RESOLUÇÃO Nº 29/2009, DE 24 DE JUNHO DE 2009 Aprova o Regimento da Comissão de Ética no Uso de Animais na Universidade Regional de Blumenau, na forma do Anexo. O Reitor da Universidade Regional de Blumenau, no uso de suas atribuições legais e considerando, ainda, deliberação do egrégio Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE Processo nº 37/2009, Parecer nº 36/2009 -, tomada em sua sessão plenária de 12 de maio de 2009, RESOLVE: Art. 1º Aprovar o Regimento da Comissão de Ética no Uso de Animais na Universidade Regional de Blumenau, na forma do ANEXO. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogam-se a Resolução nº 52/2002, de 1º de agosto de 2002, e demais disposições em contrário. Blumenau, 24 de junho de 2009. DR.
SUMÁRIO CAPÍTULO I...3 DA DEFINIÇÃO...3 CAPÍTULO II...3 DA FINALIDADE...3 CAPÍTULO III...4 DA COMPOSIÇÃO E DO FUNCIONAMENTO...4 CAPÍTULO IV...5 DA COMPETÊNCIA...5 CAPÍTULO V...6 DAS CONDIÇÕES DE CRIAÇÃO E USO DE ANIMAIS PARA ENSINO, PESQUISA CIENTÍFICA E/OU EXTENSÃO...6 CAPÍTULO VI...7 DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS...7
Fls. 3 ANEXO REGIMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS NA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO Art. 1º A Comissão de Ética no Uso de Animais - CEUA estabelece critérios para a criação e o uso de animais em atividades de ensino, pesquisa ou extensão, com o objetivo primordial de preservá-los de maus tratos e atos cruéis. CAPÍTULO II DA FINALIDADE Art. 2º A CEUA tem por finalidade regulamentar práticas de ensino, pesquisa ou extensão com animais, no âmbito da Universidade Regional de Blumenau. Art. 3º É obrigatória a submissão à CEUA de todos os projetos que envolvam o uso de animais no âmbito da Universidade. Parágrafo único. A submissão de projetos à CEUA deve respeitar o Calendário estabelecido por esta Comissão. Art. 4º O disposto neste Regimento aplica-se a todas as espécies classificadas como filo Chordata, subfilo Vertebrata, observada a legislação ambiental, excetuando-se a espécie Homo sapiens. 1º A CEUA pode solicitar, se entender necessário, protocolo de manipulação de animais invertebrados. 2º O pesquisador, independentemente de solicitação, pode encaminhar protocolo de manipulação de animais invertebrados à CEUA. 3º A análise de projetos que envolvam o uso de animais silvestres é realizada desde que sejam submetidos à CEUA antes do seu envio aos órgãos fiscalizadores competentes.
Fls. 4 Art. 5º Entendem-se como práticas experimentais sujeitas à avaliação e acompanhamento da CEUA todas aquelas relacionadas à investigação científica, ao desenvolvimento tecnológico, à produção e controle de qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos, instrumentos ou quaisquer outros procedimentos testados ou realizados em animais. Parágrafo único. Não se considera prática experimental: I a profilaxia e o tratamento veterinário do animal que deles necessite; II o anilhamento, a tatuagem, a marcação ou a aplicação de outro método com a finalidade de identificação animal, desde que cause apenas dor ou aflição momentânea ou dano passageiro; III as intervenções não-experimentais relacionadas às práticas agropecuárias; IV bioterismo conjunto de técnicas relacionadas ao manejo de biotérios. Na FURB, tais práticas ficam vinculadas ao(s): a) Biotério Central; b) Biotérios setoriais; c) Cativeiros científicos. CAPÍTULO III DA COMPOSIÇÃO E DO FUNCIONAMENTO Art. 6º A CEUA é constituída por: I 01 (um) médico veterinário; II 02 (dois) docentes pesquisadores do Centro de Ciências Exatas e Naturais CCEN, sendo que, pelo menos, um deles deve ser Biólogo; III 02 (dois) docentes pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde CCS, sendo que, pelo menos, um deles deve ser Médico Veterinário; IV 02 (dois) docentes pesquisadores do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação CCHC; V 01 (um) representante discente, indicado pelo Diretório Central dos Estudantes DCE; VI 01 (um) representante das Sociedades Protetoras de Animais, legalmente estabelecida no Município, e 01 (um) suplente. 1º O mandato dos membros da CEUA é de 02 (dois) anos, permitida uma recondução. 2º A participação dos docentes pesquisadores na área específica deve ser sempre majoritária na CEUA. 3º A CEUA é coordenada por um de seus membros, eleito por seus pares, cujo mandato é de 02 (dois) anos, permitindo-se uma recondução.
Fls. 5 4º A eleição do Coordenador da CEEA é realizada no último mês do semestre letivo da vigência do seu mandato. 5º A Administração Superior da FURB atribui 08 (oito) horas-atividade na carga horária do Coordenador da CEUA e 04 (quatro) horas-atividade na dos demais docentes. 6º O membro discente integrante da CEUA tem direito ao abatimento no valor das mensalidades referente a 03 (três) créditos financeiros. 7º A CEUA funciona com a presença da maioria absoluta de seus membros e as suas decisões são tomadas por maioria simples. 8º A CEUA pode valer-se de consultores ad hoc, de reconhecida competência técnica e científica, para orientar os encaminhamentos de quaisquer processos de sua pauta de análise. 9º A falta não justificada em 03 (três) reuniões ao longo de um semestre letivo implica na substituição do membro. Art. 7º Compete à CEUA: CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA I cumprir e fazer cumprir, nos limites de suas atribuições, o disposto nas leis vigentes e nas demais aplicáveis à utilização de animais para ensino, pesquisa ou extensão: a) constatado qualquer descumprimento ao que foi disposto nas leis vigentes, a CEUA determina a paralisação imediata dos procedimentos, até que a irregularidade seja sanada, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis; b) quando se configurar a hipótese prevista na alínea anterior, a omissão da CEUA motiva sanções à FURB, nos termos do Capítulo V da Lei Federal 11.794, de 8 de outubro de 2008. II - efetuar registro permanente e atualizado dos laboratórios de experimentação, biotérios e centros de criação animal; III - examinar, previamente, projetos e procedimentos experimentais de ensino, de pesquisa e de extensão a serem realizados na Universidade Regional de Blumenau, para determinar a sua compatibilidade à legislação; IV - estimular, monitorar e avaliar a gradativa introdução de técnicas alternativas que possam substituir a utilização de animais em ensino, pesquisa ou extensão; V - estabelecer e rever, periodicamente, as normas para o uso e cuidados com animais para ensino, pesquisa ou extensão, em consonância com as convenções nacionais e internacionais, das quais o Brasil seja signatário; VI - manter cadastro atualizado dos procedimentos de ensino, pesquisa ou extensão realizados ou em andamento na Instituição, assim como das pessoas diretamente envolvidas, a partir de informações remetidas pelas unidades setoriais, cuja cópia deve ser enviada ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal CONCEA;
Fls. 6 VII - as atividades experimentais aprovadas pela CEUA têm validade de 02 (dois) anos, podendo ser renovadas após nova avaliação por esta Comissão; VIII expedir, no âmbito de suas atribuições, certificados que se façam necessários junto a órgãos de financiamento de pesquisa, periódicos científicos ou outros; IX - notificar imediatamente ao CONCEA e às autoridades sanitárias a ocorrência de qualquer agravo com os animais no âmbito da Universidade Regional de Blumenau, fornecendo informações que permitam ações saneadoras; X - analisar todos os relatórios semestrais emitidos pelo Biotério Central. 1º Das decisões proferidas pela CEUA, cabem encaminhamentos de reavaliação por parte dos professores, pesquisadores ou extensionistas, após as devidas correções ou justificativas. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão CEPE é o órgão consultivo e deliberativo imediatamente superior à CEUA. 2º Das decisões proferidas pela CEUA cabe recurso, sem efeito suspensivo, ao CONCEA. 3º Os membros da CEUA respondem pelos prejuízos que, por dolo, causem às práticas experimentais previstas neste Regimento. 4º Os membros da CEUA estão obrigados a resguardar o segredo industrial, de patentes e de propriedade intelectual, sob pena de responsabilidade, conforme legislação nacional pertinente. CAPÍTULO V DAS CONDIÇÕES DE CRIAÇÃO E USO DE ANIMAIS PARA ENSINO, PESQUISA CIENTÍFICA E/OU EXTENSÃO Art. 8º O animal só pode ser submetido às intervenções recomendadas nos protocolos dos experimentos que constituem as atividades de ensino, pesquisa e/ou extensão, atendendo as normas exigidas pelo CONCEA, antes, durante e após o experimento. 1º Sempre que possível, o uso de animais deve ser evitado. 2º O animal é submetido à eutanásia sob estrita obediência às prescrições pertinentes a cada espécie, conforme as diretrizes do Ministério da Ciência e Tecnologia, preferencialmente com aplicação de dose letal de substância depressora do sistema nervoso central, sempre que necessário, quando encerrado o experimento ou verificado, em qualquer fase do mesmo, sofrimento intenso do animal. 3º O número de animais utilizados para a execução de um projeto e o tempo de duração de cada experimento é o mínimo indispensável para produzir o resultado conclusivo, poupandose ao máximo o animal de sofrimento e deve ser previsto e justificado. Resolução nº 29/2009
Fls. 7 4º Experimentos que possam causar dor ou angústia devem ser desenvolvidos sob sedação, analgesia ou anestesia adequadas. Caso as referidas drogas interfiram negativamente nos resultados dos experimentos, a CEUA pode aprovar a utilização de animais sem o uso de analgésicos e/ou anestésicos, desde que justificado na metodologia a ser empregada e em obediência às normas estabelecidas pelo CONCEA. 5º É vedado o uso de bloqueadores neuromusculares ou de relaxantes musculares em substituição a substâncias sedativas, analgésicas ou anestésicas. 6º É vedada a reutilização do mesmo animal depois de alcançado o objetivo principal das práticas experimentais previstas no art. 5º deste Regimento. 7º Em programa de ensino, vários procedimentos traumáticos podem ser realizados num mesmo animal, desde que todos sejam executados durante a vigência da anestesia e que o animal seja eutanasiado antes de recobrar a consciência. 8º Para a realização dos trabalhos de criação e experimentação de animais em sistema fechado, são consideradas as condições e normas de segurança recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde. 9º A CEUA, levando em consideração a relação entre o nível de sofrimento para o animal e os resultados práticos que se espera obter, pode restringir ou proibir experimentos que causem elevado grau de agressão contra os animais. 10. Todas as atividades experimentais que envolvam o uso de animais devem ser coordenadas por profissionais vinculados à Universidade e que comprovadamente apresentem habilidades técnico-científicas para tal. 11. A CEUA pode, excepcionalmente, autorizar a destinação de animais utilizados em experimentação ou demonstrações didáticas e não eutanasiados a pessoas idôneas ou entidades protetoras dos animais devidamente legalizadas e que por eles queiram responsabilizar-se. 12. O Coordenador e o Médico Veterinário do Biotério Central devem elaborar relatórios semestrais: I - dos procedimentos de controle de zoonoses referentes a todas as espécies animais mantidas no Biotério Central; II - dos procedimentos das dietas alimentares oferecidas a todas as espécies animais mantidas no Biotério Central; III - dos procedimentos de controle ou das intervenções farmacoterapêuticas, incluindo-se vacinas, realizados em todas as espécies animais mantidas no Biotério Central; IV referentes às retiradas de animais do Biotério Central, relacionando-as às atividades de experimentação. CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 9º Os recursos orçamentários necessários à criação e ao funcionamento da CEUA são previstos nas dotações da Pró-Reitoria a qual esteja vinculada.
Fls. 8 Art. 10. A CEUA deve ter organizadas as informações que dizem respeito aos processos que foram objeto de sua discussão. Art. 11. As denúncias de infração ou de descumprimento das normas deste Regimento, desde que devidamente fundamentadas, devem ser encaminhadas à CEUA para a tomada das providências cabíveis. Art. 12. Os casos omissos neste Regimento são resolvidos pelo CEPE. Blumenau, 24 de junho de 2009. DR.