Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Documentos relacionados
Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Supremo Tribunal Administrativo:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: I O Instituto da Segurança Social, IP Centro

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

ECLI:PT:TRL:2011: TBCSC.A.L

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo I-RELATÓRIO

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

PRAZO DE ARGUIÇÃO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL FALTA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACTO PENHORA

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

FORMALIDADE AVISO DE RECEPÇÃO ASSINATURA DO AVISO POR PESSOA DIVERSA DO DESTINATÁRIO

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

S. R. TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE GUIMARÃES

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 0734/05. Data do Acórdão: Tribunal: 2 SECÇÃO. Relator: JORGE LINO

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acordam, em conferência, na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acordam nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

ECLI:PT:TRE:2006:

ECLI:PT:TRG:2016: T8VNF.D.G1

IMPUGNAÇÃO JUDICIAL LIQUIDAÇÃO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

RECLAMAÇÃO DE ACTO PRATICADO PELO ÓRGÃO DA EXECUÇÃO FISCAL PRAZO DE INTERPOSIÇÃO

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

S. R. TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE GUIMARÃES

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Nas alegações, conclui o seguinte:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE DIFERIMENTO DO PAGAMENTO DE CUSTAS APOIO JUDICIÁRIO.

(Sumário elaborado pela Relatora) Acordam os Juízes no Tribunal da Relação de Lisboa:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Decisão Integral: ACORDAM OS JUÍZES, EM CONFERÊNCIA, NA 1ª SUBSECÇÃO CRIMINAL DO TRIBUNAL DA RELAÇÂO DE ÉVORA:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa


Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

RECLAMAÇÃO VERIFICAÇÃO GRADUAÇÃO DE CRÉDITOS

ECLI:PT:TRC:2006: D

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

ECLI:PT:TRL:2011: PDFUN.A.L1.9.E0

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

RECLAMAÇÃO DE ACTO PRATICADO PELO ÓRGÃO DA EXECUÇÃO FISCAL PRAZO FÉRIAS JUDICIAIS SUSPENSÃO DE PRAZO

NOTIFICAÇÃO DO ACTO DE LIQUIDAÇÃO NOTIFICACÃO POR CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO PRESUNÇÃO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Transcrição:

Acórdãos STA Processo: 0433/08 Data do Acordão: 09-10-2008 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO JORGE LINO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS DISPENSA RECURSO JURISDICIONAL REGIME DE SUBIDA I - Em processo de oposição à execução fiscal, o juiz, ao abrigo do disposto artigo 114.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, pode proferir despacho a dispensar, por desnecessária, a inquirição de testemunhas arroladas, no âmbito dos seus poderes de livre apreciação. II - E de tal despacho pode ser interposto recurso, o qual, nos termos do n.º 1 do artigo 285.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, «subirá nos autos com o recurso interposto da decisão final». Nº Convencional: JSTA0009590 Nº do Documento: SA2200810090433 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: 1.1 A vem interpor recurso do despacho do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja que, nos presentes autos de oposição à execução fiscal, decidiu dispensar a inquirição das testemunhas arroladas. 1.2 Em alegação, o recorrente formula as seguintes conclusões. 1. Nos termos e de harmonia com o disposto nos preceitos aplicáveis dos artigos 114 e 115º, n 1, do Código de Processo de Procedimento Tributário, são, em processo de oposição a execução fiscal, admitidos os meios gerais de prova.

2. Entre os meios gerais de prova a lei permite a inquirição de testemunhas, dispondo o artigo 118 do Código de Procedimento e de Processo Tributário, que podem ser indicadas até dez testemunhas por cada acto tributário impugnado, não podendo, contudo, na respectiva inquirição, serem ouvidas mais do que três por cada facto, e devendo os respectivos depoimentos ser prestados em audiência contraditória, na sequência do que requerido foi na petição da oposição. 3. Ao dispensar a produção de prova testemunhal o Sr. Juiz a quo violou, por um lado, o princípio do contraditório ínsito no preceito aplicável do artigo 3 do Código de Processo Civil, e, por outro, o disposto dos preceitos ínsitos nos artigos 114, 115 e 118 do Código de Procedimento e de Processo Tributário, donde impor-se a revogação do referido despacho e a substituição por acórdão que ordene a produção de prova testemunhal, isto é a inquirição das testemunhas oportunamente arroladas pelo oponente, ora recorrente. 1.3 Não houve contra-alegação. 1.4 O Ministério Público neste Tribunal emitiu o seguinte parecer. É de admitir que a retenção do recurso comprometeria o seu efeito útil (artº 285º CPPT). A meu ver, na economia do artº 113 nº 1 e 114º do CPPT, se o Juiz entender que a questão posta nos autos é apenas de direito e, por isso, dispensar, por desnecessária, a inquirição das testemunhas arroladas, há-de conhecer logo, isto é, em sequência, do pedido, podendo, depois, as partes recorrer, de facto e de direito, da sua decisão. Ora, no caso, o Mmo Juiz a quo dispensou a produção de prova testemunhal, por desnecessária, e, aliás sem o justificar, não conheceu logo do pedido. Violou, pois, as referidas normas. É por estas razões que sou de parecer que o recurso merece provimento. 1.5 Colhidos os vistos, cumpre decidir, em conferência. 2.1 O despacho recorrido apresenta o seguinte teor integral, ipsis verbis. Por considerar que nos presentes autos a matéria que se discute é essencialmente de direito, e integrada por factos a provar por documentos, entendo por desnecessário proceder à inquirição das testemunhas arroladas. Pelo que, visto o disposto nos art. 113 n. 1 e art. 114 ambos do Código de Procedimento e de Processo

Tributário - CPPT, conjugados com o preceituado no art. 3 n. 3 do Código de Processo Civil - CPC, dispenso a realização desta diligência de prova. Notifique. 2.2 Sob a epígrafe Conhecimento imediato do pedido, o artigo 113.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, no seu n.º 1, dispõe que «Junta a posição do representante da Fazenda Pública ou decorrido o respectivo prazo, o juiz, após vista ao Ministério Público, conhecerá logo o pedido se a questão for apenas de direito ou, sendo também de facto, o processo fornecer os elementos necessários». E como reza, sob a epígrafe Diligências de prova, o artigo 114.º do mesmo Código de Procedimento e de Processo Tributário «Não conhecendo logo do pedido, o juiz ordena as diligências de produção de prova necessárias, as quais são produzidas no respectivo tribunal». Como se vê do regime legal descrito, «o juiz ordena as diligências de produção de prova necessárias», se não conhecer logo do pedido. Mas «conhecerá logo o pedido», se para tal «o processo fornecer os elementos necessários». O que quer dizer que a decisão em concreto dos elementos necessários, ou das diligências de prova necessárias, ao conhecimento do pedido será sempre o resultado da apreciação e convicção livre do juiz da causa em face dos elementos que se apresentem perante si em cada caso. Por outro lado, sob a rubrica Necessidade do pedido e da contradição, o artigo 3.º do Código de Processo Civil, no seu n.º 3, preceitua que «O juiz deve observar e fazer cumprir, ao longo de todo o processo, o princípio do contraditório, não lhe sendo lícito, salvo caso de manifesta desnecessidade, decidir questões de direito ou de facto, mesmo que de conhecimento oficioso, sem que as partes tenham tido a possibilidade de sobre elas se pronunciarem». No caso sub judicio, poderia parecer que o despacho em questão, com a invocação que faz do n.º 3 do artigo 3.º do Código de Processo Civil, conteria apenas um convite ao oponente, ora recorrente, para que este, previamente à respectiva decisão, se pronunciasse, se quisesse, sobre a questão da desnecessidade de «proceder à inquirição das testemunhas arroladas». Mas não. O despacho recorrido corta cerce o equívoco e decreta: «dispenso a realização

desta diligência de prova». O despacho recorrido tem o seguinte conteúdo substantivo essencial: «Por considerar que nos presentes autos a matéria que se discute é essencialmente de direito, e integrada por factos a provar por documentos, entendo por desnecessário proceder à inquirição das testemunhas arroladas ( ), dispenso a realização desta diligência de prova». Julgamos, ao contrário do que parece ao Ministério Público, que os artigos 113.º e 114.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, acima transcritos, e invocados pelo despacho ora em crise, não desautorizam, senão antes que avalizam, a decretada e questionada dispensa «das testemunhas arroladas». Na verdade, o juiz pode dispensar a inquirição das testemunhas arroladas, bem como a produção de outras provas, se houver de conhecer logo do pedido, por entender que o processo fornece os elementos necessários para tal ao abrigo do citado n.º 1 do artigo 113.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário. Mas, não conhecendo logo do pedido, outrossim, «o juiz ordena as diligências de produção de prova necessárias», nos termos do artigo 114.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário. Ora, ao entender desnecessário proceder à inquirição das testemunhas arroladas, cuja realização dispensou, o despacho aqui em crise labora manifestamente ao abrigo do citado artigo, já que, segundo este artigo 114.º, as diligências de prova a ordenar são apenas aquelas que o juiz tiver por necessárias, em seu livre juízo de apreciação. Na realidade, se a conclusão ou o próprio resultado da prova se inscreve no domínio de livre apreciação do juiz, parece evidente que nesse domínio se inscreverá também, desde logo, a pertinência e a necessidade ou a desnecessidade dessa mesma prova. Tudo isto, obviamente, sem comprometimento da possibilidade de sindicância, por meio de recurso, desse livre juízo acerca da necessidade da inquirição. E a verdade é que um tal recurso não perde o seu efeito útil ao ser apreciado aquando do recurso que houver da decisão final sobre o pedido momento final, aliás, em que certamente estarão reunidas as melhores condições para a apreciação do recurso a objectivar a decisão sobre a desnecessidade da inquirição. De resto, é esta a solução da lei. Com efeito, segundo o n.º

1 do artigo 285.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, «Os despachos do juiz no processo judicial tributário e no processo de execução fiscal podem ser impugnados no prazo de 10 dias, mediante requerimento contendo as respectivas alegações e conclusões, o qual subirá nos autos com o recurso interposto da decisão final». E é certo ainda que, nos termos do n.º 4 do artigo 687.º do Código de Processo Civil, na redacção, aqui vigente, anterior ao Decreto-Lei 303/2007, de 24/8, «A decisão que admita o recurso, fixe a sua espécie ou determine o efeito que lhe compete não vincula o tribunal superior ( )». Como assim, estamos, neste passo, a concluir que, em processo de oposição à execução fiscal, o juiz, ao abrigo do disposto artigo 114.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, pode proferir despacho a dispensar, por desnecessária, a inquirição de testemunhas arroladas, no âmbito dos seus poderes de livre apreciação. E de tal despacho pode ser interposto recurso, o qual, nos termos do n.º 1 do artigo 285.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, «subirá nos autos com o recurso interposto da decisão final». 3. Termos em que se acorda corrigir o despacho de admissão do presente recurso, «o qual subirá nos autos com o recurso interposto da decisão final», nos termos do n.º 1 do artigo 285.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário. Sem custas. Lisboa, 9 de Outubro de 2008. Jorge Lino (relator) Brandão de Pinho Pimenta do Vale.