Anatomia 2 Exercícios Bloco 1

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Transcrição:

Anatomia 2 Exercícios Bloco 1 PERGUNTAS 1. Descreva a anatomia do trigêmeo (divisões, partes sensitiva e motora). 2. Descreva a anatomia da inervação da língua. 3. Caminho do liquor (produção, circulação...). 4. Descreva a anatomia do nervo trigêmeo (V Par) caracterizando seus ramos, divisões, vias trigeminais sensitiva e motora e aplicação em anestesia odontológica. 5. Descreva a anatomia do nervo facial VII par, diferenciando a paralisia facial central e periférica. 6. Explique a inervação motora, sensitiva geral e gustativa da língua. 7. Explique o controle da motricidade extrínseca e intrínseca do globo ocular. 8. Explique a inervação das glândulas salivares sublingual, submandibular e parótida. RESPOSTAS 1. Descreva a anatomia do trigêmeo (divisões, partes sensitiva e motora). O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Essa fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos. Os impulsos extereoceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) originam-se da face a da fronte; da conjuntiva ocular; da parte ectodérmica da cavidade bucal, nariz, seios paranasais, dos dentes, dos 2/3 anteriores da língua, e da maior parte da dura-máter craniana. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios, essa é a via proprioceptiva. 2. Descreva a anatomia da inervação da língua. A inervação da língua é feita pelos nervos Facial, trigêmeo, glossofaríngeo e hipoglosso. O nervo facial confere a sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores da língua, enquanto o terceiro ramo do nervo trigêmeo, o nervo mandibular, (cuja uma das ramificações é o nervo lingual) 1 / 9

confere sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) aos 2/3 anteriores. O nervo Glossofaríngeo dá sensibilidade geral e gustativa ao terço posterior, e o nervo hipoglosso confere motricidade. Os receptores de impulsos que vão gerar uma resposta gustativa são os corpúsculos gustativos da língua e da epiglote. Os impulsos originados nos corpúsculos situados nos 2/3 anteriores da língua, após um trajeto periférico pelos nervos lingual e corda do tímpano, chegam ao sistema nervoso central pelo nervo médio (VII par nervo facial). Os impulsos do terço posterior da língua e da epiglote penetram nos sistema nervoso central, respectivamente pelos nervos glossofaríngeo e vago. 3. Caminho do liquor (produção, circulação...). Liquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnoideo e as cavidades ventriculares. A sua função primordial é de proteção mecânica do sistema nervoso central. O liquor é produzido nos plexos coroides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Os ventrículos laterais contribuem com maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o liquor passa para o espaço subaracnoideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnoideas que se projetam para o interior da dura-máter. A circulação do liquor se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnoideo da medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnoideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. A circulação do liquor é extremamente lenta por causa da sua produção em uma extremidade e a sua absorção em outra, além da pulsação das artérias intracranianas, que, a cada sístole, aumenta a pressão liquórica. OUTROS EXERCÍCIOS 1 - Quais nervos cranianos são acometidos diante do seguinte quadro clínico: fraqueza na hemiface direita, impossibilidade de bochechar e de beber líquidos sem extravasamento, incapacidade de fechar rima palpebrar e de enrugar a testa, irritação ocular, lacrimejamento, diminuição da gustação (hipogeusia) dos alimentos e aumento da acuidade auditiva. Os nervos cranianos acometidos foram o nervo facial (VII), nervo vestíbulo-coclear (VIII) e o nervo glossofaríngeo (IX). Em qualquer parte deste trajeto, quando lesado, resulta na paralisia total dos músculos das expressões faciais na metade lesada. Estes músculos tornam-se flácidos porque perdem seu tônus e como isso ocorre com o músculo bucinador (músculo facial localizado lateralmente a cavidade bucal e atua de forma indireta na mastigação, empurrando o bolo de alimento de volta aos dentes para serem mastigados), há frequentemente vazamento da saliva pelo ângulo da boca do lado lesado. Como a musculatura do lado oposto está normal, vai resultar no desvio de comissura labial para o lado norma, particularmente evidente quando o indivíduo sorri. Vai ocorrer também a paralisia do músculo orbicularis oculi, cuja porção palpebrar permite o fechamento da pálpebra. Como o músculo da pálpebra está normal, a 2 / 9

pálpebra permanece aberta, predispondo o olho a lesões e infecções, uma vez que o reflexo corneano está abolido. O doente não conseguirá soprar, assoviar, enrugar o lado correspondente da testa. O tipo de paralisia citada caracteriza lesão do neurônio motor inferior facial e pode ser denominada paralisia facial periférica. As paralisias são hemolaterais, ou seja, ocorrem do mesmo lado da lesão. O nervo vestíbulo-coclear compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear. Lesões do nervo vestíbulo-coclear causam alteração da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo. O nervo glossofaríngeo é responsável pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeo. Quando ele é lesado, promove a eliminação da gustativa observada na paciente. 2 - Qual o provável sítio da lesão: dor de extrema intensidade no terço inferior da hemiface direita, desaparecendo 30 minutos depois. Episódio recorrente, geralmente causado por lavar o rosto com água fria pela manhã. Não apresentava dormência ou parestesias na região afetada, nem dificuldade para movimentar a mandíbula lateralmente (didução). O provável sítio da lesão é a raiz sensitiva do nervo trigêmeo. Este nervo é misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma raiz motora. A sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos nervos sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam distalmente ao gânglio os três ramos ou divisões do trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça. Através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Estas fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos. Os impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) originam-se da face e da fronte; da conjuntiva ocular; da parte ectodérmica da cavidade bucal, nariz, seios paranasais, dos dentes, dos 2/3 anteriores da língua, da maior parte da dura-máter craniana. 3 - Via trigeminal responsável pela sensibilidade térmica e dolorosa da cabeça. Explique. A via trigeminal responsável pela sensibilidade térmica e dolorosa da cabeça é a via trigeminal exteroceptiva que ocorre a partir de uma cadeia sequencial de 3 tipos de neurônios, que são os neurônios I, II e III. Os neurônios I estão presentes nos gânglios sensitivos, anexo aos nervos V, VII, IX e X, ou seja no gânglio trigeminal (V par), gânglio geniculado (VII) par, gânglio superior do glossofaríngeo e no gânglio superior do vago. São neurônios pseudo-unipolares cujos prolongamentos periféricos, ligam-se aos receptores através dos respectivos nervos, enquanto os prolongamentos centrais penetram no tronco encefálico, onde terminam fazendo sinapses com os neurônios II. Os neurônios II estão localizados no núcleo do tracto espinhal ou no núcleo sensitivo principal do trigêmeo. Todos os prolongamentos dos neurônios centrais do V par podem terminar no núcleo sensitivo principal, no núcleo do tracto espinhal levam impulsos de temperatura e de tato discriminativo, e as que terminam exclusivamente no núcleo sensitivo espinhal levam impulsos de temperatura e de tato discriminativo, e as que terminam exclusivamente no núcleo do tracto espinhal levam impulsos de temperatura e dor e as que bifurcam terminando em ambos os núcleos, provavelmente relacionam-se com tato protopático 3 / 9

e pressão. Os neurônios III localizam-se no núcleo ventral póstero-medial do tálamo. Originam fibras que, como radiações talâmicas, ganham o córtex passando pela cápsula interna e coroa radiada. Estas fibras terminam na porção da área somestésica que corresponde a cabeça. 4 - Via anatômica envolvida no reflexo mandibular. Descreva. O reflexo mandibular é realizado percutindo-se o mento de cima para baixo, estando a boca entreaberta. A resposta consiste no fechamento brusco da boca por ação dos músculos mastigadores, em especial do masseter. As vias aferentes e eferentes se fazem pelo trigêmeo. A percussão do mento estira os músculos mastigadores, ativando os fusos neuromusculares aí localizados. Iniciam-se, assim, impulsos aferentes que seguem pelo nervo mandibular e atingem o núcleo do tracto mesencefálico do trigêmeo. Os axônios dos neurônios aí localizados fazem sinapses no núcleo motor do trigêmeo, onde se originam os impulsos eferentes que determinam a contração dos músculos mastigadores. Trata-se de uma reflexo miotático de mecanismo semelhante ao reflexo patelar, uma vez que envolve dois neurônios, um do núcleo mesencefálico, outro do núcleo motor do trigêmeo. O núcleo mesencefálico possui neurônios sensitivos que tem valor funcional de um gânglio. Este arco reflexo é importante, pois em condições normais mantém a boca fechada sem que seja necessária uma atividade voluntária para isto. Assim, por ação da força de gravidade, o queixo tende a cair, o que causa estiramento dos músculos mastigadores (masseter). Desencadeando o reflexo mandibular que resulta na contração desses músculos, mantendo a boca fechada. 5 - Via trigeminal responsável pelo controle motor dos músculos da mastigação. A via trigeminal responsável pelo controle motor dos músculos da mastigação é a chamada da via trigeminal proprioceptiva. Ao contrário do que acontece na via trigeminal exteroceptiva, os neurônios I da via proprioceptiva do trigêmeo não estão em um gânglio e sim no núcleo do tracto mesencefálico. Os neurônios deste núcleo tem o mesmo valor funcional de células ganglionares. São neurônios de corpo muito grande e do tipo pseudo-unipolar. O prolongamento periférico destes neurônios liga-se a fusos neuromusculares situados na musculatura mastigadora, mímica e da língua. Liga-se também a receptores na articulação temporo-mandibular e nos dentes, os quais veiculam informações sobre a posição da mandíbula e a força da mordida. A maioria dos prolongamentos centrais desses neurônios estabelece sinapses com neurônios do núcleo motor do V, formando-se arcos reflexos simples, como o reflexo mandibular. 6 - Inervação responsável pelo sentido da gustação na língua. Explique como é feita. É feita pelos nervos facial, trigêmeo, glossofaríngeo e hipoglosso. O nervo facial confere a sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores da língua; o nervo trigêmeo confere sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) nos 2/3 anteriores; o nervo hipoglosso confere motricidade. Os receptores de impulsos que vão gerar uma resposta gustativa são os corpúsculos gustativos da língua e da epiglote. Os impulsos originados nos corpúsculos situados nos 2/3 anteriores da língua, após um trajeto periférico pelos nervos lingual e corda do tímpano, chegam ao sistema nervoso central pelo nervo intermédio (VII par). Os impulsos do terço posterior da língua e da epiglote penetram no sistema nervoso central, respectivamente 4 / 9

pelos nervos glossofaríngeo e vago. 7 - Inervação das glândulas salivares submandibular e sublingual. Explique. Nos núcleos eferentes viscerais, geralmente, estão neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. As fibras que saem destes núcleos, antes de atingir as vísceras, fazem sinapse em um gânglio. As fibras eferentes viscerais, em geral, são responsáveis pela inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. Um determinado núcleo dessa coluna que é o salivatório superior origina fibras pré-ganglionares que saem pelo nervo intermédio e ganham submandibular, de onde saem fibras pós-ganglionares que inervam as glândulas submandibular e sublingual. 8 - Inervação parassimpática da parótida. Explique. As fibras eferentes viscerais geralmente pertencem à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e saem do nervo glossofaríngeo e chegam ao gânglio óptico pelos nervos timpânicos e do petroso menor do gânglio óptico saem fibras pós-ganglionares que chegam à parótida pelo nervo aurículo-temporal, ramo do nervo mandibular. 9 - Gânglio pterigopalatino. Caracterize a função, localização anatômica e importância funcional. O gânglio pterigopalatino está situado na fossa pterigopalatina ligada ao ramo maxilar do trigêmeo. Recebe fibras pré-ganglioares do VII par e envia fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal. O gânglio pterigopalatino tem como função estimular indiretamente a glândula lacrimal e como importância funcional dar proteção aos olhos, como o aumento da secreção lacrimal. 10 - Nervo alveolar inferior. Explique a anatomia, descreva a importância funcional, localize o ponto ideal para efetuar o procedimento de anestesia nesse nervo. O nervo alveolar inferior é um ramo do nervo submandibular, que é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. O nervo alveolar inferior possui duas ramificações: o nervo incisivo, que inerva os dentes incisivos, caninos e 1º pré-molar inferiores e o nervo mentoniano que inerva a mucosa vestibular adjacente ao mento. 11 - Nervos que compõem o plexo dental superior. Quais são e quais os locais anatômicos para procedimento de anestesia? Nervo alveolar superior posterior, nervo alveolar superior médio e nervo alveolar superior anterior. O nervo alveolar superior posterior tem como local de anestesia o 3º molar, 2º molar e raízes disto-vestibular e palatina do 1º molar, 2º pré-molar e 1º pré-molar; o nervo alveolar superior anterior tem como local de anestesia os caninos, incisivos centrais e laterais. 12 - Controle motor da musculatura extrínseca do globo ocular. Explique. 5 / 9

Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior. Todos esses músculos são inervados pelo oculomotor, menos o reto lateral e o oblíquo inferior. Todos esses músculos são inervados pelo oculomotor, menos o reto lateral e o oblíquo superior, que são inervados, respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras nervosas que os inervam são, portanto, classificadas como eferentes somáticas. 13 - Via óptica. Explique a anatomia e caracterize o que é hemianopsia bitemporal. A retina nasal é a metade lateral da retina de cada olho que está voltada para o nariz. A retina temporal é a metade lateral da retina de cada olho voltada par a região temporal.campo visual é a porção do espaço que pode ser vista pelo olho, quando está fixo. O campo visual é dividido em porção lateral (campo temporal) e porção medial (campo nasal). No quiasma óptico, as fibras nasais, que são oriundas da retina nasal, cruzam para o lado oposto, enquanto que as fibras temporais seguem pelo mesmo lado. Cada trato óptico contém fibras temporais da retina do seu próprio lado e fibras nasais do lado oposto. Como consequência da decussação parcial das das fibras visuais no quiasma óptico, o córtex visual direito direito percebe os objetos situados à esquerda de uma linha visual mediana que divide os campos visuais. Na via óptica é válido o princípio de que o hemisfério cerebral de um lado relaciona-se com as atividades sensitivas do lado oposto. O distúrbio básico com campo visual é o escotoma, que consiste em uma falha dentro do campo visual, ou seja, cegueira para parte desse campo. Quando o escotoma atinge metade do campo visual, passa a ser denominado hemianopsia. A hemianopsia pode ser heterônima ou homônima. Na primeira, são acometidos lados diferentes dos campos visuais, ou seja, desaparece a visão nos campos temporais ou nos campos nasais. Na segunda, fica acometido o mesmo lado visual de cada olho, ou seja, desaparece a visão do campo temporal do olho de um lado e o campo nasal do olho do lado oposto. A lesão da parte mediana do quiasma óptico resulta em hemianopsia bitemporal como consequência da interrupção das fibras provenientes das retinas nasais que cruzam a este nível. 14 - Coluna de núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico. Explique. Coluna eferente somática: todos os seus núcleos dispõem-se de cada lado próximo ao plano mediano. Eles originam fibras para a inervação dos músculos estriados miotômicos do olho e da língua. São eles: o núcleo oculomotor (localiza-se no mesencéfalo e origina fibras que inervam todos os músculos extrínsecos do olho, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior), o núcleo troclear (situado no mesencéfalo ao nível do colículo inferior, origina fibras que inervam o músculo oblíquo superior), o núcleo abducente (situado na ponte, dá origem à fibras para o músculo reto lateral) e o núcleo hipoglosso (situado no bulbo, no assoalho do IV ventrículo, dá origem a fibras para os músculos da língua). Coluna eferente visceral geral: nos seus núcleos estão os neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. As fibras pré ganglionares que saem destes núcleos, antes de atingir as vísceras, fazem sinapse em um gânglio. Seus núcleos são o núcleo de Edinger-Westphal (situado no mesencéfalo, origina fibras pré-ganglionares para o gânglio ciliar e esfíncter da pupila), o núcleo lacrimal (situado no ponto próximo ao ponto salivatório superior, origina fibras pré-ganglionares que saem pelo VII par - nervo intermédio - chegam ao gânglio pterigopalatino 6 / 9

que dá origem às fibras pós-ganglionares que chegam pelo nervo lingual do gânglio submandibular de onde saem as fibras pós-ganglionares que inervam as glândulas submandibulares e sublingual), o núcleo salivatório inferior (origina fibras pré-ganglionares que saem pelo nervo glossofaríngeo e chegam ao gânglio óptico. Dele saem fibras pósganglionares que chegam à parótida pelo nervo aurículo-temporal, ramo do nervo mandibular) e núcleo dorsal do vago situado no bulbo, origina fibras pré-ganglionares que saem pelo nervo vago e terminam fazendo sinapse em um grande número de pequenos gânglios nas paredes das vísceras torácicas e abdominais. Coluna eferente visceral especial: dá origem a fibras que inervam os músculos de origem branquiométrica, situado no interior do tronco encefálico. Seus núcleos são: o núcleo motor trigêmeo (situa-se na ponte, dá origem a fibras que saem pela raiz motora, ganham a divisão submandibular desse nervo e terminam inervando músculos mastigadores - temporal, masseter e pterigoideo lateral e medial), os núcleos do facial (situa-se na ponte, origina fibras pelo VII par vão à musculatura da mímica e ao ventre posterior do músculo digástrico), núcleo ambíguo (situado no bulbo, origina fibras que inervam os músculos da faringe e da laringe saindo pelo glossofaríngeo, vago e raiz craniana do acessório. Coluna aferente somática geral: seus núcleos recebem fibras que trazem grande parte da sensibilidade somática da cabeça. É inervada pelo trigêmeo prioritariamente, ela se estende ao longo do tronco encefálico. Seus núcleos são: núcleo tracto mesencefálico do trigêmeo (recebem pulsos proprioceptivos situados nos músculos da mastigação e nos extrínsecos do bulbo ocular e receptores dos dentes e do periodonto, que são importantes para a regulação reflexa da força da mordida), o núcleo sensitivo principal, núcleo do trato espinhal do trigêmeo (as fibras do tracto espinhal possuem um trajeto descendente e levam impulsos de dor e temperatura. Coluna aferente somática especial: ao contrário das demais, é muito larga pois ocupa toda a área vestibular do IV ventrículo. Coluna aferente visceral: é formada por um único núcleo que é o núcleo do tracto solitário (situado no bulbo, aí chegam fibras trazendo a sensibilidade geral e especial - gustação que entram pelos nervos facial, glossofaríngeo e vago). 15 - Origens reais e aparentes dos pares de nervos cranianos no encéfalo e no crânio. I - OFTÁLMICO: bulbo olfatório; lâmina crivosa do osso etmoide. II - ÓPTICO: quiasma óptico; canal óptico. II - OCULOMOTOR: sulco medial do pedúnculo cerebral; fissura orbital superior. IV - TROCLEAR: véu medular superior; fissura orbital superior. V - TRIGÊMEO: entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio; fissura orbital superior (ramo oftálmico), forame redondo (ramo maxilar) e forame oval (ramo mandibular). 7 / 9

VI - ABDUCENTE: sulco bulbo-pontino; forame estilomastoideo. VII - FACIAL: sulco bulbo-pontino, lateralmente ao VI; forame estilomastoideo. VIII - VESTÍBULO-COCLEAR: sulco bulbo-pontino, lateralmente ao VII; penetra no osso temporal pelo meato acústico interno, mas não sai do crânio. IX - GLOSSOFARÍNGEO: sulco lateral posterior do bulbo; forame jugular. X - VAGO: sulco lateral posterior, caudalmente ao IX; forame jugular. XI - ACESSÓRIO: sulco lateral posterior do bulbo (raiz craniana) e medula (raiz espinhal); forame jugular. XII - HIPOGLOSSO: sulco lateral anterior do bulbo; canal do hipoglosso. 16. Descreva a anatomia do trigêmeo (divisões, partes sensitiva e motora). O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Essa fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos. Os impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato) originam-se da face a da fronte; da conjuntiva ocular; da parte ectodérmica da cavidade bucal, nariz, seios paranasais, dos dentes, dos 2/3 anteriores da língua, e da maior parte da dura-máter craniana. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios, essa é a via proprioceptiva. 17. Descreva a anatomia da inervação da língua. A inervação da língua é feita pelos nervos Facial, trigêmeo, glossofaríngeo e hipoglosso. O nervo facial confere a sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores da língua, enquanto o terceiro ramo do nervo trigêmeo, o nervo mandibular, (cuja uma das ramificações é o nervo lingual) confere sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) aos 2/3 anteriores. O nervo Glossofaríngeo dá sensibilidade geral e gustativa ao terço posterior, e o nervo hipoglosso confere motricidade. Os receptores de impulsos que vão gerar uma resposta gustativa são os corpúsculos gustativos da língua e da epiglote. Os impulsos originados nos corpúsculos situados nos 2/3 anteriores da língua, após um trajeto periférico pelos nervos lingual e corda do tímpano, chegam ao sistema nervoso central pelo nervo médio (VII par nervo facial). Os impulsos do terço posterior da língua e da epiglote penetram nos sistema nervoso central, respectivamente pelos nervos glossofaríngeo e vago. 8 / 9

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Odonto UFRJ 18. Caminho do liquor (produção, circulação ). Liquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnoideo e das cavidades ventriculares. A sua função primordial é de proteção mecânica do sistema nervoso central. O liquor é produzido nos plexos coroides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Os ventrículos laterais contribuem com maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o liquor passa para o espaço subaracnoideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnoideas que se projetam para o interior da dura-máter. A circulação do liquor se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnoideo da medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnoideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. A circulação do liquor é extremamente lenta por causa da sua produção em uma extremidade e a sua absorção em outra, além da pulsação das artérias intracranianas, que, a cada sístole, aumenta a pressão liquórica. 9 / 9