Diretoria de Contratos, Indicações Geográficas e Registros - DICIG Indicação Geográfica



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Transcrição:

Diretoria de Contratos, Indicações Geográficas e Registros - DICIG Indicação Geográfica RPI 2257 de 08/04/2014 CÓDIGO: 305 (EXIGÊCIA FORMAL) PEDIDO Nº: BR412013000004-0 DATA DE DEPÓSITO: 22/08/2013 REQUERENTE: CONSELHO DAS COOPERATIVAS, ASSOCIAÇÕES, ENTREPOSTOS E EMPRESAS DE AFINS A APICULTURA DO PANTANAL DO BRASIL CONFENAL PAÍS: BR ESPÉCIE: INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA NATUREZA: PRODUTO NOME DA ÁREA GEOGRÁFICA: PANTANAL DO BRASIL PRODUTO: MEL PROCURADOR: O PRÓPRIO REPRESENTAÇÃO: COMPLEMENTO DO DESPACHO: ANÁLISE DO PEDIDO Conforme consta nos autos do processo em epígrafe (às fls. 106, 117, 280), a flora pantaneira se caracteriza pela riqueza e abundância de espécies e seu potencial apícola se estende por quase todo o ano, o que favorece a produção de mel de abelhas africanizadas que ocupam ocos de árvores. Entre as plantas mais procuradas pelas abelhas destacam-se a Vermônia polysphaera (assa-peixe, à fl. 111), a dipteryx odorata (cumbaru, à fl. 112) e a Vitex cymosa bartero ex spreng (tarumeiro, à fl. 113). O inventário da flora apícola do Pantanal indica o grande potencial deste recurso natural, em uma região que não tem inverno rigoroso e está praticamente livre de inseticidas, oferecendo um ambiente favorável à apicultura. O mel do Pantanal tem chamado a atenção principalmente por ser silvestre, e de uma região onde predomina a criação de gado, com pequenas áreas de lavoura. Esse tipo de mel está cada vez mais escasso no mundo, em virtude do avanço das fronteiras agrícolas, com seus defensivos. O mel coletado nas matas protege muitas famílias de apicultores que se mantém em pequenas propriedades cultivando os costumes locais e sua identidade. De acordo com a Requerente (às fls. 289 e 291-

214 DICIG Indicação Geográfica RPI 2257 de 08/04/2014 293), até meados do século XX o mel fazia parte das atividades extrativas. A técnica era a mesma empregada em séculos anteriores por populações indígenas, que buscavam no oco das árvores o mel das abelhas silvestres, derrubando com um machado a árvore e, assim, alcançando a colméia. Conforme foi aumentando o contato com outras comunidades fatores como o automóvel e a melhoria das estradas facilitaram esse processo o pantaneiro começou a comercializar alguns produtos típicos do Pantanal, entre eles o mel. Contudo, os pantaneiros sempre guardavam um pouco de mel em suas casas, para utilizar como remédio e também para dar de presente. O Mel do Pantanal, por não cristalizar facilmente, era acondicionado em vidro ou em litro. Com o costume de presentear, e o crescimento do contato com outras regiões do Brasil, o Mel do Pantanal começou a ser uma referência na região. O conhecimento empírico dos pantaneiros sobre a qualidade e a diferença do mel do Pantanal, somou-se, a partir de meados do século XX, a estudos científicos sobre o Bioma Pantanal e a apicultura ali desenvolvida. Afirmar que o mel é do Pantanal significa que foi colhido em meio à biodiversidade, em um espaço único, onde encontramos a presença forte da savana estépica alagada. O Pantanal manteve sua flora diferenciada devido às suas características naturais. Embora conhecido pela umidade chegando a ficar com 70% de sua planície inundada ele também pode ser seco, dependendo da fase do ano. O Bioma Pantanal tem particularidades que dificultam algumas culturas. Não são todos os espaços em que é possível plantar grãos e criar animais. Assim, possui uma grande parte de matas nativas apresentando 206 espécies de plantas apícolas, sendo 86 ervas, 44 árvores, 44 arbustos e 24 trepadeiras. Essa variedade, somada aos índices de temperatura e umidade, para a apicultura resulta em um mel silvestre singular. Conforme explica a Requerente (às fls. 295-298), até meados do século XX o mel consumido no Pantanal originava de abelhas silvestres e também da Apis mellífera, conhecida na região como Oropa ou Europa. Essa espécie se caracteriza por ser mansa, produtiva, e de fácil adaptação, tanto que do continente europeu, de onde é originária, espalhou-se pelo planeta, onde surgiram inúmeras subespécies. A partir da década de 1950, aconteceu a entrada da Apis mellifera scutellata, a abelha africana. Os estudos que abordam a história da apicultura no Brasil explicam que a partir de São Paulo as abelhas foram naturalmente invadindo outras regiões, e o cruzamento com as melíferas européias resultou na Apis mellifera africanizada. Nesse período, de entrada da abelha africanizada, continuava entre os pantaneiros o costume de manter próximo de suas casas alguma colméia de mel silvestre, para consumo da família até hoje esse costume se mantém. Mas, além disso, alguns pantaneiros já começavam a exercer a apicultura de forma amadora. Entre finais da década de 1970 e início da década de 80, se consolida a apicultura no Pantanal. O mel brasileiro vem ganhando espaço no mercado internacional. O país ocupa hoje a quinta posição entre os mercados produtores, com um total de 500 mil apicultores. Neste contexto, o Pantanal se apresenta como uma grande promessa na atividade, já que a região está impregnada de troncos de árvores propícios à apicultura (à fl. 342). Conforme formulário de exame formal preliminar, não consta no presente pedido, na forma da alínea 'a', do Artigo 8º da Instrução Normativa n o 25 de 17/09/2013, que substituiu a Instrução Normativa n o 12 de 18/03/2013, um documento que comprove que o nome geográfico Pantanal do Brasil ficou conhecido como centro de extração de mel. Explica-se:

RPI 2257 de 08/04/2014 DIRTEC Indicação Geográfica 215 De acordo com o que determina o Artigo 177 da Lei 9.279/96: Art. 177. Considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. Examinando-se os autos do presente pedido observa-se que o nome geográfico que ficou conhecido como produtor de mel foi PANTANAL, e não PANTANAL DO BRASIL, conforme requerido. Corrobora tal entendimento as diversas referências à PANTANAL encontradas ao longo do pedido, a saber: 1. Reconhecimento do Pantanal como Indicação de Procedência do Produto Mel (p.ex., às fls. 278-279); 2. Mel do Pantanal (p. ex., às fls. 279-281, 292, 331, 365, 369, 371, 379, 381, 394); 3. Mel produzido no Pantanal (p. ex., à fl. 280); 4. A apicultura do Pantanal (p. ex., à fl. 342); 5. Potencial apícola do Pantanal (p. ex., à fl. 367). Outras irregularidades também foram observadas no presente pedido: 1. No que se refere ao produto da Indicação Geográfica, o mesmo foi definido no Modelo I (à fl. 01) como O mel do Pantanal do Brasil é um produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, dos gêneros apis e nativas, a partir do néctar das floradas silvestres (...), quando o correto seria apenas MEL. 2. Na 1ª folha do Memorial Descritivo do Bioma Pantanal (à fl. 08 dos autos do processo), a área total do Bioma Pantanal nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foi determinada em 150.355 km 2, ao passo que no parágrafo 2º da página 10 do Estatuto Social (à fl. 65 dos autos do processo), e na página 6 do Projeto de identidade visual para criação do Selo de Indicação de Procedência do produto Mel do Pantanal (às fls. 103-104 dos autos do processo), a mesma área é quantificada em 1 km 2 e 138.183 km 2, respectivamente. 3. Na página 11 do Estatuto Social (à fl. 66 dos autos do processo) a informação referente à localização da área geográfica Pantanal do Brasil está truncada, a saber: A área geográfica delimitada da Indicação de Procedência da Pantanal do Brasil esta localizada, conforme laudo e mapa técnico expedido pelos Governos dos Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Explica-se: embora mencione o laudo, o mapa técnico e os responsáveis por sua expedição, a Requerente omitiu a localização da área geográfica. 3. CONCLUSÃO Com fulcro no artigo 16 da Instrução Normativa n o 25/2013, e tomando-se por base os documentos anexados aos autos do pedido em análise, devem ser cumpridas as seguintes exigências:

216 DICIG Indicação Geográfica RPI 2257 de 08/04/2014 1. Conforme determina o Art. 8º, alínea a, da Instrução Normativa n o 25/2013, deverão ser apresentados documentos que comprovem que o nome geográfico Pantanal do Brasil ficou conhecido como centro de extração de mel. A Requerente deverá atentar para o fato de que, em estrita obediência ao que estabelece o Art. 177 da LPI, somente poderá ser registrado como Indicação de Procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território que tenha se tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. 2. No campo referente ao Produto ou Serviço do requerimento de Indicação Geográfica (Modelo I), substituir a frase O mel do Pantanal do Brasil é um produto alimentício produzido pelas abelhas méliferas, dos gêneros apis e nativas, a partir do néctar das floradas silvestres (...) por Mel, atentando para a mudança no Formulário de pedido de registro de IG (vide site do inpi). 3. Reescrever o trecho da página 11 do Estatuto Social, a saber: A área geográfica delimitada da Indicação de Procedência da Pantanal do Brasil está localizada, conforme laudo e mapa técnico expedido pelos Governos dos Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em (trecho que está faltando) OU A área geográfica delimitada da Indicação de Procedência da Pantanal do Brasil está localizada nos Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, conforme laudo e mapa técnico expedido pelos Governos dos respectivos estados. 4. Definir qual a correta área da região Pantanal do Brasil, a saber: 150.355 km 2, 1 km 2 ou 138.183 km 2. Embora conste no pedido um instrumento oficial que delimita a área geográfica (às fls. 08/42 e 149/277), o fato da demarcação ter sido realizada utilizando uma descrição perimétrica pode dificultar a identificação, por parte de terceiros interessados, dos limites que compõem a área geográfica Pantanal do Brasil. Assim, solicita-se ainda à Requerente que, quando do cumprimento das exigências acima, seja anexado também um memorial descritivo cuja delimitação da área geográfica seja facilmente identificada quando o pedido foi publicado para manifestação de terceiros. Vide na página do INPI na Internet no link da lista de IG s nacionais e estrangeiras registradas no Brasil, exemplos aceitáveis de delimitação (www.inpi.gov.br indicação geográfica registros). Cabe ressaltar que de acordo com o artigo 16 da IN 25/2013, a requerente tem o prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta exigência para apresentação de petição contendo o cumprimento de exigência juntamente com o comprovante de recolhimento da retribuição correspondente, sob pena de arquivamento definitivo do pedido de registro em exame.

Diretoria de Contratos, Indicações Geográficas e Registros - DICIG Indicação Geográfica RPI 2257 de 08/04/2014 Despacho CÓDIGO: 305 (EXIGÊNCIA FORMAL) PEDIDO Nº: BR402012000003-9 DATA DE DEPÓSITO: 24/04/2012 REQUERENTE: ORNAPESCA - COOPERATIVA P.P.A.P.O.M.A. RIO NEGRO PAÍS: BR ESPÉCIE: INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA APRESENTAÇÃO: MISTA NATUREZA: PRODUTO NOME DA ÁREA GEOGRÁFICA: RIO NEGRO PRODUTO: PEIXES ORNAMENTAIS PROCURADOR: MARIA INÊS MUNARI BALSAN COMPLEMENTO: ANÁLISE DO PEDIDO O pedido foi primeiramente examinado quanto ao seu aspecto formal, onde foram feitas exigências para a adequação do mesmo às condições estabelecidas na Instrução Normativa n o 12 de 18/03/2013, sendo publicada a exigência formal, cód. 305, na RPI 2232 de 15/10/2013. Em resposta à exigência foi apresentada tempestivamente em 06/02/2014 a petição nº 020140005186, onde constam os seguintes documentos: 1. fls. 793-796: Representação gráfica da Indicação de Procedência, onde a expressão Rio Negro Amazonas foi substituída por Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro ; 2. fl. 797: Listagem dos membros associados à ORNAPESCA; 3. fls. 798-799: Ata da Assembléia Geral de fundação e constituição do Conselho Regulador. Após exame da documentação apresentada, e tomando como referência o parecer publicado na RPI supracitada, observou-se que não foram cumpridas as seguintes exigências: - Apresentação de uma justificativa para o fato da avaliação e da fiscalização ocorrerem a cada dois anos, ao invés de anualmente, conforme estabelece o Art. 5º do Regulamento de Uso; - Comprovação de que as condições estabelecidas no Regulamento de Uso foram aprovadas pelos associados, como, por exemplo, através de discussão e aprovação em Ata de Assembléia. - Apresentação da versão atualizada da Ata de Assembléia contemplando a criação do Conselho Regulador. Quanto a isto vale mencionar que, conforme estabelece o Estatuto da ORNAPESCA (às fls. 69-88) em

218 DICIG Indicação Geográfica RPI 2257 de 08/04/2014 seu Art. 48, o mandato do Presidente da Cooperativa é de 4 anos. Como o Sr. João de Souza Freitas foi eleito Presidente em 06/07/2008 (às fls. 64-68), o seu mandato expirou em 06/07/2012. - Embora a Requerente tenha apresentado uma nova representação gráfica da Indicação de Procedência, a mesma ainda não atende ao requerido no parecer anterior visto que a expressão Rio Negro Amazonas, constante da representação gráfica, foi substituída por Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, quando o correto seria Rio Negro. CONCLUSÃO Com fulcro no artigo 16 da Instrução Normativa n o 25/2013, e tomando-se por base o parecer publicado na RPI 2232, bem como os documentos apresentados na petição nº 020140005186, ainda devem ser cumpridas ainda as seguintes exigências: 1. Apresentação de uma justificativa para o fato da avaliação e da fiscalização ocorrerem a cada dois anos, ao invés de anualmente, conforme estabelece o Art. 5º do Regulamento de Uso; 2. Comprovação de que as condições estabelecidas no Regulamento de Uso foram aprovadas pelos associados, como, por exemplo, através de discussão e aprovação em Ata de Assembléia; 3. Apresentação da versão atualizada da Ata de Assembléia contemplando a criação do Conselho Regulador; bem como da ata de eleição do novo Presidente da ORNAPESCA; 4. Na Representação Figurativa (etiqueta), substituir a expressão BARCELOS E SANTA ISABEL DO RIO NEGRO por RIO NEGRO ; 5. Atentar para o novo formulário de petição de Indicação Geográfica (Modelo II) disponível na página do INPI. Solicita-se ainda à Requerente que, quando do cumprimento das exigências acima, caso seja necessária a apresentação de cópia simples de algum documento, seja anexado também uma declaração de veracidade do mesmo assinada pelo Presidente da ORNAPESCA ou por procurador legalmente constituído. Cabe ressaltar que de acordo com o artigo 16 da IN 12/2013, a requerente tem o prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta exigência para apresentação de petição contendo o cumprimento de exigência juntamente com o comprovante de recolhimento da retribuição correspondente, sob pena de arquivamento definitivo do pedido de registro em exame.