FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) IN SITU

Documentos relacionados

Ordem: Asparagales Família: Orchidaceae Juss. Nome Científico: Gomesa gracilis (Lindl.) M.W. Chase & N.H. Williams Nome popular: orquídea

Patrimônio Ambiental nos Geossistemas Ferruginosos no Brasil. Flávio Fonseca do Carmo Biólogo - UFMG

Plantio do amendoim forrageiro

ESPÉCIES DE ORQUIDÁCEAS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA DEPOSITADAS NO HERBÁRIO HUPG

Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, RJ, Brasil 1

Natureza - Atividade Obrigatória. Natureza - Atividade Obrigatória. Natureza - Atividade Obrigatória. Natureza - Estágio Estágio 45 3

ANEXO I III. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

MALPIGHIACEAE JUSS. EM UM AFLORAMENTO ROCHOSO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MACAÚBA: Botânica, Morfologia e Melhoramento

2. As plantas devem estar vigorosas e em boas condições sanitárias.

DESCRITORES MÍNIMOS DA BATATA (Solanum tuberosum L.) Característica Descrição da característica Código para cada descrição

ANEXO I. 2. O material propagativo deve estar em boas condições sanitárias, com vigor e não afetadas por doenças ou pragas importantes.

VARIABILIDADE MORFOLÓGICA DE MANDIOCAS BRAVAS E MANSAS DO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

Caracterização Morfológica de Variedades Brasileiras e Indianas de Mangueira do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Semi-Árido

CARACTERIZAÇÃO MICROCLIMÁTICA DA ORQUÍDEA Laelia purpurata REINTRODUZIDA EM ROCHAS NA ILHA DE SANTA CATARINA (DADOS PRELIMINARES) RESUMO

ATO Nº 13, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2008 ANEXO I

Programa Analítico de Disciplina FIT483 Cultivo de Orquídeas

ANEXO. 2. A amostra viva deverá apresentar vigor e boas condições fitossanitárias.

Principais famílias: 28/05/2015 MORFOLOGIA. Morfologia de Leguminosas e Gramíneas Forrageiras. Poaceae (gramíneas) grama, pastagem.

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

AS SUBTRIBOS LAELIINAE E PONERINAE (EPIDENDROIDEAE, ORCHIDACEAE) NO PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA, MINAS GERAIS, BRASIL 1

Biometria de sementes da palmeira Elaeis guineenses Jacq. (Arecaceae)

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE romã (Punica granatum L.

Espaçamento entrelinhas largo da cana (1,4 a 1,5 m) Baixa sensibilidade da semente à luz -> infestação em cana crua

IPOMOEA INCARNATA (VAHL) CHOISY: UM NOVO REGISTRO DE CONVOLVULACEAE JUSS. PARA A PARAÍBA

CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ACESSOS DE PINHÃO MANSO

III. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Parodia carambeiensis (BRUNING & BREDEROO) HOFACKER, PLANTA ENDÊMICA DO PARANÁ.

Análise do meio biogeográfico de espécies ameaçadas de extinção (Syngonanthus mucugensis e Laelia sincorana) na Chapada Diamantina-BA

ANEXO. INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata L.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Introdução. Resgate e reintrodução de espécies botânicas tem papel fundamental na conservação biológica. - auxiliam na manutenção da biodiversidade

plants/ipimovies.html

ANEXO I III. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGÜIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

VALE DOTUA MICRO-RESERVAS

Capanemia lossiana L. Kollmann (Orchidaceae), uma nova espécie da Mata Atlântica do estado do Espírito Santo, Brasil

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE CALANCHOE (Kalanchoe Adans.

Caracterização morfológica de acessos do Banco Ativo de Germoplasma de mangueira da Embrapa Semi-Árido

Sinopse das Orchidaceae do Parque Nacional de Boa Nova, BA, Brasil

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Lavagem de raiz e caule das plantas

VI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí VI Jornada Científica 21 a 26 de outubro de 2013

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

importância dos fatores ambientais sobre as características fenológicas das espécies arbóreas

Orchidaceae em um fragmento de Floresta Semidecídua de encosta na região sul do Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil

Laelia purpurata Lindley

COMPORTAMENTO POPULACIONAL DE CUPIÚBA (GOUPIA GLABRA AUBL.) EM 84 HA DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA FAZENDA RIO CAPIM, PARAGOMINAS, PA.

Tickets range from $8-$20; children under 2 are free

Sensoriamento Remoto: exemplos de aplicações. Patricia M. P. Trindade; Douglas S. Facco; Waterloo Pereira Filho.

4ª Jornada Científica e Tecnológica e 1º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 16, 17 e 18 de outubro de 2012, Muzambinho MG

Taxus baccata L. 43 Exemplares no Parque

LICENCIAMENTO E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS: estudos de casos de empreendimentos minerários no Quadrilátero Ferrífero - MG

INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE KIWI (Actinidia Lindl.)

OS INCÊNDIOS DE 2010 NOS PARQUES NACIONAIS DO CERRADO

Cláudia Araújo Bastos 2,3 & Cássio van den Berg 2

ANEXO I. INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE PASPALUM (Paspalum regnellii Mez.

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TEMPERATURA DO AR E QUALIDADE DO GRÃO DE CAFÉ NO MACIÇO DE BATURITÉ

O gênero Bulbophyllum Thouars (Orchidaceae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil

COMO CULTIVAR ORQUIDEAS

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DE CAESALPINIOIDEAE (FABACEAE) DE UM AFLORAMENTO GRANÍTICO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Proteção de Cultivares de Eucalipto

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MAMANGABA, MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO/MS.

Cedrus atlantica (Endl.) Carrière. 9 Exemplares no Parque

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE QUATRO GENÓTIPOS DE TREVO BRANCO (Trifolium repens) NA REGIÃO DA CAMPANHA-RS

ANÁLISE DO CRESCIMENTO DO CAPIM-AMARGOSO SOB INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA: ALTERNÂNCIA 20 C DIURNA E 15 C NOTURNA


Brasil: diversidades regionais. Brasil Divisão regional segundo o IBGE A REGIÃO SUDESTE

MALPIGHIACEAE EM UMA ÁREA DE CAATINGA NA MESORREGIÃO DO SERTÃO PARAIBANO

A TRILHA DO JARDIM BOTÂNICO E AS ESPÉCIES DA MATA ATLÂNTICA NO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO DA UFMG

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Acacia dealbata Link. 20 Exemplares no Parque

BIOECOLOGIA DE Carmenta sp. (Lepidoptera: Sesiidae) EM PEQUIZEIRO. (Caryocar brasiliense Camb.) PROJETO DE PESQUISA

Estimativa de parâmetros agronômicos das culturas:

Novas espécies de Alstroemeria L. (Alstroemeriaceae) de Minas Gerais, Brasil

Pteridófitas no Câmpus Barbacena do IF Sudeste MG

Metodologias utilizadas na pesquisa com micorrízas para conservação de orquídeas Melissa Faust Bocayuva

Ano 3 Nº 28 Editorial Por: Euler Menezes

ATO Nº 9, DE 19 DE SETEMBRO DE 2008 ANEXO I

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

Universidade Estadual do Ceará UECE Centro de Ciências da Saúde CCS Curso de Ciências Biológicas Disciplina de Ecologia.

Gimnospermas x Angiospermas

Atividades. As respostas devem estar relacionadas com o material da aula ou da disciplina e apresentar palavras

AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃO NAS FAZENDAS BARRA LONGA E CANHAMBOLA

Celtis australis L. 3 Exemplares no Parque

ANEXO I. 2. As plantas devem estar vigorosas e em boas condições fitossanitárias.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

<!ID > Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ANEXO I

Levantamento de espécies da família Orchidaceae em Águas de Sta. Bárbara (SP) e seu cultivo

Ciclo de Produção da Tangerineira Page no Submédio Vale do São Francisco

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Biomas brasileiros. Professor: Alex Santos

Implantação de um herbário no IFMG campus Bambuí

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE CÁRTAMO (Carthamus tinctorius L.

Fisiologia. Agostinho Dirceu Didonet Milene Alves de Figueiredo Carvalho

LIZANDRA BOFF ORCHIDACEAE JUSS. EPÍFITAS E HEMIEPÍFITAS DO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU - PR

EVOLUÇÃO DE ALGUNS PARÂMTEROS FÍSICO-QUÍMICOS DURANTE O DESENVOLVIMENTO DE DUAS CULTIVARES DE MAÇÃ PRODUZIDAS NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO - SAFRA 2011

PRODUÇÃO E PROCESSAMENTO DE FRUTOS DE JUÇARA (EUTERPE EDULIS MART.) NO LITORAL DO PR

Transcrição:

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) IN SITU 1 2 3 4 5 Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros, Paulo Rocha, Pedro P. G. Barbalho, Leonardo Carvalho 1,2,3,4,5 Gestão Ambiental Ltda. *pedrolm.neto@gmail.com Introdução Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron (Orchidaceae) é uma espécie rupícola e cespitosa, com pseudobulbos mais largos na base que no ápice, avermelhados, com flores que podem chegar a 5 cm de diâmetro de impressionante coloração vermelho-alaranjada e labelo amarelado, ocorrendo em afloramentos de minério de ferro [1]. O mesmo autor faz menção sobre a existência de duas variações naturais da espécie com distinções baseadas na flor. Devido ao seu elevado grau de endemismo aliado a ações antrópicas em seu hábitat, essa planta é considerada como extinta na natureza cuja localidade tipo foi destruída [2] [3]. H. milleri está incluída na Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados (anexo II da IN no. 6 / 2008) [4]. A fenologia aqui apresentada foi feita a partir da redescoberta de H milleri na natureza. Metodologia O presente trabalho baseou-se em observações realizadas em duas populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG, em típicas montanhas rochosas de minério de ferro com eventual presença de afloramentos quartizíticos, de altitude variando de 1.165,96 a 1.342,60 m, formando colônias ao pé de Vellózias ou eventualmente em meio à vegetação arbustiva. Os registros foram feitos nos meses de setembro a dezembro de 2013, quando ocorreu a fase reprodutiva da espécie. Resultados e Discussão A espécie apresentou uma representativa variação morfológica tanto nos aspectos vegetativos quanto reprodutivos. Observaram-se pseudobulbos ovoides com a presença de um entrenó e obclavados com mais de um entrenó, sempre avermelhados. As folhas coriáceas de comprimento variado, podendo ter coloração avermelhada ou verde em sua face adaxial e a face abaxial avermelhada. A floração foi registrada em novembro e dezembro com ápice em novembro. Os indivíduos apresentaram pseudobulbo unifoliado e raramente bifoliado, com inflorescência apical. As flores exibiram tonalidades variando do vermelho, vermelho escarlate e laranja, podendo o labelo encrespado, alternar sua cor (FIGURA). Conclusões Foi verificada variabilidade intraespecífica, presente no pseudobulbo, folhas e principalmente flores, cuja tonalidade apresenta a maior variação fenológica. Figura. A-D. Variação morfológica na fase vegetativa de H. milleri. E-F. Variação morfológica na fase reprodutiva de H. milleri. Referências Bibliográficas [1] Withner, C.L. 1990. The Cattleyas and Their Relatives, 1 st ed, Vol II: The Laelias. Timber Press, Portland, Oregon. [2] Jacobi, C.M. & Carmo, F, F. 2012. Barros, F. 2007. Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte: Código Editora. [3] Verola, C. F., 2008. Estudos biossistemáticos em espécies de Hoffmannseggella H. G. Jones (Orchidaceae: Laeliinae) ocorrentes em Complexos Rupestres de atitude. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo. [4] INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6 de 23 de setembro de 2008. Ministério do Meio Ambiente.

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 BIOLOGIA FLORAL DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO EPIDENDRUM L. (ORCHIDACEAE) 1 1 1 1 Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros, Paulo Rocha, Pedro P. G. Barbalho, 1 Gestão Ambiental Ltda. *pedrolm.neto@gmail.com Introdução Descrito em 1763 por Lineu, o gênero Epidendrum é um dos mais numerosos da família Orchidaceae, com aproximadamente 1.125 espécies [1]. O gênero apresenta hábito epifítico, terrestre ou rupícola e é encontrado desde a Carolina do Norte nos Estados Unidos, até a Argentina [2], em vários hábitats. O gênero possui uma extensa variação morfológica, o que implica um elevado número de espécies descritas e possíveis híbridos naturais ainda a serem descobertos. As espécies Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. e Epidendrum secundum Jacq., apresentam uma grande similaridade no porte, na inflorescência e tonalidade de suas florações, o que dificulta a identificação da planta em estado vegetativo. As diferenças florais entre as duas espécies são aqui explicitadas. Metodologia Foram visitadas áreas com a presença das fisionomias de Cerrado, Mata Atlântica e Campo Rupestre ao longo do Quadrilátero Ferrífero e adjacências, em busca de indivíduos de E. denticulatum e E. secundum, ao longo do ano de 2013. A partir da chave de identificação para E. denticulatum e E. secundum [1], procurou-se registrar a diferença existente no formato do labelo das espécies. Resultados e Discussão Apesar da inflorescência das duas espécies apresentarem aspectos símiles e possuírem uma coloração muito próxima, variando de rosa a lilás, a diferença preponderante está no calo do labelo, ratificando Pinheiro e Barros [1]. Nas amostras verificadas, E. denticulatum possui dois calos carnosos arredondados na base e um terceiro calo central, alongado, em forma de quilha, enquanto E. secundum possui calosidade do labelo carnosa, sem uma forma definida, mas de formato harmônico-sinuoso. Nas amostras coletadas, E. denticulatum apresentou-se com esta calosidade de tonalidade amarelada e E. secundum com tonalidades amarela e branca ou podendo apresentar-se totalmente branca (FIGURA 1). Conclusões A diferença preponderante entre E. denticulatum e E. secundum está no calo do labelo, conforme verificado nas amostras coletadas. Conclui-se que a flor é caráter essencial para o reconhecimento taxonômico das espécies. Questões relativas à ocorrência hábitat-específicos ainda estão em fase de estudo. Figura 1. Comparação entre E. denticulatum e E. secundum. A. Porte típico. B. Inflorescência de E. denticulatum. C. Inflorescência de E. secundum. D e E. Comparação entre calos dos labelos (setas), E. denticulatum (D) e E. secundum Referências Bibliográficas [1] Pinheiro, F. & Barros, F. 2007. Epidendrum secundum Jacq. e E. denticulatum Barb. Rodr. (Orchidaceae): caracteres úteis para a sua delimitação. Hoehnea 34(4), pp.563-570. [2] Toscano-de-Brito, A.L.V. & Cribb, P. 2005. Orquídeas da Chapada Diamantina. São Paulo: Nova Fronteira. 380p.

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) IN SITU 1 2 3 4 5 Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros, Paulo Rocha, Pedro P. G. Barbalho, Leonardo Carvalho 1,2,3,4,5 Gestão Ambiental Ltda. *pedrolm.neto@gmail.com Introdução Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron (Orchidaceae) é uma espécie rupícola e cespitosa, com pseudobulbos mais largos na base que no ápice, avermelhados, com flores que podem chegar a 5 cm de diâmetro de impressionante coloração vermelho-alaranjada e labelo amarelado, ocorrendo em afloramentos de minério de ferro [1]. O mesmo autor faz menção sobre a existência de duas variações naturais da espécie com distinções baseadas na flor. Devido ao seu elevado grau de endemismo aliado a ações antrópicas em seu hábitat, essa planta é considerada como extinta na natureza cuja localidade tipo foi destruída [2] [3]. H. milleri está incluída na Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados (anexo II da IN no. 6 / 2008) [4]. A fenologia aqui apresentada foi feita a partir da redescoberta de H milleri na natureza. Metodologia O presente trabalho baseou-se em observações realizadas em duas populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG, em típicas montanhas rochosas de minério de ferro com eventual presença de afloramentos quartizíticos, de altitude variando de 1.165,96 a 1.342,60 m, formando colônias ao pé de Vellózias ou eventualmente em meio à vegetação arbustiva. Os registros foram feitos nos meses de setembro a dezembro de 2013, quando ocorreu a fase reprodutiva da espécie. Resultados e Discussão A espécie apresentou uma representativa variação morfológica tanto nos aspectos vegetativos quanto reprodutivos. Observaram-se pseudobulbos ovoides com a presença de um entrenó e obclavados com mais de um entrenó, sempre avermelhados. As folhas coriáceas de comprimento variado, podendo ter coloração avermelhada ou verde em sua face adaxial e a face abaxial avermelhada. A floração foi registrada em novembro e dezembro com ápice em novembro. Os indivíduos apresentaram pseudobulbo unifoliado e raramente bifoliado, com inflorescência apical. As flores exibiram tonalidades variando do vermelho, vermelho escarlate e laranja, podendo o labelo encrespado, alternar sua cor (FIGURA). Conclusões Foi verificada variabilidade intraespecífica, presente no pseudobulbo, folhas e principalmente flores, cuja tonalidade apresenta a maior variação fenológica. Figura. A-D. Variação morfológica na fase vegetativa de H. milleri. E-F. Variação morfológica na fase reprodutiva de H. milleri. Referências Bibliográficas [1] Withner, C.L. 1990. The Cattleyas and Their Relatives, 1 st ed, Vol II: The Laelias. Timber Press, Portland, Oregon. [2] Jacobi, C.M. & Carmo, F, F. 2012. Barros, F. 2007. Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte: Código Editora. [3] Verola, C. F., 2008. Estudos biossistemáticos em espécies de Hoffmannseggella H. G. Jones (Orchidaceae: Laeliinae) ocorrentes em Complexos Rupestres de atitude. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo. [4] INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6 de 23 de setembro de 2008. Ministério do Meio Ambiente.