II AVALIAÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES EM OBRAS DE IMPLANTAÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO NO MUNICÍPIO DE ITANHAÉM

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Transcrição:

II-048 - AVALIAÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES EM OBRAS DE IMPLANTAÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO NO MUNICÍPIO DE ITANHAÉM Inês Tuyama Adan Engenheira Civil pela Universidade Estadual Paulista. Pós-graduada em Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Funcionária da SABESP. Cyntia de Cássia Muniz Roveri Engenheira Civil pela Universidade Santa Cecília. Pós-graduada em Gestão e Controle Ambiental pela Universidade Santa Cecília. Mestre em Ecologia pela Universidade Santa Cecília. Funcionária da SABESP e Professora Universitária de rede privada. Rogério Francisco de Assis Sampaio Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pós-graduado em Engenharia de Saneamento Básico pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Funcionário da SABESP Coordenador de Empreendimentos de Esgotos Sul. Sérgio Silvestre Martins Engenheiro Civil pela Universidade Veiga de Almeida - RJ. Funcionário da SABESP. Susana Honda Mune Libonati Engenheira Civil pela Universidade de São Paulo. Pós-graduada em Gestão de Projetos pela Fundação Vanzolini - USP. Funcionária da SABESP. Endereço: Rua Costa Carvalho, 300 - Pinheiros São Paulo - SP - CEP: 05429-900 - Brasil - Tel: (11) 3388-8000 - e-mail: iadan@sabesp.com.br RESUMO O televisionamento é uma ferramenta utilizada para inspeção da rede coletora e singularidades visando garantir a qualidade do serviço executado. Para realização dessa atividade é utilizada câmera de vídeo que permite a visualização de objetos com luminosidade de 3 LUX. O trabalho comparou duas fases de execução de obras de implantação de rede de esgoto entre os períodos de janeiro de 2008 a novembro de 2011, numa mesma localidade, para que tivesse a mesma condição geográfica e os parâmetros semelhantes. Tomando como critério de análise o número de não conformidades em relação a extensão da rede executada, pode-se constatar que a não conformidade relativa a infiltração apresentou o maior número de ocorrências em ambas as fases. E que no total de ocorrências identificadas houve redução considerada na etapa mais recente de obras. Após homogeneização dos trabalhos podemos dizer que a gestão mais eficiente no tratamento das não conformidades podem ser atribuídas como causa da redução das ocorrências. PALAVRAS-CHAVE: Não conformidade, Qualidade na Gestão, Rede coletora de esgoto, Televisionamento. INTRODUÇÃO O saneamento básico é composto pelo sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos. Segundo Nuvolari (2003), esse conjunto de elementos contribuem para melhoria de qualidade de vida e saúde através da redução de doenças de veiculação hídrica, epidemias, pandemias, e consequentemente redução no número de mortalidade infantil. O sistema de esgotamento sanitário é composto de redes coletoras, coletores-tronco, interceptores, estações elevatórias, linhas de recalque, estações de tratamento e emissários. Esse sistema é dimensionado atendendo critérios estabelecidos em normas e buscando sempre aliar as tecnologias com a otimização de recursos econômicos. Durante a execução do sistema é possível observar pontos de fragilidade da rede coletora, como por exemplo, juntas que apresentam falhas (Figura 1), tubulações trincadas, quebradas, dispositivos de inspeção e limpeza 1

com locais de infiltração. Esses efeitos são decorrentes de falhas construtivas que estão relacionadas à qualidade dos materiais empregados e dos serviços executados. Dias e Rosso (2012, p. 5) citam ainda [...] as próprias características do meio: nível do lençol freático, clima, composição e estruturação do solo, permeabilidade, vegetação, etc., como fatores que influenciam nesse parâmetro. Figura 1 Junta danificada - Fonte: Sabesp (2016) O presente trabalho contém estudos realizados na cidade de Itanhaém - SP, onde foram televisionados 51.592,46m de rede coletora de esgoto, durante a Fase 1 que ocorreu no período de janeiro de 2008 a novembro de 2011. Na Fase 2 que ocorreu no período de fevereiro de 2014 a novembro de 2016, foram inspecionados 56.976,47m de rede coletora de esgoto. Assim o presente estudo tem como objetivo comparar as ocorrências de não conformidades em duas fases (Fase 1 e Fase 2) de obras de implantação de redes coletoras de esgotos, no período de janeiro de 2008 a novembro de 2016, no município de Itanhaém/SP. O desenvolvimento desse trabalho contou com o apoio e a participação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP - SP). MATERIAIS E MÉTODOS Para assegurar a qualidade da obra foi previsto o televisionamento das redes coletoras. No televisionamento foram identificadas, localizadas e registradas todas as anomalias relacionadas ao funcionamento ou a estabilidade estrutural da tubulação, como por exemplo, infiltrações, deslocamento de juntas, desalinhamentos de condutos, tubulações danificadas (trincas, fissuras, rompimentos e abaulamentos), penetração de raízes, obstruções, interferências, interligações, lançamentos e ligações domiciliares clandestinas. Fizeram parte dos trabalhos todos os serviços de preparação para o televisionamento, como sinalização de tráfego e de pedestres, bloqueio de tubulação, limpeza, desobstrução, remoção de detritos e outros necessários. Foi realizada a desobstrução das tubulações através de hidro jateamento, bombeamento de água a alta pressão, para carrear o material, por ventura existente para a singularidade a jusante, permitindo a passagem de câmera de televisão. O equipamento para jateamento de alta pressão foi acoplado sobre chassis de caminhão. O sistema de bombeamento foi operado com pressão máxima de 140 kgf/cm² e vazão de 240litros/min. A unidade motora independente utilizada foi de 90cv com sistema de transmissão dotado de esticadores e 2

proteção contra acidentes e embreagem com comando manual. O tanque reservatório teve capacidade de 5.500 litros de água limpa dotado de tampa de inspeção, visor de nível, válvula gaveta instalada na parte inferior e mangueira com conexões para abastecimento do tanque por hidrante. O painel de controle utilizado constava de manômetros de pressão de água e de óleo de motor, acelerador de motor, alavanca acionadora do sistema hidráulico e chave de partida do motor. Foi utilizado carretel articulado para armazenar até 150m de mangueira de 1 de diâmetro com acionamento hidráulico. Foi utilizada câmera de vídeo colorida compatível com o sistema nacional, com resolução de 400 linhas, conjuntamente com sistema de iluminação integrada, ajustável através de painel de operação, garantindo a quantidade de luz adequada à filmagem, de modo a permitir a visualização de objetos com luminosidade de 3 LUX. Durante realização do televisionamento da Fase 1 que ocorreu no período de janeiro de 2008 a novembro de 2011 foram inspecionados 51.592,46m de rede coletora de esgoto. Sendo que, na Fase 2 que ocorreu no período de fevereiro de 2014 a novembro de 2016, foram inspecionados 56.976,47m de rede coletora de esgoto. A Figura 2 demonstra o procedimento adotado após identificação da não conformidade observada na auditoria em campo. Figura 2: Procedimentos adotados para identificação e correção de ocorrências Para avaliar o método utilizado, foi definida a taxa de ocorrência de não conformidades de acordo com o número de não conformidades apontadas na Fase 1 em relação a extensão de rede coletora televisionada. Dessa maneira, adotou-se o mesmo critério para a Fase 2, conforme apresentado na equação abaixo: Taxa de ocorrência = extensão de rede (m) número de não conformidades (un) RESULTADOS OBTIDOS Durante a Fase 1 foram identificadas 949 não conformidades, e na Fase 2 encontrou-se 159 não conformidades para a mesma localidade. As não conformidades encontradas nas duas fases estão identificadas na Tabela 1, e representadas na Figura 3. 3

Tabela 1: Não conformidades apuradas no período de estudo Não conformidade Quantidade Fase 1 Fase 2 IA - Infiltração 335 65 AS - Assoreamento 101 7 AD - Anel deslocado 39 4 JR - Junta deslocada radial 5 0 OB - Obstrução da seção 19 11 PVC - PV Coberto 0 1 TA - Tubo Afogado (> 75%) 36 14 TAF - Tubo Afogado Final 2 1 TAM - Tubo Amassado 68 2 TB - Tubo mal batido 32 0 TC - Tubos desalinhados 1 1 TQ - Tubo quebrado 3 7 Outros 308 46 Total 949 159 Figura 3: Gráfico comparativo de não conformidades nas Fases 1 e 2 Para efeito de comparação foram consideradas as não conformidades com maior ocorrência e comuns nas duas fases de obras. O item Outros na Tabela 1, refere-se à tipos diferentes de não conformidade registrados nas duas fases. Diante disso, foi observada que a maior ocorrência de não conformidade refere-se ao item Infiltração onde se constatou que na Fase 1 foram registradas 335, e na Fase 2 foram registradas 65 ocorrências, observando-se uma redução de aproximadamente 5 vezes. A segunda não conformidade mais expressiva refere-se ao item Assoreamento onde foram registradas 101 ocorrências na Fase 1, e 7 ocorrências na Fase 2, observando-se agora, uma redução de aproximadamente 14,5 vezes. Vale observar ainda, a redução de 34 vezes, no item Tubo amassado, onde foram registrados 68 ocorrências durante a Fase 1, e 2 ocorrências na Fase 2. Diante desses resultados, observou-se uma taxa aproximada de 18,4 ocorrências/km de rede filmada na Fase 1, e da mesma forma uma taxa aproximada de 2,8 ocorrências/km de rede filmada na Fase 2. 4

ANÁLISE DOS RESULTADOS As não conformidades demonstram fragilidades pontuais na rede coletora de esgoto, como por exemplo, as apresentadas na Tabela 1. É possível relacionar as ocorrências de falhas construtivas à qualidade dos materiais empregados e dos serviços executados. Segundo Dias e Rosso (2012), a infiltração também está relacionada às próprias características do meio: nível do lençol freático, clima, composição e estruturação do solo, permeabilidade, vegetação, etc. Segundo Nuvolari (2003) a gestão das obras é essencial para que seja possível ter uma obra com qualidade associada à otimização de recursos como prazo e custo. Por outro lado, Maximiano (2000), entende que a inspeção não produz qualidade, apenas encontra uma quantidade maior de produtos defeituosos, conforme mais exigente for realizada a investigação. Vale ressaltar que, na Fase 2 houve um acréscimo de 20% de extensão de televisionamento em relação a Fase 1, no entanto, o número de não conformidades entre as Fases 2 e 1, mostrou uma redução de aproximadamente 83%. Assim, podemos apontar como causa de redução das não conformidades, a gestão mais eficiente no tratamento e correção das não conformidades encontradas, seguindo os procedimentos demonstrados na Figura 1. CONCLUSÕES Após a execução das Obras onde ocorreu a inspeção por televisionamento, obteve-se benefícios operacionais, de valorização patrimonial, e econômicos devido à execução das obras dos condutos de esgotos sanitários, evitando-se prejuízos decorrentes de anomalias que interfiram no funcionamento ou na estabilidade estrutural das tubulações, que eventualmente gerariam processos e multas por parte do público em geral e de órgãos governamentais e privados. Finalizando, pode-se concluir que houve uma melhor eficiência no sistema de esgotamento sanitários da localidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. DIAS, A. P.; ROSSO, T. C. A. Os sistemas de saneamento na cidade do Rio de Janeiro Parte I. Série Temática: Recursos Hídricos e Saneamento Volume 2, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. 2. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2000. 3. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 1 Ed. São Paulo: Fatec SP- Ceeteps; Editora Blucher, 2003 5