O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

Documentos relacionados
O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

01 08 Salvador JOSÉ EDUARDO AGUALUSA

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA

SIDDHARTHA MUKHERJEE

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

15 10 Salvador MARCELO GLEISER

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS. Expediente. Fronteiras do Pensamento Temporada Curadoria Fernando Schüler

GILLES LIPOVETSKY LEANDRO KARNAL Salvador

Declaração de Princípios - Declaração de Princípios - Partido Socialista

DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL

PROGRAMA AVANÇADO EM CIÊNCIA POLÍTICA PARA PROFESSORES DO ENSINO SECUNDÁRIO 1ª EDIÇÃO 2009

SOCIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 12 ETNIA X RAÇA

Proibido falar sobre:

Saúde, desenvolvimento e Aids

POLÍTICAS CULTURAIS, DEMOCRACIA E CONSELHOS DE CULTURA

PROGRAMA AVANÇADO EM

ESTADO E SOCIEDADE NA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DA UNESCO SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL

CIÊNCIA POLÍTICA 12º ANO

GRAÇA MACHEL RESUMO. Conferência: O respeito pela dignidade humana. Para resgatar a dignidade humana. Por Luciana Thomé

ENCONTRO PROMOVIDO PELO WLA - CLUB DE MADRID POLICY DIALOGUE: EDUCATION FOR SHARED SOCIETIES. Fundação Calouste Gulbenkian de Outubro de 2018

POLÍTICA SE DISCUTE SIM! EM PAUTA: ELEIÇÕES 2014

NEOLIBERALISMO. Pano de fundo das reformas de Estado

CIVILIZAÇÃO A SOCIEDADE E SEUS VALORES

ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL: CONCEPÇÕES E MODELOS NA ESCOLA PÚBLICA

IDENTIDADE, DIVERSIDADE E PLURALISMO. Artigo 1 A diversidade cultural, património comum da humanidade

Liberdades Religiosas

Pronunciamento do Reitor da UFG Orlando Afonso Valle do Amaral Audiência Pública no Ministério Público Federal (GO): Escola sem doutrinação

Para acadêmicos, o agora presidente do Brasil ignora temas sociais, ataca quem pensa diferente dele e inaugura período de mistificação no país

Material de divulgação da Editora Moderna

Não é o fim da história, diz filósofa sobre ensino de gênero nas escolas

Redes da Maré O WOW como possibilidade de reunir a força das mulheres na cena contemporânea

Cidadania e a Dimensão Europeia na Educação Janeiro de 2010

Carta dos Povos da Terra

DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO OBJETIVOS: 6 Ano

FECOMÉRCIO VEÍCULO: TRIBUNA DO NORTE DATA: EDITORIA: ECONOMIA

Análise de Livros Viagens na Minha Terra Almeida Garret;

Colunista semanal da Folha de S.Paulo, Pondé é considerado um dos mais provocadores e interessantes pensadores brasileiros.

O contraste entre Adão e Cristo nos ajudará a explicar melhor o assunto da salvação.

José Renato Ferraz da SILVEIRA *

Senhores Representantes dos Estados-Membros da CPLP; Senhor Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Juventude e Desporto de Portugal;

Discurso para a sessão solene sobre o manifesto em defesa do Supremo Tribunal Federal

Patrocínio Institucional Parceria Apoio

Lidar com a desigualdade de uma forma democrática e pacífica

FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 08 A INFLUÊNCIA DE LOCKE SOBRE O BILL OF RIGHTS

Políticas públicas e gestão escolar para a equidade Desenvolvimento integral no Ensino Médio. São Paulo, 02 de agosto de 2016

KPIs de diversidade. por que, o que e como medir a inclusão? Conteúdo

Foto: arquivo CFEMEA

Desde o início da Epístola, o apóstolo vem preparando seus leitores para a mensagem apresentada no capítulo 14.

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS SOCIAIS (FILOSOFIA) OBJETIVOS: 6º Ano

Ciranda pela Educação/2018

A evolução da desigualdade a partir da análise histórica

Teoria Idealista das Relações Internacionais

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL

FILOSOFIA PÓS-MODERNA Século XX

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL

CONQUISTA DE DIREITOS E CONTROLE SOCIAL

PREFERÊNCIA CEREBRAL

SONHO BRASILEIRO // VALORES DA TRANSFORMAÇÃO BOX 1824 DIÁ LOGO

O papel do educador na PUCPR. Clemente Ivo Juliatto

Ética e política: ações afirmativas Profª Me. Érica Rios

DIREITOS REPRODUTIVOS E SAÚDE DA MULHER EM TEMPOS DE ZIKA VÍRUS

REDE NACIONAL PRIMEIRA INFÂNCIA CARTA DE PRINCÍPIOS. 10 de Dezembro 2013

Ação Afirmativa em perspectiva comparada: singularidades e aproximações entre diferentes contextos nacionais

Hoje dia 25 de Abril de 2014, comemoram-se 40 anos da instauração da Democracia e das Liberdades em Portugal.

CONQUISTE UM BOM EMPREGO

Entrevista - Rede Emancipa. Revista Crioula: Como a Rede enxerga o processo de seleção pelo vestibular?

Prefácio Da Europa e da França - os passos suspensos

VALORES DO PONTO DE VISTA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

12/02/14. Tema: Participação Social Uma Aproximação Teórica e Conceitual. Objetivos da Aula. Conselhos Gestores

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

DECLARAÇÃO POLITICA UCID 25 DE JANEIRO DE

FICHA TÉCNICA 4 SUMÁRIO EXECUTIVO 6 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 10 ÁREAS TEMÁTICAS EM ANÁLISE 14 OVERVIEW 17 FIGURAS DA UNIÃO EUROPEIA 22 VANTAGENS,

ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL MÓDULO 2

CRIAÇÃO DO CODIM RIO- 14 DE JULHO DE Saudar a Vereadora Tânia Bastos, Presidenta da Comissão de Mulheres da Câmara de Vereadores

Informação-Prova de Equivalência à Frequência

Fórum Social Mundial Memória FSM memoriafsm.org

LIBERALISMO ECONÔMICO Sec. XVIII. Adam Smith

Iniciativas. Roteiro: Análise epistemológica da problemática de gênero Conceito/Práticas Ações adotadas pela Anatel Conclusão

Portugal, no seu todo bem como no contexto dos seus três territórios, Continente, Açores e Madeira não fugiu a esta regra.

Direitos da Criança. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vizela. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vizela 1

Alice Mendonça Universidade da Madeira INTERCULTURALIDADE. O QUE É?

Curso de blogosfera política, por Miguel do Rosário

CURRICULO CULTURAL DO CECOM

Agenda do Papa nos EUA inclui desafios políticos e religiosos

ENSINO FUNDAMENTAL I OBJETIVOS E RELEVÂNCIA

ENEM 2016 FILOSOFIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Ano Letivo 2012 / COMPETÊNCIAS CONTEÚDOS CALENDARIZAÇÃO AVALIAÇÃO Tema 1 A Paz Universal. - A paz, o grande sonho da humanidade.

DEMOCRACIA. Significa poder do povo. Não quer dizer governo pelo povo.

Devemos ser livres JULIA FERREIRA 7º A. Devemos ser livres Para andar na rua Sem medo ou desespero Sozinhos ou acompanhados

Índice Geral. Iª Parte - Risco, Ambiente e Modernidade

Orientação Educacional e Pedagógica. Diversidade Cultural e Direito Educacional. Profª Ms Jamile Salamene

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Transcrição:

MARK LILLA

TEMPORADA 2018

Expediente Fronteiras do Pensamento Temporada 2018 Curadoria Fernando Schüler Assistente da Curadoria Eduardo Wolf Gestão Júlia Neiva Direção Comercial Pedro Longhi Atendimento Beatriz Gregório Marketing Karina Roman Coordenação Editorial Luciana Thomé O MUNDO EM DESACORDO DEMOCRACIA E GUERRAS CULTURAIS Equipe Denise Donicht Francisco de Azeredo Michele Marten Pesquisa Juliana Szabluk Design Fernanda Toniazzi Editoração Gustavo Gomes Revisão Ortográfica Renato Deitos www.fronteiras.com

PARA BUSCARMOS O ACORDO, A TOLERÂNCIA E A HARMONIA Construir consensos é um ideal indissociável das democracias. Ao contrário dos regimes de força, que impõem visões de mundo únicas, democracias contemplam uma pluralidade de modos de vida, de identidades coletivas e individuais, com seus anseios, suas aspirações e suas urgências. É apenas na democracia, graças ao debate público, ao esclarecimento e ao convencimento do outro, que variadas identidades formam arranjos de maiorias e minorias para buscar o acordo, a tolerância e a harmonia. Contudo, o que ocorre quando identidades religiosas, raciais, de gênero ou de comportamento e cultura tornam-se tão radicalizadas que a sociedade não encontra mais o consenso? O que acontece quando reinam a intolerância e o extremismo onde deveriam triunfar os direitos de todos, o respeito mútuo e a igualdade na diferença? Quando a sociedade envereda por esse caminho o caminho das guerras culturais, é a própria democracia que corre riscos. Já faz meio século que políticas de ações afirmativas e movimentos identitários têm sido parte essencial da busca por uma sociedade baseada em direitos e oportunidades para todos. O problema surge quando um tipo qualquer de identidade produz seus próprios critérios de superioridade moral e exclusão do outro, inviabilizando os acordos e consensos mínimos que garantem a vida e a força das sociedades democráticas modernas. Mark Lilla, da Universidade de Columbia, afirma que o progressismo norteamericano anda imerso em um tipo de pânico moral em função de temas de gênero, raça e identidade sexual. O mesmo poderia ser dito sobre diferentes formas de conservadorismo. As guerras culturais marcam a migração dos temas éticos para o centro do debate público. O sentido e os limites da arte, a natureza do casamento e da família, o papel da mulher e do homem na sociedade passam a ser matéria de acirrado debate político, partidário e governamental, não mais se restringindo à esfera dos indivíduos ou da sociedade civil. Sobre esses temas não haverá acordo em uma grande sociedade plural. O filósofo e neurocientista de Harvard, Joshua Greene, fala de uma tragédia da moralidade do senso comum para tratar do desacordo nas democracias contemporâneas. Somos talhados para viver em tribos morais, não em um universo cosmopolita. Uma ética global ainda está para ser construída. Este é, em boa medida, o desafio de nosso tempo. A agravar essa situação há o papel das mídias sociais. No lugar da grande ágora global, que no final do século passado prometia o aprofundamento do diálogo entre os diferentes, o que emergiu de fato assemelha-se mais a um tipo de guerra hobbesiana de todos contra todos, impedindo os consensos e minando instituições democráticas. Explorar esses temas, celebrar a diferença sem perder a dimensão do diálogo, decifrar os mistérios da guerra cultural e o atual estado da democracia global serão alguns dos desafios do Fronteiras do Pensamento em 2018. 4 5

CONFERENCISTAS TEMPORADA 2018 6 7

MARK LILLA (Estados Unidos, 1956) Cientista político e historiador norteamericano. Especialista em história intelectual, atua como professor na Universidade de Columbia. É autor de A mente imprudente Os intelectuais na atividade política. Se você fala na ironia da história, não é que a história deu errado, mas que ela deu certo e deu errado, que os seres humanos têm ambições e fracassam, e a ironia é a capacidade de lidar com esses dois extremos. E é a perda da ironia, nesse sentido, que é capaz de deixar as pessoas suscetíveis tanto a esperanças revolucionárias irrealistas como ao desespero nostálgico irrealista. Lilla é especialista em história intelectual, com foco particular no pensamento político e religioso do Ocidente. Completou sua formação nas universidades Wayne State e de Michigan, e fez seu mestrado na Kennedy School of Government na Universidade de Harvard. Suas investigações sobre a grande separação entre religião e política na base da formação do Estado moderno no Ocidente, assim como suas análises do pensamento de importantes intelectuais dos mais diversos espectros políticos, tornaram-no um dos historiadores das ideias mais importantes no mundo anglo-saxão. 8 9

DESTAQUES Orientado na dissertação pelo cientista social Daniel Bell, foi indicado, em 1980, para atuar como editor da The Public Interest, publicação que, durante 40 anos, foi um dos principais espaços de intelectuais à época identificados como neoconservadores norte-americanos, como Samuel Huntington e Francis Fukuyama. Quatro anos depois, tendo perdido a identificação com a linha editorial, deixou a revista para fazer seu doutorado em Harvard. Depois de lecionar nas universidades de Nova York e de Chicago, passou, em 2007, a lecionar Humanidades na Universidade de Columbia. Colabora, regularmente, para o New York Review of Books e o New York Times. É autor de A mente imprudente Os intelectuais na atividade política, que traz um perfil de pensadores, à esquerda e à direita no espectro político, que fecharam os olhos ao autoritarismo, à brutalidade e ao terrorismo de Estado; e A mente naufragada Sobre o espírito reacionário, que apresenta o reacionário não como um conservador, mas como uma figura tão radical e moderna quanto o revolucionário. Também escreveu The stillborn God, livro sobre política e religião no Ocidente moderno, ainda não publicado em português. Mark Lilla causou polêmica, em 2016, ao assinar um artigo defendendo que a vitória de Donald Trump foi baseada na fixação democrata pela questão da diversidade, pois o partido tornara-se um mero porta-voz dos grupos minoritários que não conversam entre si. Nesse cenário, publicou, em 2017, The once and future liberal, obra que aprofunda sua crítica à política de identidades adotada pelos democratas e aborda a transformação da sociedade norte-americana nas últimas décadas. O livro será publicado em 2018 no Brasil. Nos Estados Unidos, o termo liberal é usado de forma diferente do que no Brasil. Enquanto aqui se refere à livre iniciativa e à economia de mercado, para os norte-americanos está relacionado a temas sociais. Por esse motivo, a discussão proposta por Mark Lilla é tão importante no contexto das guerras culturais e do risco à democracia. Segundo o historiador, o Partido Democrata norte-americano se tornou um mero porta-voz de grupos minoritários que não dialogam entre si. Na época, foi classificado como reacionário e, para rebater, decidiu ampliar o artigo publicado no New York Times e transformá-lo em livro. The once and future liberal, livro que está sendo traduzido para o português e será publicado pela Companhia das Letras, é essencial para entender a transformação da sociedade norteamericana nas últimas décadas. Lilla afirma que a obsessão por políticas de identidade vem limitando a esquerda norte-americana e que, nesse sentido, a política precisa estar mais focada nos aspectos comuns e partilhados pelos cidadãos do que nas suas diferenças. 10 11

Autor de várias obras sobre filosofia política, como A mente imprudente e A mente naufragada, Lilla se autodenomina um progressista e brinca que consegue angariar inimigos tanto na direita quanto na esquerda na área política. Além de suas profundas análises das influências de intelectuais em agendas e crimes políticos, é um grande conhecedor da teologia cristã e de sua formação no Ocidente. Não estou dizendo que nós devemos deixar de lutar pelos direitos das pessoas ou nos voltar para outros grupos. Meu ponto é que os democratas perderam a capacidade de conceber e comunicar uma visão de país na qual pessoas de vários grupos diferentes se reconheçam e sintam que o programa político é para elas também. Se você falar em princípios gerais democráticos, como solidariedade e proteção de direitos, isso atinge igualmente o trabalhador branco e a jovem negra que acabei de mencionar. Mas o problema da política identitária é que ela mudou o foco. Priorizaram a política simbólica de querer reconhecimento, em vez de ganhar eleições. E essa política enxerga o país apenas como uma série de tribos... Então como eles vão conseguir chegar a uma visão geral se eles não acreditam na nação como um todo? (Folha de S.Paulo, março de 2018) Em março de 2018, Lilla concedeu entrevista para o jornal Folha de S.Paulo. O cientista político afirmou que a esquerda deve tirar o foco da pauta identitária e que a causa precisa de menos passeatas e mais vitórias nas urnas. Eu não defendo que se abandone a luta pelos direitos das minorias. O sentido de se lutar pelos direitos das minorias é conseguir governar de forma que seja realmente possível proteger esses direitos. Para isso, é preciso ganhar as eleições. Você não vai conseguir proteger ninguém se não vencer, você estará apenas envolvido em um teatro simbólico. https://is.gd/lilla1 https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/03/esquerda-deve-tirar-foco-da-pauta-identitaria-para-ser-eleitadiz-mark-lilla.shtml Entrevista para o programa Milênio, da GloboNews, exibida em outubro de 2016. Lilla falou sobre o livro A mente naufragada, no qual discute a ascensão do conservadorismo no mundo. Também abordou questões como o governo de Donald Trump, o crescimento dos religiosos de direita e os grupos extremistas como o Estado Islâmico. https://is.gd/lilla2 (legendado) https://globosatplay.globo.com/globonews/v/5417441/ 12 13

PARA DEBATER E CONHECER O MUNDO Há mais de uma década, a trajetória do Fronteiras do Pensamento privilegia as ideias, valoriza o conhecimento e fornece algumas das principais chaves para a compreensão do mundo e das suas complexidades. A cada temporada, um time de pensadores e profissionais reconhecidos apresenta suas próprias inquietações e provocações para que, a partir de um conjunto múltiplo e diverso, possamos traçar novas discussões, fomentar novas buscas, iluminar dúvidas e certezas e descobrir novos caminhos. O projeto, após suas mais de duas centenas de conferências internacionais e nacionais realizadas, mantém vivo o seu convite ao diálogo. Especialmente no período atual, em que encontrar consensos ao mesmo tempo em que se valoriza particularidades é um dos grandes desafios.