ADUBAÇÃO NITROGENADA EM NABO FORRAGEIRO PARA BIOMASSA NITROGEN IN TURNIP FORAGE FOR BIOMASS Resumo Anna Carolina de Oliveira Souza (1) Murilo Sugahara (1) Paulo Ricardo Testa (1) Celso Antonio Jardim (2) Claudenir Facincani Franco (2) O nabo forrageiro tem em seus grãos um elevado ter de óleo com excelente qualidade para utilização como biodiesel. Com o uso de adubação em nitrogênio as culturas respondem em produtividade, pois o nitrogênio é o elemento mais exigido e extraído por diversas culturas. Assim, objetivou-se estudar o uso de nitrogênio em cobertura no potencial de biomassa de nabo forrageiro. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições. Foram estudadas 5 doses de Nitrogênio (0; 25; 50; 100 e 200 kg ha -1 ) em cobertura. A maior resposta de desenvolvimento para biomassa seca total (12,29 g planta -1 ) pode ser obtida na dose de 90 kg ha -1 de nitrogênio. O nabo forrageiro tem grande potencial de uso para produção de biocombustível. Palavras-chave: Raphanus sativus. Nitrogênio. Biocombustível. Adubação mineral. Abstract The radish has in its grain a high oil content with excellent quality for use as biodiesel. Culture responds in productivity with the use of fertilizers and nitrogen is the most required element and drawn by different cultures. Thus, the objective was to study the use of nitrogen in coverage in the potential biomass of turnip. The experiment was conducted in a completely randomized design with 4 repetitions. They studied five doses of nitrogen (0, 25, 50, 100 and 200 kg ha -1 ) in coverage. The further development of response to total dry biomass (12.29 g plant -1 ) can be obtained at a dose of 90 kg ha -1 of nitrogen. The radish has great potential to uus for biofuel production. Keywords: Raphanus sativus. Nitrogen. Biofuel. Mineral fertilizer. 1 Introdução O Brasil destaca-se com uma grande diversidade e produtividade de oleaginosas que podem ser utilizados para produção de óleos vegetais, assegurando uma vantagem estratégica de alternativa energética em biocombustíveis principalmente na substituição do diesel por biodiesel, que é produzido a partir destes óleos vegetais (CREMONEZ et al., 2013). 1 Graduação na Fatec de Jaboticabal. Tecnologia em Biocombustíveis na Fatec de Jaboticabal. murilo_sugahara@hotmail.com; annacarolinasouza@hotmail.com; pauloricardopr@hotmail.com 2 Doutor em Agronomia pela FCAV/UNESP. Docente da Fatec de Jaboticabal. pro.ritacvm@fatecjaboticabal.edu.br; celso.aj@bol.com.br; cfafranc@hotmail.com Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 1
O nabo forrageiro tem grande potencial para utilização na produção de biodiesel devido ao elevado teor de óleo encontrado em suas sementes e tem sido muito utilizada principalmente nos sistemas conservacionistas do solo, devido a sua alta capacidade de ciclagem de nutrientes e grande produção de massa verde (SOUSA et al., 2011). FRANCO et al. (2014) observaram que a cultura responde em produtividade de grãos e de óleo com o uso de adubação. O nitrogênio é o nutriente mais limitante e responsivo para a produtividade das plantas, tornando-se necessário maior conhecimento sobre o comportamento de adubação, principalmente em oleaginosas com potencial de exploração econômica (SOUZA et al., 2014). Assim, objetivou-se estudar o uso de nitrogênio em cobertura no potencial de biomassa de nabo forrageiro. 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido na faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Unesp, Campus de Jaboticabal, situada na latitude de 21º 14 33 S e longitude de 48º 17 10 W. O clima, de acordo com a classificação de Köppen, é do tipo Aw, tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno e altitude média de 565 m. O solo da área experimental é classificado como LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico, textura argilosa (EMBRAPA, 2013). Os resultados da análise química do solo, obtidos anteriormente a implantação do experimento encontram-se na Tabela 1 Tabela 1. Resultados da análise química do solo (0-20cm) antes da instalação do experimento, em Latossolo Vermelho Eutroférrico, em Jaboticabal-SP, 2014. Prof. ph M.O. P resina H + Al K Ca Mg SB CTC V - cm - - CaCl2 - - g dm -3 - - mg dm -3 - ------------------- mmolc dm -3 ----------------- - % - 0-20 5,6 15 40 18 1,4 22,0 19,0 42,4 60,4 70 20-40 5,0 23 14 22 0,7 12,0 7,0 19,7 41,7 47 O preparo de solo foi convencional com uma aração e duas gradagens. A semeadura foi realizada com o cultivar IPR 116, manualmente em, no espaçamento de 0,45m, utilizandose 30 sementes por metro linear, na densidade de semeadura de 666,7 mil sementes ha -1. Foram aplicados mecanicamente no sulco de semeadura 200 kg ha -1 de adubo formulado 5-25-25 (NPK) e em cobertura 50 kg de K 2O ha -1 com Cloreto de Potássio. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 4 repetições. Os tratamentos consistiram de cinco doses de N em cobertura (0, 25, 50, 100, 200 kg de N ha -1 ) Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 2
na forma de nitrato de amônio, aplicado aos 30 dias após a germinação, em filete contínuo a 10 cm da linha de cultivo. Cada parcela foi formada por 5 linhas com 4m de comprimento, e foi considerada como área útil as 3 linhas centrais desprezando 0,5 m de cada extremidade. As plantas foram avaliadas aos 60 dias após a germinação em: massa fresca das folhas, ramos e total - pela separação e pesagem obtida de 5 plantas coletadas na área útil de cada parcela, tomadas ao acaso; massa seca das folhas e total obtido após o material fresco seguir para secagem em estufa de circulação forçada de ar a 65ºC, até atingir peso constante. Destaca-se que neste período as plantas atingiram valor superior a 50% do florescimento. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e os efeitos significativos para doses de N foram avaliados por meio de análise de regressão polinomial. 3 Resultados e Discussão Para a massa fresca total e as massas secas das folhas e total houve resposta da adubação nitrogenada enquanto que, para a massa fresca das folhas, ramos e massa seca dos ramos não houve resposta para a adubação nitrogenada em cobertura (Tabela 2). Tabela 2. Variáveis de crescimento de nabo forrageiro IPR 116 aos 60 dias após a emergência. Jaboticabal, SP, 2015. N Massa fresca das folhas Massa fresca dos ramos Massa fresca total Massa de seca das folhas Massa seca dos ramos Massa seca total kg ha -1 ------------------------------------------- g planta -1 ---------------------------------------- 0 79,40 18,62 98,02 4,76 1,21 5,96 25 141,65 21,52 163,17 10,82 2,27 13,09 50 171,99 42,81 214,80 12,35 3,35 15,69 100 151,71 11,57 163,28 10,76 1,39 12,15 200 84,71 12,88 97,59 5,47 0,89 6,35 Teste F 2,77ns 2,31ns 4,44* 3,27* 1,09ns 4,34* ns, **, *- não significativo e significativo a 1% e 5% de probabilidade, respectivamente. Observa-se que para a adubação nitrogenada houve resposta quadrática e as maiores produções estimadas de 194,61 g planta -1 de massa fresca total (figura 1), 12,21 g planta -1 de massa seca das folhas (figura 2) e 14,57 g planta -1 de massa seca total (figura 3) foram estimadas com as doses de 92,4; 91,6 e 90,1 kg ha -1 de nitrogênio, respectivamente. O nabo forrageiro apresentou grande potencial produtivo de massa fresca total e tornase uma opção para uso na alimentação animal. A espécie é uma alternativa para o uso na Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 3
suplementação de bovinos em pastagem devido ao elevado teor de proteína e degrabilidade ruminal da matéria seca (TORRES et al., 2015). Além da produção de biodiesel a partir do óleo, as oleaginosas como o nabo forrageiro tem um potencial para produção de biocombustível a partir da biomassa resultante dos restos culturais. Entre os principais usos estão relacionados a geração de calor e eletricidade, destacando-se ainda a baixa emissão de poluentes atmosféricos como SOx e NOx (FRANCO et al., 2015). Figura 1. Massa fresca total das plantas de nabo forrageiro IPR 116 aos 60 dias após a emergência. Jaboticabal, SP, 2015. * significativo a 5% de probabilidade. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 4
Figura 2. Massa seca das folhas das plantas de nabo forrageiro IPR 116 aos 60 dias após a emergência. Jaboticabal, SP, 2015. * significativo a 5% de probabilidade. Figura 3. Massa seca total das plantas de nabo forrageiro IPR 116 aos 60 dias após a emergência. Jaboticabal, SP, 2015. * significativo a 5% de probabilidade. 4 Conclusões A maior resposta de desenvolvimento para biomassa seca total (12,29 g planta -1 ) pode ser obtida na dose de 90 kg ha -1 de nitrogênio. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 5
O nabo forrageiro tem grande potencial de uso para produção de biocombustível. 5 Referências CREMONEZ, P. A. et al. Nabo forrageiro: do cultivo a produção de biodiesel. Acta Iguazu, v. 2, n. 2, p. 64 72, 2013. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Sistema brasileiro de classificação de solos. 3ª ed. Rio de Janeiro; 2013. 353p. FRANCO, C. F. et al. Produção de nabo forrageiro com resíduo compostado9 o CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA. Anais...SÃO PAULO: 2014 FRANCO, C. F. et al. Potencial de bioenergia de gergelim com adubação nitrogenada10 o CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA. Anais...SÃO PAULO: 2015 SOUSA, K. A. DE et al. The drying kinetics of forage turnips ( Raphanus sativus L.). Revista Ciência Agronômica, v. 42, n. 4, p. 883 892, 2011. SOUZA, A. P. DE et al. DESENVOLVIMENTO INICIAL DE GERGELIM COM ADUBAÇÃO NITROGENADA. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 6, n. Suplemento, p. 6 10, 2014. TORRES, F. E. et al. Efeito da inoculação de fungos micorrízicos no desenvolvimento do nabo forrageiro. Arch. Zootec. 64, v. 64, n. 245, p. 71 74, 2015. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 7, 2015. Suplemento. 6