A nossa e outras galáxias

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A nossa e outras galáxias

Em 1609: Galileu vê que a Via-Láctea é formada por estrelas. 13 bilhões de anos Centenas de bilhões de estrelas Sol no Braço de òrion a meia distância do centro Centro galático em Sagitário Regiões escuridas: nuvens moleculares (Saco de carvão: Cruzeiro do Sul) Diâmetro ~100.000 a-l Espessura 3.000 a 5000 a-l Massa visível 1011 Ms total 1012 Ms Período Translação Sol: 225 106 anos Verão Inverno Estações trocadas para o Hemisfério Sul.

Nuvens Moleculares no Cruzeiro do Sul e em Órion.

Messier Herschel Dreyer NEBULOSAS GASOSAS Galáxias, aglomerados, nebulosas difusas e planetárias. Em 1771: 110 M objects por Charles Messier (Andrômeda: M31) Final de 1700 / início 1800: William (Urano) e Caroline Herschel fazem primeiro survey do céu e catalogam 5000 nebulosas (algumas com resolução de estrelas) SUN Para os Herschel Em 1888: Catálogos NGC (New General Catalogue) e IC (Index Catalogues), compilados por Dreyer a partir de observações de William e John Herschel Em 1932: Primeiro catálogo somente com galáxias (1.249 com magnitude maior que 13) Harvard Catalogue (Shapley e Ames) Hoje: até V=17 500.000; até V = 23 109 (1 bilhão) Shapley Ames

Objetos Messier

Nebulosas espirais são da nossa galáxia? 1923: Hubble identificou uma Cefeida em Andrômeda (M31) => do período acha-se a luminosidade => da luminosidade acha-se a distância => 300.000 pc (2,2 milhões de anos-luz) e a Via=Láctea tem 25.000 pc (100 mil anos-luz) de diâmetro => Fora da nossa galáxia Classificação das galáxias pela morfologia: * Canto esquerdo: elípticas (mais arredondadas até mais elongadas). Diferem quanto ao achatamento. * Seguem-se as galáxias lenticulares (têm componente esferoidal e disco bem visíveis) * Após as lenticulares, do centro para a direita: espirais em duas sequências paralelas - espirais com e sem barra. Diferem quanto ao tamanho do núcleo, dos braços e enrolamento dos braços. * Irregulares: Sem simetria. Com bastante formação de estrelas. As galáxias satélites da Via-Láctea, a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães são exemplos desse tipo. Formação Monolítica: forma das galáxias pela rapidez da formação estelar e pela quantidade de rotação da nuvem em rotação. Baixa: elíptica; Alta: espirais Formação Hierárquica: mergers de sistemas discoidais Espirais (se poucas interações) ou Elípticas (se mais encontros e fusões).

1922: Kapteyn faz primeira estimativa do tamanho da ViaLáctea a partir de paralaxes de estrelas disco de 20.000 parsecs com o Sol no meio (1 pc = 3,26 anos-luz = 206.26 103 AU) 1919: Shapley estuda RRLyraes em aglomerados globulares disco de 100.000 pc com o Sol a 15.000 pc do centro

Hoje: através de rádio e infra-vermelho. Duzentos bilhões de estrelas, um trilhão e 750 bilhões de massas solares e 13,6 bilhões de anos de idade. * Disco (2 a 13% da massa): diâmetro de 30.000 pc, espessura de 303 pc e Sol a 8.300 pc do centro. Movimento de rotaçãodiferencial (como os planetas) - estrelas mais próximas da centro galáctico se movem mais rápido (200 a 300 km/s) do que as mais distantes; * Bojo (1 a 6%): esfera de 2.000 pc de raio que contém o núcleo. Movimento aleatório das estrelas. * Halo (81 a 97%): esfera em torno do disco esférico com diâmetro mínimo de 100.000 pc. Movimento aleatórios. Local dos aglomerados globulares e provavelmente grande quantidade de matéria não luminosa. Estrelas e matéria interestelar (gás e poeira) regiões HI (H neutro) e regiões HII (H ionizado) SDSS II Bojo tem duas componentes com composições químicas diferentes: uma interna, achatada, com 50.000 anos-luz, que gira no sentido do disco a 50.000 mi/s; uma externa, esférica, com até 300.000 anos-luz, que gira no sentido contrário a 100.000 mi/s. Resultado da acresção de galáxias anãs?

Concepção artística da Via-Láctea: braços, barra. Rotação diferencial produziria braços mais enrolados => Ondas de densidade (interação com outras Galáxias ou barra): comprimem o gás interestelar formando braços e estrelas. 2008: Via Láctea tem somente dois braços e não quatro como se pensava anteriormente, além de pelo menos duas barras truncadas, demonstrando a dificuldade de estudar a estrutura de nossa Galáxia. O braço menor Órion contém o Sol.

O Centro: na constelação de Sagitário. Anel molecular de 3 kpc de diâmetro, envolvendo uma fonte brilhante de rádio, Sagitário A, que marca o centro. Movimento de gás e estrelas indicam buraco negro com 4,3 milhões de Ms. No núcleo: flares diários; além do buraco negro central supermassivo, grande quantidade de gás ionizado e centenas de anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros. Densidade de 107 estrelas/pc3 (vizinhança solar é 0,1) Óptico Infra-verm.

População Estelar * População I: estrelas jovens, como o Sol (menos de 7 bilhões de anos), ricas em metais (~ 2%), junto com gás e poeira; * População II: estrelas velhas (~ 10 bilhões de anos), pobres em metais (< 1%); População I Localização disco e braços espirais Movimento confinado ao plano órbitas quase circulares Idade < 7 109 anos Elementos pesados 1-2% Cor azul Exemplos estrelas O,B aglomerados abertos regiões HII População II bojo e halo se afastando do plano órbitas excêntricas > 7 109 anos 0,1-0,01% vermelha estrelas RR Lyrae aglomerados globulares nebulosas planetárias * População III: primeiras estrelas formadas na galáxia.

Galáxias Ativas As galáxias brilham devido às suas estrelas. Algumas, entretanto, lançam enormes quantidades de luz e outros tipos de radiação a partir de seus núcleos. Essas são as Galáxias Ativas. Principais características: * Núcleo (dezenas de bilhões de quilômetros) extremamente brilhante formado por um disco de acreção, super quente e denso de matéria, espiralando em torno de um buraco negro supermassivo (bilhões de Ms); * Torus de poeira (10-100 a-l) ao redor do disco de acreção; * Dois jatos de partículas perpendiculares ao disco (mais compridos que a largura da galáxia e que podem apresentar lobos em suas extremidades.

Radiogaláxias: galáxias com emissão em rádio muito intensa. Aparência de uma galáxia elíptica grande, mas, observadas em rádio, apresentam lóbulos gigantes, a distâncias que chegam a 6 Mpc de seu centro. Galáxias Seyfert: galáxias espirais com núcleos muito mais luminosos do que as galáxias normais. Estima-se que aproximadamente 1% de todas as galáxias espirais são Seyfert.

QUASAR (Quasi Stellar Radio Sources): Núcleos de galáxias ativas a bilhões de a-l. Objetos mais brilhantes do Universo.. BLAZAR: Quando o jato da galáxia ativa, geralmente elíptica, aponta diretamente para a Terra, vemos um Blazar.