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Ministério Público Federal P ROCURADORIA DA R EPÚBLICA NO PARANÁ F O R Ç A -TA R E FA O P E R A Ç ÃO L AVA J ATO EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DE CURITIBA/PR SR/DPF/PR), 5048954-62.2018.4.04.7000 (Pedido de Prisão Preventiva) e 5010355-54.2018.4.04.7000 (Pedido de Quebra de Sigilo de Dados), 5033355-88.2015.4.04.7000 (IPL 1617/2015-SR/DPF/PR) e 5028412-57.2017.4.04.7000 (Pedido de Prisão Preventiva) Classificação no e-proc: Sem sigilo Classificação no ÚNICO: Normal SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO... 3 II. IMPUTAÇÕES... 9 III. DOS CRIMES DE CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (FATOS 1A a 20A e 1B a 20B)...34 III.1. Introdução... 34 III.2. Contextualização dos fatos... 42 III.3. Dos atos de corrupção ativa e passiva ora denunciados...44 IV. DOS CRIMES DE LAVAGEM DE ATIVOS (FATOS 21 a 86)...119 IV.1. Dos crimes antecedentes... 119 IV.2. Dos crimes de lavagem de ativos ora denunciados... 119 V. CAPITULAÇÃO... 173 VI. DOS REQUERIMENTOS FINAIS... 175 O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio dos Procuradores da República signatários, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, vem, perante V. Exa., com base nos elementos dos autos em epígrafe e dos demais relacionados, e com fundamento no art. 129, I, da Constituição da República Federativa do Brasil, oferecer DENÚNCIA em desfavor de: ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS PAZZA [ANDRE PAZZA], brasileiro, divorciado, filho de Elcídio Bazilio Pazza e Sonia Carlos dos Santos Pazza, natural de Brasília/DF, nascido aos 20/10/1977, CPF 052.316.237-50, residente na Avenida das Américas, nº 1245, apartamento 3310, Barra da Tijuca, CEP 22.631-000, Rio de Janeiro/RJ, atualmente custodiado no Complexo Médico Penal de Pinhais; BO HANS VILHELM LJUNGBERG [BO HANS], sueco, divorciado, filho de Hans 1/181 Para distribuição por dependência aos autos nº 5043959-74.2016.4.04.7000 (IPL 1257/2016-

CARLOS HENRIQUE NOGUEIRA HERZ [CARLOS HERZ], brasileiro, divorciado, filho de Henrique Herz e Maria de Lourdes Nogueira Herz, natural de Recife/PE, nascido aos 06/10/1953, com 65 anos de idade, CPF 363.104.257-49, residente na Rua Aperana, 66, apto 402, Leblon, CEP 22.450-190, Rio de Janeiro/RJ, atualmente custodiado no Complexo Médico Penal de Pinhais; CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA [CARLOS BARBOSA], brasileiro, divorciado, filho de Lucia Martins Barbosa, nascido em 16/09/1961, com 56 anos de idade, CPF 783.991.307-53, residente na Rua Barão de Itapagipe, nº 146, apartamento 402, Ipanema, CEP 22.421-020, Rio de Janeiro/RJ; atualmente custodiado no Complexo Médico Penal de Pinhais; CESAR JOAQUIM RODRIGUES DA SILVA [CESAR JOAQUIM], brasileiro, casado, filho de Joaquim Pereira da Silva e Deolinda Rodrigues da Silva, natural do Rio de Janeiro/RJ, nascido aos 16/04/1962, CPF 729.309.347-00, residente na Rua Jacarandas da Península, nº 1000, apartamento 1004, Barra da Tijuca, CEP 22.776050, Rio de Janeiro/RJ; atualmente foragido em Portugal; DENI FRANÇA MOURA [DENI FRANÇA], brasileiro, casado, filho de Carlos Alberto Moura e Rosely França Moura, nascido aos 10/04/1979, CPF 086.367.60739, residente na Vila São Judas Tadeu, 68, Mosela, CEP 25.675-042, Petrópolis/RJ; GUSTAVO BUFFARA BUENO [GUSTAVO BUFFARA], brasileiro, casado, filho de Renato Guimarães Bueno e Maria do Rocio Buffara Bueno, natural de Curitiba, nascido aos 15/11/1977, CPF 003.330.169-71, residente na Rua Barão da Torre, nº 527, apartamento 1002, Ipanema, CEP 22.411-003, Rio de Janeiro/RJ, atualmente custodiado no Complexo Médico Penal de Pinhais; JORGE DE OLIVEIRA RODRIGUES [JORGE RODRIGUES], brasileiro, casado, filho de Manoel Rodrigues e Floripes de Oliveira Rodrigues, natural do Rio de Janeiro/RJ, nascido aos 30/11/1948, com 70 anos de idade, CPF 179.517.807-82, residente na Avenida Lucio Costa, nº 3600, bloco 04, apartamento 203, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ; LUIZ EDUARDO LOUREIRO ANDRADE [LUIZ EDUARDO], brasileiro, casado, filho de Luiz Vilhena de Araújo Andrade e Dagmar Loureiro Andrade, natural do Rio de Janeiro/RJ, nascido aos 14/03/1959, CPF 603.260.857-34, residente no endereço 9901 E Bay Harbor Dr, apartment 603, FL 33154, Miami, Flórida, Estados Unidos da América; atualmente foragido nos Estados Unidos da América; MARCUS ANTONIO PACHECO ALCOFORADO [MARCUS ALCOFORADO], brasileiro, casado, filho de Antonio Guedes Alcoforado e Dineida Pacheco Alcoforado, natural de Rio de Janeiro/RJ, nascido em 03/03/1962, CPF 2/181 Ruben Ljungberg e Sign Hild Lilian Ljungberg, natural de Lidingo/Suécia, nascido em 22/12/1955, com 62 anos de idade, CPF 059.707.357-01, residente no endereço Wittstocksgatan, 28, 115 27, Estocolmo, Suécia; atualmente foragido na Suécia;

720.856.067-68, residente na Rua Jornalista Alberto Francisco Torres, Icarai, Niterói/RJ, atualmente custodiado no Complexo Médico Penal de Pinhais; RODRIGO GARCIA BERKOWITZ [RODRIGO BERKOWITZ], brasileiro, casado, filho de Paulo Cesar Pereira Berkowitz e Aurora Maria Garcia Berkowitz, natural de Petrópolis/RJ, nascido aos 06/11/1979, CPF 084.999.877-88, residente na Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 144, apartamento 505, Centro, CEP 22.051-600, Petrópolis/RJ; atualmente foragido nos Estados Unidos da América. I. INTRODUÇÃO Esta denúncia decorre da continuidade da investigação que visou a apurar diversas estruturas paralelas ao mercado de câmbio, abrangendo um grupo de doleiros com âmbito de atuação nacional e transnacional. A investigação inicialmente apurou a conduta do doleiro CARLOS HABIB CHATER e pessoas físicas e jurídicas a ele vinculadas, ligadas a um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-deputado federal JOSÉ MOHAMED JANENE e as empresas CSA Project Finance Ltda. e Dunel Indústria e Comércio Ltda., sediada em Londrina/PR. Essa primeira apuração resultou na ação penal nº 5047229-77.2014.404.7000, em trâmite perante esse i. Juízo. A partir de monitoramento de comunicações telefônicas, descobriu-se que HABIB mantinha intenso contato com ALBERTO YOUSSEF para consecução de seus propósitos criminosos. Com a investigação de ALBERTO YOUSSEF (núcleo BIDONE), evidenciou-se uma organização criminosa voltada para a prática de delitos contra a administração pública no seio da PETROBRAS. Em razão disso, foi proposta a ação penal nº 5026212.82.2014.404.7000, que tratou da lavagem de dinheiro dos recursos desviados da REFINARIA ABREU E LIMA pela empresa CAMARGO CORREA, na qual imputou-se a PAULO ROBERTO COSTA, ex-diretor de abastecimento da PETROBRAS, a prática de lavagem de dinheiro oriundo de crimes contra a Administração Pública e participação na organização criminosa liderada pelo doleiro ALBERTO YOUSSEF. Com o aprofundamento das investigações, desvelou-se a existência de um gigantesco esquema criminoso voltado para a prática de crimes contra a PETROBRAS S/A. Nesse contexto, eram cometidos delitos contra a ordem econômica, corrupção e lavagem de dinheiro, 3/181 PAULO CESAR PEREIRA BERKOWITZ [PAULO BERKOWITZ], brasileiro, casado, filho de Paulo Berkowitz e Carmen Pereira Berkowitz, natural do Rio de Janeiro/RJ, nascido aos 11/05/1954, com 64 anos de idade, CPF 381.471.227-72, residente na Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 144, apartamento 505, Centro, CEP 25.680-195, Petrópolis/RJ;

com a formação de um grande e poderoso Cartel do qual participaram as empresas OAS, ODEBRECHT, UTC, CAMARGO CORREA, TECHINT, ANDRADE GUTIERREZ, MENDES JÚNIOR, PROMON, MPE, SKANSKA, QUEIROZ GALVÃO, IESA, ENGEVIX, SETAL, GDK e GALVÃO ENGENHARIA. Essa articulação possibilitou que fosse fraudada a competitividade dos de 2004 e 2014, majorando ilegalmente os lucros das empresas em centenas de milhões de reais. No bojo das investigações e ações penais decorrentes da denominada Operação Lava Jato, em curso perante essa 13a Vara Federal de Curitiba, foi revelada a existência de uma complexa e sofisticada organização criminosa estruturada para operacionalizar um esquema de corrupção político-partidária e de loteamento de cargos públicos para angariação de propinas que financiariam partidos políticos e engordariam o patrimônio dos políticos envolvidos. Para que esse esquema funcionasse, foram cooptados funcionários de alto escalão da PETROBRAS e de outros órgãos e empresas públicas. As investigações se desenvolveram em camadas, de modo que hoje já se tem por certo que os diversos envolvidos se especializaram em quatro núcleos de atuação, sendo que cada um dos núcleos dá suporte à atuação dos demais: a) o núcleo político1, b) o núcleo econômico 2, c) o núcleo administrativo3 e d) o núcleo financeiro4. No decorrer das investigações e ações penais realizadas no bojo do caso Lava Jato, revelou-se que as empreiteiras cartelizadas que celebravam contratos com a PETROBRAS (núcleo econômico), em virtude de um esquema de corrupção sistêmica, pagavam vantagens indevidas para funcionários da estatal (núcleo administrativo) e agentes políticos (núcleo político) no importe que variava entre 1 a 3% do valor dos contratos. 1 2 3 4 O núcleo político é formado principalmente por parlamentares e ex-parlamentares federais que, utilizando-se de suas agremiações partidárias, indicavam e mantinham funcionários de alto escalão da PETROBRAS e em outras entidades e órgãos públicos, recebendo vantagens indevidas pagas pelas empresas (componentes do núcleo econômico) contratadas pela Administração Pública Direta e Indireta. O núcleo econômico era formado por empresas que pagavam vantagens indevidas a funcionários de alto escalão das entidades da Administração Direta e Indireta e aos componentes do núcleo político, por meio da atuação dos operadores financeiros, para manutenção do esquema. O núcleo administrativo era formado pelos funcionários de alto escalão da Administração Direta e Indireta, os quais eram indicados pelos integrantes do núcleo político e recebiam vantagens indevidas das empresas cartelizadas, componentes do núcleo econômico, para viabilizar o funcionamento do esquema. O núcleo financeiro era formado pelos operadores tanto do recebimento das vantagens indevidas das empresas integrantes do núcleo econômico como do repasse dessa propina aos componentes dos núcleos político e administrativo, mediante estratégias de ocultação da origem desses valores. 4/181 procedimentos licitatórios referentes às maiores obras contratadas pela PETROBRAS entre os anos

Apurou-se, ainda, que diversas outras empresas, além das empreiteiras cartelizadas, integraram o esquema de corrupção e optaram pela realização do pagamento de vantagens inde vidas para funcionários da PETROBRAS como forma de obter facilidades em negócios com a estatal petrolífera. Em seu termo de colaboração nº 17/23, NESTOR CUÑAT CERVERÓ, ex-diretor da trading de produtos da PETROBRAS, sobre a pulverização desses ilícitos por diversos cargos, produtos e países e sobre a existência de ingerência política nos negócios 5. Declaração de igual teor foi prestada pelo colaborador DELCÍDIO DO AMARAL, exsenador da República e ex-diretor de Gás e Energia da PETROBRAS, no Anexo 12 de sua delação, que veio a ser ratificado pelo Termo de Colaboração nº 21, ambos tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal na Petição nº 59526. Dos depoimentos dos colaboradores, extrai-se que as operações de trading (compra e venda) de petróleo, derivados e outros produtos realizadas pela PETROBRAS, que eram de responsabilidade da Diretoria de Abastecimento, mais especificamente, de sua Gerência Executiva de Marketing e Comercialização (o braço comercial da PETROBRAS), oferecem um 5 6 ANEXO71 Termo de colaboração nº 17/23 de NESTOR CERVERÓ: [ ] QUE o trading de combustíveis tem imenso volume de negócios, maior que o de afretamento de navios; QUE o volume de negócios de afretamento de navios é grande mas o volume de recursos é menor se comparado ao trading de combustíveis; QUE a principal característica a unir o trading e o afretamento de navios está no fato de que ambas atividades não são aprovadas previamente pela diretoria; [...] QUE a PETROBRAS possui escritórios de trading no Rio de Janeiro, Nova Iorque (escritório de representação, é mais financeiro que trading), Houston e Londres, sendo o Rio de Janeiro o centro de operações; QUE nesses escritórios a PETROBRAS compra e vende petróleo e seus derivados no mercado internacional; QUE o movimento é muito grande; QUE, há algum tempo, a PETROBRAS negociava 300 mil barris de petróleo e 400 mil barris de diesel por dia; QUE comercializa outros volumes de gasolina, querosene de aviação, GLP e óleo combustível pesado; QUE essa comercialização é feita principalmente através das companhias de comercialização, ou trading companies; QUE, ao que se recorda, as maiores tradings são a GLENCOR e TRAFIGURA; QUE a venda é diária, atendendo necessidades imediatas dos países e companhias de petróleo; QUE a negociação é fechada por meio das tradings; QUE, o volume negociado é muito grande e nesse volume, os centavos das negociações diárias podem render milhões de dólares ao final do mês em propina; [...] QUE, em tese, os funcionários envolvidos no recebimento dessa propina são os funcionários da área de trading e da diretoria de abastecimento; [...] QUE sempre houve algum tipo de ingerência política na atuação da área de trading; QUE, ao que tem conhecimento, o último responsável pela área de trading era o PEREIRA, ou PEREIRINHA, pessoa indicada por LOBÃO; [...] QUE o esquema de trading operou com ROGERIO MANSO até 2004; QUE em 2006, parte da campanha de JACQUES WAGNER foi bancada com recursos obtidos nas operações de trading, então, embora não formalmente, sob a coordenação de ROGERIO MANSO; QUE mesmo após PAULO ROBERTO COSTA assumir a diretoria de abastecimento em 2004, ROGERIO MANSO continuou tendo influência na área de trading até 2006 ou 2007; QUE PEREIRINHA assumiu as operações de trading em 2010, aproximadamente, como gerente executivo; [...]. Termo de colaboração desmembrado pelo Supremo Tribunal Federal na Petição nº 5886 e autuado na 13ª Vara Federal de Curitiba na Representação Criminal nº 5019903-74.2016.4.04.7000, evento 3, TERMO20. Anexo 12 da colaboração de DELCÍDIO DO AMARAL, ratificado pelo seu Termo de Colaboração nº 21: DELCÍDIO DO AMARAL tem conhecimento que uma das áreas mais cobiçadas da PETROBRAS é a de Abastecimento, principalmente, em razão da comercialização de petróleo no exterior, na medida em que são comercializados 300.000 barris diários de petróleo leve, em números atuais, isso representaria em media quase US$ 10 milhões por dia. DELCIDIO sabe que as operações financeiras são todas feitas em Londres através de "brokers", tal modo de comercialização permite que pequenas variações no preço do petróleo representem altos ganhos aos seus principais operadores, dando azo a um terreno fértil para varias ilicitudes, vez que os preços podem ser alterados artificialmente, DELCIDIO DO AMARAL sabe que a permanência de ROGÉRIO MANSO na Diretoria de Abastecimento buscava manter esse quadro de ilicitude. A manutenção de MANSO foi "bancada" pelo então ministro da Fazenda, ANTONIO PALOCCI, a pedido do ex-ministro PEDRO MALAN. Disponível em https://politica.estadao.com.br/blogs/faustomacedo/wp-content/uploads/sites/41/2016/03/308950183.pdf 5/181 Área Internacional da PETROBRAS, traçou um panorama sobre os ilícitos perpetrados na área de

ambiente propício para o surgimento de esquemas de corrupção, pois: b) movimentam quantias imensas de recursos em transações spot diárias e contratos de longo prazo, de modo que, de negócio em negócio, com variações ínfimas nos preços dos produtos, quantias milionárias de propina podem ser geradas; c) são realizadas tendo como contraparte predominantemente empresas estrangeiras, sendo que a própria PETROBRAS mantém escritórios e funcionários no exterior e no Brasil (centro de operações no Rio de Janeiro/RJ) para tanto, o que facilita o recebimento e o rateio de propina em contas bancárias no exterior e em operações no mercado negro de câmbio; d) sofrem forte ingerência política, decorrente dos processos de indicação e manutenção de funcionários nos cargos. Demais disso, o que se observa é que os esquemas são impulsionados pelo fato de ser extremamente difícil aferir a posteriori a existência de irregularidades nas operações de trading, pois isso dependeria de uma reconstrução de todas as circunstâncias do complexo mercado inter nacional de petróleo e derivados e das estratégias comerciais da PETROBRAS que, naquela negoci ação específica, interfeririam no preço e na escolha da trading company. O problema do controle é agravado também pelo fato de que as operações de trading necessitam ser ágeis, o que impõe certo grau de informalidade nas negociações da PETROBRAS com as trading companies. As peculiaridades dos negócios de trading foram apontadas com absoluta propriedade pela PETROBRAS no Relatório Final da Comissão Interna de Investigação instaurada pelo DIP RGN 112/2017, de 23/08/2017, para apurar irregularidades nas operações realizadas pela estatal com as trading companies TRAFIGURA e GLENCORE7. No caso específico, descobriu-se que a companhia de comercialização (trading company) VITOL8, visando a obter melhores preços e mais oportunidades em negócios spot de compra 7 8 ANEXOS 72 e 73 Relatório Final da Comissão Interna de Investigação instaurada pelo DIP RGN 112/2017. Sobre esses anexos, requer-se a aposição de sigilo nível 2 no eproc, a fim de que o acesso aos mesmos seja permitido somente aos advogados das partes. Empresa multinacional fundada na Holanda com escritórios em 31 países (incluindo o Brasil) espalhados por todos os continentes. Seu centro de operações se localiza na Suíça. Fonte: https://www.vitol.com/. 6/181 a) não necessitam de autorização prévia da Diretoria, o que facilita a pulverização dos esquemas ilícitos nas mãos de diversos funcionários de menor escalão ligados à Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, lotados no Brasil e no exterior, os quais possuem elevada discricionariedade nas operações;

e venda de gasóleo de vácuo (VGO)9, óleo combustível10 e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS, bem como em negócios de locação de tanques de armazenamento de tais produtos para a estatal brasileira, ofereceu e efetivamente pagou vantagens indevidas para funcionários públicos ligados a esses negócios, que ao tempo dos fatos estava a cargo de empregados da Gerência-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e gerências executivas da Diretoria de Abastecimento, ao lado das gerências executivas de Refino, Logística, Petroquímica e Corporativa. As investigações foram conduzidas sobretudo nos autos nº 5048954-62.2018.4.04.7000 (Pedido de Prisão Preventiva), 5010355-54.2018.4.04.7000 (Pedido de Quebra de Sigilo de Dados) e 5043959-74.2016.4.04.7000 (IPL 1257/2016-SR/DPF/PR). Em síntese, revelou-se que, ao menos de março de 2011 a fevereiro de 2014, LEDU (agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS, com profundo conhecimento sobre as atividades do departamento comercial da estatal e com fortes conexões com funcionários públicos deste setor da petrolífera brasileira), BO HANS (agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS e com profundas conexões com altos executivos da VITOL sediados em Houston/TX, nos EUA), CARLOS HERZ (agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS, sócio de LEDU e de BO HANS), CARLOS BARBOSA (codinomes Phill Collins e CAB ) (Gerente-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker da Petrobras até meados de 2010 e, em seguida, Gerente-Geral de Comércio de Produtos Especiais da Petrobras, mas ainda mantendo ingerência sobre os negócios da gerência anterior, em vista de sua ascendência sobre funcionários daquela área), RODRIGO BERKOWITZ (codinomes Batman, Morcego e Robson Santos ) (então trader do escritório da Petrobras em Houston, enviado para a missão no exterior pelo seu então chefe CARLOS BARBOSA, responsável pela compra e venda de óleos com bustíveis e outros produtos sob a responsabilidade da Gerência-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker da Petrobras, subordinado a MARCUS ALCOFORADO e a JORGE RODRIGUES), CESAR JOAQUIM (codinomes Dehl, Golfinho e Flipper ) (ex-trader e então Gerente de Comercialização de Bunker da Petrobras, com influência sobre os negócios da Gerência9 10 Gasóleo de Vácuo (Vaccum Gas Oil - VGO): derivado do petróleo utilizado na produção de outras substâncias, como a gasolina e o diesel. Fonte: http://sites.petrobras.com.br/minisite/reach/downloads/fichas-tecnicas/ingles/pel/vacuum-gas-oil.pdf Óleo combustível: Derivado do petróleo obtido no processo de refino utilizado pela indústria para aquecimento de caldeiras e fornos, ou em motores de combustão interna para geração de calor. De acordo com os processos e misturas que passa nas refinarias, ele apresenta uma diversidade de tipos que atendem as mais variadas exigências do mercado. Fonte: http://www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/produtos/industriais/oleo-combustivel/ 7/181 Bunker, inserida na estrutura da Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, uma das 5

Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker, subordinado a JORGE RODRIGUES), JORGE RODRIGUES (codinomes Beb e JR ) (sucessor de CARLOS BARBOSA no cargo de Gerente-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker, superior hierárquico de RODRIGO BERKOWITZ, CESAR JOAQUIM e MARCUS ALCOFORADO), MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) (então Gerente de Comércio Externo de Óleos Combustíveis da Petrobras, da Petrobras ainda não identificado referido pelos codinomes Log e Logístico (funcionário do departamento logístico da Petrobras responsável por regular a quantidade e o tipo de deriva dos de petróleo que eram produzidos nas refinarias da estatal, de modo que podia criar artificialmente situações de demanda ou oferta de produtos cuja comercialização era do interesse da VITOL; tal manipulação da oferta e da demanda de produtos nas refinarias da PETROBRAS pelo funcionário do departamento logístico também possibilitava aos agentes corruptos do departamento comercial da PETROBRAS a fixação de preços de compra e de venda mais vantajosos às trading companies), visando a obter vantagens indevidas e valores ilícitos para si e para outrem, mediante a concessão de vantagens comerciais para a VITOL nas operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS, bem como em negócios de locação de tanques de armazenamento de tais produtos para a estatal brasileira, com a anuência e envolvimento de MIKE LOYA (presidente do braço estadunidense da VITOL e um dos sócios da trading company), TONY MAARRAOUI (executivo da VITOL residente nos EUA responsável pelos negócios da trading company na América Latina e no Caribe) e outros executivos internacionais da trading company, implementaram, por meio da constituição de uma organização criminosa, esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Além da VITOL, a organização criminosa formada pelos agentes privados e funcionários públicos referidos no parágrafo anterior também atuavam para favorecer outras trading companies que negociavam com a PETROBRAS, a exemplo da GLENCORE e da CHEMIUM. O histórico das atividades e da composição dessa organização criminosa de março de 2011 a fevereiro de 2014 está descrito em detalhes, com base nas provas colhidas até o momento, no parecer ministerial acostado no evento 12 (p. 4 a 38) do Pedido de Prisão Preventiva nº 5048954-62.2018.4.04.7000 e também na representação policial apresentada no evento 1 daqueles autos. 8/181 superior hierárquivo de RODRIGO BERKOWITZ e subordinado a JORGE RODRIGUES) e funcionário

Relativamente à VITOL, foram descritos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados pela organização criminosa para favorecer a trading company em 55 operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizadas com a PETROBRAS no mercado internacional e 25 prestações mensais de locação pela PETROBRAS de tanque de armazenamento da VITOL localizado na ilha de Santo Eustáquio, no Caribe, pertencente Na presente denúncia, contudo, tendo em vista a complexidade dos fatos, serão objeto de imputação crimes de corrupção e lavagem de ativos praticados para beneficiar a VITOL em 20 operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizadas com a PETROBRAS no mercado internacional. Desse modo, serão objeto de imputação em outras denúncias pelo menos os seguintes crimes praticados pelos referidos agentes para garantir à VITOL vantagens ilícitas nas operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS, bem como em negócios de locação de tanques de armazenamento de tais produtos para a estatal brasileira: a) crimes de pertinência a organização criminosa e quadrilha, relativos aos agentes que, entre março de 2011 e fevereiro de 2014, associaram-se de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas com o objetivo de, mediante a prática de crimes de corrupção e lavagem de ativos, beneficiar a VITOL nas operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS, bem como em negócios de locação de tanques de armazenamento de tais produtos para a estatal brasileira; b) crimes de corrupção e lavagem de ativos praticados para beneficiar a VITOL em, pelo menos, outras 35 operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS; c) crimes de corrupção e lavagem de ativos praticados para beneficiar a VITOL em, pelo menos, 25 prestações mensais de locação pela PETROBRAS de tanque de armazenamento da VITOL localizado na ilha de Santo Eustáquio, no Caribe, pertencente aos Países Baixos; d) os crimes de corrupção e lavagem de ativos praticados pelo funcionário da Petrobras ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. II. IMPUTAÇÕES 9/181 aos Países Baixos.

Por volta de 19/04/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 129.094 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio ARIADNE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.1. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 1A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 1B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 1B). Por volta de 26/04/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 321.346 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue 10/181 LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em

pelo navio AMAZON realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.2. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 2A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 2B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 2B). Por volta de 04/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 245.422,308 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 que foi entregue pelo navio OVERSEAS CASCADE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.3. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para 11/181 JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos

indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 3A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 3B). Pela coautoria com conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 3B). Por volta de 18/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio NESTOS realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.4. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 4A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 4B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, 12/181 RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a

PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 4B). Por volta de 27/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 99.086,873 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio VOIDOMATIS realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.5. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 5A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 5B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 5B). Por volta de 14/06/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e 13/181 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para

LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio AMAZON GLADIATOR realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.6. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 6A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 6B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 6B). Por volta de 29/07/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,045 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,045 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,045 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,04 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 549.954,940 bbl de óleo combustível que foi entregue pelo navio GENMAR REVENGE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.7. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,025 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da 14/181 LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre

promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, parágrafo único, do Código Penal (FATO 7A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 7B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 7B). Por volta de 05/10/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,27 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,16 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,32 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 161.408,720 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock que foi entregue pelo navio ALKYONES realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.8. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 8A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO 15/181 BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e

BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 8B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal Por volta de 27/07/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 245.114 bbl de óleo combustível de densidade API 6 que foi entregue pelo navio STENA PENGUIM realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.9. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 9A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 9B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 9B). Por volta de 17/08/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais 16/181 (FATO 8B).

foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 65.995 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3 que foi entregue pelo navio BRITISH COURTESY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.10. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 10A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 10B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 10B). Por volta de 27/08/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 248.274 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7 que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.11. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de 17/181 HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na

observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 11A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 11B). Por volta de 21/09/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 297.355 bbl de óleo combustível de densidade API 15 e 157.077 bbl de óleo combustível de densidade API 9.2 que foram entregues pelo navio AMAZON GUARDIAN realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.12. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 12A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 12B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO 18/181 previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 11B). Pela coautoria com RODRIGO

BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 12B). Por volta de 11/01/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,283 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,283 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 182.701 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.13. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,283 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 13A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 13B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 13B). Por volta de 03/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,166 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 212.865 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio VOIDOMATIS realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.14. desta denúncia. Por intermediarem 19/181 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais

tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,166 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 14A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 14B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 14B). Por volta de 03/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,166 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 149.850,27 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.15. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,166 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 15A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 15B). Pela coautoria com RODRIGO 20/181 indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU,

BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 15B). Por volta de 26/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os indevidas de 0,083 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,033 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 216.921 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio CHEMTRANS SUN realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.16. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,083 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 16A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 16B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 16B). Por volta de 05/11/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,083 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,033 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 148.298 bbl de óleo 21/181 representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens

combustível do tipo HSFO que foi entregue pelo navio OVERSEAS REYMAR realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.17. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,083 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 17A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 17B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 17B). Por volta de 12/11/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,066 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 152.239 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.18. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 18A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e 22/181 BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração

MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 18B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal Por volta de 14/01/2014, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,133 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,083 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 351.679 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio DESPINA ADRIANNA realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.19. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,133 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 19A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 19B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 19B). Por volta de 04/02/2014, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,10 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,05 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e 23/181 (FATO 18B).

recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio RIGA realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional, descrita no item III.3.20. desta denúncia. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,10 HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 20A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 20B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 20B). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 19/04/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 581.554,26 (quinhentos e oitenta e um mil, quinhentos e cinquenta e quatro dólares e vinte e seis centavos), por de meio de 11 (onze) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta offshore PIMELIR, em favor do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ, a qual além de não declarada e mantida no exterior, tinha como beneficiário formal o denunciado DENI FRANÇA, que cuidava de todas as questões ligadas à PIMELIR juntamente com PAULO BERKOWITZ, ambos pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, RODRIGO 24/181 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS

BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, entre si ajustados, recebiam da ENCOM TRADING na PIMELIR, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.1. desta denúncia, agindo DENI FRANÇA, em concurso de pessoas, incorreram, por 8 (oito) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 21 a 28) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). O denunciado CESAR JOAQUIM incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 27). O denunciado JORGE RODRIGUES incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 27) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). O denunciado MARCUS ALCOFORADO incorreu por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no período compreendido entre 25/09/2012 e 05/02/2014, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 392.624,00 (trezentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e quatro dólares), por de meio de 09 (nove) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta offshore PIMELIR, em favor do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ, a qual além de não declarada e mantida no exterior, tinha como beneficiário formal o denunciado DENI FRANÇA, que cuidava de todas as questões ligadas à PIMELIR juntamente com PAULO BERKOWITZ, ambos pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, entre si ajustados, recebiam da CELIXORE AB na PIMELIR, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.2. desta 25/181 dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e

denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA e MARCUS ALCOFORADO, em concurso de pessoas, incorreram, por 9 (nove) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 32 a 40). O denunciado JORGE RODRIGUES incorreu, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 32 e 33). favor da ENCOM, no período compreendido entre 20/05/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 352.850,59 (trezentos e cinquenta e dois mil, oitocentos e cinquenta dólares e cinquenta e nove centavos), por de meio de 9 (nove) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta da offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, CARLOS BARBOSA recebia da ENCOM TRADING na COVERWOOD INVESTIMENTS, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, RODRIGO BERKOWITZ, LEDU e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.3. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 5 (cinco) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 41 a 45) e por 4 (quatro) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 46 a 49). Os denunciados CESAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES incorreram, por 4 (quatro) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 41 a 44). O denunciado RODRIGO BERKOWITZ incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 44). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 05/05/2011 e 07/10/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e 26/181 Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em

dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 426.488,93 (quatrocentos e vinte e seis mil, quatrocentos e oitenta e oito dólares e noventa e três centavos), por de meio de 05 (cinco) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta da offshore dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, CARLOS BARBOSA recebia da ENCOM TRADING na BURROW TRADE, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, LEDU e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.4. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 5 (cinco) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 50 a 54). Os denunciados CESAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 51). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no dia 14/01/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 51.500,00 (cinquenta e um mil e quinhentos dólares), por de meio de 1 (um) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.5. desta denúncia, agindo dolosamente BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, redação em vigor (FATO 55). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no dia 24/09/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, 27/181 BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA. Além de promover a ocultação e

disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 53.000,00 (cinquenta e três mil dólares), por de meio de 1 (um) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.6. desta concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, redação em vigor (FATO 56). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 21/04/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 78.538,11 (setenta e oito mil, quinhentos e trinta e oito dólares e onze centavos), por de meio de 6 (seis) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, nas contas bancárias mantidas por LEDU no exterior. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.7. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de pessoas, incorreram, por 3 (três) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 57 a 59) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 60 a 62). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no período compreendido entre 24/09/2012 e 08/11/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 97.837,00 (noventa e sete mil, oitocentos e trinta e sete dólares), por de meio de 4 (quatro) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, nas contas bancárias mantidas por LEDU no exterior. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB em suas contas mantidas no exterior, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS 28/181 denúncia, agindo dolosamente BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em

BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.8. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de pessoas, incorreram, por 4 (quatro) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 63 a 66). O denunciado CARLOS BARBOSA incorreu, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, na data de 05/04/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 90.450,00 (noventa mil, quatrocentos e cinquenta dólares), por de meio de 2 (dois) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore TUTEN, controlada por LEDU. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da TUTEN, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.9. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 67 e 68). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, nas datas de 20/01/2014 e 04/02/2014, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 107.900,00 (cento e sete mil e novecentos dólares), por de meio de 2 (dois) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore CONWAY UNITED SA, controlada por LEDU. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da CONWAY UNITED SA, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.10. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, 29/181 65 e 66).

CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 69 e 70). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, na data de 14/11/13, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 26.900,00 (vinte e seis mil e novecentos dólares), por de meio de 1 (um) repasse de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore COLDSPRING TRADING INVESTORS COPR, controlada por LEDU. Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da COLDSPRING, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.11. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATO 71). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, na data de 06/02/14, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 17.907,00 (dezessete mil, novecentos e sete dólares), por de meio de 1 (um) repasse de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da BH FOTO ELECTRONICS, em benefício de LEDU. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.12. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATO 72). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 29/06/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade 30/181 desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e

de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 163.078,69 (cento e sessenta e três mil e setenta e oito dólares e sessenta e nove centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore AURORA 2010 SA, cujo beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.13. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 73). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 17/10/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 41.056,31 (quarenta e um mil e cinquenta e seis dólares e trinta e um centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore ERMONT FINANCE, cujo beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, disponibilizou valores em reais no Brasil, em favor de CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.14. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 74). 31/181 disponibilizou valores em reais no Brasil, em favor de RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM,

Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 02/05/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, oitocentos e sessenta e dois dólares, e noventa e quatro centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore ALEASE INVESTMENT SA, cujo beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, disponibilizou valores em reais no Brasil, em favor de CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.15. desta denúncia, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 75). Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de transferências para a offshore PIMELIR S/A, entre 30/01/2014 e 26/06/2014, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 1.220.000,00 (um milhão, duzentos e vinte e mil dólares norte-americanos), por meio de 9 (nove) contratos de câmbio dissimulados em favor da pessoa jurídica BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL, convertendo, dessa forma, valores de origem criminosa em ativos lícitos com a sua inserção na atividade econômico-financeira. Nestes termos, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.16. desta denúncia, agindo dolosamente, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA e RODRIGO BERKOWITZ, em concurso de pessoas, incorreram, por 9 (nove) vezes, na prática do delito do artigo 1º, caput, 1, inciso I e 2, inciso I, c/c 4º da Lei 9.613/98 (FATOS 76 a 84) Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de repasse a CARLOS BARBOSA em espécie no Brasil e por meio de transferências para as contas bancárias que o denunciado mantinha na Suíça em nome próprio (no Credit Suisse e no Julius Bär) e em nome das 32/181 localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 47.862,94 (quarenta e sete mil,

offshores BURROW TRADE CORPORATION (no Credit Suisse), COVERWOOD INVESTMENTS SA (no Julius Bär) e GUARDIAN GROWTH LIMITED (no Pictet), entre 01/04/2013 e 09/11/2016, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA BUENO e ANDRÉ PAZZA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente R$ imobiliárias relacionadas à compra, dação e permuta do apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, localizado na Rua Prudente de Morais nº 1415, Ipanema, Rio de Janeiro/RJ, convertendo, dessa forma, valores de origem criminosa em ativos lícitos, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.17. desta denúncia, agindo dolosamente, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA e ANDRÉ PAZZA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 1º, I e II, e 4º, da Lei 9.613/98 (FATO 85). Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de repasse a CARLOS BARBOSA para as contas bancárias que o denunciado mantinha na Suíça em nome próprio (no Credit Suisse e no Julius Bär) e em nome das offshores BURROW TRADE CORPORATION (no Credit Suisse), COVERWOOD INVESTMENTS SA (no Julius Bär) e GUARDIAN GROWTH LIMITED (no Pictet), entre 12/11/2014 e 09/08/2016, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA BUENO e ANDRÉ PAZZA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 1.769.166,15 (um milhão, setecentos e sessenta e nove mil, cento e sessenta e seis dólares e quinze centavos), por meio operações financeiras e imobiliária que resultaram na doação simulada do apartamento 801 do edifício situado à Rua Barão da Torre, nº 619, Ipanema, Rio de Janeiro/RJ, e na guarda de valores excedentes em local ainda oculto, convertendo, dessa forma, valores de origem criminosa em ativos lícitos, e os mantendo sob guarda de forma oculta, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. Assim, pelas operações de lavagem de dinheiro narradas no item IV.2.18. desta denúncia, agindo dolosamente, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA e ANDRÉ PAZZA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 1º, I e II, e 4º, da Lei 9.613/98 (FATO 86). 33/181 3.150.000,00 (três milhões e cento e cinquenta mil reais), por meio operações financeiras e

III. DOS CRIMES DE CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (FATOS 1A a 20A e 1B a 20B) III.1. Introdução No período compreendido entre março de 2011 e fevereiro de 2014, LUIZ EDUARDO, BO HANS e CARLOS HERZ, previamente ajustados com MIKE LOYA (presidente do da VITOL residente nos EUA responsável pelos negócios da trading company na América Latina e no Caribe) e outros executivos internacionais da trading company, em unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de modo consciente e voluntário, ofereceram e prometeram vantagens indevidas para os funcionários da PETROBRAS CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, para determiná-los a praticar, omitir e retardar atos de ofício que beneficiassem a VITOL na negociação, celebração e execução de 20 (vinte) negócios spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO) e óleo combustível realizados no mercado internacional com a PETROBRAS. Em consequência das promessas e das vantagens indevidas recebidas, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL em negócios spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO) e óleo combustível realizados com a PETROBRAS no mercado internacional. Assim agindo, LUIZ EDUARDO, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram na prática de crimes de corrupção ativa em sua forma majorada, previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal. (FATOS 1A a 20A) Por outro lado, no mesmo período, compreendido entre março de 2011 e fevereiro de 2014, em razão de suas funções públicas como funcionários da PETROBRAS, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, de modo consciente e voluntário, aceitaram as promessas, solicitaram e receberam, para si e para outrem, vantagens indevidas prometidas e oferecidas por LUIZ EDUARDO, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto dos 20 (vinte) negócios spot de compra e 34/181 braço estadunidense da VITOL e um dos sócios da trading company), TONY MAARRAOUI (executivo

venda de gasóleo de vácuo (VGO) e óleo combustível realizados no mercado internacional com a PETROBRAS. Em consequência das promessas e das vantagens indevidas recebidas, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL em negócios spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO) e óleo combustível realizados com a PETROBRAS no mercado internacional. Assim agindo, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram na prática de crimes de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal. (FATOS 1B a 20B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATOS 1B a 20B). A prova da efetiva atuação de CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e do funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO em contrapartida às vantagens indevidas acordadas e repassadas por LUIZ EDUARDO, BO HANS e CARLOS HERZ com infração aos deveres funcionais, inclusive com inobservância dos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade para favorecer a VITOL com mais negócios spot de compra e venda de gasóleo de vácuo e óleo combustível com a PETROBRAS no mercado internacional, enter outros negócios, e a preços mais vantajosos, consta do robusto material probatório que acompanha esta denúncia e instrui os autos relacionados. A título ilustrativo, cumpre trazer à baila os elementos abaixo. Foram localizadas conversas de e-mail de BO HANS, LEDU (codinome Tiger ) e CARLOS HERZ que evidenciam que o serviço da organização criminosa era contratado pelas trading companies porque (a) viabilizava a celebração de negócios com a PETROBRAS a preços melhores do que os que poderiam ser praticados no mercado, (b) dava cobertura aos executivos da trading company, que não precisariam entrar em contato diretamente com os funcionários 35/181 LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos

corruptos da PETROBRAS e (c) estruturava e ocultava os pagamentos de vantagens indevidas e de A conversa de e-mail a seguir entre RODRIGO BERKOWITZ (codinome Robson Santos ), CESAR JOAQUIM (codinomes Golfinho e Dehl Phin ), CARLOS BARBOSA (codinome Phill Collins ) e LUIZ EDUARDO (codinome Tiger ) evidencia que, enquanto RODRIGO BERKOWITZ, como trader da PETROBRAS em Houston/TX, possuía no esquema criminoso uma função mais operacional (podendo direcionar negócios para a VITOL e fixar preços mais vantajosos 11 ANEXO2, p. 148, 154-158 36/181 propina por meio de contas internacionais em nome de offshores11:

à trading company), CESAR JOAQUIM e CARLOS BARBOSA, como gerentes da área comercial lotados na sede da PETROBRAS no Rio de Janeiro, tinham uma função de cobertura, desembaraço e articulação com outros empregados da sede da estatal, para permitir que o esquema pudesse Os e-mails abaixo são apenas alguns dentre os inúmeros exemplos de como RODRIGO BERKOWITZ (codinomes Batman, Morcego, Robson Santos ), na condição de trader da PETROBRAS em Houston/TX, manipulava os preços de compra ou de venda que a PETROBRAS estaria a disposta a oferecer ou aceitar, para fins de geração de margem ( delta ) para pagamento de vantagens indevidas e comissões ilícitas, e para favorecimento das trading companies que, como a VITOL, aceitavam entrar no esquema de corrupção13: 12 13 ANEXO15, p. 19 ANEXO2, p. 40-41, 112, 171 e 187, ANEXO15, p. 23 37/181 prosseguir e ser alavancado12.

38/181

Os seguintes e-mails apontam que JORGE RODRIGUES (codinomes JR e Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) recebiam vantagens indevidas pagas pela VITOL para, principalmente, omitirem-se e não atrapalharem os seus subordinados ativos no esquema criminoso, notadamente RODRIGO BERKOWITZ, bem como para eventualmente lidarem ativamente com questões de suas alçadas que interessassem ao esquema (como o fechamento do contrato de fornecimento de óleo combustível para todas unidades de geração de energia de Porto Rico)14: 14 ANEXO2, p. 8, 70-71, 123, 175 39/181

Por fim, em relação ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, constata-se que se trata de funcionário do departamento logístico da Petrobras responsável por regular a quantidade e o tipo de derivados de petróleo que eram produzidos nas refinarias da estatal, de modo que podia criar artificialmente situações de demanda ou oferta de produtos cuja comercialização era do interesse da VITOL, como o gasóleo de vácuo (VGO). Tal manipulação da oferta e da demanda de produtos nas refinarias da PETROBRAS pelo funcionário do departamento logístico também possibilitava aos agentes corruptos do departamento comercial da PETROBRAS a fixação de preços de compra e de venda 40/181

mais vantajosos às trading companies. Nesse sentido, e em caráter exemplificativo, veja-se as seguintes mensagens15: 15 ANEXO2, p. 85, ANEXO5, p. 13, ANEXO7, p. 3 41/181

III.2. Contextualização dos fatos Em período igual ou anterior a março de 2011, BO HANS16, CARLOS HERZ17 e LEDU (codinomes Tiger e Leregit )18, que já haviam integrado outro esquema criminoso na área comercial da PETROBRAS no âmbito das importações de asfalto da SARGEANT MARINE (vide ação penal nº 5034453-06.2018.4.04.7000), resolveram se unir aos funcionários da PETROBRAS CARLOS man, Morcego e Robson Santos )20, CESAR JOAQUIM (codinomes Dehl, Golfinho e Flipper )21, JORGE RODRIGUES (codinomes Beb e JR )22 e funcionário da Petrobras ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 23, para implementar, por meio da constituição de uma organização criminosa, esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, visando a obter vantagens indevidas e valores ilícitos para si e para outrem, mediante concessão de vantagens comerciais para a VITOL nas operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO), óleo combustível e outros produtos realizados no mercado internacional com a PETROBRAS, bem como em negócios de locação de tanques de armazenamento de tais produtos para a estatal brasileira, com a anuência e envolvimento de MIKE LOYA (presidente do braço estadunidense da VITOL e um dos sócios da trading company), TONY MAARRAOUI (executivo da VITOL residente nos EUA responsável pelos negócios da trading company na América Latina e no Caribe) e outros executivos internacionais da trading company. Aparentemente, no fim de 2011, CÉSAR JOAQUIM deixou de fazer parte deste esquema, por razões ainda não esclarecidas, restando como funcionários da PETROBRAS envolvidos no esquema CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o LOGÍSTICO. 16 17 18 19 20 21 22 23 Agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS e com profundas conexões com altos executivos da VITOL sediados em Houston/TX, nos EUA. Agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS, sócio de LEDU e de BO HANS. Agente privado com experiência em negócios de trading de produtos negociados pela PETROBRAS, com profundo conhecimento sobre as atividades do departamento comercial da estatal e com fortes conexões com funcionários públicos deste setor da petrolífera brasileira. Gerente-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker da Petrobras até meados de 2010 e, em seguida, GerenteGeral de Comércio de Produtos Especiais da Petrobras, mas ainda mantendo ingerência sobre os negócios da gerência anterior, em vista de sua ascendência sobre funcionários daquela área. Então trader do escritório da Petrobras em Houston, enviado para a missão no exterior pelo seu então chefe CARLOS BARBOSA, responsável pela compra e venda de óleos combustíveis e outros produtos sob a responsabilidade da Gerência-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker da Petrobras, subordinado a MARCUS ALCOFORADO e a JORGE RODRIGUES. Ex-trader e então Gerente de Comercialização de Bunker da Petrobras, com influência sobre os negócios da Gerência-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker, subordinado a JORGE RODRIGUES. Sucessor de CARLOS BARBOSA no cargo de Gerente-Geral de Comércio Externo de Óleos Combustíveis e Bunker, superior hierárquico de RODRIGO BERKOWITZ, CESAR JOAQUIM e MARCUS ALCOFORADO. Funcionário do departamento logístico da Petrobras responsável por regular a quantidade e o tipo de derivados de petróleo que eram produzidos nas refinarias da estatal, de modo que podia criar artificialmente situações de demanda ou oferta de produtos cuja comercialização era do interesse da VITOL. Tal manipulação da oferta e da demanda de produtos nas refinarias da PETROBRAS pelo funcionário do departamento logístico também possibilitava aos agentes corruptos do departamento comercial da PETROBRAS a fixação de preços de compra e de venda mais vantajosos às trading companies. 42/181 BARBOSA (codinomes Phill Collins e CAB ) 19, RODRIGO BERKOWITZ (codinomes Bat-

Por volta da mesma época, MARCUS ALCOFORADO24 assumiu o cargo de Gerente de Comércio Externo de Óleos Combustíveis da PETROBRAS e, então, na condição de chefe de RO- Desse modo, os funcionários da PETROBRAS envolvidos no esquema passaram a ser CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e o LOGÍSTICO. Em determinado momento, contudo, o LOGÍSTICO aparentemente também deixou o esquema criminoso, restando como funcionários da PETROBRAS envolvidos no esquema CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO. No começo de 2013, JORGE RODRIGUES assumiu a diretoria da PETROBRAS BIOCOMBUSTÍEVEL SA (PBIO) e aparentemente também deixou de fazer parte deste esquema criminoso26: A partir daí, ao menos até fevereiro de 2014, os funcionários da PETROBRAS envolvidos no esquema foram CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO. Na qualidade de agentes privados, BO HANS, LEDU e CARLOS HERZ integraram o esquema criminoso durante toda a sua existência. 24 25 26 Então Gerente de Comércio Externo de Óleos Combustíveis da Petrobras, superior hierárquivo de RODRIGO BERKOWITZ e subordinado a JORGE RODRIGUES. Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 43/181 DRIGO BERKOWITZ, passou a integrar o esquema criminoso25:

III.3. Dos atos de corrupção ativa e passiva ora denunciados Os atos de corrupção ativa e passiva ora denunciados foram praticados por LUIZ EDUARDO, BO HANS, CARLOS HERZ, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA, CESAR JAQUIM, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO óleo combustível realizadas com a PETROBRAS no mercado internacional, ocorridas de março de 2011 a fevereiro de 2014. Tais operações envolveram, ao todo, o comércio de aproximadamente 1.029.690,35 bbl (barris27) de gasóleo de vácuo (VGO) (cerca de 163,7 milhões de litros) e 3.757.042,24 bbl (barris) de óleo combustível (cerca de 597,3 milhões de litros). Nas operações comerciais que serão narradas, as vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas e efetivamente pagas foram de: 1 US$/bbl (itens III.3.1. a III.3.6, III.3.8 e III.3.9. desta denúncia) 0,50 US$/bbl (itens III.3.10. a III.3.12, III.3.14 e III.3.15. desta denúncia) 0,40 US$/bbl (item III.3.19. desta denúncia) 0,35 US$/bbl (item III.3.18. desta denúncia) 0,30 US$/bbl (item III.3.20. desta denúncia) 0,25 US$/bbl (itens III.3.7., III.3.9., III.3.16. e III.3.17. desta denúncia) No total, no âmbito das operações comerciais em questão, foram acordados US$ 2.841.802,53 em vantagens indevidas e comissões ilícitas e foram efetivamente repassados US$ 2.840.707,98 pela VITOL para as contas das offshores ENCOM TRADING e CELIXORE AB. Na sequência, tal valor foi assim repartido: US$ 703.263,88 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 698.873,70 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 394.853,79 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 218.975,42 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 140.012,81 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO 27 1 bbl (barril) corresponde a 158,9873 litros. 44/181 para beneficiar a VITOL em 20 operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO) e

US$ 93.824,27 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 295.999,34 de comissão ilícita para LEDU US$ 295.999,34 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Doravante, será imputada a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva em face denunciados praticavam delitos de forma sucessiva e profissional, em autêntica reiteração e habitualidade criminosa. III.3.1. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 129.094 bbl de gasóleo de vácuo (VGO), as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 19/04/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 129.094 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio ARIADNE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 28 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 28 ANEXO7, p. 3 45/181 dos denunciados. Os diversos crimes de corrupção adiante narrados demonstram que os

efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 1A) e CARLOS de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 1B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 1B). A tabela abaixo (entre outros documentos) contém a divisão das vantagens indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios 29: O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )30: 29 30 ANEXO6, p. 18 ANEXO7, p. 3 46/181 BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 31, ora também referida como Extras 32, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre, entre outros, dos seguintes elementos: ( i ) no e-mail e na planilha abaixo, a rubrica Extras 33 é desdobrada em ext + logist ou ext + log 34: ( ii ) no e-mail abaixo, CESAR JOAQUIM confirma para LEDU que efetuou a entrega dos 0,05 US$/bbl que cabiam a JORGE RODRIGUES ( JR ) em razão da operação narrada no item III.3.1 desta denúncia35: 31 32 33 34 35 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 ANEXO6, p. 18 ANEXO6, p. 60 ANEXO6, p. 63 47/181

( iii ) no e-mail abaixo, relativo a operação comercial intermediada pelo grupo criminoso entre a PETROBRAS e a trading company CHEMIUM, CESAR JOAQUIM detalha que os extras são JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 36: ( iv ) na conversa de e-mail abaixo, entre CESAR JOAQUIM (codinome Dehl Phin ), CARLOS BARBOSA (codinome Phill Collins ) e RODRIGO BERKOWITZ (codinome Robson Santos ), constata-se que, à época, o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, por regra, entrava nos rateios das vantagens indevidas decorrentes das operações comerciais entre a VITOL (referida como RCA ) e a PETROBRAS37: 36 37 ANEXO15, p. 15 ANEXO15, p. 25 48/181

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 129.094,00 assim distribuídos: US$ 27.109,74 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 34.855,38 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 34.855,38 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 6.454,70 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES 49/181

US$ 6.454,70 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 9.682,05 de comissão ilícita para LEDU US$ 9.682,05 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados A propósito, no dia 19/04/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 128.000,00 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça38. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Em 21/04/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 34.952,36 para a conta da offshore PIMELIR39, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos40. b) Em 21/04/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 9.779,36 para a conta de LEDU41. c) Os US$ 27.109,74 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA foram saldados com a transferência de US$ 94.649,90 feita em 05/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA42. Tal valor de US$ 94.649,90 também serviu para saldar a vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA em razão da operação comercial entre a PETROBRAS e a VITOL que é narrada no item III.3.2. desta denúncia. d) Os US$ 34.855,38 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 6.454,70 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 6.454,70 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos 38 39 40 41 42 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO15, p. 2, ANEXO19 Vide, e.g., ANEXO14, p. 9, ANEXO15, p. 3, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 Vide, e.g., ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 50/181 foram efetivamente pagos.

codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com a transferência de US$ 47.862,94 feita em 02/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta ALEASE INVESTMENT SA43. Na sequência, os valores foram submetidos a operação de dólar-cabo e entregues em epécie no Brasil por CESAR JOAQUIM para JORGE RODRIGUES e para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 44. conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada45. III.3.2. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 321.346 bbl de gasóleo de vácuo (VGO), as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 26/04/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 321.346 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio AMAZON realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 46 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 43 44 45 46 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO6, p. 63 Vide, e.g., ANEXO27 ANEXO7, p. 3 51/181 e) Os US$ 9.682,05 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na

efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 2A) e CARLOS de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 2B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 2B). A tabela abaixo (entre outros documentos) contém a divisão das vantagens indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios 47: O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )48: 47 48 ANEXO6, p. 18 ANEXO7, p. 3 52/181 BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 49, ora também referida como Extras 50, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das 49 50 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 53/181

vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 321.346,00 assim distribuídos: US$ 67.482,66 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 86.763,42 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 86.763,42 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 16.067,30 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 24.100,95 de comissão ilícita para LEDU US$ 24.100,95 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 19/04/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 321.346,00 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça51. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Em 29/04/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 86.862,21 para a conta da offshore PIMELIR52, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos53. b) Em 29/04/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 24.198,82 para a conta de LEDU54; c) Os US$ 67.482,66 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA foram saldados com a transferência de US$ 94.649,90 feita em 05/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA55. Tal 51 52 53 54 55 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO15, p. 2, ANEXO19 Vide, e.g. ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 Vide, e.g., ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 54/181 US$ 16.067,30 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES

valor de US$ 94.649,90 também serviu para saldar a vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA em razão da operação comercial entre a PETROBRAS e a VITOL que é narrada no item III.3.1. desta denúncia. d) Os US$ 86.763,42 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 16.067,30 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 16.067,30 de referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados 56 com a transferência de US$ 209.057,57 feita em 09/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA57. Tal valor de US$ 209.057,57 também serviu para saldar as vantagens indevidas dessas mesmas pessoas (CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS, quais sejam JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ) relativa à operação comercial entre a PETROBRAS e a VITOL que é narrada no item III.3.3 desta denúncia. Após receber os US$ 209.057,57 na conta da BURROW TRADE na Suíça, CARLOS BARBOSA, em verdadeira operação de dólar-cabo, utilizou valores em espécie que possuía à disposição no Brasil para pagar CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ). e) Os US$ 24.100,95 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada58. III.3.3. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 245.422,308 bbl de óleo combustível, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 04/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 56 57 58 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide, e.g., ANEXO27 55/181 vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado

US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 245.422,308 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 que internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 3A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 3B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 3B). Inicialmente, a quantidade de óleo combustível envolvida na operação seria de 314.000 bbl, conforme registrado no e-mail enviado em 11/03/2011 por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ, dando notícia do percentual de vantagem indevida oferecido e prometido a CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWIZ e CÉSAR JOAQUIM na referida operação com a PETROBRAS. Ficou acertado que o delta de 1 US$/bbl da operação seria repartido de modo que 0,27 US$/bbl seria destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ) e 0,10 US$/bbl para outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ) ( 2 x 0,05 for two logistic ). Do valor 56/181 foi entregue pelo navio OVERSEAS CASCADE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado

restante do produto do crime auferido pelo grupo criminoso, 0,15 US$/bbl seria repartido entre Na ocasião, LEDU anexou ao e-mail, a anotação feita por CARLOS BARBOSA com a divisão das vantagens indevidas ao final acertadas 60: Devido a restrições operacionais, os 314.000 bbl de óleo combustível que inicialmente seriam negociados entre a PETROBRAS e a VITOL foram reduzidos para cerca de 285.000 bbl, conforme registrado na seguinte mensagem de e-mail enviada por LEDU para BO HANS em 14/04/201161: 59 60 61 ANEXO7, p. 3 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 57 57/181 LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )59:

Ao final, a operação foi concluída com 245.422,308 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 que foi entregue pelo navio OVERSEAS CASCADE sendo comercializados entre a PETROBRAS e a VITOL, conforme demonstra a tabela abaixo, que também contém a divisão das vantagens indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios62: A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 63, ora também referida como Extras 64, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em 62 63 64 ANEXO6, p. 18 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 58/181

contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das foi de US$ 245.422,31, assim distribuídos: US$ 51.538,68 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 66.264,02 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 66.264,02 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 12.271,12 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 12.271,12 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 18.406,67 de comissão ilícita para LEDU US$ 18.406,67 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 04/05/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 245.422,31 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça65. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Em 05/05/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 70.001,86 para a conta da offshore BURROW TRADE66, controlada por CARLOS BARBOSA. Tal valor abrange os US$ 51.538,68 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 18.406,67 de comissão ilícita que cabiam a LEDU67. b) Em 06/05/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 66.321,86 para a conta da offshore PIMELIR68, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados 65 66 67 68 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO15, p. 2, ANEXO19 Vide, e.g., ANEXO6, p. 19-21, ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide, e.g., ANEXO6, p. 19-21 Vide, e.g., ANEXO6, p. 19, ANEXO14, p 12-13, ANEXO15, p. 3, ANEXO19, ANEXO27 59/181 vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl)

com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos69. c) Os US$ 66.264,02 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados 70 com a transferência de US$ 209.057,57 feita em 09/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA71. Tal valor de US$ 209.057,57 também serviu para saldar as vantagens indevidas dessas mesmas pessoas (CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS, quais sejam JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ) relativa à operação comercial entre a PETROBRAS e a VITOL que é narrada no item III.3.2 desta denúncia. Após receber os US$ 209.057,57 na conta da BURROW TRADE na Suíça, CARLOS BARBOSA, em verdadeira operação de dólar-cabo, utilizou valores em espécie que possuía à disposição no Brasil para pagar CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ). d) Os US$ 18.406,67 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada72. III.3.4. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO), as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 69 70 71 72 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide, e.g., ANEXO27 60/181 12.271,12 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 12.271,12 de

Por volta de 18/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio NESTOS realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 73 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 4A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 4B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 4B). A tabela abaixo (entre outros documentos) contém a divisão das vantagens indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios 74: 73 74 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 61/181 LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em

O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )75: 75 ANEXO7, p. 3 62/181 com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 76, ora também referida como Extras 77, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 124.730,70 assim distribuídos: US$ 26.193,45 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 33.677,29 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 33.677,29 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 6.236,54 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 6.236,54 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 9.354,80 de comissão ilícita para LEDU US$ 9.354,80 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 18/05/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 124.731,03 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça78. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 76 77 78 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19 63/181 RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não

a) Em 23/05/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 33.734,18 para a conta da offshore PIMELIR79, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos80. b) Os US$ 9.354,80 de vantagem indevida que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 9.144,67 feita em 25/05/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA81. Após receber os US$ 9.354,80 na conta da BURROW TRADE na Suíça, CARLOS BARBOSA, em verdadeira operação de dólar-cabo, utilizou valores em espécie que possuía à disposição no Brasil para pagar LEDU. c) Os US$ 26.193,45 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA, os US$ 33.677,29 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 6.236,54 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 6.236,54 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com as transferências de US$ 10.057,44 e de US$ 61.548,21 feitas em 20/05/2011 e 01/06/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA82. Após receber os US$ 10.057,44 e os US$ 61.548,21 na conta da COVERWOOD INVESTMENTS, na Suíça, CARLOS BARBOSA, em verdadeira operação de dólar-cabo, utilizou valores em espécie que possuía à disposição no Brasil para pagar CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ). e) Os US$ 9.354,80 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada83. 79 80 81 82 83 Vide, e.g. ANEXO6, p. 77-116, ANEXO14, p. 16, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 Vide, e.g., ANEXO6, p. 77-116, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide, e.g., ANEXO6, p. 77-116, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 Vide, e.g., ANEXO27 64/181 encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela

III.3.5. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 99.086,873 bbl de gasóleo de vácuo (VGO), as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, Por volta de 27/05/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 99.086,873 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio VOIDOMATIS realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 84 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 5A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 5B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA 84 ANEXO7, p. 3 65/181 JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO

também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 5B). A tabela abaixo (entre outros documentos) contém a divisão das vantagens O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, tem-se que o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )86: 85 86 ANEXO6, p. 18 ANEXO7, p. 3 66/181 indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios 85:

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 87, ora também referida como Extras 88, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 99.086,87 assim distribuídos: US$ 20.808,24 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 26.753,46 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 26.753,46 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 4.954,35 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES 87 88 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 67/181

US$ 4.954,35 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 7.431,52 de comissão ilícita para LEDU US$ 7.431,52 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados A propósito, no dia 27/05/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 99.086,89 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça89. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 20.808,24 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA, os US$ 26.753,46 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 4.954,35 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 4.954,35 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com a transferência de US$ 57.460,33 feita em 06/06/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA90. Após receber os US$ 57.460,33 na conta da COVERWOOD INVESTMENTS, na Suíça, CARLOS BARBOSA, em verdadeira operação de dólarcabo, utilizou valores em espécie que possuía à disposição no Brasil para pagar CESAR JOAQUIM e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ). b) Em 07/06/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 26.813,59 para a conta da offshore PIMELIR91, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos92. 89 90 91 92 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO29 Vide, e.g. ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 68/181 foram efetivamente pagos.

c) Os US$ 7.431,52 que cabiam a LEDU e os US$ 7.431,52 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era controlada por estes dois últimos93. III.3.6. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO), as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 14/06/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,27 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,27 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) que foi entregue pelo navio AMAZON GLADIATOR realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 94 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 6A) e CARLOS 93 94 Vide, e.g., ANEXO27 ANEXO7, p. 3 69/181 HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de

BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 6B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, A tabela abaixo (entre outros documentos) contém a divisão das vantagens indevidas que caberiam aos funcionários da PETROBRAS no âmbito deste e de outros negócios 95: O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, tem-se que o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )96: 95 96 ANEXO6, p. 18 ANEXO7, p. 3 70/181 caput e 1º, do Código Penal (FATO 6B).

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 97, ora também referida como Extras 98, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 355.432,78 assim distribuídos: US$ 74.640,88 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 95.966,85 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 95.966,85 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 17.771,64 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES 97 98 ANEXO7, p. 3 ANEXO6, p. 18 71/181

US$ 17.771,64 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 26.657,46 de comissão ilícita para LEDU US$ 26.657,46 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados A propósito, no dia 14/06/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 355.431,78 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça99. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 74.640,88 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 26.657,46 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 102.299,64 feita em 20/06/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA100. Após receber os US$ 102.299,64 na conta da COVERWOOD INVESTMENTS, na Suíça, CARLOS BARBOSA reteve para si, além de sua quota, os US$ 26.657,46 que cabiam a LEDU101, pois este possuía uma dívida com aquele relativa ao repasse de vantagens indevidas decorrentes do esquema de corrupção nas operações de importação de asfalto da empresa SARGEANT MARINE pela PETROBRAS (vide ação penal nº 5034453-06.2018.4.04.7000). b) dos US$ 95.966,85 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, parte foi saldada com a transferência de US$ 32.705,80 feita em 21/06/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore PIMELIR102, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos103. 99 100 101 102 103 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO6, p. 6-49, ANEXO19 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO20, p.1, ANEXO27, ANEXO29 Vide, e.g., ANEXO6, p. 24-25 Vide, e.g. ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 72/181 foram efetivamente pagos.

c) O restante da vantagem indevida que cabia a RODRIGO BERKOWITZ (US$ 63.261,05), os US$ 95.966,85 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 17.771,64 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 17.771,64 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com a transferência de US$ COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA104, e com a transferência de US$ 163.078,69 feita em 29/06/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, para a conta da AURORA 2010 SA105. Na sequência, os valores recebidos pela COVERWOOD e pela AURORA 2010 foram objeto de rateio e compensação entre RODRIGO BERKOWITZ, CESAR JOAQUIM, CARLOS BARBOSA e os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ) 106. d) Os US$ 26.657,46 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era controlada por estes dois últimos107. III.3.7. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 549.954,940 bbl de óleo combustível, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 29/07/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,045 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,045 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,045 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,04 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 549.954,940 bbl de óleo combustível que foi 104 105 106 107 Vide, e.g., ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 Vide, e.g., ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO6, p. 24-31 Vide, e.g., ANEXO27 73/181 31.718,64 feita em 20/06/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, para a conta da offshore

entregue pelo navio GENMAR REVENGE realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,025 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 7A) e CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 7B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 7B). Por se tratar de uma operação com delta de 0,25 US$/bbl, o rateio foi rearranjado em relação às operações com delta de 1 US$/bbl ocorridas anteriormente (e.g. as narradas nos itens III.3.1 a III.3.6 desta denúncia). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas no parágrafo anterior foram descobertas a partir do exame das movimentações financeiras que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. 74/181 BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário

Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,25 US$/bbl) foi de US$ 137.488,74 assim distribuídos: US$ 24.747,97 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 24.747,97 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 27.497,74 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 21.998,20 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 6.874,44 de comissão ilícita para LEDU US$ 6.874,44 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 29/07/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 137.488,75 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça108. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Em 05/08/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 24.766,33 para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA109. b) Os US$ 24.747,97 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 24.747,97 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 27.497,74 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 21.998,20 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com a transferência de US$ 99.066,33 feita em 05/08/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore PIMELIR110, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, 108 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19 109 Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 110 Vide, e.g. ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19, ANEXO27 75/181 US$ 24.747,97 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM

confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos111. CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era controlada por estes dois últimos112. III.3.8. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 161.408,720 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, CESAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e pessoa referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO Por volta de 05/10/2011, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,27 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,16 US$/bbl para CÉSAR JOAQUIM, 0,32 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 161.408,720 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock que foi entregue pelo navio ALKYONES realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,15 US$/bbl 113 (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário 111 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 112 Vide, e.g., ANEXO27 113 ANEXO7, p. 3 76/181 c) Os US$ 6.874,44 que cabiam a LEDU e os US$ 6.874,44 que cabiam a BO HANS e

público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ e JORGE RODRIGUES incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 8B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 8B). O e-mail abaixo, enviado por LEDU para BO HANS e CARLOS HERZ e a anotação manuscrita anexa a ele feita por CARLOS BARBOSA também registram o racional para a divisão das vantagens indevidas e comissões ilícitas relativas às operações com delta de US$ 1/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso. Embora tais documentos façam alusão à operação narrada no item III.3.3 desta denúncia, as proporções se mantêm para todas as operações ilícitas com delta de 1 US$/bbl ocorridas nessa fase do esquema criminoso, como se constata na análise cuidadosa das movimentações financeiras. Mais especificamente, tem-se que o delta de 1 US$/bbl das operações eram repartidos de modo que 0,27 US$/bbl era destinado para RODRIGO BERKOWITZ ( 0,27 Rod ), 0,27 US$/bbl para CESAR JOAQUIM ( 0,27 Cesar ), 0,21 US$/bbl para CARLOS BARBOSA ( 0,21 for him ), 0,05 US$/bbl para JORGE RODRIGUES, 0,05 US$/bbl para o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ( 2 x 0,05 for two logistic ) e 0,15 US$/bbl era repartido entre LEDU, BO HANS e CARLO HERZ ( 0,15 us )114: 114 ANEXO7, p. 3 77/181 ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 8A) e CARLOS

A conclusão de que a rubrica 2 x 0,05 for two logistic 115, ora também referida como Extras 116, se refere a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, decorre dos elementos: de prova já descritos no tópico III.3.1. da presente denúncia. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, CÉSAR JOAQUIM, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 161.408,72 assim distribuídos: US$ 43.580,35 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 25.825,40 de vantagem indevida para CESAR JOAQUIM US$ 51.650,79 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ 115 ANEXO7, p. 3 116 ANEXO6, p. 18 78/181

US$ 8.070,44 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 8.070,44 de vantagem indevida para o funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO US$ 12.105,65 de comissão ilícita para LEDU US$ 12.105,65 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 05/10/2011, a VITOL efetuou a transferência de US$ 161.408,72 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça117. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Em 07/10/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 43.634,93 para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA118. b) Em 07/10/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 12.159,93 para a conta de LEDU119. c) Em 07/10/2011, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 51.734,93 para a conta da offshore PIMELIR120, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com RODRIGO BERKOWITZ, solicitaram e receberam essa vantagem indevida, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos121. d) Os US$ 25.825,40 de vantagem indevida que cabiam a CESAR JOAQUIM, os US$ 8.070,44 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 8.070,44 de vantagem indevida que cabiam ao funcionário público da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO foram saldados com a transferência de US$ $ 41.056,31 feita em 17/10/2011 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da offshore ERMONT FINANCE 117 118 119 120 121 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19, ANEXO22, p. 3, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19, ANEXO21, p. 3, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 79/181 Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados

SA, controlada por um doleiro 122. Após receber os valores, o doleiro responsável pela conta da ERMONT FINANCE SA realizou operação de dólar-cabo e disponibilizou o valor em espécie no Brasil para LUIZ EDUARDO, que, na sequência, fez o repasse para CESAR JOAQUIM e para os outros dois funcionários públicos da PETROBRAS (JORGE RODRIGUES e pessoa ainda não identificada referida pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO ) 123. conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada124. Observe-se que CESAR JOAQUIM, ao descobrir que no âmbito deste acordo espúrio recebeu vantagem indevida de somente 0,16 US$/bbl, enquanto RODRIGO BERKOWITZ recebeu 0,32 US$/bbl, reivindicou o recebimento de 0,16 US$/bbl adicionais (equivalente a 25.825,40). Essa diferença foi repassada a ele com valores ilícitos decorrentes dos negócios entre a PETROBRAS e a VITOL mencionados no e-mail125 enviado em 26/10/2011 por LEDU, com o assunto split, para BO HANS (compra e venda de produtos transportados pelos navios AMAZON BRILLIANCE e ICE ENERGY, e locação relativa a outubro de 2011 de tanque de armazenamento localizado na ilha de Santo Eustáquio, no Caribe). III.3.9. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 245.114 bbl de óleo combustível de densidade API 6, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 27/07/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 245.114 bbl de óleo combustível de densidade API 6 que foi entregue pelo 122 123 124 125 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19, ANEXO27 Vide, e.g., ANEXO4, p. 66 Vide, e.g., ANEXO27 ANEXO4, p. 67-68 80/181 e) Os US$ 12.105,65 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na

navio STENA PENGUIM realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 9A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 9B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 9B). Após a saída de CESAR JOAQUIM e o ingresso de MARCUS ALCOFORADO126 no esquema criminoso, a divisão das vantagens indevidas e das comissões ilícitas relativas às operações de compra e venda passou a ser pautada pelo seguinte critério: JORGE RODRIGUES recebia 0,10 US$/bbl, MARCUS ALCOFORADO recebia 0,05 US$/bbl e o restante do delta era dividido em três partes iguais, uma para CARLOS BARBOSA, uma para RODRIGO BERKOWITZ e uma para LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Essa divisão decorria do fato de que JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO acreditavam que o delta das operações era sempre de 0,20 US$/bbl, e que seria dividido somente entre eles dois (0,10 US$/bbl para o primeiro e 0,05 US$/bbl para o segundo) e RODRIGO BERKOWITZ (0,05 US$/bbl). Ocorre que o delta das operações geralmente era maior do que 0,20 US$/bbl e havia mais pessoas envolvidas no esquema, assim, o que excedia os 0,15 US$/bbl de JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO era repartido entre RODRIGO 126 Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 81/181 BARBOSA,

BERKOWITZ, CARLOS BARBOSA, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ. A propósito, veja-se o A participação de JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) nos acordos e nos rateios de valores ilícitos que ocorriam nesta fase do esquema criminoso também pode ser constatada, por exemplo, nos seguintes elementos 128, que, embora referentes a operações diversas, traduzem um padrão de distribuição de vantagens indevidas que é confirmado pelas movimentações financeiras que efetivamente ocorreram e foram rastreadas: 127 ANEXO2, p. 123 128 ANEXO4, p. 116, ANEXO15, p. 26 82/181 seguinte e-mail enviado por LEDU para BO HANS127:

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 122.557,00 assim distribuídos: US$ 28.596,63 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 28.596,63 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 24.511,40 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 12.255,70 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 14.298,32 de comissão ilícita para LEDU US$ 14.298,32 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 27/07/2012, a VITOL efetuou a transferência de US$ 122.557,00 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça129. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 129 Vide, e.g., ANEXO2, p. 101, 174, 175, 179, ANEXO19, ANEXO25, p. 7, ANEXO39 e ANEXO40 83/181

a) Em 03/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 14.200,00 para a conta de LEDU130. b) Os US$ 28.596,63 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 24.511,40 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 12.255,70 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de offshore PIMELIR131, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos132. c) Em 06/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 28.500,00 para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA133. d) Os US$ 14.298,32 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada. III.3.10. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 65.995 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 17/08/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens 130 Vide, e.g., ANEXO22, p. 17 131 Vide, e.g. ANEXO21, p. 15 132 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 133 Vide, e.g., ANEXO20, p. 4, ANEXO29 84/181 US$ 65.362,00 feita em 03/08/2012 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da

indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 65.995 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3 que foi entregue pelo intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 10A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 10B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 10B). Após a saída de CESAR JOAQUIM e o ingresso de MARCUS ALCOFORADO134 no esquema criminoso, a divisão das vantagens indevidas e das comissões ilícitas relativas às operações de compra e venda passou a ser pautada pelo seguinte critério: JORGE RODRIGUES recebia 0,10 US$/bbl, MARCUS ALCOFORADO recebia 0,05 US$/bbl e o restante do delta era dividido em três partes iguais, uma para CARLOS BARBOSA, uma para RODRIGO BERKOWITZ e uma para LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Essa divisão decorria do fato de que JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO acreditavam que o delta das operações era sempre de 0,20 US$/bbl, e que seria dividido somente entre eles dois (0,10 US$/bbl para o primeiro e 0,05 US$/bbl para o 134 Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 85/181 navio BRITISH COURTESY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por

segundo) e RODRIGO BERKOWITZ (0,05 US$/bbl). Ocorre que o delta das operações geralmente era maior do que 0,20 US$/bbl e havia mais pessoas envolvidas no esquema, assim, o que excedia os 0,15 US$/bbl de JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO era repartido entre RODRIGO BERKOWITZ, CARLOS BARBOSA, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ. A propósito, veja-se o A participação de JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) nos acordos e nos rateios de valores ilícitos que ocorriam nesta fase do esquema criminoso também pode ser constatada, por exemplo, nos seguintes elementos 136, que, embora referentes a operações diversas, traduzem um padrão de distribuição de vantagens indevidas que é confirmado pelas movimentações financeiras que efetivamente ocorreram e foram rastreadas: 135 ANEXO2, p. 123 136 ANEXO4, p. 116, ANEXO15, p. 26 86/181 seguinte e-mail enviado por LEDU para BO HANS135:

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 32.997,50 assim distribuídos: US$ 7.699,42 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 7.699,42 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 6.599,50 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 3.299,75 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 3.849,71 de comissão ilícita para LEDU US$ 3.849,71 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 17/08/2012, a VITOL efetuou a transferência de US$ 32.997,50 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça137. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 137 Vide, e.g., ANEXO41, ANEXO42 e ANEXO43 87/181

a) Em 17/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 3.800,00 para a conta de LEDU138. b) Os US$ 7.699,42 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 6.599,50 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 3.299,75 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de offshore PIMELIR139, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos140. c) Em 20/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 7.600,00 para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA141. d) Os US$ 3.849,71 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada. III.3.11. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 248.274 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 27/08/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens 138 Vide, e.g., ANEXO2, p. 175, 183, ANEXO4, p. 110-112, ANEXO22, p. 20 139 Vide, e.g. ANEXO21, p. 17 140 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 141 Vide, e.g., ANEXO20, p. 10, ANEXO29 88/181 US$ 17.800,00 feita em 18/08/2012 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da

indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 248.274 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7 que foi entregue pelo intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 11A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 11B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 11B). Após a saída de CESAR JOAQUIM e o ingresso de MARCUS ALCOFORADO142 no esquema criminoso, a divisão das vantagens indevidas e das comissões ilícitas relativas às operações de compra e venda passou a ser pautada pelo seguinte critério: JORGE RODRIGUES recebia 0,10 US$/bbl, MARCUS ALCOFORADO recebia 0,05 US$/bbl e o restante do delta era dividido em três partes iguais, uma para CARLOS BARBOSA, uma para RODRIGO BERKOWITZ e uma para LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Essa divisão decorria do fato de que JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO acreditavam que o delta das operações era sempre de 0,20 US$/bbl, e que seria dividido somente entre eles dois (0,10 US$/bbl para o primeiro e 0,05 US$/bbl para o 142 Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 89/181 navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por

segundo) e RODRIGO BERKOWITZ (0,05 US$/bbl). Ocorre que o delta das operações geralmente era maior do que 0,20 US$/bbl e havia mais pessoas envolvidas no esquema, assim, o que excedia os 0,15 US$/bbl de JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO era repartido entre RODRIGO BERKOWITZ, CARLOS BARBOSA, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ. A propósito, veja-se o A participação de JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) nos acordos e nos rateios de valores ilícitos que ocorriam nesta fase do esquema criminoso também pode ser constatada, por exemplo, nos seguintes elementos 144, que, embora referentes a operações diversas, traduzem um padrão de distribuição de vantagens indevidas que é confirmado pelas movimentações financeiras que efetivamente ocorreram e foram rastreadas: 143 ANEXO2, p. 123 144 ANEXO4, p. 116, ANEXO15, p. 26 90/181 seguinte e-mail enviado por LEDU para BO HANS143:

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 124.137,00 assim distribuídos: US$ 28.965,30 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 28.965,30 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 24.827,40 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 12.413,70 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 14.482,65 de comissão ilícita para LEDU US$ 14.482,65 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 27/08/2012, a VITOL efetuou a transferência de US$ 124.137,00 para a conta da offshore ENCOM TRADING, mantida por BO HANS e CARLOS HERZ na Suíça145. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 145 Vide, e.g., ANEXO44, ANEXO45 e ANEXO46 91/181

a) Em 30/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 14.400,00 para a conta de LEDU146. b) Os US$ 28.965,30 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 24.827,40 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 12.413,70 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de offshore PIMELIR147, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos148. c) Em 30/08/2012, a partir da conta da ENCOM TRADING, foram transferidos US$ 28.900,00 para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA149. d) Os US$ 14.482,65 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da ENCOM TRADING, que era por eles controlada. III.3.12. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 297.355 bbl de óleo combustível de densidade API 15 e 157.077 bbl de óleo combustível de densidade API 9.2, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 21/09/2012, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens 146 Vide, e.g., ANEXO2, p. 188, ANEXO4, p. 168-179, ANEXO17, p. 4, ANEXO22, p. 21 147 Vide, e.g., ANEXO2, p. 188, ANEXO4, p. 168-179, ANEXO17, p. 4, ANEXO21, p. 18 148 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 149 Vide, e.g., ANEXO2, p. 188, ANEXO4, p. 168-179, ANEXO17, p. 4, ANEXO20, p. 12, ANEXO29 92/181 US$ 66.200,00 feita em 30/08/2012 a partir da conta da ENCOM TRADING para a conta da

indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 297.355 bbl de óleo combustível de densidade API 15 e 157.077 bbl de óleo entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 12A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 12B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 12B). Após a saída de CESAR JOAQUIM e o ingresso de MARCUS ALCOFORADO150 no esquema criminoso, a divisão das vantagens indevidas e das comissões ilícitas relativas às operações de compra e venda passou a ser pautada pelo seguinte critério: JORGE RODRIGUES recebia 0,10 US$/bbl, MARCUS ALCOFORADO recebia 0,05 US$/bbl e o restante do delta era dividido em três partes iguais, uma para CARLOS BARBOSA, uma para RODRIGO BERKOWITZ e uma para LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Essa divisão decorria do fato de que JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO acreditavam que o delta das operações era sempre de 0,20 US$/bbl, e que seria dividido somente entre eles dois (0,10 US$/bbl para o primeiro e 0,05 US$/bbl para o 150 Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 93/181 combustível de densidade API 9.2 que foram entregues pelo navio AMAZON GUARDIAN realizada

segundo) e RODRIGO BERKOWITZ (0,05 US$/bbl). Ocorre que o delta das operações geralmente era maior do que 0,20 US$/bbl e havia mais pessoas envolvidas no esquema, assim, o que excedia os 0,15 US$/bbl de JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO era repartido entre RODRIGO BERKOWITZ, CARLOS BARBOSA, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ. A propósito, veja-se o A participação de JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) nos acordos e nos rateios de valores ilícitos que ocorriam nesta fase do esquema criminoso também pode ser constatada, por exemplo, nos seguintes elementos 152, que, embora referentes a operações diversas, traduzem um padrão de distribuição de vantagens indevidas que é confirmado pelas movimentações financeiras que efetivamente ocorreram e foram rastreadas: 151 ANEXO2, p. 123 152 ANEXO4, p. 116, ANEXO15, p. 26 94/181 seguinte e-mail enviado por LEDU para BO HANS151:

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 227.216,00 assim distribuídos: US$ 53.017,07 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 53.017,07 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 45.443,20 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 22.721,60 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 26.508,53 de comissão ilícita para LEDU US$ 26.508,53 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 21/09/2012, a VITOL efetuou a transferência de US$ 227.216,00 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia153. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 153 Vide, e.g., ANEXO30, ANEXO47, ANEXO48 e ANEXO49 95/181

a) Em 24/09/2012, a partir da conta da CELIXORE AB, foram transferidos US$ 26.500,00 para a conta de LEDU154. b) Os US$ 53.017,07 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 45.443,20 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 22.721,60 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de PIMELIR155, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos156. c) Em 24/09/2012, a partir da conta da CELIXORE AB, foram transferidos US$ 53.000,00 para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA157. d) Os US$ 26.508,53 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.13. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 182.701 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 11/01/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,283 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,283 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ, 154 Vide, e.g., ANEXO17, p. 4, ANEXO22, p. 26, ANEXO30 155 Vide, e.g., ANEXO17, p. 4, ANEXO21, p. 22, ANEXO30 156 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 157 Vide, e.g., ANEXO17, p. 4, ANEXO31, p. 1, ANEXO28, ANEXO30 96/181 US$ 121.000,00 feita em 25/09/2012 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore

0,10 US$/bbl para JORGE RODRIGUES e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 182.701 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por ilícita de 0,283 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 13A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 13B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 13B). Após a saída de CESAR JOAQUIM e o ingresso de MARCUS ALCOFORADO158 no esquema criminoso, a divisão das vantagens indevidas e das comissões ilícitas relativas às operações de compra e venda passou a ser pautada pelo seguinte critério: JORGE RODRIGUES recebia 0,10 US$/bbl, MARCUS ALCOFORADO recebia 0,05 US$/bbl e o restante do delta era dividido em três partes iguais, uma para CARLOS BARBOSA, uma para RODRIGO BERKOWITZ e uma para LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Essa divisão decorria do fato de que JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO acreditavam que o delta das operações era sempre de 0,20 US$/bbl, e que seria dividido somente entre eles dois (0,10 US$/bbl para o primeiro e 0,05 US$/bbl para o segundo) e RODRIGO BERKOWITZ (0,05 US$/bbl). Ocorre que o delta das operações geralmente 158 Vide, e. g., ANEXO2, p. 71 97/181 intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão

era maior do que 0,20 US$/bbl e havia mais pessoas envolvidas no esquema, assim, o que excedia os 0,15 US$/bbl de JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO era repartido entre RODRIGO BERKOWITZ, CARLOS BARBOSA, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ. A propósito, veja-se o A participação de JORGE RODRIGUES (codinome Beb ) e MARCUS ALCOFORADO (codinome Popeye ) nos acordos e nos rateios de valores ilícitos que ocorriam nesta fase do esquema criminoso também pode ser constatada, por exemplo, nos seguintes elementos 160, que, embora referentes a operações diversas, traduzem um padrão de distribuição de vantagens indevidas que é confirmado pelas movimentações financeiras que efetivamente ocorreram e foram rastreadas: 159 ANEXO2, p. 123 160 ANEXO4, p. 116, ANEXO15, p. 26 98/181 seguinte e-mail enviado por LEDU para BO HANS159:

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 1 US$/bbl) foi de US$ 182.701,00 assim distribuídos: US$ 51.765,28 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 51.765,28 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 18.270,10 de vantagem indevida para JORGE RODRIGUES US$ 9.135,05 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 25.882,64 de comissão ilícita para LEDU US$ 25.882,64 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 11/01/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 182.701,00 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia161. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 161 Vide, e.g., ANEXO4, p. 145-151, ANEXO17, p. 7, ANEXO25, p. 19, ANEXO30 99/181

a) Em 14/01/2013, a partir da conta da CELIXORE AB, foram transferidos US$ 25.800,00 para a conta de LEDU162. b) Os US$ 51.765,28 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ, os US$ 18.270,10 de vantagem indevida que cabiam a JORGE RODRIGUES e os US$ 9.135,05 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de PIMELIR163, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos164. c) Em 14/01/2013, a partir da conta da CELIXORE AB, foram transferidos US$ 51.500,00 para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA165. d) Os US$ 25.882,64 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.14. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 212.865 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 03/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens 162 Vide, e.g., ANEXO4, p. 145-151, ANEXO17, p. 7, ANEXO22, p. 30, ANEXO30 163 Vide, e.g., ANEXO4, p. 145-151, ANEXO17, p. 7, ANEXO21, p. 31, ANEXO30 164 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 165 Vide, e.g., ANEXO4, p. 145-151, ANEXO17, p. 7, ANEXO20, p. 14, ANEXO29, ANEXO30 100/181 US$ 79.000,00 feita em 15/01/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore

indevidas de 0,166 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 212.865 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio VOIDOMATIS realizada entre a PETROBRAS CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,166 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 14A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 14B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 14B). Após a saída de JORGE RODRIGUES166 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. 166 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 101/181 e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e

Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 106.432,50 assim distribuídos: US$ 35.477,50 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 24.834,25 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 10.643,25 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 17.738,75 de comissão ilícita para LEDU US$ 17.738,75 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 03/04/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 181.357,60 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia167. Tal valor abrange os US$ 106.432,50 relativos ao delta da presente operação e os US$ 74.925,14 relativos ao delta da operação descrita no item III.3.15 desta denúncia. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 35.477,50 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 17.738,75 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 53.100,00 feita em 05/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore TUTEN SA, controlada por LEDU168. b) Os US$ 24.834,25 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 10.643,25 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 35.400,00 feita em 04/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para 167 Vide, e.g., ANEXO2, p. 191-195, ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO25, p. 27, ANEXO30 168 Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO30, ANEXO33, p. 3 102/181 HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas.

a conta da offshore PIMELIR169, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos170. c) Os US$ 17.738,75 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.15. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 149.850,27 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 03/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,166 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,116 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 149.850,27 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,166 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração 169 Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO21, p. 35, ANEXO30 170 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 103/181 a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de

ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 15A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 15B). Após a saída de JORGE RODRIGUES171 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,50 US$/bbl) foi de US$ 79.925,14 assim distribuídos: US$ 24.975,05 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA 171 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 104/181 passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 15B).

US$ 17.482,53 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 7.492,51 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 12.487,52 de comissão ilícita para LEDU US$ 12.487,52 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados A propósito, no dia 03/04/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 181.357,60 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia172. Tal valor abrange os US$ 106.432,50 relativos ao delta da presente operação e os US$ 74.925,14 relativos ao delta da operação descrita no item III.3.14 desta denúncia. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 24.975,05 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 12.487,52 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 37.350,00 feita em 05/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore TUTEN SA, controlada por LEDU173. b) Os US$ 17.482,53 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 7.492,51 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 24.900,00 feita em 04/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore PIMELIR174, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos175. c) Os US$ 12.487,52 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. 172 173 174 175 Vide, e.g., ANEXO2, p. 191-195, ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO25, p. 28, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO30, ANEXO33, p. 1 Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO21, p. 36, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 105/181 foram efetivamente pagos.

III.3.16. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 216.921 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS Por volta de 26/04/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,083 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,033 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 216.921 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio CHEMTRANS SUN realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,083 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 16A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 16B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 16B). Após a saída de JORGE RODRIGUES176 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma 176 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 106/181 ALCOFORADO

das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,25 US$/bbl) foi de US$ 53.216,18 assim distribuídos: US$ 18.076,75 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 7.230,70 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 10.846,05 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 9.038,34 de comissão ilícita para LEDU US$ 9.038,34 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 26/04/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 54.230,25 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia177. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: 177 Vide, e.g., ANEXO4, p. 184-185, 198-204, ANEXO25, p. 31, ANEXO30 107/181 de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas

a) Os US$ 18.076,75 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 9.038,34 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 27.000,00 feita em 29/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta de LEDU178. b) Os US$ 7.230,70 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 10.846,05 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados a conta da offshore PIMELIR179, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos180. c) Os US$ 9.038,34 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.17. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 148.298 bbl de óleo combustível do tipo HSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 05/11/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,083 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,033 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 148.298 bbl de óleo 178 Vide, e.g., ANEXO4, p. 184-185, 198-204, ANEXO22, p. 33, ANEXO30 179 Vide, e.g., ANEXO4, p. 184-185, 198-204, ANEXO21, p. 39, ANEXO30 180 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 108/181 com a transferência de US$ 18.076,00 feita em 29/04/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para

combustível do tipo HSFO que foi entregue pelo navio OVERSEAS REYMAR realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,083 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 17A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 17B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 17B). Após a saída de JORGE RODRIGUES181 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina 181 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 109/181 BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração

pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,25 US$ 12.358,17 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 4.943,27 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 7.414,90 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 6.179,06 de comissão ilícita para LEDU US$ 6.179,06 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 05/11/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 37.074,50 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia182. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 12.358,17 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 6.179,06 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 18.537,00 feita em 08/11/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta de LEDU183. b) Os US$ 4.943,27 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 7.414,90 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 12.358,00 feita em 11/11/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore PIMELIR184, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de 182 Vide, e.g., ANEXO25, p. 44, ANEXO30 183 Vide, e.g., ANEXO22, p. 42, ANEXO30 184 Vide, e.g., ANEXO21, p. 47, ANEXO30 110/181 US$/bbl) foi de US$ 37.074,45 assim distribuídos:

serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos185. c) Os US$ 6.179,06 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na III.3.18. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 152.239 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 12/11/2013, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,116 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,066 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 152.239 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio AMAZON BEAUTY realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,116 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 18A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 18B). 185 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 111/181 conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro.

Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 18B). Após a saída de JORGE RODRIGUES186 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,35 US$/bbl) foi de US$ 53.283,65 assim distribuídos: US$ 17.761,22 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 10.149,27 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 7.611,95 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 8.880,61 de comissão ilícita para LEDU US$ 8.880,61 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. 186 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 112/181 cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma

A propósito, no dia 12/11/2013, a VITOL efetuou a transferência de US$ 53.283,65 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia187. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 17.761,22 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 8.880,61 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ COLDSPRING TRADING, controlada por LEDU188. b) Os US$ 10.149,27 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 7.611,95 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 17.900,00 feita em 18/11/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore PIMELIR189, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos190. c) Os US$ 8.880,61 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.19. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 351.679 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO 187 188 189 190 Vide, e.g., ANEXO25, p. 45, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO30, ANEXO35, p. 3 Vide, e.g., ANEXO21, p. 48, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 113/181 26.900,00 feita em 29/11/2013 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore

Por volta de 14/01/2014, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,133 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,083 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio DESPINA ADRIANNA realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,133 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 19A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 19B). Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 19B). Após a saída de JORGE RODRIGUES191 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída 191 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 114/181 negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 351.679 bbl de óleo

de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,40 US$/bbl) foi de US$ 140.671,60 assim distribuídos: US$ 46.890,53 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA US$ 29.306,58 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 17.583,95 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 23.445,27 de comissão ilícita para LEDU US$ 23.445,27 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados foram efetivamente pagos. A propósito, no dia 14/01/2014, a VITOL efetuou a transferência de US$ 140.671,60 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia192. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) Os US$ 46.890,53 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA e os US$ 23.445,27 de comissão ilícita que cabiam a LEDU foram saldados com a transferência de US$ 70.100,00 feita em 20/01/2014 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore CONWAY UNITED, controlada por LEDU193. b) Os US$ 29.306,58 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 17.583,95 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 46.890,00 feita em 28/01/2014 a partir da conta da CELIXORE AB para 192 Vide, e.g., ANEXO2, p. 203-205, ANEXO25, p. 49, ANEXO30 193 Vide, e.g., ANEXO30, ANEXO34, p. 11 115/181 VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina

a conta da offshore PIMELIR194, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos195. c) Os US$ 23.445,27 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. III.3.20. Oferecimento e promessa de vantagens indevidas por LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ no contexto de operação spot entre a PETROBRAS e a VITOL de compra e venda de 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO, as quais foram solicitadas, aceitas e recebidas pelos funcionários públicos CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO Por volta de 04/02/2014, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, ajustados com os representantes da VITOL que de tudo tinham conhecimento, ofereceram e prometeram vantagens indevidas de 0,10 US$/bbl para CARLOS BARBOSA, 0,05 US$/bbl para RODRIGO BERKOWITZ e 0,05 US$/bbl para MARCUS ALCOFORADO, as quais foram por estes solicitadas, aceitas e recebidas, para si e para outrem, em razão das funções públicas que exerciam, no contexto da negociação, celebração e execução de operação spot de compra e venda de 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO que foi entregue pelo navio RIGA realizada entre a PETROBRAS e a VITOL no mercado internacional. Por intermediarem tal tratativa criminosa, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ fizeram jus à comissão ilícita de 0,10 US$/bbl (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida recebida, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO efetivamente agiram com infração 194 Vide, e.g., ANEXO2, p. 203-205, ANEXO30, ANEXO36, p. 3 195 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 116/181 a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de

ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL na referida operação comercial. Assim agindo, LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ incorreram no crime de corrupção ativa previsto no art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal (FATO 20A) e CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO incorreram no crime de corrupção Pela coautoria com RODRIGO BERKOWITZ na solicitação e recebimento de vantagens indevidas repassadas para a conta da offshore PIMELIR, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA também incorreram no crime de corrupção passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 20B). Após a saída de JORGE RODRIGUES196 do esquema criminoso, os 0,10 US$/bbl que cabiam a ele nos rateios foram divididos em duas partes iguais de 0,05 US$/bbl, sendo que uma das partes foi acrescida à quota de vantagem indevida que cabia a CARLOS BARBOSA e a outra parte foi acrescida à quota de comissão ilícita que cabia a LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ (dividida entre eles na proporção de 50% para LEDU e 50% para BO HANS e CARLOS HERZ). As proporções de vantagens indevidas e comissões ilícitas apresentadas acima foram descobertas a partir cotejo da sobra de 0,10 US$/bbl de valores ilícitos decorrente da saída de JORGE RODRIGUES com as movimentações financeiras efetivamente ocorridas e rastreadas que serão detalhadas mais abaixo. Em virtude do acordo de corrupção, CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ e MARCUS ALCOFORADO de fato agiram com infração ao dever funcional de observância aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, para indevidamente influir em benefício da VITOL e viabilizar esta operação comercial e, em contrapartida, efetivamente receberam a propina pactuada. O sucesso na intermediação de tal tratativa criminosa também permitiu que LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ auferissem a suas comissões ilícitas. Multiplicando-se as vantagens indevidas e comissões ilícitas fixadas em US$/bbl pelo total de bbl (barris) de produto efetivamente negociado, constata-se que o total das vantagens indevidas e comissões ilícitas acordadas no âmbito deste negócio ( delta de 0,30 US$/bbl) foi de US$ 111.566,40 assim distribuídos: US$ 37.188,80 de vantagem indevida para CARLOS BARBOSA 196 Vide, e. g., ANEXO17, p. 7 117/181 passiva em sua forma majorada, previsto no art. 317, caput e 1º, do Código Penal (FATO 20B).

US$ 18.594,40 de vantagem indevida para RODRIGO BERKOWITZ US$ 18.594,40 de vantagem indevida para MARCUS ALCOFORADO US$ 18.594,40 de comissão ilícita para LEDU US$ 18.594,40 de comissão ilícita para BO HANS e CARLOS HERZ Com o sucesso da operação entre a VITOL e a PETROBRAS, os valores acordados A propósito, no dia 04/02/2014, a VITOL efetuou a transferência de US$ 111.566,40 para a conta da offshore CELIXORE AB, mantida por BO HANS na Suécia197. A partir daí, os valores ilícitos foram repartidos da seguinte maneira: a) dos US$ 18.594,40 de comissão ilícita que cabiam a LEDU, US$ 17.907,00 foram repassados por meio de transferência feita em 06/02/2014, a partir da conta da CELIXORE AB, para a conta da BH FOTO ELECTRONICS198. b) Os US$ 687,40 restantes da comissão ilícita que cabiam a LEDU e os US$ 37.188,80 de vantagem indevida que cabiam a CARLOS BARBOSA foram saldados com a transferência de US$ 37.800,00 feita em 05/02/2014 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore CONWAY UNITED, controlada por LEDU199. c) Os US$ 18.594,40 de vantagem indevida que cabiam a RODRIGO BERKOWITZ e os US$ 18.594,40 de vantagem indevida que cabiam a MARCUS ALCOFORADO foram saldados com a transferência de US$ 37.100,00 feita em 05/02/2014 a partir da conta da CELIXORE AB para a conta da offshore PIMELIR200, controlada por RODRIGO BERKOWITZ, e também por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, os quais, em comunhão de vontades e em conluio com os referidos funcionários públicos, solicitaram e receberam essas vantagens indevidas, visto que, pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, confeccionaram fatura (invoice) fraudulenta solicitando os valores e a encaminharam para LEDU para que o repasse fosse efetuado, efetuaram operações cambiais para a disponibilização dos valores no Brasil e entregaram as vantagens indevidas em espécie, além de serem responsáveis pela criação e gerenciamento da PIMELIR e de sua conta bancária, constituída com propósito único de receber valores ilícitos201. 197 198 199 200 201 Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO25, p. 51, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30, ANEXO34, p. 12 Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30, ANEXO36, p. 4 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 118/181 foram efetivamente pagos.

d) Os US$ 18.594,40 que cabiam a BO HANS e CARLOS HERZ ficaram retidos na conta da CELIXORE AB, que era controlada pelo primeiro. IV. DOS CRIMES DE LAVAGEM DE ATIVOS (FATOS 21 a 86) IV.1. Dos crimes antecedentes e CARLOS HERZ com CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e com o funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, os referidos funcionários públicos praticaram, omitiram e retardaram atos de ofício no interesse da VITOL que permitiram à trading company obter ganhos econômicos ilícitos nas 20 operações spot de compra e venda de gasóleo de vácuo (VGO) e óleo combustível realizadas com a estatal brasileira no mercado internacional a preços mais vantajosos e individualizadas nos itens III.3.1. a III.3.20. desta denúncia. Tais ganhos econômicos ilícitos provenientes dos crimes antecedentes de corrupção (art. 333, caput e parágrafo único, e art. 317, caput e 1º, do Código Penal) foram em parte apropriados pela VITOL e em parte submetidos a operações de lavagem transnacional de ativos para que pudessem ser entregues com aparência lícita ou de modo oculto a CARLOS BARBOSA, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO, LUIZ EDUARDO, BO HANS e CARLOS HERZ. IV.2. Dos crimes de lavagem de ativos ora denunciados IV.2.1. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da ENCOM na conta PIMELIR Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 19/04/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 581.554,26 (quinhentos e oitenta e um mil, quinhentos e cinquenta e quatro dólares e vinte e seis centavos), por de meio de 11 (onze) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e 119/181 Em contrapartida às vantagens indevidas acordadas por LUIZ EDUARDO, BO HANS

CARLOS HERZ, na conta offshore PIMELIR, em favor do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ, a qual além de não declarada e mantida no exterior, tinha como beneficiário formal o denunciado DENI FRANÇA, que cuidava de todas as questões ligadas à PIMELIR juntamente com PAULO BERKOWITZ, ambos pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade, efetuaram o repasse dos valores ilícitos a RODRIGO BERKOWTIZ. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore PIMELIR SA, gerida por DENI FRANÇA e PAULO BERKOWITZ em benefício de RODRIGO BERKOWITZ. Primeiramente, de se ver que BO HANS e CARLOS HERZ constituíram a offhsore ENCOM TRADING202 203, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, RODRIGO BERKOWITZ. Em relação à conta da offhsore PIMELIR, no dia 24 de fevereiro de 2011, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, viajaram para Montevideu, Uruguai, com o intuito de constituírem uma offhsore e abrir uma conta bancária oculta para recebimento das propinas oriundas das operações de trading. Foi assim que, já no Uruguai, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA procederam com a abertura da conta PIMELIR no Banco Santander. Em ajustes com RODRIGO BERKOWITZ, a PIMELIR figurava em nome de DENI FRANÇA, embora o gerenciamento dos valores advindos dos crimes antecedentes fosse por estes gerenciado em conjunto com PAULO BERKOWITZ. Os denunciados PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA tinham ciência que os valores destinados a PIMELIR tinham origem criminosa, mormente porque, em virtude da atuação de RODRIGO BERKOWITZ na PETROBRAS, passaram a emitir e interagir com LEDU na emissão de invoices referentes a operações de trading em razão de contratos da VITOL 202 ANEXO50 Termo de depoimento BO LJUNGBERG nos autos de Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51 APINQPOL5) ( ) QUE conhece a empresa ENCOM TRADING, sendo utilizada para fazer vários negócios (transações comerciais de sucata de metais não-ferrosos entre países), sendo sócio da mesma, juntamente com CARLOS HERTZ (50% para cada um na sociedade); QUE ENCOM TRADING era uma offshore localizada na ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS (...). 203 ANEXO51 Termo de depoimento CARLOS HERZ nos autos do Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51, APINQPOL5 e AP-INQPOL6): ( ) O DECLARANTE conhece a empresa "ENCOM TRADING"? Se sim, explicar como e para qual finalidade a empresa era utilizada; QUE era uma off-shore que possuía com BO e era utilizada para negócios de metais; QUE tal off-shore ficava sediada em British-Virgin ireland; Por que referida empresa foi liquidada em 2016? QUE foi liquidada porque não tinha mais sentido em mantê-la, já que não tinha mais utilidade para ela em razão dos poucos negócios (...). 120/181 antecedentes pela VITOL em favor da ENCOM, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU,

com a PETROBRAS. Aliás, embora PAULO BERKOWITZ tenha tentando dar coloração diversa aos fatos, a constituição da PIMELIR somente ocorreu para receber, por meio de ocultação e dissimulação, valores ilícitos em benefício de RODRIGO BERKOWITZ, e, assim que aberta a conta bancária da offshore na agência bancária do Santander, no Uruguai, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA interagiam com a gerente MARIA AUGUSTINA e com LEDU, para certificação de que os operações de trading com a PETROBRAS, da qual RODRIGO BERKOWITZ era funcionário, como originárias dos valores é também inequívoco, haja vista que nas interações com LEDU, tanto PAULO BERKOWITZ quanto DENI FRANÇA utilizavam termos técnicos e nominavam os navios a que se referiam às operações objeto de cobrança. Ademais, evidências dão conta que PAULO BERKOWITZ, identificado na organização criminosa com o codinome emissário serra efetuava coleta de valores em espécie no interesse de RODRIGO BERKOWITZ e também, em razão de determinadas operações, após os valores serem direcionados para a PIMELIR, fazia o rateio de vantagens indevidas com outros funcionários da PETROBRAS no Brasil, a exemplo de CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 204. A propósito, ainda logo após a constituição da PIMELIR, em 21 de março de 211, DENI FRANÇA encaminhou à gerente MARIA AGUSTINA, do Banco SANTANDER, solicitação de disponibilização dos dados bancários da offshore, já com o intuito de para ali serem direcionados valores oriundos dos crimes antecedentes em benefício de RODRIGO BERKOWITZ205. Foi assim que, no dia 04 de abril de 2011, o SANTANDER, por meio de sua gerente MARIA AGUSTINA, encaminhou a DENI FRANÇA os dados da conta bancária da PIMELIR. Já em 29 de abril de 2011, o denunciado PAULO BERKOWITZ, intitulando-se diretor-geral da PMELIR, encaminhou a MARIA AUGUSTINA, com cópia a DENI FRANÇA, informações referentes a entrada de um depósito da USD 86.763 dólares na conta PIMELIR206. O referido depósito objeto de questionamento por PAULO BERWOITZ se referia a repasse de vantagens indevidas a RODRIGO BERKOWITXZ, de modo oculto e dissimulado, em razão da operação de trading entre a VITOL e a PETROBRAS, com delta de 1 US$/bbl, de 321.346 bbl de VGO (Vacuum Oil Gas) transportados pelo navio AMAZON. 204 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 205 ANEXO14, p. 7 206 ANEXO14, p. 10 121/181 valores relativos a operações de trading haviam sido creditados. Além disso, o conhecimento das

Colhe-se ainda que o gerenciamento da conta PIMELIR por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA é inequívoco também em razão de diversos outros e-mails encaminhados por ambos relacionados a conta PIMELIR207. Também é demonstrativo da vinculação da conta PIMELIR com RODRIGO BERKOWITZ, o histórico de mensagens deste com LEDU, no dia 21 de novembro de 2011 208. No identificado com o codinome Bat, com o relato acerca de dificuldades na transferência dos valores relacionados a operação de trading com o navio ANTIPOLIS para a conta PIMELIR, no importe de USD 24.800,00, em razão de questões relacionadas ao compliance bancário. Em razão da mesma operação de trading, o denunciado LEDU informou que CARLOS BARBOSA, codinome PHIL, já havia recebido a quantia de USD 24.800,00 na conta COVERWOODS, correspondente a vantagem indevida que lhe cabia na operação transportada pelo navio ANTIPOLIS. Em resposta, RODRIGO BERKOWITZ informou a LEDU, identificado com o codinome Tiger, que poderia receber os valores em espécie, embora a preferência fosse pelo recebimento na conta PIMELIR. Na mensagem eletrônica, RODRIGO BERKOWITZ relatou que poderia pedir ao emissário da serra para coletar os valores em espécie, em referência ao seu pai, PAULO BERKOWITZ, com residência em Petrópolis, região serrana fluminense. Em sequência, ainda em 21 de novembro de 2011, LEDU escreve a RODRIGO BERKOWITZ: banco novo, conta nova só frescura mas vou resolver tranquilo. Foi assim que, após a abertura da conta da offshore PIMELIR, RODRIGO BERKOWITZ, ajustado com PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, passou a indicar a BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com o intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedades dos valores de origem criminosa, a conta bancária da referida offshore para depósitos dos valores oriundos dos crimes antecedentes. Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na PIMELIR tinham por destino o réu RODRIGO BERKOWITZ, identificado pelos codinomes BAT, BATMAN, ROD, ROBSON SANTOS nas atividades da organização criminosa 209, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. 207 ANEXO14, p. 11-26 208 ANEXO2, p. 114-117 209 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 122/181 caso, em início de diálogo, LEDU encaminhou mensagem eletrônica a RODRIGO BERKOWITZ,

Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem, localização, disposição, movimentação, propriedade e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 11 (onze) transações internacionais sub-reptícias210, transferiram, a partir da conta offshore ENCOM TRANDING, a quantia de US$ 581.554,26 (quinhentos e oitenta e um mil, quinhentos e cinquenta e quatro dólares e vinte e seis BERKOWITZ, em benefício do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 1A e 1B III.3.1 129.094,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Ariadne 21 21/04/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 34.953,36 2A e 2B III.3.2 321.346,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon 22 29/04/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 86.862,21 3A e 3B III.3.3 245.422,31 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 transportados pelo navio Overseas Cascade 23 06/05/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 66.321,86 4A e 4B III.3.4 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Nestos 24 23/05/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 33.734,18 5A e 5B III.3.5 99.086,87 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Voidomatis 25 07/06/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 26.813,59 6A e 6B III.3.6 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon Gladiator 26 21/06/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 32.705,80 7A e 7B III.3.7 549.954,94 bbl de óleo combustível transportados pelo navio Genmar Revenge 27 05/08/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 99.066,33 8A e 8B III.3.8 161.408,72 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock transportados pelo navio Alkyones 28 07/10/11 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 51.734,93 9A e 9B III.3.9 245.114,00 bbl de óleo combustível de densidade API 6 transportados pelo navio Stena Penguim 29 03/08/12 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 65.362,00 10A e 10B III.3.10 65.995,00 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3 transportados pelo navio British Courtesy 30 17/08/12 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 17.800,00 III.3.11 248.274,00 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7 transportados pelo navio Amazon Beauty 31 30/08/12 ENCOM TRADING PIMELIR SA US$ 66.200,00 11A e 11B Total US$ 581.554,26 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, entre si ajustados, recebiam da ENCOM TRADING na PIMELIR, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 99.066,33 depositados em 05/08/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da PIMELIR (FATO 27)211, o valor de US$ 24.747,97 consubstancia 210 Vide, e.g., ANEXO19 (extratos da ENCOM TRADING). 211 Vide, e.g. ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19, ANEXO27 123/181 centavos), para a conta da offshore PIMELIR S/A, gerenciada por DENI FRANÇA e PAULO

repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CESAR JOAQUIM, o valor de US$ 27.497,74 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 21.998,20 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos b) dos US$ 65.362,00 depositados em 03/08/2012 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da PIMELIR (FATO 29)213, o valor de US$ 24.511,40 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 12.255,70 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO214. c) dos US$ 17.800,00 depositados em 17/08/2012 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da PIMELIR (FATO 30)215, o valor de US$ 6.599,50 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 3.299,75 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO216. d) dos US$ 66.200,00 depositados em 30/08/2012 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da PIMELIR (FATO 31)217, o valor de US$ 24.827,40 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 12.413,70 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO218. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, em concurso de pessoas, incorreram, por 8 (oito) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 21 a 28) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). O denunciado CESAR JOAQUIM incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 27). O denunciado JORGE RODRIGUES incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 212 213 214 215 216 217 218 Vide item III.3.7 desta denúncia. Vide, e.g. ANEXO21, p. 15 Vide item III.3.9 desta denúncia. Vide, e.g. ANEXO21, p. 17 Vide item III.3.10 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO2, p. 188, ANEXO4, p. 168-179, ANEXO17, p. 4, ANEXO21, p. 18 Vide item III.3.11 desta denúncia. 124/181 codinomes LOG e LOGÍSTICO 212.

9.613/98 (redação original) (FATO 27) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). O denunciado MARCUS ALCOFORADO incorreu por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 29 a 31). Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no período compreendido entre 25/09/2012 e 05/02/2014, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 392.624,00 (trezentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e quatro dólares), por de meio de 09 (nove) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta offshore PIMELIR, em favor do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ, a qual além de não declarada e mantida no exterior, tinha como beneficiário formal o denunciado DENI FRANÇA, que cuidava de todas as questões ligadas à PIMELIR juntamente com PAULO BERKOWITZ, ambos pré-ajustados com RODRIGO BERKOWITZ. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE AB, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade, efetuaram o repasse dos valores ilícitos a RODRIGO BERKOWTIZ. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore PIMELIR SA, gerida por DENI FRANÇA e PAULO BERKOWITZ em benefício de RODRIGO BERKOWITZ. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, RODRIGO BERKOWITZ. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, 125/181 IV.2.2. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da CELIXORE na conta PIMELIR

CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS219, troca de e-mails entre LEDU e PAULO BERKOWITZ relativo a invoices da PIMELIR contra a CELIXORE220 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE221. Em relação à conta da offhsore PIMELIR, no dia 24 de fevereiro de 2011, PAULO Uruguai, com o intuito de constituírem uma offhsore e abrir uma conta bancária oculta para recebimento das propinas oriundas das operações de trading. Foi assim que, já no Uruguai, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA procederam com a abertura da conta PIMELIR no Banco Santander. Em ajustes com RODRIGO BERKOWITZ, a PIMELIR figurava em nome de DENI FRANÇA, embora o gerenciamento dos valores advindos dos crimes antecedentes fosse por estes gerenciado em conjunto com PAULO BERKOWITZ. Os denunciados PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA tinham ciência que os valores destinados a PIMELIR tinham origem criminosa, mormente porque, em virtude da atuação de RODRIGO BERKOWITZ na PETROBRAS, passaram a emitir e interagir com LEDU na emissão de invoices referentes a operações de trading em razão de contratos da VITOL com a PETROBRAS. Aliás, embora PAULO BERKOWITZ tenha tentando dar coloração diversa aos fatos, a constituição da PIMELIR somente ocorreu para receber, por meio de ocultação e dissimulação, valores ilícitos em benefício de RODRIGO BERKOWITZ, e, assim que aberta a conta bancária da offshore na agência bancária do Santander, no Uruguai, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA interagiam com a gerente MARIA AUGUSTINA e com LEDU, para certificação de que os valores relativos a operações de trading haviam sido creditados. Além disso, o conhecimento das operações de trading com a PETROBRAS, da qual RODRIGO BERKOWITZ era funcionário, como originárias dos valores é também inequívoco, haja vista que nas interações com LEDU, tanto PAULO BERKOWITZ quanto DENI FRANÇA utilizavam termos técnicos e nominavam os navios a que se referiam às operações objeto de cobrança. Ademais, evidências dão conta que PAULO BERKOWITZ, identificado na organização criminosa com o codinome emissário serra efetuava coleta de valores em espécie no interesse de RODRIGO BERKOWITZ e também, em razão de determinadas operações, após os valores serem direcionados para a PIMELIR, fazia o rateio de vantagens indevidas com outros funcionários da PETROBRAS no Brasil, a exemplo de CESAR 219 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 220 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 221 ANEXO50 126/181 BERKOWITZ e DENI FRANÇA, ajustados com RODRIGO BERKOWITZ, viajaram para Montevideu,

JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, MARCUS ALCOFORADO e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 222. A propósito, ainda logo após a constituição da PIMELIR, em 21 de março de 211, DENI FRANÇA encaminhou à gerente MARIA AGUSTINA, do Banco SANTANDER, solicitação de disponibilização dos dados bancários da offshore, já com o intuito de para ali serem direcionados Foi assim que, no dia 04 de abril de 2011, o SANTANDER, por meio de sua gerente MARIA AGUSTINA, encaminhou a DENI FRANÇA os dados da conta bancária da PIMELIR. Já em 29 de abril de 2011, o denunciado PAULO BERKOWITZ, intitulando-se diretor-geral da PMELIR, encaminhou a MARIA AUGUSTINA, com cópia a DENI FRANÇA, informações referentes a entrada de um depósito da USD 86.763 dólares na conta PIMELIR224. O referido depósito objeto de questionamento por PAULO BERWOITZ se referia a repasse de vantagens indevidas a RODRIGO BERKOWITXZ, de modo oculto e dissimulado, em razão da operação de trading entre a VITOL e a PETROBRAS, com delta de 1 US$/bbl, de 321.346 bbl de VGO (Vacuum Oil Gas) transportados pelo navio AMAZON. Colhe-se ainda que o gerenciamento da conta PIMELIR por PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA é inequívoco também em razão de diversos outros e-mails encaminhados por ambos relacionados a conta PIMELIR225. Também é demonstrativo da vinculação da conta PIMELIR com RODRIGO BERKOWITZ, o histórico de mensagens deste com LEDU, no dia 21 de novembro de 2011 226. No caso, em início de diálogo, LEDU encaminhou mensagem eletrônica a RODRIGO BERKOWITZ, identificado com o codinome Bat, com o relato acerca de dificuldades na transferência dos valores relacionados a operação de trading com o navio ANTIPOLIS para a conta PIMELIR, no importe de USD 24.800,00, em razão de questões relacionadas ao compliance bancário. Em razão da mesma operação de trading, o denunciado LEDU informou que CARLOS BARBOSA, codinome PHIL, já havia recebido a quantia de USD 24.800,00 na conta COVERWOODS, correspondente a vantagem indevida que lhe cabia na operação transportada pelo navio ANTIPOLIS. 222 Vide, e.g., ANEXO2, p. 17, 101, 114, 189, 203-205, 211-218, ANEXO4, p. 36, 39, 58, 116-117, 173-174, 190, ANEXO6, p. 25-26, ANEXO9, p. 1, ANEXO12, p. 7, ANEXO14, ANEXO16, p. 3-4, ANEXO38 223 ANEXO14, p. 7 224 ANEXO14, p. 10 225 ANEXO14, p. 11-26 226 ANEXO2, p. 114-117 127/181 valores oriundos dos crimes antecedentes em benefício de RODRIGO BERKOWITZ223.

Em resposta, RODRIGO BERKOWITZ informou a LEDU, identificado com o codinome Tiger, que poderia receber os valores em espécie, embora a preferência fosse pelo recebimento na conta PIMELIR. Na mensagem eletrônica, RODRIGO BERKOWITZ relatou que poderia pedir ao emissário da serra para coletar os valores em espécie, em referência ao seu pai, PAULO BERKOWITZ, com residência em Petrópolis, região serrana fluminense. Em sequência, nova só frescura mas vou resolver tranquilo. Foi assim que, após a abertura da conta da offshore PIMELIR, RODRIGO BERKOWITZ, ajustado com PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, passou a indicar a BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com o intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedades dos valores de origem criminosa, a conta bancária da referida offshore para depósitos dos valores oriundos dos crimes antecedentes. Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na PIMELIR tinham por destino o réu RODRIGO BERKOWITZ, identificado pelos codinomes BAT, BATMAN, ROD, ROBSON SANTOS nas atividades da organização criminosa 227, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem, localização, disposição, movimentação, propriedade e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 09 (nove) transações internacionais sub-reptícias228, transferiram, a partir da conta da offshore CELIXORE, a quantia de US$ 392.624,00 (trezentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e quatro dólares), para a conta da offshore PIMELIR S/A, gerenciada por DENI FRANÇA e PAULO BERKOWITZ, em benefício do funcionário da PETROBRAS RODRIGO BERKOWITZ: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 12A e 12B III.3.12 454.432,00 bbl de divididos em dois carregamentos de óleos combustíveis de densidade API 15 e API 9.2 transportados pelo navio Amazon Guardian 32 25/09/12 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 121.000,00 13A e 13B III.3.13 182.701,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 33 14/01/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 79.000,00 14A e 14B III.3.14 212.865,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Voidomatis 34 04/04/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 35.400,00 227 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 228 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). 128/181 ainda em 21 de novembro de 2011, LEDU escreve a RODRIGO BERKOWITZ: banco novo, conta

15A e 15B III.3.15 149.850,27 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 35 04/04/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 24.900,00 16A e 16B III.3.16 216.921,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Chemtrans Sun 36 29/04/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 18.076,00 17A e 17B III.3.17 148.298,00 bbl de óleo combustível do tipo HSFO transportados pelo navio Overseas Reymar 37 11/11/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 12.358,00 18A e 18B III.3.18 152.239,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 38 14/11/13 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 17.900,00 19A e 19B III.3.19 351.679,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Despina Adrianna 39 24/01/14 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 46.890,00 20A e 20B III.3.20 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Riga 40 05/02/14 CELIXORE AB PIMELIR SA US$ 37.100,00 US$ 392.624,00 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, entre si ajustados, recebiam da CELIXORE AB na PIMELIR, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, JORGE RODRIGUES e MARCUS ALCOFORADO. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 121.000,00 depositados em 25/09/2012 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 32)229, o valor de US$ 45.443,20 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 22.721,60 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO230. b) dos US$ 79.000,00 depositados em 14/01/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 33)231, o valor de US$ 18.270,10 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 9.135,05 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO232. c) dos US$ 35.400,00 depositados em 04/04/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 34)233, o valor de US$ 10.643,25 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO234. 229 230 231 232 233 234 Vide, e.g., ANEXO17, p. 4, ANEXO21, p. 22, ANEXO30 Vide item III.3.12 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO4, p. 145-151, ANEXO17, p. 7, ANEXO21, p. 31, ANEXO30 Vide item III.3.13 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO21, p. 35, ANEXO30 Vide item III.3.14 desta denúncia. 129/181 Total

d) dos US$ 24.900,00 depositados em 04/04/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 35)235, o valor de US$ 7.492,51 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO236. e) dos US$ 18.076,00 depositados em 29/04/2013 de forma oculta e dissimulada repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO238. f) dos US$ 12.358,00 depositados em 11/11/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 37)239, o valor de US$ 7.414,90 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO240. g) dos US$ 17.900,00 depositados em 14/11/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 38)241, o valor de US$ 7.611,95 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO242. h) dos US$ 46.890,00 depositados em 24/01/2014 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 39)243, o valor de US$ 17.583,95 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO244. i) dos US$ 37.100,00 depositados em 05/02/2014 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 40)245, o valor de US$ 18.594,40 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para MARCUS ALCOFORADO246. 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO21, p. 36, ANEXO30 Vide item III.3.15 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO4, p. 184-185, 198-204, ANEXO21, p. 39, ANEXO30 Vide item III.3.16 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO21, p. 47, ANEXO30 Vide item III.3.17 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO21, p. 48, ANEXO30 Vide item III.3.18 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO2, p. 203-205, ANEXO30, ANEXO36, p. 3 Vide item III.3.19 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30, ANEXO36, p. 4 Vide item III.3.20 desta denúncia. 130/181 pela CELIXORE AB na conta da PIMELIR (FATO 36)237, o valor de US$ 10.846,05 consubstancia

Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA e MARCUS ALCOFORADO, em concurso de pessoas, incorreram, por 9 (nove) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 32 a 40). O denunciado JORGE RODRIGUES incorreu, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor IV.2.3. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da ENCOM na conta COVERWOOD Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 20/05/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 352.850,59 (trezentos e cinquenta e dois mil, oitocentos e cinquenta dólares e cinquenta e nove centavos), por de meio de 9 (nove) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta da offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da ENCOM, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, ajustados com CARLOS BARBOSA, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore COVERWOOD INVESTMENTS SA em benefício de CARLOS BARBOSA. Primeiramente, de se ver que BO HANS e CARLOS HERZ constituíram a offhsore ENCOM TRADING247 248, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO 247 ANEXO50 Termo de depoimento BO LJUNGBERG nos autos de Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51 APINQPOL5) ( ) QUE conhece a empresa ENCOM TRADING, sendo utilizada para fazer vários negócios (transações comerciais de sucata de metais não-ferrosos entre países), sendo sócio da mesma, juntamente com CARLOS HERTZ (50% para cada um na sociedade); QUE ENCOM TRADING era uma offshore localizada na ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS (...). 248 ANEXO51 Termo de depoimento CARLOS HERZ nos autos do Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51, APINQPOL5 e AP-INQPOL6): ( ) O DECLARANTE conhece a empresa "ENCOM TRADING"? Se sim, explicar como e para qual finalidade a empresa era utilizada; QUE era uma off-shore que possuía com BO e era utilizada para negócios de metais; QUE tal off-shore ficava sediada em British-Virgin ireland; Por que referida empresa foi liquidada em 2016? QUE foi liquidada porque não tinha mais sentido em mantê-la, já que não tinha mais utilidade para ela em razão dos poucos negócios (...). 131/181 (FATOS 32 e 33).

HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, CARLOS BARBOSA. Em relação à conta bancária da COVERWOOD INVESTMENTS, trata-se de conta constituída no Banco Julius Bar, na Suíça, tendo como beneficial owners o denunciado CARLOS BARBOSA e ELIZABEHT SIMOES LOVISI BARBOSA. A conta bancária da offshore era utilizada por CARLOS Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na COVERWOODS tinham por destino o denunciado CARLOS BARBOSA, identificado pelos codinomes PHIL COLLINS, PHIL, CAB nas atividades da organização criminosa 250, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 9 (nove) transações internacionais sub-reptícias251, transferiram, a partir da conta offshore ENCOM TRANDING, a quantia de US$ 352.850,59 (trezentos e cinquenta e dois mil, oitocentos e cinquenta dólares e cinquenta e nove centavos), para a conta da offshore COVERWOODS, controlada por CARLOS BARBOSA: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 4A e 4B III.3.4 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Nestos 41 20/05/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 10.057,44 4A e 4B III.3.4 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Nestos 42 01/06/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 61.548,21 5A e 5B III.3.5 99.086,87 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Voidomatis 43 06/06/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 57.460,33 6A e 6B III.3.6 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon Gladiator 44 20/06/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 31.718,64 6A e 6B III.3.6 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon Gladiator 45 20/06/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 102.299,64 7A e 7B III.3.7 549.954,94 bbl de óleo combustível transportados pelo navio Genmar Revenge 46 05/08/11 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 24.766,33 9A e 9B III.3.9 245.114,00 bbl de óleo combustível de densidade API 6 transportados pelo navio Stena Penguim 47 06/08/12 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 28.500,00 10A e 10B III.3.10 65.995,00 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3 transportados pelo navio British Courtesy 48 20/08/12 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 7.600,00 11A e 11B III.3.11 248.274,00 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7 transportados pelo navio Amazon Beauty 49 30/08/12 ENCOM TRADING COVERWOOD INVESTMENTS US$ 28.900,00 Total US$ 352.850,59 249 ANEXO29 250 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 251 Vide, e.g., ANEXO19 (extratos da ENCOM TRADING). 132/181 BARBOSA para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 249.

Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, CARLOS BARBOSA recebia da ENCOM TRADING na COVERWOOD INVESTIMENTS, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, RODRIGO BERKOWITZ, LEDU e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. a) dos US$ 10.057,44 depositados em 20/05/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da COVERWOOD INVESTMENTS (FATO 41) acrescidos dos US$ 61.548,21 depositados em 01/06/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da COVERWOOD INVESTMENTS (FATO 42)252, o valor de US$ 33.677,29 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CESAR JOAQUIM, o valor de US$ 6.236,54 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 6.236,54 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 253. b) dos US$ 57.460,33 depositados em 06/06/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da COVERWOOD INVESTMENTS (FATO 43)254, o valor de US$ 26.753,46 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CESAR JOAQUIM, o valor de US$ 4.954,35 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 4.954,35 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 255. c) dos US$ 31.718,64 depositados em 20/06/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da COVERWOOD INVESTMENTS (FATO 44)256 acrescidos dos US$ 163.078,69 depositados em 29/06/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da AURORA 2010257, o valor de US$ 63.261,05 consubstancia repasse com 252 253 254 255 256 257 Vide, e.g., ANEXO6, p. 77-116, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 Vide item III.3.4 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO2, p. 227-228, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO29 Vide item III.3.5 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 Vide, e.g., ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 133/181 A respeito, tem-se que:

dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para RODRIGO BERKOWITZ, o valor de US$ 95.966,85 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CESAR JOAQUIM, o valor de US$ 17.771,64 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para JORGE RODRIGUES e o valor de US$ 17.771,64 consubstancia repasse funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 258. d) dos US$ 102.299,64 depositados em 20/06/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da COVERWOOD INVESTMENTS (FATO 45)259, o valor de US$ 26.657,46 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para LEDU260. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 5 (cinco) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 41 a 45) e por 4 (quatro) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 46 a 49). Os denunciados CESAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES incorreram, por 4 (quatro) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 41 a 44). O denunciado RODRIGO BERKOWITZ incorreu, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 44). IV.2.4. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da ENCOM na conta BURROW TRADE Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 05/05/2011 e 07/10/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 426.488,93 (quatrocentos e vinte e seis mil, quatrocentos e oitenta e oito dólares e noventa e três centavos), por de meio de 05 (cinco) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta 258 Vide item III.3.6 desta denúncia. 259 Vide, e.g. ANEXO2, p. 227-228, ANEXO19, ANEXO27 260 Vide item III.3.6 desta denúncia. 134/181 com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para

offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da ENCOM, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, ajustados com CARLOS BARBOSA, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA. Primeiramente, de se ver que BO HANS e CARLOS HERZ constituíram a offhsore ENCOM TRADING261 262, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, CARLOS BARBOSA. Em relação à conta bancária da BURROW TRADE, trata-se de conta constituída no Banco Credit Suisse, na Suíça, gerenciada por CARLOS BARBOSA e ELIZABEHT SIMOES LOVISI BARBOSA. A conta bancária da offhore era utilizada por CARLOS BARBOSA para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 263. Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na BURROW TRADE tinham por destino o denunciado CARLOS BARBOSA, identificado pelos codinomes PHIL COLLINS, PHIL, CAB nas atividades da organização criminosa 264, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por 261 ANEXO50 Termo de depoimento BO LJUNGBERG nos autos de Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51 APINQPOL5) ( ) QUE conhece a empresa ENCOM TRADING, sendo utilizada para fazer vários negócios (transações comerciais de sucata de metais não-ferrosos entre países), sendo sócio da mesma, juntamente com CARLOS HERTZ (50% para cada um na sociedade); QUE ENCOM TRADING era uma offshore localizada na ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS (...). 262 ANEXO51 Termo de depoimento CARLOS HERZ nos autos do Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51, APINQPOL5 e AP-INQPOL6): ( ) O DECLARANTE conhece a empresa "ENCOM TRADING"? Se sim, explicar como e para qual finalidade a empresa era utilizada; QUE era uma off-shore que possuía com BO e era utilizada para negócios de metais; QUE tal off-shore ficava sediada em British-Virgin ireland; Por que referida empresa foi liquidada em 2016? QUE foi liquidada porque não tinha mais sentido em mantê-la, já que não tinha mais utilidade para ela em razão dos poucos negócios (...). 263 ANEXO28 264 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 135/181 de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e

meio de 05 (cinco) transações internacionais sub-reptícias 265, transferiram, a partir da conta offshore ENCOM TRANDING, a quantia de US$ 426.488,93 (quatrocentos e vinte e seis mil, quatrocentos e oitenta e oito dólares e noventa e três centavos), para a conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA: Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 1A e 1B 2A e 2B III.3.1 III.3.2 129.094,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Ariadne 321.346,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon 50 05/05/11 ENCOM TRADING BURROW TRADE US$ 94.649,90 2A e 2B 3A e 3B III.3.2 III.3.3 321.346,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon 245.422,31 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 transportados pelo navio Overseas Cascade 51 09/05/11 ENCOM TRADING BURROW TRADE US$ 209.057,57 3A e 3B III.3.3 245.422,31 bbl de óleo combustível do tipo RMG+2.75 transportados pelo navio Overseas Cascade 52 05/05/11 ENCOM TRADING BURROW TRADE US$ 70.001,86 4A e 4B III.3.4 124.730,70 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Nestos 53 25/05/11 ENCOM TRADING BURROW TRADE US$ 9.144,67 8A e 8B III.3.8 161.408,72 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock transportados pelo navio Alkyones 54 07/10/11 ENCOM TRADING BURROW TRADE US$ 43.634,93 Total US$ 426.488,93 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, CARLOS BARBOSA recebia da ENCOM TRADING na BURROW TRADE, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CESAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES, LEDU e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 209.057,57 depositados em 09/05/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da BURROW TRADE (FATO 51)266, os valores de US$ 86.763,42 e US$ 66.264,02 consubstanciam repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa para CESAR JOAQUIM, os valores de US$ 16.067,30 e US$ 12.271,12 consubstanciam repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa para JORGE RODRIGUES e os valores de US$ 16.067,30 e US$ 12.271,12 consubstanciam repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa para funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO 267. b) dos US$ 70.001,86 depositados em 05/05/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da BURROW TRADE (FATO 52)268, o valor de US$ 18.406,67 265 266 267 268 Vide, e.g., ANEXO19 (extratos da ENCOM TRADING). Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 3, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 Vide itens III.3.2 e III.3.3 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO6, p. 77-116, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO28 136/181 Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading)

consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para LEDU269. c) os US$ 9.144,67 depositados em 25/05/2011 de forma oculta e dissimulada pela ENCOM TRADING na conta da BURROW TRADE (FATO 53)270 consubstanciam repasse de valor com dissimulação e ocultação da origem criminosa para LEDU271. em concurso de pessoas, incorreram, por 5 (cinco) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATOS 50 a 54). Os denunciados CESAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 51). IV.2.5. Lavagem de Dinheiro: Pagamento da CELIXORE na conta COVERWOOD Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no dia 14/01/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 51.500,00 (cinquenta e um mil e quinhentos dólares), por de meio de 1 (um) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta offshore COVERWOOD INVESTMENTS, controlada por CARLOS BARBOSA. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, ajustados com CARLOS BARBOSA, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore COVERWOODS INVESTMENTS SA em benefício de CARLOS BARBOSA. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os 269 Vide itens III.3.3 desta denúncia. 270 Vide, e.g., ANEXO6, p. 77-116, ANEXO19, ANEXO27, ANEXO29 271 Vide itens III.3.4 desta denúncia. 137/181 Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA,

quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, CARLOS BARBOSA. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS272, troca de e-mails entre autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE274. Em relação à conta bancária da COVERWOOD INVESTMENTS, trata-se de conta constituída no Banco Julius Bar, na Suíça, tendo como beneficial owners o denunciado CARLOS BARBOSA e ELIZABEHT SIMOES LOVISI BARBOSA. A conta bancária da offshore era utilizada por CARLOS BARBOSA para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes275. Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na COVERWOODS tinham por destino o denunciado CARLOS BARBOSA, identificado pelos codinomes PHIL COLLINS, PHIL, CAB nas atividades da organização criminosa 276, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 1 (uma) transação internacional sub-reptícia 277, transferiram, a partir da conta offshore CELIXORE, a quantia de US$ 51.500,00 (cinquenta e um mil e quinhentos dólares), para a conta da offshore COVERWOOD INVESTMENTS, em benefício de CARLOS BARBOSA: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 13A e 13B III.3.13 182.701,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 55 14/01/13 CELIXORE AB COVERWOOD INVESTMENTS US$ 51.500,00 Total US$ 51.500,00 272 273 274 275 276 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 ANEXO50 ANEXO29 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 277 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). 138/181 LEDU e denunciados relativo a invoices contra a CELIXORE273 e do depoimento de BO HANS à

Assim, agindo dolosamente BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, redação em vigor (FATO 55). IV.2.6. Lavagem de Dinheiro: Pagamento da CELIXORE na conta BURROW TRADE em favor da CELIXORE, no dia 24/09/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU em comunhão de vontades com CARLOS BARBOSA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 53.000,00 (cinquenta e três mil dólares), por de meio de 1 (um) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, na conta da offshore BURROW TRADE, controlada por CARLOS BARBOSA. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, ajustados com CARLOS BARBOSA, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta offshore BURROW TRADE em benefício de CARLOS BARBOSA. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os funcionários públicos da PETROBRAS, entre eles, CARLOS BARBOSA. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS278, troca de e-mails entre LEDU e denunciados relativo a invoices contra a CELIXORE279 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE280. 278 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 279 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 280 ANEXO50 139/181 Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL

Em relação à conta bancária da BURROW TRADE, trata-se de conta constituída no Banco Credit Suisse, na Suíça, gerenciada por CARLOS BARBOSA e ELIZABEHT SIMOES LOVISI BARBOSA. A conta bancária da offhore era utilizada por CARLOS BARBOSA para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 281. Em diversos documentos há a indicação de que os valores que eram depositados na codinomes PHIL COLLINS, PHIL, CAB nas atividades da organização criminosa 282, que tinha por intuito obter valores ilícitos em razão de crimes praticados no contexto de operações de trading na PETROBRAS. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 1 (uma) transação internacional sub-reptícia 283, transferiram, a partir da conta offshore CELIXORE, a quantia de US$ 53.000,00 (cinquenta e três mil dólares), para a conta da offshore BURROW TRADE, em benefício de CARLOS BARBOSA: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 12A e 12B III.3.12 454.432,00 bbl de divididos em dois carregamentos de óleos combustíveis de densidade API 15 e API 9.2 transportados pelo navio Amazon Guardian 56 24/09/12 CELIXORE BURROW TRADE 53.000,00 Total US$ 53.000,00 Assim, agindo dolosamente BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, redação em vigor (FATO 56). IV.2.7. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da ENCOM nas contas de LEDU Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, no período compreendido entre 21/04/2011 e 30/08/2012, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma 281 ANEXO28 282 Os codinomes dos investigados estão devidamente expostos no Relatório de Polícia Judiciária nº 10/2018 ( ANEXO2) e no Relatório de Polícia Judiciária nº 49/2018 (ANEXO5). 283 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). 140/181 BURROW TRADE tinham por destino o denunciado CARLOS BARBOSA, identificado pelos

consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 78.538,11 (setenta e oito mil, quinhentos e trinta e oito dólares e onze centavos), por de meio de 6 (seis) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore ENCOM TRADING, controlada por BO HANS e CARLOS HERZ, nas contas bancárias No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da ENCOM, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados nas contas bancárias mantidas por LEDU no exterior. Primeiramente, de se ver que BO HANS e CARLOS HERZ constituíram a offhsore ENCOM TRADING284 285, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os integrantes do esquema criminoso, entre os quais LEDU. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 6 (seis) transações internacionais sub-reptícias286, transferiram, a partir da conta offshore ENCOM TRANDING, a quantia de US$ 78.538,11 (setenta e oito mil, quinhentos e trinta e oito dólares e onze centavos) para contas bancárias mantidas no exterior por LEDU: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 1A e 1B III.3.1 129.094,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Ariadne 57 21/04/11 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 9.779,36 2A e 2B III.3.2 321.346,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon 58 29/04/11 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 24.198,82 8A e 8B III.3.8 161.408,72 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock transportados pelo navio Alkyones 59 07/10/11 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 12.159,93 284 ANEXO50 Termo de depoimento BO LJUNGBERG nos autos de Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51 APINQPOL5) ( ) QUE conhece a empresa ENCOM TRADING, sendo utilizada para fazer vários negócios (transações comerciais de sucata de metais não-ferrosos entre países), sendo sócio da mesma, juntamente com CARLOS HERTZ (50% para cada um na sociedade); QUE ENCOM TRADING era uma offshore localizada na ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS (...). 285 ANEXO51 Termo de depoimento CARLOS HERZ nos autos do Inquérito Policial nº 5033355-88.2015.4.04.7000 (evento 51, APINQPOL5 e AP-INQPOL6): ( ) O DECLARANTE conhece a empresa "ENCOM TRADING"? Se sim, explicar como e para qual finalidade a empresa era utilizada; QUE era uma off-shore que possuía com BO e era utilizada para negócios de metais; QUE tal off-shore ficava sediada em British-Virgin ireland; Por que referida empresa foi liquidada em 2016? QUE foi liquidada porque não tinha mais sentido em mantê-la, já que não tinha mais utilidade para ela em razão dos poucos negócios (...). 286 Vide, e.g., ANEXO19 (extratos da ENCOM TRADING). 141/181 mantidas por LEDU no exterior.

9A e 9B III.3.9 245.114,00 bbl de óleo combustível de densidade API 6 transportados pelo navio Stena Penguim 60 03/08/12 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 14.200,00 10A e 10B III.3.10 65.995,00 bbl de óleo combustível de densidade API 8.3 transportados pelo navio British Courtesy 61 17/08/12 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 3.800,00 11A e 11B III.3.11 248.274,00 bbl de óleo combustível de densidade API 7.7 transportados pelo navio Amazon Beauty 62 30/08/12 ENCOM TRADING LUIZ EDUARDO US$ 14.400,00 Total US$ 78.538,11 Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de (redação original) (FATOS 57 a 59) e por 3 (três) vezes na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 60 a 62). IV.2.8. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da CELIXORE nas contas de LEDU Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, no período compreendido entre 24/09/2012 e 08/11/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 97.837,00 (noventa e sete mil, oitocentos e trinta e sete dólares), por de meio de 4 (quatro) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, nas contas bancárias mantidas por LEDU no exterior. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados nas contas bancárias mantidas por LEDU no exterior. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os envolvidos no esquema criminoso, entre os quais LEDU. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS287, troca de e-mails entre LEDU e denunciados 287 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 142/181 pessoas, incorreram, por 3 (três) vezes, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4ºda Lei 9.613/98

relativo a invoices contra a CELIXORE288 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE289. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 4 (quatro) transações internacionais sub-reptícias 290, transferiram, a partir da conta dólares) para contas bancárias mantidas no exterior por LEDU: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 12A e 12B III.3.12 454.432,00 bbl de divididos em dois carregamentos de óleos combustíveis de densidade API 15 e API 9.2 transportados pelo navio Amazon Guardian 63 24/09/12 CELIXORE AB LUIZ EDUARDO US$ 26.500,00 13A e 13B III.3.13 182.701,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 64 14/01/13 CELIXORE AB LUIZ EDUARDO US$ 25.800,00 16A e 16B III.3.16 216.921,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Chemtrans Sun 65 26/04/13 CELIXORE AB LUIZ EDUARDO US$ 27.000,00 17A e 17B III.3.17 148.298,00 bbl de óleo combustível do tipo HSFO transportados pelo navio Overseas Reymar 66 08/11/13 CELIXORE AB LUIZ EDUARDO US$ 18.537,00 Fato Total US$ 97.837,00 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB em suas contas mantidas no exterior, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 27.000,00 depositados em 26/04/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta mantida por LEDU no exterior (FATO 65)291, o valor de US$ 18.076,75 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA292. b) dos US$ 18.537,00 depositados em 08/11/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta mantida por LEDU no exterior (FATO 66)293, o valor de US$ 12.358,17 288 289 290 291 292 293 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 ANEXO50 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). Vide, e.g., ANEXO4, p. 184-185, 198-204, ANEXO22, p. 33, ANEXO30 Vide itens III.3.16 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO22, p. 42, ANEXO30 143/181 offshore CELIXORE AB, a quantia de US$ 97.837,00 (noventa e sete mil, oitocentos e trinta e sete

consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA294. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de pessoas, incorreram, por 4 (quatro) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 63 a 66). O denunciado CARLOS BARBOSA incorreu, vigor (FATOS 65 e 66). IV.2.9. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da CELIXORE na conta da TUTEN Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, na data de 05/04/2013, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 90.450,00 (noventa mil, quatrocentos e cinquenta dólares), por de meio de 2 (dois) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore TUTEN, controlada por LEDU. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta bancária da offshore TUTEN, controlada por LEDU. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os envolvidos no esquema criminoso, entre os quais LEDU. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS295, troca de e-mails entre LEDU e denunciados 294 Vide itens III.3.17 desta denúncia. 295 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 144/181 por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em

relativo a invoices contra a CELIXORE296 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE297. Em relação à conta bancária da TUTEN, trata-se de conta constituída no Banco Itau Uruguay SA, no Uruguai, gerenciada por LEDU. A conta bancária da offshore era utilizada por LEDU para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 298. criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 2 (duas) transações internacionais sub-reptícias299, transferiram, a partir da conta offshore CELIXORE AB, a quantia de 90.450,00 (noventa mil, quatrocentos e cinquenta dólares) para conta bancária da offshore TUTEN, controlada por LEDU: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 14A e 14B III.3.14 212.865,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Voidomatis 67 05/04/13 CELIXORE AB TUTEN SA US$ 53.100,00 15A e 15B III.3.15 149.850,27 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 68 05/04/13 CELIXORE AB TUTEN SA US$ 37.350,00 Total US$ 90.450,00 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da TUTEN, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 53.100,00 depositados em 05/04/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da TUTEN (FATO 67)300, o valor de US$ 35.477,50 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA301. b) dos US$ 37.350,00 depositados em 05/04/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da TUTEN (FATO 68)302, o valor de US$ 24.975,05 consubstancia 296 297 298 299 300 301 302 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 ANEXO50 ANEXO33 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO30, ANEXO33, p. 3 Vide itens III.3.14 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO4, p. 133-145, ANEXO17, p. 8, ANEXO30, ANEXO33, p. 1 145/181 Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza

repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA303. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, IV.2.10. Lavagem de Dinheiro: Pagamentos da CELIXORE na conta da CONWAY Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, nas datas de 20/01/2014 e 04/02/2014, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 107.900,00 (cento e sete mil e novecentos dólares), por de meio de 2 (dois) repasses de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósitos não declarados e sub-reptícios originários da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore CONWAY UNITED SA, controlada por LEDU. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta bancária da offshore CONWAY UNITED SA, controlada por LEDU. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os envolvidos no esquema criminoso, entre os quais LEDU. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS304, troca de e-mails entre LEDU e denunciados relativo a invoices contra a CELIXORE305 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE306. 303 304 305 306 Vide itens III.3.15 desta denúncia. Video, e.g., ANEXO2, p. 203 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 ANEXO50 146/181 da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 67 e 68).

Em relação à conta bancária da CONWAY UNITED SA, trata-se de conta constituída no Credit Suisse, na Suíça, gerenciada por LEDU. A conta bancária da offshore era utilizada por LEDU para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 307. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por CELIXORE AB, a quantia de US$ 107.900,00 (cento e sete mil e novecentos dólares) para conta bancária da offshore CONWAY UNITED SA, controlada por LEDU: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 19A e 19B III.3.19 351.679,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Despina Adrianna 69 20/01/14 CELIXORE AB CONWAY UNITED SA US$ 70.100,00 20A e 20B III.3.20 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Riga 70 05/02/14 CELIXORE AB CONWAY UNITED SA US$ 37.800,00 Total US$ 107.900,00 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da CONWAY UNITED SA, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. A respeito, tem-se que: a) dos US$ 70.100,00 depositados em 20/01/2014 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da CONWAY (FATO 69)309, o valor de US$ 46.890,53 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA310. b) dos US$ 37.800,00 depositados em 05/02/2014 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da TUTEN (FATO 70)311, o valor de US$ 37.188,80 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA312. 307 308 309 310 311 312 ANEXO34 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). Vide, e.g., ANEXO30, ANEXO34, p. 11 Vide itens III.3.19 desta denúncia. Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30, ANEXO34, p. 12 Vide itens III.3.20 desta denúncia. 147/181 meio de 2 (duas) transações internacionais sub-reptícias308, transferiram, a partir da conta offshore

Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 2 (duas) vezes, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATOS 69 e 70). IV.2.11. Lavagem de Dinheiro: Pagamento da CELIXORE na conta da COLDSPRING em favor da CELIXORE, na data de 14/11/13, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 26.900,00 (vinte e seis mil e novecentos dólares), por de meio de 1 (um) repasse de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da offshore COLDSPRING TRADING INVESTORS COPR, controlada por LEDU. No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta bancária da offshore COLDSPRING, controlada por LEDU. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os envolvidos no esquema criminoso, entre os quais LEDU. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS313, troca de e-mails entre LEDU e denunciados relativo a invoices contra a CELIXORE314 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE315. 313 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 314 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 315 ANEXO50 148/181 Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL

Em relação à conta bancária da COLDSPRING, trata-se de conta constituída no Credicorp Bank, Panamá, gerenciada por LEDU. A conta bancária da offshore era utilizada por LEDU para ocultar e dissimular o recebimento de valores oriundos dos crimes antecedentes 316. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por CELIXORE AB, a quantia de US$ 26.900,00 (vinte e seis mil e novecentos dólares) para conta bancária da offshore CONWAY UNITED SA, controlada por LEDU: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 18A e 18B III.3.18 152.239,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Amazon Beauty 71 14/11/13 CELIXORE AB COLDSPRING 26.900,00 Total US$ 26.900,00 Além de promover a ocultação e dissimulação dos valores dos crimes antecedentes para si próprio, LEDU recebia da CELIXORE AB na conta da COLDSPRING, de forma oculta e dissimulada, valores destinados a outros integrantes do grupo criminoso, entre eles, CARLOS BARBOSA. A respeito, tem-se que, dos US$ 26.900,00 depositados em 14/11/2013 de forma oculta e dissimulada pela CELIXORE AB na conta da COLDSPRING (FATO 62)318, o valor de US$ 17.761,22 consubstancia repasse com dissimulação e ocultação da origem criminosa, mediante operação dólar-cabo, para CARLOS BARBOSA319. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU e CARLOS BARBOSA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATO 71). IV.2.12. Lavagem de Dinheiro: Pagamento da CELIXORE para BH FOTO ELECTRONICS Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da CELIXORE, na data de 06/02/14, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e 316 317 318 319 ANEXO35 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). Vide, e.g., ANEXO30, ANEXO35, p. 3 Vide itens III.3.18 desta denúncia. 149/181 meio de 1 (uma) transação internacionail sub-reptícia317, transferiram, a partir da conta offshore

dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 17.907,00 (dezessete mil, novecentos e sete dólares), por de meio de 1 (um) repasse de valores provenientes dos crimes antecedentes, mediante depósito não declarado e sub-reptício originário da conta offshore CELIXORE AB, controlada por BO HANS, na conta bancária da BH FOTO ELECTRONICS, em benefício de LEDU. antecedentes pela VITOL em favor da CELIXORE, os denunciados BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, a este efetuaram o repasse de valores ilícitos, por meio de atos de ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade. Para tanto os valores eram depositados na conta bancária da BH FOTO ELECTRONICS, em benefício de LEDU. Primeiramente, de se ver que BO HANS constituiu a offhsore CELIXORE AB, oculta e não declarada às autoridades brasileiras, que recebia os pagamentos ilícitos oriundos da VITOL, os quais eram, posteriormente, repassados, em ajuste entre os reús BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de ocultação e dissimulação, para os envolvidos no esquema criminoso, entre os quais LEDU. A vinculação da CELIXORE AB com o grupo criminoso de BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU se extrai de vários documentos angariados no decorrer das investigações, entre eles, invoices emitidas contra a VITOL assinadas por BO HANS320, troca de e-mails entre LEDU e denunciados relativo a invoices contra a CELIXORE321 e do depoimento de BO HANS à autoridade policial, no qual confirma ser o dono da CELIXORE322. Em relação à conta bancária da BH FOTO ELECTRONICS, LEDU solicitou a BO HANS que o repasse de valores provenientes de crimes antecedentes fosse a ele repassado, de modo oculto e dissimulado, por meio de transferência para a referida conta 323. Neste contexto, com o propósito de ocultar e dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, por meio de 1 (uma) transação internacionail sub-reptícia324, transferiram, a partir da conta offshore CELIXORE AB, a quantia de US$ 17.907,00 (dezessete mil, novecentos e sete dólares) para conta bancária da conta bancária da BH FOTO ELECTRONICS, em benefício de LEDU: 320 321 322 323 324 Video, e.g., ANEXO2, p. 203 Video, e.g., ANEXO2, p. 212 ANEXO50 Vide, e.g., ANEXO2, p. 218-224, ANEXO30 Vide, e.g., ANEXO30 (extratos da CELIXORE AB). 150/181 No caso, após efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes

Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 20A e 20B III.3.20 371.888,00 bbl de óleo combustível do tipo LSFO transportados pelo navio Riga 72 06/02/14 CELIXORE AB BH FOTO ELECTRONICS US$ 17.907,00 Total US$ 17.907,00 pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 4º, da Lei 9.613/98, com a redação em vigor (FATO 72). IV.2.13. Lavagem de Dinheiro: Transferência dólar-cabo, à margem do sistema de câmbio oficial, por meio da offshore AURORA 2010 Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 29/06/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 163.078,69 (cento e sessenta e três mil e setenta e oito dólares e sessenta e nove centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore AURORA 2010 SA, cujo beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, disponibilizou valores em reais no Brasil, em favor de RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. No contexto do crime antecedente, no caso, corrupção na operação de trading entre a VITOL e PETROBRAS de 355.431,780 bbl de VGO (Vacuum Oil Gas) transportados pelo navio Amazon Gladiator325, RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, ajustados com LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, optaram pela conversão dos valores ilícitos em 325 Vide item III.3.6 desta denúncia 151/181 Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em concurso de

dólares para o correspondente em reais, à margem do sistema oficial, e sua entrega em espécie no Brasil, ocasião em que indicaram a conta offshore AURORA 2010, para realização da transferência do crédito e subsequente realização de operação dólar-cabo. Assim, em 22 de junho de 2011, LEDU informou a BO HANS a necessidade de transferência da ENCOM da quantia de US$ 163.000,00, em favor da conta offshore AURORA 2010, cujo invoice fez expressa referência a efetuada a transferência entre a ENCOM e a AURORA 2010, no já referido valor 326: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 6A e 6B III.3.6 355.432,78 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Amazon Gladiator 73 29/06/11 ENCOM TRADING AURORA 2010 US$ 163.078,69 Total US$ 163.078,69 Efetuado o repasse para a AURORA 2010, foi disponibilizado, por de meio transações internacionais, com operações de câmbio e compensações a margem do sistema oficial, os valores correspondentes em reais para RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, mediante ocultação da origem, natureza criminosa, movimentação e propriedade, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro. Em mensagem encaminhada no dia 30 de junho de 2011, LEDU confirma a BO HANS a chegada do dinheiro aos seus destinatários327. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, RODRIGO BERKOWITZ, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 73). IV.2.14. Lavagem de Dinheiro: Transferência dólar-cabo, à margem do sistema de câmbio oficial, por meio da offshore ERMONT FINANCE Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 17/10/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não 326 Vide, e.g., ANEXO6, p. 6-49, ANEXO15, p. 7, ANEXO19, ANEXO27 327 Vide, e.g., ANEXO6, p. 31 152/181 operação de trading com o navio Amazon Gladiator. Em sequência, no dia 29 de junho de 2011, foi

identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 41.056,31 (quarenta e um mil e cinquenta e seis dólares e trinta e um centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore ERMONT FINANCE, cujo Brasil, em favor de CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. No contexto do crime antecedente, no caso, corrupção na operação de trading entre a VITOL e PETROBRAS de 161.408,72 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock transportados pelo navio Alkyones328, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, ajustados com LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, optaram pela conversão dos valores ilícitos em dólares para o correspondente em reais, à margem do sistema oficial, e sua entrega em espécie no Brasil, ocasião em que indicaram a conta offshore ERMONT FINANCE, para realização da transferência do crédito e subsequente realização de operação dólar-cabo329. Em 15 de outubro de 2011, LEDU enviou para BO HANS mensagem de e-mail explicando que se tratava de operação dólar-cabo para geração de valores em espécie no Brasil ( NO this is will be the only one remittance. This belong to a dollar brokerage and not to any of the guys from the team. In fact one of them asked for cash and this address is where we must send to get equivalent in Reais in cash )330. Em sequência, no dia 17 de outubro de 2011, foi efetuada a transferência entre a ENCOM e a ERMONT FINANCE, no já referido valor: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Operações de lavagem de ativos Fato Item da denúncia Objeto da operação de trading Fato Data Conta origem Conta destino Valor 8A e 8B III.3.8 161.408,72 bbl de óleo combustível do tipo cutter stock transportados pelo navio Alkyones 74 17/10/11 ENCOM TRADING ERMONT FINANCE US$ 41.056,31 Total US$ 41.056,31 328 Vide item III.3.8 desta denúncia 329 Vide, e.g., ANEXO3, p. 21-22, ANEXO4, p. 62-78, ANEXO19, ANEXO27 330 ANEXO4, p. 66 153/181 beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, disponibilizou valores em reais no

Efetuado o repasse para a ERMONT FINANCE, foi disponibilizado, por de meio transações internacionais, com operações de câmbio e compensações a margem do sistema oficial, os valores correspondentes em reais para CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, mediante ocultação da origem, quebra do rastro financeiro. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 74). IV.2.15. Lavagem de Dinheiro: Transferência dólar-cabo, à margem do sistema de câmbio oficial, por meio da offshore ALEASE INVESTMENT (FATO 75) Efetuadas as transferências dos valores oriundos dos crimes antecedentes da VITOL em favor da ENCOM, na data de 02/05/2011, BO HANS, CARLOS HERZ e LEDU, em comunhão de vontades com CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de US$ 47.862,94 (quarenta e sete mil, oitocentos e sessenta e dois dólares, e noventa e quatro centavos), por meio de 1 (um) repasse proveniente dos crimes antecedentes, originário da ENCOM em favor da offshore ALEASE INVESTMENT SA, cujo beneficiário, em consequência, à margem do sistema oficial, disponibilizou valores em reais no Brasil, em favor de CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. No contexto do crime antecedente, no caso, corrupção na operação de trading entre a VITOL e PETROBRAS de 129.094,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Ariadne331, CÉSAR JOAQUIM, JORGE RODRIGUES e funcionário da PETROBRAS ainda não 331 Vide item III.3.1 desta denúncia 154/181 natureza criminosa, movimentação e propriedade, com distanciamento da origem ilícita e com

identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, ajustados com LEDU, BO HANS e CARLOS HERZ, optaram pela conversão dos valores ilícitos em dólares para o correspondente em reais, à margem do sistema oficial, e sua entrega em espécie no Brasil, ocasião em que indicaram a conta offshore ALEASE INVESTMENT SA, para realização da transferência do crédito e subsequente realização de operação dólar-cabo332. INVESTMENT SA no já referido valor: Crimes antecedentes (corrupção em operações de trading) Fato 1A e 1B Item da denúncia Objeto da operação de trading III.3.1 129.094,00 bbl de gasóleo de vácuo (VGO) transportados pelo navio Ariadne Operações de lavagem de ativos Fato 75 Data 02/05/11 Conta origem Conta destino Valor ENCOM TRADING ALEASE INVESTMENT SA US$ 47.862,94 Total US$ 47.862,94 Efetuado o repasse para a ALEASE INVESTMENT SA, foi disponibilizado, por de meio transações internacionais, com operações de câmbio e compensações a margem do sistema oficial, os valores correspondentes em reais para CÉSAR JOAQUIM que reteve a sua parte e, em seguida, entregou em mãos o que cabia a JORGE RODRIGUES e ao funcionário da PETROBRAS ainda não identificado referido pelos codinomes LOG e LOGÍSTICO, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro, mediante ocultação da origem, natureza criminosa, movimentação e propriedade, com distanciamento da origem ilícita e com quebra do rastro financeiro. Na mensagem enviada por CESAR JOAQUIM para LEDU em 03/05/2011, CÉSAR JOAQUIM confirma que entregou o valor que cabia a JORGE RODRIGUES ( paguei a ele ontem o,05 do Ariadne )333. Assim, agindo dolosamente, BO HANS, CARLOS HERZ, LEDU, CÉSAR JOAQUIM e JORGE RODRIGUES, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, V, c/c 4º, da Lei 9.613/98 (redação original) (FATO 75). IV.2.16. Lavagem de Dinheiro: contratos de câmbio oficial efetuados entre a PIMELIR e a BERKOWITZ CONSULTORIA, por PAULO BERKOWITZ, RODRIGO BERKOWITZ e DENI FRANÇA 332 Vide, e.g., ANEXO6, p. 49-77, ANEXO15, p. 2-3, ANEXO19, ANEXO27 333 ANEXO6, p. 63 155/181 No dia 02 de maio de 2011, foi efetuada a transferência entre a ENCOM e a ALEASE

Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de transferências para a offshore PIMELIR S/A, entre 30/01/2014 e 26/06/2014, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de aproximadamente US$ 1.220.000,00 (um milhão, duzentos e favor da pessoa jurídica BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL, convertendo, dessa forma, valores de origem criminosa em ativos lícitos com a sua inserção na atividade econômico-financeira. A propósito, em relação aos crimes antecedentes, os contratos de câmbio também englobam outros crimes de corrupção praticados pelos denunciados, além daqueles que ora são objeto de imputação. Incluem-se também como crimes antecedentes os delitos de corrupção praticados por RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA e outros agentes no âmbito da locação pela PETROBRAS de tanque da VITOL localizado na ilha de Santo Eustáquio, no âmbito das operações de compra e venda de produtos entre a PETROBRAS e a VITOL ainda não denunciadas e no âmbito das operações comerciais realizadas entre a PETROBRAS e as trading companies GLENCORE, CHEMIUM, CHEMOIL, OTT, entre outras, cujas evidências estão bem materializadas nos relatórios e documentos que instruem a representação policial 334 acostada no evento 1 do Pedido de Prisão Preventiva nº 5048954-62.2018.4.04.7000. No caso, para fins de dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, RODRIGO BERKOWITZ, PAULO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, entre si ajustados, efetuaram a repatriação dos valores de origem criminosa por meio de contratos fraudulentos em favor da BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL LT, pessoa jurídica da qual são sócios RODRIGO BERKOWITZ e familiares335: Contratos de câmbio utilizado para lavar valores provenientes de crimes de corrupção Fato Número do contrato Data Valor 76 77 78 79 80 119817720 30/01/14 US$ 180.000,00 120197263 19/02/14 US$ 135.000,00 120663971 14/03/14 US$ 45.000,00 120652153 14/03/14 US$ 90.000,00 121352203 15/04/14 US$ 135.000,00 334 ANEXO54 Os anexos que instruem a representação policial estão anexados à presente denúncia e possuem a mesma numeração referida naquela peça 335 ANEXOS 52 e 53 156/181 vinte e mil dólares norte-americanos), por meio de 9 (nove) contratos de câmbio dissimulados em

81 82 83 84 121556515 25/04/14 US$ 135.000,00 122099342 22/05/14 US$ 180.000,00 122420173 06/06/14 US$ 200.000,00 122808135 26/06/14 US$ 300.000,00 Total US$ 1.220.000,00 Para tanto, ao celebrar os contratos de câmbio com o BANCO MÁXIMA em benefício RODRIGO BERKOWITZ e DENI FRANÇA, prestou, com o fim de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa dos valores, declarações falsas anotando que a quantia tinha por origem serviços técnicos profissionais e que o vínculo com a offshore PIMELIR decorria de operações e serviços entre empresas que não pertencem ao mesmo grupo criminoso 336. As declarações de PAULO BERKOWITZ são falsas e foram prestadas com o intuito único de promover a lavagem dos ativos com a remessa dos valores oriundos da atividade criminosa para a BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA, com ocultação e dissimulação da origem e natureza criminosa. Em consequência, após aportar em reais os valores oriundos de crime na BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA, PAULO BERKOWITZ, ajustado com DENI FRANÇA e RODRIGO BERKOWITZ, converteu valores oriundos de infração penal em ativos lícitos e inseriu e utilizou na atividade econômica e financeira da BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA valores provenientes de infração penal. Nestes termos, agindo dolosamente, PAULO BERKOWITZ, DENI FRANÇA e RODRIGO BERKOWITZ, em concurso de pessoas, incorreram, por 9 (nove) vezes, na prática do delito do artigo 1º, caput, 1, inciso I e 2, inciso I, c/c 4º da Lei 9.613/98 (FATOS 76 a 84) IV.2.17. Lavagem de Dinheiro: operações financeiras e imobiliárias relacionadas à compra, às dações em pagamento simuladas e à permuta do apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de repasse a CARLOS BARBOSA em espécie no Brasil e por meio de transferências para as contas bancárias que o 336 ANEXOS 52 e 53 157/181 da empresa BERKOWITZ ASSESSORIA E CONSULTORIA, PAULO BERKOWITZ, ajustado com

denunciado mantinha na Suíça em nome próprio (no Credit Suisse 337 e no Julius Bär338) e em nome das offshores BURROW TRADE CORPORATION (no Credit Suisse339), COVERWOOD INVESTMENTS SA (no Julius Bär340) e GUARDIAN GROWTH LIMITED (no Pictet341), entre 01/04/2013 e 09/11/2016, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA BUENO e ANDRÉ PAZZA, com unidade de desígnios e mediante divisão de tarefas, de forma consciente e voluntária, de aproximadamente R$ 3.150.000,00 (três milhões e cento e cinquenta mil reais), por meio operações financeiras e imobiliárias relacionadas à compra, dação e permuta do apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, localizado na Rua Prudente de Morais nº 1415, Ipanema, Rio de Janeiro/RJ, convertendo, dessa forma, valores de origem criminosa em ativos lícitos, tudo com intuito de ocultar e dissimular a origem e natureza criminosa, bem como dificultar a investigação pelas autoridades financeiras e de persecução penal. A propósito, em relação aos crimes antecedentes, a origem dos valores utilizados na aquisição do referido imóvel engloba outros crimes de corrupção, além daqueles que ora são objeto de imputação. Incluem-se também como crimes antecedentes os delitos de corrupção praticados por CARLOS BARBOSA e outros agentes no âmbito da locação pela PETROBRAS de tanque da VITOL localizado na ilha de Santo Eustáquio, no âmbito das operações de compra e venda de produtos entre a PETROBRAS e a VITOL ainda não denunciadas e no âmbito das operações comerciais realizadas entre a PETROBRAS e as trading companies GLENCORE, CHEMIUM, CHEMOIL, OTT, entre outras, cujas evidências estão bem materializadas nos relatórios e documentos que instruem a representação policial 342 acostada no evento 1 do Pedido de Prisão Preventiva nº 5048954-62.2018.4.04.7000. Também estão entre os crimes antecedentes os delitos de corrupção praticados por CARLOS BARBOSA e outros agentes que são objeto de imputação nas ações penais nº 5055008-78.2017.4.04.7000 343 (corrupção na compra da Refinaria de Pasadena pela PETROBRAS) e nº 5034453-06.2018.4.04.7000 344 (corrupção nas importações de asfalto da SARGEANT MARINE realizadas pela PETROBRAS). Há, ainda, outros crimes antecedentes praticados 337 338 339 340 341 342 ANEXOS 74 e 75 ANEXO60 ANEXO28 ANEXO29 ANEXO55 ANEXO54 Os anexos que instruem a representação policial estão anexados à presente denúncia e possuem a mesma numeração referida naquela peça 343 ANEXO56 Denúncia oferecida pelo MPF na ação penal nº 5055008-78.2017.4.04.7000 344 ANEXO57 Denúncia oferecida pelo MPF na ação penal nº 5034453-06.2018.4.04.7000 158/181 ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade

por CARLOS BARBOSA e outros agentes que estão sob apuração, como aqueles envolvendo as importações de asfalto da ASPHALTOS TRADE realizadas pela PETROBRAS 345. No caso, para fins de dissimular a origem e a natureza criminosa dos valores oriundos dos crimes antecedentes, o advogado GUSTAVO BUFFARA vendeu o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service por R$ 3.150.000,00 (três milhões e cento e público de forma prioritariamente sub-reptícia, com a ciência de que se tratava de valores oriundos de crimes antecedentes praticados em desfavor da PETROBRAS, haja vista a forma espúria escolhida pelo funcionário público para efetuar a maior parte dos pagamentos (espécie e transferência oriunda de conta mantida no exterior em nome de offshore), a evidente incompatibilidade de tais movimentações financeiras com o patrimônio de um funcionário público e a subsequente realização, pelos advogados GUSTAVO BUFFARA e ANDRÉ PAZZA e por CARLOS BARBOSA, de operações simuladas de dação em pagamento do apartamento, para fins de ocultação da real propriedade do imóvel, e de permuta do apartamento por loja comercial e dinheiro, para fins de ocultação do vínculo do patrimônio de CARLOS BARBOSA com o nome de GUSTAVO BUFFARA. Assim é que, em 01/04/2013, CARLOS BARBOSA e GUSTAVO BUFFARA celebraram Contrato Preliminar de Venda e Compra com Recibo de Sinal tendo por objeto o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service. O contrato estipulava que o pagamento deveria se dar com sinal de R$ 1.000.000,00 (dos quais o valor exorbitante de R$ 600.000,00 seria em espécie e R$ 400.000,00 seria em cheque), complemento de R$ 2.000.000,00 sem forma de pagamento pré-definida, e R$ 150.000,00 a título de comissão de corretagem para a FRASSETTI IMÓVEIS LTDA346: 345 ANEXO58 Manifestação apresentada pelo MPF no evento 15 dos autos nº 5048954-62.2018.4.04.7000 346 ANEXO10, p. 6 159/181 cinquenta mil reais) para CARLOS BARBOSA e aceitou receber os pagamentos do funcionário

01/04/2013 e 02/04/2013 Pagamento do sinal (R$ 600.000,00 em espécie e R$ 400.000,00 em cheque) De acordo com GUSTAVO BUFFARA, já no dia em que o contrato foi celebrado, em 01/04/2013, CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, com o intuito de ocultar e dissimular valores em espécie oriundos de crimes antecedentes, entregou em mãos para entregue em seu escritório de advocacia e parte no escritório da FRASSETTI IMÓVEIS347 No dia seguinte, em 02/04/2013, CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, com o intuito de ocultar e dissimular valores oriundos de crimes antecedentes que mantinha em suas contas pessoais no Brasil, entregou a este os cheques nº 001449 e 001450, nos valores de R$ 300.000,00 e R$ 100.000,00, respectivamente348. Com relação à procedência criminosa dos recursos utilizados para custear tais cheques, mister salientar que os extratos bancários das contas de CARLOS BARBOSA no Brasil obtidos com autorização desse il. Juízo nos autos nº 5055166-07.2015.4.04.7000 (SIMBA-001-MPF001812-36) e nos autos nº 500178805.2016.4.04.7000 (SIMBA-001-MPF-001853-04) demonstram que, no período anterior à emissão dos cheques, tais contas foram abastecidas com significativo volume de depósitos em espécie de alto valor, fracionados, não identificados ou em nome do próprio favorecido, além de depósitos feitos por AGOSTHILDE MONACO CARVALHO e ALBERTO FEILHABER (coautores dos crimes envolvendo a compra da Refinaria de Pasadena pela PETROBRAS349). Apresenta-se a seguir a lista de tais depósitos, considerando-se somente os de valor igual ou superior a R$ 5.000,00: TITULAR DATA CRÉDITO LANÇAMENTO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/01/2005 86.800,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/01/2005 86.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 12/04/2005 91.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 12/04/2005 71.787,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 12/04/2005 64.013,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 12/04/2005 9.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 90.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 31.200,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 9.900,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 9.800,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 9.700,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 9.600,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 9.500,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO DEPOSITANTE 347 ANEXO59 Termo de declarações prestadas por GUSTAVO BUFFARA BUENO nos autos do IPL nº 1257/2016-SR/DPF/PR (autos nº 5043959-74.2016.4.04.7000, evento 51, ANEXO5) 348 ANEXO61, p. 15 349 ANEXO56 Denúncia oferecida pelo MPF na ação penal nº 5055008-78.2017.4.04.7000 160/181 GUSTAVO BUFFARA os R$ 600.000,00 em espécie relativos ao sinal do contrato, sendo parte

CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 18/04/2005 8.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 9.990,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 9.950,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 9.900,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 9.500,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 8.750,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2005 5.470,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 22/04/2005 28.840,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 13/04/2007 4.300,00 CEI 000002 DEP CHQ CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 25/04/2007 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 27/06/2007 4.999,99 DOC 2373199ALBERTO FEIL ALBERTO FEILHABER CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 02/07/2007 4.999,99 DOC 2373199ALBERTO FEIL ALBERTO FEILHABER CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 08/08/2007 40.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 27/08/2007 19.100,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 27/08/2007 19.100,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 27/08/2007 9.900,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 28/08/2007 9.901,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 28/08/2007 9.276,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/04/2008 9.900,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/04/2008 9.850,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/04/2008 7.400,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 30/04/2008 9.900,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 02/05/2008 9.800,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 06/05/2008 7.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 21/07/2008 15.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 09/12/2008 9.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 15/06/2009 9.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 30/06/2009 9.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 25/08/2009 12.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 26/08/2009 7.835,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 07/10/2009 9.450,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 07/10/2009 9.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 14/10/2009 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 14/10/2009 9.500,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 15/10/2009 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 16/10/2009 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 27/10/2009 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/10/2009 9.950,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 22/02/2010 8.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 26/02/2010 7.750,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 01/03/2010 9.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 23/03/2010 9.950,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 24/03/2010 9.500,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 19/04/2010 9.250,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 20/04/2010 9.900,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 22/04/2010 9.900,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 26/04/2010 9.900,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 07/06/2010 5.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 21/06/2010 9.900,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 12/08/2010 5.000,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 21/12/2010 60.000,00 DEPOSITO EM DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 23/03/2011 9.900,00 DEPOSITO EM DINHEIRO NO CAIXA CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 26/07/2011 9.500,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 06/12/2011 8.200,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 26/12/2011 9.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/12/2011 8.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 23/01/2012 8.000,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 25/01/2012 7.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 07/02/2012 7.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 08/02/2012 9.800,00 TEC DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 09/02/2012 9.800,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 06/08/2012 6.300,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 29/08/2012 5.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 10/12/2012 5.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 13/12/2012 5.000,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC AGOSTHILDE MONACO CARVALHO 161/181

CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 14/01/2013 60.000,00 DEPOSITO DINHEIRO CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 19/02/2013 9.500,00 DEP DINH CARTAO MAGNETIC TOTAL 1.333.661,98 CARLOS ROBERTO MARTINS BARBOSA 16/05/2013 e datas ainda incertas Pagamento do complemento (R$ 2.000.000,00) e da comissão de corretagem (R$ 150.000,00) intuito de ocultar e dissimular valores oriundos de crimes antecedentes que mantinha em suas contas pessoais no Brasil, entregou a este o cheque nº 001455, nos valores de R$ 551.000,00350. Como demonstrado logo acima, tal cheque foi custeado com valores provenientes de crimes antecedentes que abasteciam as contas pessoais de CARLOS BARBOSA no Brasil. No mesmo dia, em 16/05/2013, CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, com o intuito de ocultar e dissimular valores oriundos de crimes antecedentes recebidos e mantidos em suas contas no exterior não declaradas, realizou, com o auxílio de BERNARDO FREIBURGHAUS, transferência de US$ 150.000,00 (cerca de R$ 315.000,00 no câmbio da época), a partir da conta em nome da offshore GUARDIAN GROWTH, para a conta mantida por GUSTAVO BUFFARA na Suíça em nome de BUFFARA BUENO ADVOGADOS. A ligação da transferência com a compra do imóvel consta na justificativa apresentada por BERNARDO FREIBURGHAUS ao banco: Razão da transferência: O cliente Guardian Growth comprou um apartamento do escritório Buffara Bueno Advogados 351. Os valores restantes relativos à compra do apartamento, quais sejam R$ 1.134.000,00 faltantes do complemento e R$ 150.000,00 da comissão de corretagem, foram pagos por CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, com o intuito de ocultar e dissimular valores oriundos de crimes antecedentes, por meio de transações sub-reptícias realizadas com dinheiro em espécie, visto que nos extratos das contas de CARLOS BARBOSA não foram localizados os pagamentos para GUSTAVO BUFFARA e para FRASSETTI IMÓVEIS, muito embora o valor do apartamento tenha sido integralmente quitado por CARLOS BARBOSA, conforme atestado por GUSTAVO BUFFARA em seu depoimento352. 350 ANEXO61, p. 15 351 ANEXO10, p. 3-5, ANEXO55 352 ANEXO59 Termo de declarações prestadas por GUSTAVO BUFFARA BUENO nos autos do IPL nº 1257/2016-SR/DPF/PR (autos nº 5043959-74.2016.4.04.7000, evento 51, ANEXO5) 162/181 Em 16/05/2013, CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, com o

25/01/2016 Simulação de dação em pagamento e confissão de dívida para fins de transferência formal do apartamento de volta para GUSTAVO BUFFARA Em 25/01/2016, com o apartamento já integralmente quitado, conforme atestado por GUSTAVO BUFFARA em seu depoimento353, CARLOS BARBOSA e GUSTAVO BUFFARA, pré ajustados com ANDRÉ PAZZA, com o intuito de ocultar e dissimular a propriedade de CARLOS recursos provenientes de crimes antecedentes, realizaram negócio simulado consubstanciado na Escritura de Dação em Pagamento e Confissão de Dívida, lavrada em 25/01/2016, no livro 7785, fls. 189/191, registrada perante o 17º Ofício de Notas da Capital do Rio de Janeiro/RJ, e devidamente registrada sob o nº R.23 na Matrícula nº 88.050 do 5º Registro de Imóveis do Rio de Janeiro/RJ, cujo teor é referido em outra escritura lavrada perante o mesmo cartório de notas 354. Por meio de tal negócio fictício, CARLOS BARBOSA, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA e ANDRÉ PAZZA, com o intuito de ocultar e dissimular a sua propriedade sobre o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, adquirido com recursos provenientes de crimes antecedentes, sob a falsa justificativa de não ter conseguido pagar a integralidade dos valores do imóvel, simulou a sua devolução para GUSTAVO BUFFARA a título de dação para pagamento do saldo devedor, com a constituição de crédito em notas promissórias relativas ao valor do imóvel que já havia sido pago. O negócio simulado foi, inclusive, apresentado como verdadeiro pelo advogado ANDRÉ PAZZA no processo de divórcio de CARLOS BARBOSA e sua ex-mulher355: 353 ANEXO59 Termo de declarações prestadas por GUSTAVO BUFFARA BUENO nos autos do IPL nº 1257/2016-SR/DPF/PR (autos nº 5043959-74.2016.4.04.7000, evento 51, ANEXO5) 354 ANEXO62, p. 2 355 ANEXO61, p. 22-24 163/181 BARBOSA sobre o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, adquirido com

164/181

A declaração falsa também foi prestada por CARLOS BARBOSA à Receita Federal do Brasil, em sua Declaração Retificadora da DIRPF 2016, na qual antes constava declarada a propriedade sobre o aludido imóvel356: DIRPF 2016 original (apresentada em 28/04/2016) DIRPF 2016 retificadora (apresentada em 11/05/2016) Observe-se que, entre 26/10/2015 e 09/11/2015, período que antecedeu a realização desse negócio jurídico simulado, CARLOS BARBOSA e GUSTAVO BUFFARA se falaram por diversas vezes ao telefone, conforme evidenciam os registros localizados em aparelho celular de CARLOS BARBOSA357. 356 ANEXO63, p. 45 357 ANEXO10, p. 24 165/181

O caráter dissimulatório do negócio é confirmado pela declaração de GUSTAVO BUFFARA de que CARLOS BARBOSA, em momento algum, deixou de ser o proprietário e possuidor de fato do apartamento: QUE entende oportuno afirmar que o imóvel já se encontrava plenamente quitado e que CARLOS ROBERTO BARBOSA nunca deixou de residir no local 358. 02/08/2016 Simulação de dação em pagamento para fins de restituição formal do apartamento Em, 02/08/2016, CARLOS BARBOSA e GUSTAVO BUFFARA, este representado no ato por ANDRÉ PAZZA e pré-ajustado com ele, com o intuito de reestabelecer a CARLOS BARBOSA de forma dissimulada a propriedade formal sobre o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, adquirido com recursos provenientes de crimes antecedentes, realizaram negócio simulado consubstanciado na Escritura de Dação em Pagamento, lavrada em 02/08/2016, no livro 7781, fls. 27/29, registrada perante o 17º Ofício de Notas da Capital do Rio de Janeiro/RJ359. Por meio de tal negócio fictício, GUSTAVO BUFFARA, representado no ato por ANDRÉ PAZZA e pré-ajustado com ele e CARLOS BARBOSA, com o intuito de dissimular o negócio jurídico que deu causa à propriedade de CARLOS BARBOSA sobre o apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, adquirido de GUSTAVO BUFARRA por CARLOS BARBOSA com recursos provenientes de crimes antecedentes, sob a falsa justificativa de não ter conseguido pagar todas as notas promissórias resultantes do negócio simulado anterior, simulou a restituição do imóvel para GUSTAVO BUFFARA a título de dação em pagamento dos títulos de crédito360: 358 ANEXO59 Termo de declarações prestadas por GUSTAVO BUFFARA BUENO nos autos do IPL nº 1257/2016-SR/DPF/PR (autos nº 5043959-74.2016.4.04.7000, evento 51, ANEXO5) 359 ANEXO62 360 ANEXO62 166/181 para CARLOS BARBOSA

09/11/2016 Permuta do apartamento por loja e R$ 1.500.000,00 para se furtar à ação do homem da capa preta Em 09/11/2016, com o intuito de dissimular e ocultar valores oriundos de crimes antecedentes, quebrar o rastro que ligava o patrimônio ilícito de CARLOS BARBOSA a GUSTAVO BUFFARA pela conexão de ambos com o apartamento e dificultar a persecução penal, CARLOS realizou permuta do apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service pela loja 102 do prédio situado na Avenida Lucio Costa nº 3150, Freguesia de Jacarepaguá, Rio de Janeiro/RJ, e recebeu a diferença de R$ 1.500.000,00 em dinheiro. O negócio jurídico, realizado entre CARLOS BARBOSA e terceiro, ao que tudo indica, de boa-fé, encontra-se formalizado em Escritura Pública de Permuta e Outras Avenças, lavrada perante o 1º Ofício de Notas do Rio de Janeiro/RJ 361. ANDRÉ PAZZA, pré-ajustado com CARLOS BARBOSA e GUSTAVO BUFFARA, foi o responsável por concretizar a permuta, conforme declarado por ele à autoridade policial: pedido de CARLOS ao DECLARANTE para que o ajudasse a vender o apartamento que havia ficado com ele em razão da partilha; QUE se tratava do apartamento 803 da Rua Prudente de Morais, 1415, Rio de Janeiro/RJ; [ ] QUE demoraram cerca de oito meses para vender o apartamento. QUE competia a ANDRE receber os corretores e levar os possíveis compradores para visitação do imóvel; QUE o imóvel foi vendido para um advogado do Rio de Janeiro, que pagou cerca de R$ 1.500.000,00 em dinheiro e mais uma loja localizada no então Hotel Sheraton, localizada na Av Lúcio Costa, na Barra da Tijuca; QUE a loja estava avaliada em cerca de R$ 1.000.000,00 362. As intenções espúrias de CARLOS BARBOSA, ANDRÉ PAZZA e GUSTAVO BUFFARA em relação a esse negócio, mais especificamente, o intuito de se furtarem à ação do homem da capa preta, em provável alusão ao então Exmo. Juiz Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba foi registrado em conversa telefônica entre CARLOS BARBOSA e ANDRÉ PAZZA interceptada em 10/08/2017 na 44ª fase da Operação Lava Jato363: 361 ANEXO64 362 ANEXO65 Termo de declarações prestadas por ANDRÉ PAZZA nos autos do IPL nº 1257/2016-SR/DPF/PR (autos nº 504395974.2016.4.04.7000, evento 51, ANEXO4) 363 ANEXOS 67 a 68 167/181 BARBOSA, em divisão de tarefas com ANDRÉ PAZZA, pré-ajustados com GUSTAVO BUFFARA,

A pressa em se desfazer, para fins de ocultação patrimonial e para se furtar à persecução penal, do apartamento 803 do Edifício Ipanema Guinle Residence Service, comprado por CARLOS BARBOSA de GUSTAVO BUFFARA com valores provenientes de crimes antecedentes, explica o porque de o imóvel adquirido por R$ 3.150.000,00 ter sido vendido por CARLOS BARBOSA e ANDRÉ PAZZA, pré ajustados com GUSTAVO BUFFARA, por apenas R$ 2.500.000,00 (loja de R$ 1.000.000,00 mais R$ 1.500.000,00 em dinheiro) três anos e meio depois. Essa perda de valor com a permuta apressada do apartamento do edifício Guinle Residence Service foi o que motivou a fala de ANDRÉ PAZZA no diálogo transcrito acima: Carlão! Sinceramente... Deixa eu te falar... Analisando o que a gente fez até aqui...considerando a possibilidade do homem da capa preta não fazer nada [ ] A gente fez uma merda com o "GUINLE". A gente nunca deveria ter vendido o "GUINLE"... E dane-se. Ne? [ ] Mas... É... Eu acho que seria... Seria... Contar com uma coisa que na dúvida é melhor não ter [ ] Eu continuo achando isso... Diante de toda a contingência... Ne? [ ] É... Diante de toda a contingência... Havendo o problema... Havendo alguma coisa... O problema é lidar com o "havendo", ne? "Ah, vai acontecer ou não vai acontecer?" Ne? [ ] Acontecendo... Essa sem dúvida foi a melhor solução... (Grifou-se).364 Nas conversas de CARLOS BARBOSA e ANDRÉ PAZZA interceptadas, há ainda diálogos que indicam que este último, pré-ajustado com GUSTAVO BUFFARA, atuou para tentar dissuadir aquele da ideia de celebrar um acordo de colaboração premiada com o MPF, haja vista que eventual delação acabaria por implicar ANDRÉ PAZZA e GUSTAVO BUFFARA, os quais concorreram com CARLOS BARBOSA na prática de crimes de lavagem de dinheiro365: 364 ANEXOS 67 a 68 365 ANEXOS 67 a 68 168/181

Assim, agindo dolosamente, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA e ANDRÉ PAZZA, em concurso de pessoas, incorreram, por 1 (uma) vez, na prática do delito do artigo 1º, c/c 1º, I e II, e 4º, da Lei 9.613/98 (FATO 85). IV.2.18. Lavagem de Dinheiro: operações financeiras e imobiliárias relacionadas à doação simulada do apartamento 801 do edifício situado à Rua Barão da Torre, nº 619 e à guarda de valores ilícitos excedentes em local ainda oculto Em razão de valores oriundos de crimes antecedentes objeto de repasse a CARLOS BARBOSA para as contas bancárias que o denunciado mantinha na Suíça em nome próprio (no Credit Suisse366 e no Julius Bär367) e em nome das offshores BURROW TRADE CORPORATION (no Credit Suisse368), COVERWOOD INVESTMENTS SA (no Julius Bär369) e GUARDIAN GROWTH LIMITED (no Pictet370), entre 12/11/2014 e 09/08/2016, CARLOS BARBOSA, GUSTAVO BUFFARA 366 367 368 369 370 ANEXOS 74 e 75 ANEXO60 ANEXO28 ANEXO29 ANEXO55 169/181