SELEÇÃO DE ZEBUÍNOS PARA PRECOCIDADE SEXUAL



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Transcrição:

SELEÇÃO DE ZEBUÍNOS PARA PRECOCIDADE SEXUAL 1. INTRODUÇÃO José Aurélio Garcia Bergmann Escola de Veterinária da UFMG Caixa Postal, 567 31.270-010 - Belo Horizonte, MG Bergmann@dedalus.lcc.ufmf.br Apesar do desempenho reprodutivo ser considerado de grande importância para a pecuária de corte (Trenkle e Wilham, 1977; Meacham e Notter, 1987; Fonseca 1991; Bergmann, 1993), este não tem merecido ênfase nos programas de melhoramento genético. De acordo com Meacham e Notter (1987) e Fonseca (1991), a eficiência reprodutiva pode ser considerada como uma das mais importantes características econômicas, devendo merecer atenção dos criadores de gado de corte. Rebanhos detentores de elevada precocidade sexual e fertilidade possuem maior disponibilidade de animais, tanto para venda como para seleção, permitindo maior intensidade seletiva e, consequentemente, progressos genéticos mais elevados e maior lucratividade. A reprodução é um processo complexo e a seleção direta para características ligadas à reprodução é, muitas vezes, difícil de ser aplicada, tornando-se necessário identificar características reprodutivas que sejam facilmente medidas, que apresentem variabilidade genética e que sejam geneticamente correlacionadas aos eventos reprodutivos. Segundo Mackinnon et al. (1990) e Meyer et al. (1990), existem evidências de substancial variação genética no desempenho reprodutivo de machos e fêmeas e relações genéticas favoráveis entre este e características relacionadas ao desenvolvimento ponderal, o que viabilizaria programas de seleção para desempenho reprodutivo em bovinos de corte (Bergmann et al., 1996). Para ambos os sexos a idade à puberdade, característica indicadora da precocidade sexual dos animais, é uma importante característica reprodutiva a ser considerada nos programas de melhoramento das raças zebus. Para os machos, a idade à puberdade tem sido considerada como

52 - I Simpósio de Produção de Gado de Corte aquela em que aparecem os primeiros espermatozóides no ejaculado (Unanian, 1997). Para as fêmeas, essa característica tem sido considerada como a idade na qual o animal ovula pela primeira vez com manifestação de estro (Notter, 1995). A herdabilidade da idade à puberdade é relativamente alta (0,61; MacNeil et al., 1984), significando que esta idade pode ser reduzida através da seleção. Entretanto, os critérios de seleção para se reduzir a idade à puberdade não são facilmente caracterizados. Independente do sexo, a determinação da idade à puberdade envolve cuidadosa e laboriosa coleta de informações. Sua detecção no macho envolve coletas seqüenciais de sêmen em todos os tourinhos candidatos à seleção. Nas fêmeas, a detecção da primeira ovulação envolve repetidas palpações retais, ultra-sonografias ou dosagens da progesterona circulante. Paralelamente, a detecção do primeiro estro envolve mão de obra adicional, além da utilização de rufiões com marcadores, por usualmente longo período. De certa forma, a idade ao primeiro parto pode ser considerada como característica indicadora do início da atividade reprodutiva das fêmeas. No Brasil, apesar do significativo aumento das pesquisas envolvendo o melhoramento das raças zebus e dos meios para a melhoria dos índices de produtividade disponíveis atualmente, Bergmann (1993), utilizando trabalhos publicados de 1946 até 1988, concluiu que não houve redução na idade ao primeiro parto naquele período (média ponderada acima de 40 meses), o que indicaria a ausência de mudanças dos índices de produtividade, decorrentes tanto de medidas que visam melhorar a alimentação dos rebanhos como do melhoramento genético. Conclusões semelhantes foram evidenciadas por Nájera (1990) para a raça Nelore, quando reportou que a idade ao primeiro parto variou de 37 a 54 meses, com média de 43 meses. A redução da idade ao primeiro parto, conseqüente ao aumento da precocidade sexual dos animais, parece ser o maior desafio do zebu brasileiro. Face às dificuldades operacionais para implementação de programas de seleção para idade à puberdade, torna-se importante a utilização de características indicadoras de precocidade sexual, que tenham variabilidade genética adequada, que sejam de mensuração fácil e

I Simpósio de Produção de Gado de Corte - 53 econômica, e que tenham correlação genética favorável com idade à puberdade e outras características economicamente importantes. Esta palestra objetiva rever as possibilidades da utilização de algumas características indicadoras da idade à puberdade em programas de seleção de zebus, ou seja, da data e da idade ao primeiro parto, e do perímetro escrotal. 2. PERÍMETRO ESCROTAL Uma das principais características associada ao desempenho reprodutivo dos machos é o volume testicular. A medida mais utilizada para refletir o volume dos testículos é o perímetro escrotal, também chamado de circunferência escrotal. Além de estar favorável e geneticamente correlacionado ao volume testicular (Quirino, 1999), esta característica é de fácil e econômica mensuração, e tem alta confiabilidade e repetibilidade quando tomada por diferentes técnicos (Coulter e Foote, 1979). A seleção para aumento do perímetro escrotal não traz beneficio direto em termos econômicos. Objetiva-se, contudo, que, com esta seleção, se consiga animais mais precoces sexualmente e mais férteis, com maior quantidade e qualidade espermática e maior capacidade de serviço. Estas associações têm sido estudadas, notadamente em raças européias. Existem evidências de que o perímetro escrotal esteja correlacionado geneticamente com a idade à puberdade nos machos e fêmeas, com a fertilidade das fêmeas aparentadas a estes machos (Notter, 1988; Martins Filho, 1991; Bergmann, 1993, Gressler et al., 1998) e, ainda, com características físicas e morfológicas do sêmen (Quirino, 1999). Quando o objetivo da seleção é a redução da idade à puberdade, a avaliação do perímetro testicular em touros deve ser feita antes dos 24 meses de idade por ser esse o período que antecede, ou coincide, com o início de sua atividade reprodutiva. Adicionalmente, é em torno da puberdade que os testículos crescem mais rapidamente e de forma quase linear (Abdel-Raoulf, 1960; Pimentel et al., 1984). Segundo Fonseca (1989), o início da puberdade é marcado por mudanças dos níveis circulantes de hormônios. Dentre estes, estão os efeitos das gonadotropinas e de seu hormônio estimulador que estão envolvidos indiretamente com o

54 - I Simpósio de Produção de Gado de Corte fenômeno da espermatogênese. Por estímulos hormonais, as células de Leydig sintetizam a testosterona que atua diretamente na espermatogênese, estimulando-a. O início da espermatogênese coincide com a luminação e aumento do diâmetro, tanto dos túbulos seminíferos como de seu lumen. Nesta fase, ocorre também um rápido crescimento dos órgãos genitais primários. De acordo com Bergmann et al. (1998), os testículos crescem segundo curva sigmóide, com uma fase inicial mais lenta, seguida de um pico que coincide com a puberdade, havendo, posteriormente, um crescimento lento, indicativo da maturidade sexual (Figura 1) 40 Perímetro Escrotal (cm) 35 30 25 20 15 10 5 Ponto de inflexão: 19,0 cm aos 10,8 meses de idade 0 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 Idade (meses) Figura 1 - Curva de crescimento do perímetro escrotal em animais Nelore Estudos relacionados à curva de crescimento testicular de animais das raças européias criados em regiões temperadas indicam que uma única medição a um ano de idade é suficiente para se avaliar o desenvolvimento testicular. O perímetro escrotal nesta idade apresenta herdabilidade alta, com uma média de 0,50 (Coulter et al., 1976; Latimer et al., 1982; Bourdon e Brinks, 1986; Nelsen et al., 1986; Morris et al., 1992) e está favoravelmente associada a idade à puberdade das meio-irmãs destes tourinhos, -0,39, (Brinks et al., 1978; Morris et al., 1992). Adicionalmente,

I Simpósio de Produção de Gado de Corte - 55 o perímetro escrotal está favorável e geneticamente associada à idade ao primeiro serviço (-0,32), a data do primeiro (-0,19) e do segundo (- 0,27) partos, à fertilidade (0,59) e ao intervalo entre partos (-0,21), segundo Toelle e Robison (1985) e Notter et al. (1993). No Brasil, a ênfase da seleção para perímetro escrotal dos zebus tem sido para a idade de 18 meses. Entretanto, Bergmann et al. (1998), ao descreverem a curva de crescimento do perímetro escrotal de animais Nelore, encontraram ponto de inflexão (máximo crescimento) aos 10,8 meses de idade (Figura 1). Segundo os autores, tal fato evidenciaria o maior crescimento do parênquima testicular ocorrendo próximo aos 12 meses de idade, sugerindo o início do período pré-pubere. Segundo Fitzhugh (l976), neste ponto da curva de crescimento, a taxa de crescimento é máxima, passando de função crescente (estágio autoacelerante) para função decrescente (estágio autoinibitório). Para Foot (l969), o início da puberdade é caracterizado pelo crescimento rápido das gônadas e pode ser determinado pela presença de espermatozóides viáveis no ejaculado, associado à liberação do pênis e da libido, com o estabelecimento da capacidade reprodutiva. As pesquisas realizadas no Brasil, considerando aspectos relacionados à puberdade de animais zebus, salientam a maior dependência de seu aparecimento do estado corporal do animal do que da idade. Diversos trabalhos sugerem idades variando entre 10 e 12 meses de idade para o aparecimento da puberdade de machos zebus, coincidindo com o período de grande ganho em peso e associado ao rápido crescimento testicular, aumento da secreção de LH e início da espermatogênese (Cardoso, 1977; Castro et al., 1989). Ainda no Brasil, Cardoso (l977) determinou o início da puberdade de machos Nelore entre os 10 e 12 meses. Já Castro et al. (l989) observaram espermatozóides no ejaculado de tourinhos Nelore, criados exclusivamente a pasto, aos 12-14 meses de idade, enquanto que Castro et al. (l990) observaram, na mesma raça, que a puberdade ocorreu aos 17 meses de idade. Mais recentemente, Unanian (1997) observou o aparecimento da puberdade em machos Nelore variando de 12,2 a 16,0 meses de idade.

56 - I Simpósio de Produção de Gado de Corte Embora o perímetro escrotal esteja associado ao peso corporal (Bergmann et al., 1996, entre outros), segundo Toelle e Robson (l985) existem evidências de que o tamanho do testículo seja controlado por diferentes sistemas fisiológicos nas idades de 205 e de 365 dias para taurinos criados em condições temperadas. Segundo os autores, o perímetro escrotal medido aos 205 dias seria reflexo do aumento do peso corporal e entre 205 e 365 dias os testículos passariam a ser influenciados pelos hormônios gonadotrópicos. Desta forma, as diferenças entre perímetros escrotais aos 365 dias de idade estariam mais dependentes das diferenças relacionadas ao sistema hormonal do que ao peso corporal. Existem evidências na literatura de que a puberdade de machos Nelore em condições nutricionais adequadas ocorra próxima ao primeiro ano de idade. Gressler et al. (1998) observou correlações genéticas favorável entre perímetro escrotal aos 12 meses de idade e data do primeiro parto (-0,08) e desfavorável entre perímetro escrotal aos 18 meses de idade e data do primeiro parto (0,21). Os autores conjeturaram que esses resultados poderiam indicar que a seleção de animais com maior perímetro escrotal aos 12 meses de idade estaria associada à escolha de animais que apresentassem maiores níveis de hormônios gonadotrópicos, culminando com a puberdade, início de atividade reprodutiva de machos e fêmeas, concepções mais precoces na primeira estação de monta e antecipação das datas do primeiro parto. Aos 18 meses de idade, a maioria dos tourinhos já estaria em período pós-púbere e a seleção praticada para maiores perímetros escrotais nessa idade estaria associada a maiores pesos corporais e, possivelmente, a menor precocidade reprodutiva em ambientes tropicais. Os resultados de Quirino e Bergmann (1998) também conduzem a raciocínio semelhante. Na raça Nelore, Quirino (1999) encontrou substancial associação genética entre o perímetro escrotal e características do sêmen (vigor, 0,89; defeitos maiores, -0,50; menores, -0,86 e totais, -0,52), e correlações favoráveis, porém moderadas, entre o perímetro escrotal e o volume do ejaculado (0,10) e entre o perímetro escrotal e a motilidade (0,13). Estes resultados, respaldados por outros da literatura, indicam ser possível obter

I Simpósio de Produção de Gado de Corte - 57 melhora da qualidade do sêmen de touros Nelore a partir da seleção para aumento do perímetro escrotal. 3. CARACTERÍSTICAS OBSERVADAS NAS FÊMEAS Quando não são conhecidas a idade à puberdade e a data da primeira fecundação da fêmea bovina, as informações reprodutivas disponíveis são a ocorrência ou não do parto e a data deste parto. Destas informações, as características que emergem como indicativas do potencial reprodutivo da fêmea jovem são a idade ao primeiro parto e a primeira data do parto. 3.1 Idade ao Primeiro Parto A idade ao primeiro parto é característica de grande importância zootécnica, pois marca o início do processo produtivo das fêmeas. A redução da idade ao primeiro parto antecipa a idade produtiva, provoca rápida recuperação do investimento, aumenta a vida útil, possibilita maior intensidade de seleção nas fêmeas e reduz o intervalo entre gerações (Mattos e Rosa, 1984). Adicionalmente, a vantagem de se incluir esta característica nos programas de melhoramento está associada à facilidade de medição. No Brasil, a média das estimativas de herdabilidade para a idade à primeira cria de animais zebu foi de 0,41 (Ayala, 1990) e de 0,25, segundo Mercadante (1995), o que sugere a possibilidade de resposta à seleção. Adicionalmente, a idade ao primeiro parto e a idade à puberdade são relacionadas geneticamente, quando as fêmeas iniciam a vida reprodutiva ainda jovens, antes dos 2 anos para zebus (Notter, 1995). Dessa forma, poderia-se obter melhoramento da precocidade sexual das fêmeas ao selecionar-se para a redução da idade ao primeiro parto, pois a utilização da idade à puberdade apresenta dificuldades de aplicação prática para a realidade brasileira (Andrade, 1991; Bergmann, 1993). Por outro lado, segundo Notter (1995), a idade ao primeiro parto poderia não ser uma boa característica a ser utilizada em países tropicais, como o Brasil, quando esta ocorre tardiamente e, ou, é deliberadamente atrasada pelo criador. Outro fator limitante da utilização da idade ao

58 - I Simpósio de Produção de Gado de Corte primeiro parto como característica indicadora de precocidade sexual é o tempo demandado para a expressão da característica. 3.2. Primeira Data do Parto A data do parto durante a estação de nascimentos corresponde ao número de dias compreendidos entre a data de início da estação de parição e a data do parto de determinada fêmea. Esta definição corresponde à adotada por Ponzoni (1992) e é semelhante à definição de dias para o parto (número de dias compreendidos entre o início da estação de monta, na qual ocorreu a concepção, e a data do parto de determinada fêmea). Ainda segundo Ponzoni (1992), o uso da data do parto seria preferível, pois não envolve seleção para redução do período de gestação, que pode não ser desejável no programa de melhoramento. A data do parto tem sido considerada por muitos autores como a característica de escolha para se avaliar a eficiência reprodutiva da fêmea bovina de corte. Além de não apresentar as limitações do intervalo de partos (Bergmann, 1993), esta característica apresenta herdabilidade (de 0,11 a 0,28) e repetibilidade (de 0,11 a 0,34) mais altas do que o intervalo de partos (Bourdon e Brinks, 1983; López de Torre e Brinks, 1990), além de ser economicamente mais importante, pois vacas que parem mais cedo usualmente desmamam bezerros mais pesados (DeRouen e Franke, 1989; Marshall et al., 1990). Segundo Gressler (1998), a herdabilidade da data do primeiro parto de animais da raça Nelore foi de 0,11, evidenciando a existênmcia de variabilidade genética para a característica. Entretanto, conforme evidenciado para a característica idade ao primeiro parto, a importância da data do primeiro parto como característica indicadora de precocidade sexual, isto é, da idade à puberdade, é questionável quando os animais entram em sua primeira estação de monta tardiamente e pelo tempo demandado para expressão da característica. 4. CONCLUSÕES Apesar de sua importância econômica, a seleção para precocidade sexual não é fácil de ser implementada diretamente. Entretanto, a seleção

I Simpósio de Produção de Gado de Corte - 59 por meio de características indicadoras pode e deve ser feita. Dentre as características indicadoras de precocidade sexual, o perímetro escrotal é a mais recomendada. A característica é de fácil mensuração, pode ser feita em animais jovens, apresenta variabilidade genética e está favoravelmente associada com precocidade sexual em ambos os sexos e outras características importantes economicamente. Entretanto, alguns aspectos continuam merecer atenção do meio científico para melhor utilização desta característica nos programas de seleção das raças zebus. Algumas questões aventadas passam pela idade mais adequada para medir o perímetro escrotal e pela avaliação morfológica da bolsa escrotal e dos testículos. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDEL-RAOUF, M. The postnatal development of the reproductive organs in bulls with special reference to puberty. Acta. Endocr., v. 49, p. 1-19, 1960. (Suppl.). apud MARTINS-FILHO, R. Estimativas de correlação genéticas entre circunferência escrotal em bovinos da raça Nelore e características reprodutivas em suas meias -irmãs paternas. Ribeirão Preto, 1991. 92 p. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. ANDRADE, V.J. Manejo alternativo da reprodução em bovinos de corte. Cad.. Téc. Esc. Vet.. Belo Horizonte, UFMG, n 6: p. 29-54, 1991. AYALA, J. M. N. Efeitos Genéticos e Não Genéticos sobre Características Reprodutivas e Ponderais de Duas Populações de Bovinos da Raça Nelore. Belo Horizonte,. 1990. 150 p. Dissertação de Mestrado. Escola de Veterinária da UFMG. BERGMANN,J.A.G. Melhoramento genético da eficiência reprodutiva em bovinos de corte. In : Congresso Brasileiro de Reprodução Animal, 10, 1993, Belo Horizonte, Suplemento. Belo Horizonte: CBRA, 1993. p.70-86. BERGMANN, J.A.G., ZAMBORLINI, L.C., PROCÓPIO, C.S.O., ANDRADE, V.J., VALE FILHO, V.R. Estimativas de parâmetros genéticos do perímetro escrotal e do peso corporal em animais da raça Nelore. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.48, n 1, p. 69-78, 1996.

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