Tem lá elementos nas comissões, tem lá elementos e nada fez, nada faz. E muitas vezes nós lançamos estas matérias para a opinião pública, porque nós sabemos que a maioria das famílias tem gente a estudar no Continente, porque até dá um voto, porque caímos em simpatia, mas na prática, do PS para o PSD/CDS, estas propostas continuam a ser metidas na gaveta, porque é para sair dinheiro do Estado e isso agora não interessa! Srs. Deputados, vou colocar à votação o texto do voto de protesto, da autoria do Grupo Parlamentar do PS. Submetido à votação, foi aprovado com 34 votos a favor, sendo 22 do PSD, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 9 votos contra do CDS/PP. Sr. Deputado Lopes da Fonseca para uma declaração de voto, tem a palavra. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu só estava à espera da votação para ver afinal o conluio que vai aqui entre o PS e o PSD. Vozes gerais:- Aaaahhhh! O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Coitadinho! Coitadinho! O ORADOR:- Ainda ontem, numa proposta séria, que iria beneficiar o erário público em 6 milhões na legislatura, fomos apelidados de populistas, populistas, pelos atores desta proposta do voto. Hoje, através de um voto de protesto, que só deveria ser discutido em Abril, ou Maio, houve assim um conluio entre o PS e o PSD para anteciparem o voto e fazerem aqui um show-off entre ambos. É caso para perguntar aos eleitores, sobretudo do Partido Socialista, se o adversário é o CDS, ou é o PSD?! Por outro lado, era bom que o PS soubesse que a comissão solicitou uma prorrogação de 120 dias ainda ontem, e devia ter sabido disso e não soube, o que significa que a comissão tem mais 120 dias para ouvir os intervenientes.