Página 1 de 11 MEMORIAL DESCRITIVO SISTEMA PREVENTIVO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO OBRA: Mudança de sede da Prefeitura Municipal de Guarujá do Sul (SC) PROPRIETÁRIO: Município de Guarujá do Sul (SC) LOCAL: Avenida João Pessoa, n. 1265, Centro, Guarujá do Sul (SC) ÁREA DE INTERFERÊNCIA: 475,50 m² 1 DESCRIÇÃO O presente memorial refere-se à alteração de layout interno de uma edificação existente, a qual servirá de nova sede da Prefeitura Municipal de Guarujá do Sul (SC), tendo como objetivo esclarecer e complementar o projeto preventivo contra incêndio e pânico. 2 CARACTERÍSCAS DA EDIFICAÇÃO Trata-se de uma edificação existente, que possui dois pavimentos, sendo o térreo constituído de uma sala comercial e o pavimento superior de apartamentos residenciais e salas comerciais. Destaca-se que para efeito deste memorial, bem como do projeto correspondente, somente está sendo abrangido o layout do pavimento térreo, que será locado pelo Município de Guarujá do Sul (SC) para servir como nova sede da Prefeitura. A regularização do restante da edificação caberá ao seu proprietário. Na edificação objeto deste memorial estão presentes os seguintes materiais de acabamento: - Paredes existentes: Alvenaria; - Paredes a instalar: Divisória de PVC esp. 35 mm; - Piso: Cerâmico; - Forro: Laje, com exceção da Sala 11 Reuniões, onde o forro é de PVC.
Página 2 de 11 3 CLASSIFICAÇÃO DE OCUPAÇÃO E DOS RISCOS DE INCÊNDIO Para a determinação das medidas de Segurança contra Incêndio, a edificação em questão é classificada como pública. Em função de sua ocupação, a edificação, conforme Art. 5 da IN 003 (CBMSC, 2014), é classificada como sendo de risco leve. 4 SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 4.1 PROTEÇÃO POR EXTINTORES A respeito dos extintores de incêndio portáteis, o Artigo 7º da IN 006 (CBMSC, 2017) afirma que o tipo de extintor e distância máxima para alcançá-lo são definidos em função da classe de risco de incêndio do imóvel, conforme é possível visualizar na figura 1. Figura 1 Exigência do extintor de incêndio portátil em função do risco de incêndio. FONTE: IN 006 (pg. 4, CBMSC, 2017) Considera-se que a edificação em questão estará sujeita às classes de incêndio A, B e C, as quais, conforme definição da NBR 12.693 (ABNT 2013), referem-se, respectivamente, a: - fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do processo de pirólise, deixando resíduos ; - fogo em combustíveis sólidos que se liquefazem por ação do calor, como graxas, substâncias líquidas que evaporam e gases inflamáveis, que queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos ;
Página 3 de 11 - fogo em materiais, equipamentos e instalações elétricas energizadas. Uma vez que a edificação é classificada como sendo de risco leve, o caminhamento máximo recomendado para alcançar o extintor portátil é de 30 metros. Quanto ao agente extintor capaz de combater os tipos de fogos aos quais a edificação está sujeita, optou-se por adotar o extintor portátil de pó químico seco à base de bicarbonato de sódio PQS B/C, que é adequado para as classes de fogo B e C, e também é eficiente para a classe A. Embora o ideal fosse um extintor portátil de pó químico seco ABC, adequado para as classes de fogo A, B e C, optouse pelo PQS B/C visto que, segundo especificações comerciais, é mais usual que o PQS A/B/C e apresenta menor custo. Conforme pode-se observar em projeto, serão dispostos cinco extintores PQS B/C 4 kg, cada um deles constituindo uma unidade extintora (capacidade extintora de 20-B/C). Três deles são necessários para cumprir os critérios exigidos pela IN 006, conforme figura 1, e dois servirão para compensar a falta do Sistema Hidráulico Preventivo (SHP) no pavimento, visando atender ao Art. 39, inciso III, alínea a, da IN 005 (pag. 11, CBMSC, 2015). Na sala da Celesc, que terá entrada independente do restante da Prefeitura, também será instalado um extintor. 4.2 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da edificação e/ou área de risco, devendo ser determinada em função da natureza da ocupação da edificação (IN 009, pg. 24, CBMSC, 2014). A população de cada pavimento da edificação é calculada pelo coeficiente da figura 2. Conforme IN 009 (CBMSC, 2014), a largura das saídas de emergência é determinada em função do número de unidades de passagem (N) necessárias, sendo que cada unidade de
Página 4 de 11 passagem equivale a 55 cm. O número de unidades de passagem é calculado pela razão entre a população da edificação (P) e a capacidade da unidade de passagem (Ca), levando em conta que a largura mínima da circulação (acessos, corredores, rotas de saídas horizontais, hall), bem como das escadas e rampas, deve possuir, no mínimo, 1,2 m nas edificações em geral. Os valores para Ca, determinados pela IN 009 (CBMSC, 2014) podem ser vistos na figura 2. Figura 2 Dados para o dimensionamento das saídas de emergência. FONTE: IN 009 (pg. 41, CBMSC, 2014)
Página 5 de 11 Utilizando o coeficiente de 1 pessoa p/ 9 m² de área bruta, para a edificação em questão, cuja área total é de 475,50 m², obtém-se uma população de 53 pessoas. Aplicando-se a fórmula do número de unidades de passagem para os três casos que constam na tabela anterior, obtém-se: - Corredores e circulação: N = P/Ca = 53/100 N = 0,53 = 1 unidade de passagem - Escadas e rampas: N = P/C = 53/60 N = 0,833 = 1 unidade de passagem - Portas: N = P/C = 53/100 N = 0,53 = 1 unidade de passagem Além disso, para a determinação das saídas de emergência, deve-se levar em conta os critérios de definição de caminhamento máximo a ser percorrido para as edificações térreas, como é o caso. O ambiente em questão será setorizado, ou seja, possuirá divisórias, impedindo que a geração de fumaça decorrente de sinistro seja perceptível em qualquer ponto do ambiente. Nesse tipo de situação, a IN 009 (pg. 7, CBMSC, 2014), determina o seguinte: Caminhamento máximo de 25m, sendo que quando o caminhamento do pavimento for superior a 25m, deverá possuir corredor enclausurado com paredes corta-fogo (TRRF de 2h), com antecâmara e portas P-30, com duto para extração de fumaça na antecâmara, iluminação de emergência e sinalização de abandono de local. Assim sendo, conforme pode-se visualizar em projeto, foram adotados corredores internos de 1,60 m, 2,00 m e 1,97 m de largura. Quanto às saídas de emergência, estão sendo consideradas três portas, de modo a atender ao caminhamento de, no máximo, 25 m.
Página 6 de 11 4.3 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA O projeto de sistema de iluminação prevê uma distribuição de pontos de luminárias, de forma que haja uma uniformidade de iluminação em todos os ambientes, em função de um cálculo luminotécnico, procurando garantir, conforme especificações da IN 011 (CBMSC, 2017), um nível mínimo de iluminamento de: - 3 lux em locais planos (corredores, halls, áreas de refúgio, salas, etc); e - 5 lux em locais com desnível (escadas, rampas ou passagens com obstáculos), ou de reunião de público com concentração. Optou-se em trabalhar com um sistema de iluminação de emergência alimentado por conjunto de blocos autônomos, o qual deverá possuir circuito elétrico próprio, com disjuntor devidamente identificado, sendo que cada bloco deverá possuir tomada exclusiva. Assim sendo, serão empregados dois tipos de blocos autônomos, com as seguintes características (ou similares): Bloco autônomo LED 1.200 lumens 2 faróis: - Autonomia: 3 horas - Fluxo luminoso: 1.200 lumens / 02 faróis, com 2x24 leds SMD LEDs de alta potência - Bateria Gel selada 6V, 4A - Botão de teste - Faróis ajustáveis a 360 - Tensão de alimentação: 220V - Atendimento aos requisitos exigidos pelas normas nacionais (NBR 10898) - Área de abrangência: 250 m² - Grau de proteção: IP-20 Bloco autônomo 30 LED 100 lumens: - Área de abrangência: 25 m²
Página 7 de 11 - Fluxo luminoso: 50 / 100 lumens - Autonomia: 6 horas (fluxo mínimo) / 3 horas (fluxo máximo) - Atendimento aos requisitos exigidos pelas normas nacionais (NBR 10898) - Bateria: 3,7V, 1000mAh Lítio - Tensão de alimentação: 220V - Grau de proteção: IP-20 Serão utilizados dois blocos autônomos LED 1.200 lumens 2 faróis, nas mudanças de direção, e três blocos autônomos 30 LED 100 lumens sobre os vãos das portas, totalizando assim, 2.700 lumens. 4.4 SINALIZAÇÃO PARA ABANDONO DE LOCAL (SAL) A SAL deve assinalar todas as mudanças de direção, obstáculos, saídas, escadas, rampas, etc, de tal forma que em cada ponto de SAL seja possível visualizar o ponto seguinte (IN 013, pg. 4, CBMSC, 2017). Ainda conforme IN 013 (CBMSC, 2017), em ambientes com área superior a 400 m², como é o caso da edificação em questão, o tamanho mínimo da placa de SAL deve ser de 50 x 32 cm, devendo obedecer às especificações da figura 3. Figura 3 Dimensões mínimas e distância entre pontos de SAL, com destaque para a placa que será empregada na edificação. FONTE: IN 013 (pg. 4, CBMSC, 2017)
Página 8 de 11 As placas utilizadas serão luminosas, devendo obedecer aos seguintes requisitos, conforme IN 013 (pg. 5, CBMSC, 2017): I conter a mensagem "SAÍDA", na cor vermelha ou verde, podendo ser acompanhada de simbologia; II possuir seta direcional junto à mensagem SAÍDA na mudança de direção; [...] IV possuir fundo branco leitoso e ser de acrílico ou material similar; V possuir fonte de energia. 4.5 SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO Para compor este sistema, serão instalados acionadores manuais, detectores automáticos e central de alarme, como é possível observar em projeto. Todos os equipamentos deverão estar em conformidade com as especificações da IN 012 (CBMSC, 2014). Os acionadores do sistema serão instalados em áreas de circulação, próximo aos pontos de fuga e dos equipamentos de combate a incêndio, de forma que o operador não percorra mais de 30 m, no pavimento, para acioná-los. Deverão ainda atender aos seguintes requisitos (IN 012, pg. 6, CBMSC, 2014): I. ser do tipo quebra-vidro push button ; II. ser em cor vermelha e possuir corpo rígido para impedir danos mecânicos; III. possuir instruções de operações impressas em português no próprio corpo ou fora dele, de forma clara. Os detectores automáticos, por sua vez, serão instalados na área do almoxarifado, um local mais isolado e pouco transitado. Serão do tipo detectores pontuais de fumaça, cuja área de ação é de 81 m², com um raio de cobertura de 5,08 m, posicionados de tal forma que não existam áreas descobertas (área branca). Deverão obedecer às seguintes especificações, conforme determina IN 012 (pg. 7 8, CBMSC, 2014): I - ser constituídos de duas partes: base para fixação e instalação da fiação e o detector propriamente dito; II - quando retirados de sua base, a central de alarmes deve identificar, através da indicação sonora e visual, falha no laço ou do dispositivo ; III - devem conter indicação visual que opere no caso de atuação no próprio detector ou em sua base, com memória e com reset pela central;
Página 9 de 11 IV - a indicação de alarme deve ser em cor vermelha; V - ter identificação de seu fabricante e/ou importador, tipo, faixa e/ou parâmetro para atuação convenientemente impressa em seu corpo; VI - todas as informações contidas nos detectores devem ser no idioma português; VII - possuir referência em graus Celsius (quando for o caso). 4.6 INSTALAÇÕES DE GÁS COMBUSTÍVEL A edificação fará uso de um fogão 4 bocas, dotado de forno. Para atendê-lo será empregado botijão de gás com 13 Kg (P13), o qual será instalado em abrigo de gás, externo à edificação, conforme demonstrado em projeto. O abrigo irá comportar um recipiente ativo e outro reserva. Guarujá do Sul (SC), 11 de Outubro de 2017. Responsável Técnica Edineia Rontani Chiele Engenheira Civil CREA/SC 133.714-9 Proprietário Município de Guarujá do Sul (SC) Claudio Junior Weschenfelder Prefeito Municipal
Página 10 de 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.693: Sistemas de Proteção por Extintores. Rio de Janeiro (RJ), 2013. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA CBMSC. IN 003: Carga de Incêndio (SC), 2014. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_29_06_2014/in_03%20.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017.. IN 005: Edificações Existentes. Florianópolis (SC), 2015. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_29_06_2014/in_005_30_04_2015.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017.. IN 006: Sistema Preventivo por Extintores. Florianópolis (SC), 2017. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_01_08_2017/in_06_spe.pdf>. Acesso em: 27 set. 2017.. IN 008: Instalações de Gás Combustível (GLP e GN). Florianópolis (SC), 2014. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_29_06_2014/in_008.pdf>. Acesso em: 09 out. 2017.. IN 009: Sistema de Saídas de Emergência. Florianópolis (SC), 2014. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_29_06_2014/in_09.pdf>. Acesso em: 05 out. 2017.. IN 011: Sistema de Iluminação de Emergência. Florianópolis (SC), 2017. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_01_08_2017/in_11_sie_- _01ago2017.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017.. IN 012: Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio. Florianópolis (SC), 2014. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_29_06_2014/in_12.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017.
Página 11 de 11. IN 013: Sinalização para Abandono de Local. Florianópolis (SC), 2017. Disponível em: <http://www.cbm.sc.gov.br/dat/images/arquivo_pdf/in/in_01_08_2017/in_13_sal_- _01ago2017.pdf>. Acesso em: 09 out. 2017.