VI-031 AVALIAÇÃO DO PROCESSO FOTOELETROQUÍMICO NA DEGRADAÇÃO DE CORANTES REATIVOS

Documentos relacionados
VI ESTUDO COMPARATIVO DE PROCESSOS FENTON E FOTO-FENTON UTILIZANDO LUZ VISÍVEL E ULTRAVIOLETA PRÓXIMA NA DEGRADAÇÃO DE CORANTES REATIVOS.

VI-033 DEGRADAÇÃO DE CORANTES REATIVOS UTILIZANDO-SE PROCESSO FOTO-FENTON MODIFICADO

II-142 DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA DE CORANTES SINTÉTICOS: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS OPERACIONAIS

II-311 DESTRUIÇÃO DE AZO-CORANTES COMERCIAIS EM EFLUENTES TÊXTEIS POR PROCESSO FOTOCATALÍTICO

APLICAÇÃO DO PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO ELETROQUÍMICO PARA OXIDAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE CORANTES PRESENTES EM EFLUENTE TÊXTIL SIMULADO

PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS

II-292 DEGRADAÇÃO DO CORANTE TÊXTIL LUMACRON SE UTILIZANDO H 2 O 2 /UV

Tratamento de efluentes têxteis por fotocatálise heterogênea

Construção de reatores de fotodegradação em batelada para atividades práticas envolvendo Química e Matemática

AVALIAÇÃO DO PAPEL DA DISSOLUÇÃO DE O 2 NA DEGRADAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE AZUL DE METILENO EXPOSTA À RADIAÇÃO UV

CONFECÇÃO DO CATALISADOR DE TiO 2 SUPORTADO EM BASTÃO DE VIDRO

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE TiO 2 NA FOTODEGRADAÇÃO DE SOLUÇÃO DE LIGNINA

POAs Processos Oxidativos Avançados

Degradação do corante azul de metileno pelo processo de fotólise em um reator tubular de fluxo contínuo utilizando radiação artificial

Preparação de Catalisadores a Base de ZnO e Fe 2 O 3 Suportados em Zeólita CaA

Eixo Temático ET Tratamento de Efluentes Sanitários e Industriais

II-140 ESTUDO CINÉTICO DE DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA DO ALARANJADO DE METILA, EM UM REATOR TANQUE BATELADA, USANDO LÂMPADAS GERMICIDAS.

PHOTOCHEMICAL DEGRADATION UV/ H 2 O 2 OF REACTIVE TEXTILE DYE

ESTUDO E OTIMIZAÇÃO DA FOTOCATÁLISE COM TiO 2 (P25) APLICADO E SUPORTADO EM SUPERFÍCIE DE FILME DE PETRÓLEO SOB LUZ SOLAR.

APLICAÇÃO DA FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA NA DEGRADAÇÃO DE FÁRMACOS

APLICAÇÃO DA FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAVAGEM DO BIODIESEL RESUMO

Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido. REMOÇÃO DA DQO DA VINHAÇA UTILIZANDO H 2 O 2 /UV EM DIFERENTES VALORES DE ph

UTILIZAÇÃO DA REAÇÃO FOTO-FENTON PARA REMEDIAÇÃO DE EFLUENTE FENÓLICO EM REATOR PARABÓLICO

APLICAÇÃO DA FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA NO TRATAMENTO DE AFLATOXINA PROVENIENTE DE RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS

UTILIZAÇÃO DA LAMA VERMELHA PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS COM ELEVADA CARGA DE CORANTE REATIVO

1 Escola de Engenharia de Lorena - USP

Departamento de Engenharia de Materiais

Descoloração Eletroquímica de Soluções de

4 Materiais e métodos

DEGRADAÇÃO DE CORANTES TÊXTEIS: AVALIAÇÃO DE CATALISADORES TiO 2 /NaY PREPARADOS POR IMPREGNAÇÃO DE MICROPARTÍCULAS DE TiO 2 DISPERSAS

II-220 OXIDAÇÃO POR VIA ÚMIDA ATIVADA UV/H 2 O 2 PARA DEGRADAÇÃO DA COR DE EFLUENTES TÊXTEIS

MICROREATORES FOTOCATALÍTICOS: PROTOTIPAGEM E TESTE DE FOTODEGRADAÇÃO DE CORANTES ORGÂNICOS

ESTUDO DA DEGRADAÇÃO ELETROQUÍMICA DO CORANTE AZUL DE METILENO NA APLICAÇÃO DA ELETROOXIDAÇÃO INDIRETA

COMPÓSITOS MAGNÉTICOS POTENCIALMENTE ÚTEIS PARA DESCOLORAÇÃO DE SOLUÇÕES AQUOSAS

APLICAÇÃO DE LUZ UV SOLAR ASSOCIADA COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO NO TRATAMENTO DA VINHAÇA

METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Patricia Cunico, Carina P. Magdalena, Terezinha E. M. de Carvalho,

Oxidativa avançada do azo corante Acid Red 66 usando processos Fenton (H 2 O 2 /Fe 2+ ) e Foto-Fenton (UV/H 2 O 2 /Fe 2+ )

Lactuca sativa BIOINDICADORA NA EFICIÊNCIA DO PROCESSO FENTON EM AMOSTRAS CONTENDO BENZENO

Pestana, P.M.¹, Machado, C.C.C.¹, Lang, R.G¹., Santos, A.R. 1, Roseno, K.T. de C. 1, 2

Sistemas Homogêneos de Processos Oxidativos Avançados

CARACTERIZAÇÃO DE CATALISADORES, A BASE DE TITÂNIA, PROMOVIDOS COM PRATA, NA FOTODEGRADAÇÃO CATALÍTICA DE EFLUENTES TÊXTEIS

Palavras chave: Efluente industrial, Azul de metileno, POA, Foto-fenton.

Processos Oxidativos Avançados

IV Pereira Brasil I. Pré-tratamento de efluentes têxteis por processos oxidativos avançados visando maior eficiência do tratamento biológico posterior

REMOÇÃO DE ÁCIDOS HÚMICOS NA ETAPA DE PRÉ-OXIDAÇÃO DO TRATAMENTO DE ÁGUA PARA O CONSUMO HUMANO COM O USO DOS PROCESSOS FENTON E FOTO-FENTON

DEGRADAÇÃO FOTOCALÍTICA DE BENTAZONA COM TiO 2

AVALIAÇÃO DO AZUL DE BROMOTIMOL COMO POLUENTE PERSISTENTE EM MEIO AQUOSO SOB FOTÓLISE ULTRAVIOLETA

UTILIZAÇÃO DE ELETRODO DE LEITO FIXO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL POR ELETROCOAGULAÇÃO

ESTUDO DA DEGRADAÇÃO DE CORANTE TÊXTIL UTILIZANDO UV/H 2

Tratamento de efluente têxil sintético utilizando o processo foto-fenton (Fe 2+ /H 2 O 2 /UV) com irradiação solar

PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

ESTUDO COMPARATIVO DE TRATAMENTO BIOLÓGICO E FOTOCATALISE HETEROGÊNEA PARA A REDUÇÃO DE COR E DQO DE EFLUENTE DE FÁBRICA DE CELULOSE E PAPEL INTEGRADA

CATALISADORES SUPORTADOS EM ZEÓLITA NaY NA DEGRADAÇÃO DE CORANTE TÊXTIL

APLICAÇÃO DO PROCESSO DE FOTOCÁTALISE SOLAR HOMOGÊNEA (UV/H2O2) NA DEGRADAÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO

Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro Unipac ISSN

II Simpósio de Tecnologia Sucroenergética e de Biocombustíveis

5 MATERIAIS E MÉTODOS

EFEITO DA TEMPERATURA DE GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA NA ADSORÇÃO DE CORANTE REATIVO

Utilização de lama vermelha tratada com peróxido de BLUE 19

4. Resultados e Discussão

Título do trabalho: Estudo da ozonização de soluções de um corante reativo Subtítulo: Efeito da Radiação UV

VI-024 ESTUDO DA AÇÃO DO FENTON NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS CONTENDO FORMOL

4. Reagentes e Metodologia Analítica

RESÍDUOS SÓLIDOS REMOÇÃO DE COR DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO ATRAVÉS DO PROCESSO UV/H 2 O 2.

OTIMIZAÇÃO MULTIVARIADA DO PROCESSO OXIDATIVO FENTON NA REMOÇÃO DE CORANTES AZO E ANTRAQUINÔNICOS

EMPREGO DO BALANÇO DE MASSA NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE DIGESTÃO ANAERÓBIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

INTRODUÇÃO À ELETROQUÍMICA Prof. Dr. Patricio R. Impinnisi Departamento de engenharia elétrica UFPR

DEGRADAÇÃO DE POLUENTES USANDO O PROCESSO FENTON E ENRGIA SOLAR EM UM REATOR TUBULAR

AVALIAÇÃO DE REATOR FOTO-FENTON UTILIZADO NA DEGRADAÇÃO DE POLUENTES

AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DE CALCINAÇÃO NA ATIVIDADE FOTOCATALÍTICA DO DIÓXIDO DE TITÂNIO EM EFLUENTE DE CELULOSE E PAPEL

PREPARO DE GOETHITAS DOPADAS COM TITÂNIO PARA REMOÇÃO DE RODAMINA B DO MEIO AQUOSO

ANÁLISE DOS PROCESSOS FENTON E FOTO-FENTON NO TRATAMENTO DO EFLUENTE DO ATERRO SANITÁRIO DE CACHOEIRA PAULISTA EM RELAÇÃO AO TOC E DQO

II DEGRADAÇÃO DE CORANTES REATIVOS DA INDÚSTRIA TÊXTIL ATRAVÉS DO PROCESSO OZÔNIO / ULTRAVIOLETA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO PROCESSO DE FOTO-FENTON NA DEGRADAÇAO DE EFLUENTE TÊXTIL

ESTUDO COMPARATIVO DA REDUÇÃO DE COREM LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO UTILIZANDO PROCESSOS DE FOTOCATÁLISE SOLAR

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II-323 REMOÇÃO DE COR E DUREZA DE EFLUENTE TÊXTIL ATRAVÉS DO PROCESSO FENTON

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ e DQO DO EFLUENTE TEXTIL DE UMA LAVANDERIA INDUSTRIAL.

ESTUDO COMPARATIVO DA DEGRADAÇÃO AVANÇADA DE CORANTE ÍNDIGO VIA PROCESSOS FOTOASSISTIDOS E DE CATÁLISE HETEROGÊNEA

LARISSA SOARES RODRIGUES FOTOELETROCATÁLISE DO CORANTE REACTIVE BLUE 2

O ESTUDO DA DEGRADAÇÃO ELETROQUÍMICA DO CORANTE VERMELHO ÁCIDO PRESENTE EM EFLUENTES TÊXTEIS.

INFLUÊNCIA DA DOSAGEM DE H 2 O 2 NA LEI DE VELOCIDADE DE REAÇÃO DO FOTO-FENTON NA DEGRADAÇÃO DO ÍNDIGO BLUE

II-069 TRATAMENTO DAS ÁGUAS ÁCIDAS DE REFINARIA DE PETRÓLEO PELOS PROCESSOS FENTON E FOTO-FENTON COMBINADOS

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II-048-UTILIZAÇÃO DE PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS NA DEGRADAÇÃO DE ÁGUAS CONTENDO BTXS

TRATAMENTO FOTOQUÍMICO DE PERCOLADO DE ATERRO SANITÁRIO

Tratamento de Efluentes da Indústria Têxtil por Eletrocoagulação

TRATAMENTO DE EFLUENTE HOSPITALAR POR MÉTODOS OXIDATIVOS AVANÇADOS

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DA AZITROMICINA POR PROCESSO FOTO-OXIDATIVO -PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO/UV

Preparação e Avaliação da Atividade Fotocatalítica dos Catalisadores Nb 2 O 5 -ZnO/Zeólita A na Degradação do Corante Reativo Azul 5G.

ESTUDO DA DESSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REATIVO AZUL 5G ADSORVIDO EM BAGAÇO DE MALTE

PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS

APLICAÇÃO DA FOTOCATÁLISE SOLAR HETEROGÊNEA EM EFLUENTE ORIUNDO DE INDÚSTRIAS TÊXTEIS

Fe 3+ (aq) + H 2 O + hv Fe 2+ (aq) HO H + Reação 2

Prova de Química Analítica

estas atividades deparam com a presença de amônia nos efluentes industriais e, em conseqüência, nos recursos hídricos. Desta forma, são desenvolvidos

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA ELETROCOAGULAÇÃO- FLOTAÇÃO NA DESCOLORAÇÃO DE EFLUENTE TÊXTIL

II DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA À INCINERAÇÃO NO TRATAMENTO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS

MODELOS DE BIOCONVERSÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS INOCULADOS COM LODO DE ESGOTO SANITÁRIO

USO DE NANOPARTÍCULAS DE DIÓXIDO DE TITÂNIO APLICADAS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES GERADOS EM LABORATÓRIOS

ECOTOXICIDADE DA ÁGUA PRODUZIDA EM LACTUCA SATIVA TRATADA POR OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA

Transcrição:

VI-031 AVALIAÇÃ D PRCESS FTELETRQUÍMIC A DEGRADAÇÃ DE CRATES REATIVS Lidia Lima (1) Química bacharel e licenciada pela Universidade Federal do Paraná e Mestranda do curso de Pós Graduação em Química na área de Química Analítica, desenvolvendo atividades de pesquisa na área de tratamento de resíduos industriais via processos oxidativos avançados. Patricio Peralta-Zamora Formado em Química pela Universidad de Chile e com curso de Mestrado em Química e Doutorado em Ciências no IQ-UICAMP. Professor do Departamento de Química da UFPR, desenvolvendo atividades de pesquisa na área de tratamento de resíduos industriais. Lucia Helena Mascaro Sales Bacharel e Mestre em Química, e Doutora em Ciências pela UFSCAR, com Pós Doutorado pelo IQSC USP. Professora do Departamento de Química da UFPR onde desenvolve atividades relacionadas com o estudo de novos materiais a base de semicondutores, para degradação de matéria orgânica e soluções de problemas ambientais. Endereço (1) : Centro Politécnico, Departamento de Química, Jardim das Américas, Curitiba-PR - Caixa Postal: 19081 - CEP: 81531-990 - Brasil - Tel: (41)361-3297 e-mail: lidiala@bol.com.br RESUM efluente da indústria têxtil é caracterizado pelo seu grande volume e elevada carga de corantes, não fixados na fibra durante os processos de tingimento. Além de representarem uma fonte de poluição visual, os corantes podem interferir severamente nos processos fotossintéticos naturais, o que faz com que o seu potencial poluente seja bastante elevado. Adicionalmente, muitos corantes apresentam toxicidade aguda para organismos vivos e, o que é ainda mais preocupante, manifestam toxicidade crônica, principalmente em função da sua biodegradação levar a formação de espécies carcinogênicas (ex. benzidinas e aminas aromáticas). s tratamentos convencionais fundamentados em processos biológicos e físico-químicos possuem baixa eficiência quanto a remoção da cor e degradação de moléculas recalcitrantes, sendo ainda a geração de lodos mais um inconveniente. Muitos estudos direcionados a aumentar a eficiência nos tratamentos destes efluentes estão sendo desenvolvidos e, neste contexto, os Processos xidativos Avançados (PAs) vêm obtendo destaque. Este trabalho tem por objetivo a avaliação da potencialidade do processo fotoeletroquímico, utilizando um eletrodo ADE, de Ti/Ru 0,3 Ti 0,7 2, em relação à degradação de corantes modelos. Para fins de comparação, os processos de fotólise, fotocatálise heterogênea e eletrólise foram também avaliados. Estudos preliminares de otimização foram realizados com o corante Azul QR19, enquanto que avaliações cinéticas finais envolveram uma mistura de 4 corantes reativos. processo de degradação foi monitorado em função de parâmetros como: DQ, TC e toxicidade. PALAVRAS-CHAVE: Corantes têxteis, Degradação, Processos fotoeletroquímicos. ITRDUÇÃ Em função do já bastante documentado potencial poluente dos resíduos líquidos emitidos pela indústria têxtil [1,2], muitos esforços têm sido dedicados ao estudo de alternativas de tratamento mais eficientes. Dentro do conjunto de novas alternativas, os processos oxidativos avançados têm recebido especial destaque, principalmente devido a sua elevada eficiência na degradação de corantes reativos [3]. os últimos anos, a fotocatálise heterogênea, aplicada principalmente na presença de dióxido de titânio (Ti 2 ), desponta como uma promissora alternativa de tratamento [4]. o entanto, alguns inconvenientes técnicos, que derivam da dificuldade na separação do fotocatalisador após terminado o processo e da necessidade de agentes seqüestrantes de elétrons (tipicamente oxigênio), têm dificultado bastante o desenvolvimento de processos em grande escala. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

s dois inconvenientes acima citados podem ser eficientemente contornados pela utilização de processos fotoeletroquímicos, aplicados na presença de eletrodos constituídos por semicondutores imobilizados. Recentemente, muitos estudos que demonstram a elevada eficiência destes processos têm sido reportados [5,6]. A eletro-oxidação de compostos orgânicos pode ocorrer direta ou indiretamente. o caso do substrato ser oxidado diretamente na superfície do eletrodo, a reação envolve a transferência direta de elétrons ou ainda a atuação de radicais que estão adsorvidos na superfície do eletrodo. o caso de via indireta, a reação ocorre com espécies que são geradas eletroquimicamente e que são capazes de oxidar os poluentes orgânicos em solução. Admitisse que a degradação de compostos orgânicos é favorecida pela alta reatividade do radical H, adsorvido na superfície do óxido de rutênio [7]. a eletrólise, a descarga de moléculas de água na superfície do ânodo de óxido metálico (M x ), forma radicais hidroxila ( H) que são fisicamente adsorvidos [6] (Eq. 1). M x + H 2 M x ( H) + H + + e equação (1) A incidência de radiação (hν) sobre a superfície do filme semicondutor, leva a formação do par elétron/lacuna com a promoção de elétrons para a banda de condução, como mostrado na equação 2. M x hν M x (h +, e ) equação (2) A lacuna formada (h + ) possibilita a descarga anódica da água, de acordo com o processo representado na equação 3. M x + H 2 + h + M x ( H) + H + equação (3) s radicais hidroxila podem também oxidar compostos orgânicos (R) diretamente, com a formação de óxidos superiores, como mostra o processo 4. M x ( H) + R M x+1 + mc 2 + nh 2 + H + + e equação (4) u transformar-se em óxidos superiores promovendo a oxidação gradativa, processos 5 e 6. M x ( H) M x+1 + H + + e equação (5) M x+1 + R M x + R equação (6) MATERIAIS E MÉTDS REAGETES Corantes Azul QR 19, Laranja Reativo 16, Amarelo Reativo 2 e Preto Reativo 5, todos da marca Aldrich e a 2 S 4 (Merck), foram utilizados sem nenhum tratamento prévio. A estrutura química dos corantes em estudo é apresentada na figura 1. cátodo de Ti metálico expandido (Tela), foi gentilmente fornecido pela Titânio do Brasil Ltda. ânodo comercial tipo ADE (placa de Ti/Ru 0,3 Ti 0,7 2 ) foi fornecido pela De ora do Brasil Ltda. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

Figura 1: Estrutura química dos corantes (a)azul QR19, (b)laranja Reativo 16, (c)amarelo Reativo 2 e (d)preto Reativo 5. H2 S3a S2CH2CH2S3a H (a) a 3 SCH 2 CH 2 S S 3 a H (b) CH 3 C H Cl S 3 a S 3 a H Cl a3sch2ch2 S H S3a H H CH 3 S 3 a a3sch2ch2 S H2 S3a (c) Cl (d) PRCEDIMET processo foi conduzido em um reator de 250 ml de capacidade, equipado por um sistema de agitação magnética e refrigeração por água, conforme mostrado na figura 2. A radiação ultravioleta foi proporcionada por uma lâmpada a vapor de mercúrio de 125 W (Philips), sem o bulbo protetor, inserida na solução por meio de um tubo de quartzo, a corrente foi proporcionada por uma fonte EMG18131, conectada aos eletrodos. os estudos envolvendo fotólise, apenas a lâmpada foi inserida no centro da solução. a fotocatálise heterogênea, a placa de Ti/Ru 0,3 Ti 0,7 2 (com área aproximada de 10 cm 2 ) foi exposta à lâmpada, sem fluxo de corrente pelo sistema, enquanto que no sistema eletroquímico e fotoeletroquímico a placa de Ti/Ru 0,3Ti 0,7 2 funcionou como ânodo e a tela de titânio como cátodo, sendo a densidade de corrente aplicada de 10 macm 2. estudo foi realizado inicialmente com o corante Azul QR19 (50 mgl -1 ), e posteriormente com uma mistura dos cortantes Azul QR 19, Preto Reativo 5, Amarelo Reativo 2 e Laranja Reativo 16 em concentração de 200 mg/l -1.Em todos os casos foram utilizadas amostras de 225 ml de corante, acrescidas de eletrólito suporte (a 2 S 4 ). Alíquotas foram coletadas em intervalos adequados e a descoloração determinada através de medições de absorbância em espectrofotômetro UV-Vis, no comprimento de onda de 592 nm, utilizando-se um equipamento SCIC. A toxicidade aguda foi avaliada por bioensaio respirométrico com E. coli [8]. A análise de carbono orgânico total (TC) foi realizada pelo método de injeção de fluxo (FIA), [9] enquanto que a determinação de Demanda Química de xigênio (DQ) pelo método de oxidação com dicromato em meio ácido, acordo com procedimento padrão [10]. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

Figura 2: Representação do reator fotoeletroquímico. 1: Lâmpada UV, 2: Cátodo (tela de Titânio), 3: Ânodo (placa de Ti/Ru 0,3 Ti 0,7 2 ), 4: Agitador magnético, 5: Fonte, 6: corpo de vidro com circulação de água. 5 3 2 1 6 4 RESULTADS E DISCUSSÃ os processos fotoeletroquímicos, a degradação dos substratos pode se dar pela combinação de vários processos paralelos, principalmente fotólise (apenas presença de radiação), eletrólise (ausência de radiação), fotocatálise heterogênea (presença de radiação e fotocatalisador suportado) e, o processo central, fotocatálise eletroquimicamente assistida (sistema pleno). Em função deste fato, tornou-se interessante avaliar preliminarmente a contribuição de cada um destes processos, utilizando-se azul QR 19 como modelo. s resultados apresentados na figura 3, indicam que quando o corante é submetido apenas ao processo de irradiação ou ao processo de fotocatálise heterogênea, a degradação se manifesta de maneira similar, com índices de descoloração da ordem de 30 % para tempos de reação de 120 min. fato da presença do fotocatalisador suportado pouco contribuir com o processo de descoloração, pode ser decorrente de dois fatores de grande importância. São estes: baixa concentração relativa do semicondutor no eletrodo e, principalmente, forma cristalina de menor atividade fotoquímica (rutilo), devido ao processo térmico envolvido na preparação dos eletrodos ADE. Desta forma, a descoloração observada em ambos processos deve ser uma função, apenas, da fotossensibilidade do corante em estudo. Por sua vez, o processo eletroquímico evidencia uma cinética de descoloração mais favorável, o que permite observar índices de descoloração da ordem de 70% em tempos de reação de 120 min. perfil de descoloração observado pela aplicação do processo fotoeletroquímico é o mais favorável de todos, com índices de 93% em tempos de 120 min. sinergismo observado entre ambos processos pode ser atribuído a vários processos secundários, dentre os que destacam: Favorecimento do processo de separação do par elétron/lacuna, por captura eletroquímica de elétrons, disponibilizando as lacunas para formação de radical hidroxila, Geração de outras espécies oxidantes que favorecem o processo de degradação (peróxido de hidrogênio e outras formas ativas de oxigênio), Analisando-se o teor de carbono orgânico total, verificou-se índices de mineralização de zero, 10%, 25% e 30%, para os processos de fotólise, fotocatálise heterogênea, eletrólise e fotoeletroquímico, respectivamente. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

teste de toxicidade aguda, realizado por bioensaio respirométrico com E. coli e metodologia de análise em fluxo, demonstrou baixa toxicidade inicial do corante, condição que não é modificada durante o decorrer dos processos. Figura 3: Estudo preliminar da descoloração do corante Azul QR19, na concentração de 50 mgl -1, e 0,1 moll -1 de eletrólito com leitura da absorbância medida em 592 nm. 1,0 0,8 Fotoeletroquímica Fotólise Fotocatálise Heterogênea Eletrólise Abs/Abs 0 0,6 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 120 Tempo (min) Procurando aproximar o trabalho à realidade representada pelos efluentes industriais, um estudo de degradação envolvendo uma mistura de quatro corantes reativos foi realizado (Azul QR 19, Amarelo Reativo 2, Laranja Reativo 16 e Preto Reativo 5). s resultados confirmam maior eficiência da eletrólise na descoloração em relação à propiciada pelo processo de fotólise. processo fotoeletroquímico apresenta uma cinética de descoloração bastante mais favorável e maior eficiência de degradação das espécies responsáveis pela absorção na região ultravioleta, sendo atingida completa descoloração da mistura em 180 minutos como mostra a figura 4a. A melhor eficiência de degradação do sistema fotoeletroquímico pode também ser confirmada recorrendo-se ao parâmetro de DQ apresentado na figura 4b, com remoção superior a 95% em tempos de reação de 300 min, enquanto que a fotólise e eletrólise reduzem menos de 30%. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

Figura 4: Descoloração e degradação da mistura de corantes a 200 mgl -1 e 0,3 moll -1 (a) Descoloração em 592nm, (b) Redução da DQ. de eletrólito. 1,0 0,8 Fotoeletroquímica Fotólise Eletrólise Abs/Abs 0 0,6 0,4 0,2 (a) 0,0 0 50 100 150 200 250 300 Tempo (min) 1,0 0,8 DQ/DQ 0 0,6 0,4 0,2 Fotoeletroquímica Fotólise Eletrólise (b) 0,0 0 50 100 150 200 250 300 Tempo (min) CCLUSÕES tratamento de corantes reativos utilizando eletrodos ADE mostra resultados promissores, sendo verificado um importante aumento na eficiência da descoloração graças ao efeito sinérgico da eletrólise com a fotocatálise. processo fotoeletroquímico apresenta-se como uma tecnologia em potencial para redução de cor, podendo também ser aplicado como pré-tratamento, devendo contribuir de maneira acentuada para a remediação de efluentes coloridos. REFERÊCIAS BIBLIGRÁFICAS 1. CCH, J. A. Tratamento de efluentes na indústria têxtil. Base Têxtil, n.123, p.1-5, 1999. 2. GÇALVES, M. S. T., LIVEIRA-CAMPS, A. M. F., PIT, E. M. M. S., PLASÊCIA, P. M. S., QUEIRZ, M. J. R. P. Photochemical treatment of solutions of azo dyes containing Ti 2. Chemosphere, v.39, n.5, p.781-786, 1999. 3. STTRIVA, P. R. S. Degradação de corantes reativos utilizando-se processos oxidativos avançados. Curitiba. 2002. Dissertação de Mestrado. Departamento de Química-Universidade Federal do Paraná, 2002. 4. TAAKA, K., PADERMPLE, K., HISAAGA, T. Photocatalytic degradation of commercial azo dyes. Water research, v.34, p.327, 2000. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

5. PELEGRII, R., REYES, J. DURÁ,., ZAMRA, P. P., ADRADE, A. R. photoelectrochemical degradation fo lignin. Journal of Applied Eletrochemistry, v.30, p. 953-958, 2000. 6. BERTAZZLI, R., PELEGRII, R. Descoloração e degradação de poluentes orgânicos em soluções aquosas através do processo fotoeletroquímico. Química ova, v.25, n.3, p.477-482, 2002. 7. PELEGRII, R., ZAMRA, P. P., ADRADE, A. R. REYES, J., DURÁ,. Eletrochemically assisted photocatalitic degadation of reactives dyes. Applied Catalysis B: Environmental. 8. JARDIM, W. F., GUIMARÃES, J. R., FARIA, L. C. Short term toxicity testing using Escherichia coli: monitoring C2 production by flow injection analysis. Water research, v.3, n.24, p.351-354, 1990. 9. SATS, A. A. Avaliação da atividade bactericida de antimicrobianos de uso doméstico e de extratos de plantas de uso medicinal. São Luis. 2000. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Maranhão, 2000. 10. APHA. Standar Methods for Examination of Water na Wastewater, 19 th edition. Ed. Amer. Publ. Helth., n.5220, p.5-12, 1995. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7