DIREITO Previdenciário Planos de Benefícios da Previdência Social Lei 8.213 Carência Parte 2 Prof. Thamiris Felizardo
A pensão por morte não exige período de carência, mas, por outro lado, é preciso que na ocorrência do falecimento o trabalhador esteja contribuindo ou dentro dos prazos de manutenção da qualidade de segurado (art. 15, lei 8.213/91). É preciso lembrar que as últimas alterações (Lei 13.135/2015) impuseram exigências para a pensão apenas para o cônjuge, seja marido, mulher, companheiro ou companheira.
- Assim, é preciso que o segurado tenha vertido pelo menos 18 contribuições mensais, e que a relação tenha mais do que 2 anos de duração. Não se pode dizer que os 18 meses de contribuição representem carência!!! São novas exigências e além disso, de acordo com a idade do(a) viúvo(a), será definido o tempo de duração do benefício. - O mais importante é esclarecer que para a pensão para os demais dependentes, não existe qualquer exigência de carência ou outro requisito.
- Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.
Em suma, os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão NÃO EXIGEM CARÊNCIA MÍNIMA.
Independe de carência: (art. 26, Lei 8213/91) I - salário-família e auxílio-acidente; II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiarse ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Lei nº 13.135, de 2015)
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; Tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício requerido.
IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. Carência
- CARÊNCIA DE RETORNO A Lei nº 13.457/2017 revogou o parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.213/91, que previa o seguinte: Art. 24 (...) Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
Além de revogar este dispositivo, a Lei 13.457/2017 acrescenta o art. 27-A prevendo nova regra para cumprimento do requisito da carência em caso de perda da qualidade de segurado: Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei.
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais. III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei.
- Em suma, com a nova Lei 13.457, o cenário mudou, à pessoa que ficou muito tempo sem contribuir com a previdência e por essa razão venha a perder a qualidade de segurado (art. 15 da Lei 8213) torna-se necessária a comprovação após o reingresso ao RGPS o pagamento de ao menos 5 contribuições para o benefício salário-maternidade e de 6 contribuição para auxíliodoença e aposentadoria por invalidez depois da nova filiação, para poder usufruir esses benefícios.
-Entretanto, na concessão da aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial a qualidade de segurado não será considerada para deferimento do beneficio conforme dicção da Lei 10.666/03:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. 1o Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.