CAPITAL FEDERAL, 1891. 20*000 115000 i#ooo. 16*000 91000 5aooo. A correspondência 9 roctamiçò** devam itr dirigidas. mbà. i te- r.



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Transcrição:

CAPITAL FEDERAL, 1891 16*000 91000 5aooo A correspondência 9 roctamiçò** devam itr dirigidas 20*000 115000 i#ooo mbà ^ r o f - i m o i / J i te- r.

REVISTA ILLUSTRADA Capital Federal, Julho 1891. ESCRIPTORIO E REDACÇÃO RUA DE GONÇALVES DIAS, 50, SOBRADO. LUIZ DE ANDRADE Brevemente teremos o prazer de abraçar o nosso caro companheiro Luiz de Andrade, e muito digno representante do estado de Pernambuco, na Camara geral. ECIIOS E NOTAS O Guedes nascera em Paracatú. Desde muito criança sentindo verdadeira vocação para musica, cedo se dedicara á ella com corpo e alma. Desnecessário é dizer-se que, já aos cincoenta annos, o Guedes dava concertos e era, em sua cidade natal, considerado um onça no mundo das notas. Leitor assiduo de certo jornal de grande tiragem na America do Sul, trazia sempre em memoria o pseudonymo doce de uma escriptora que, a seu ver, tinha certa affinidade affectivacom o typo sympathico de um romance puro e escandalosamente brasileiro. Passar, pois, da admiração á veneração, foi cousa que não se fez muito esperar. Por essa epocha presente, já o Guedes tornara-se maestro immortal e residia, então, alli pelas bandas da Praia Grande. Como o serviço das barcas fazia-se pessimamente, o nosso heroe resolveu vir poucas vezes á capital. E d'ahi, em meio aquelle silencio perfumado e carinhoso, sem uma rodinha onde melhor pudesse esparzir as egemulas do seu génio, começou, para matar o tédio, a fazer estudos especiaes sobre a arte dramatica. E euque não sabia, resmungava sempre, que dispunha de tanta facilidade para a critica! Ah! seu Guedes, você está na Praia Grande está nas columnas edictoriaes do maior jornal em tiragem d esta terra de burros. Deixa-te estar, maganão, ainda hão de coroar-te como a certo poeta melifluo e primoroso. Estuda e serás coroado. Por sua vez, também, a escriptora apaixonada do Guedes fazia critica theatral Cada artigo que lhe sabia da í^chola era uma sentença eterna em fraldas de camisa. Muito bem. Um dia chegara da Europa um trágico, geralmente admirado. O Guedes, que havia em tal tempo realisado o seu sonho dourado, impunha-se com mais saliência d'entre os redactores do Facho da Civilisação. Maestro, critico dramatico, dramaticomusical, musical-dramatico, humorista, jornalista e mais algumas cousas acabadas em ista, entendeu, de commum acordo com a sua adorada Corina, oppor-se ao veredictum desses abalisados collegas do jornalismo para, dizia por um sorriso pallido, assim abrir brecha e com ella vôar ao 48 céo da immortalidade, onde Jehovah esperal-os-ia soprando a busina da Penha. Sabbado, o dia da estróa do tal actor, chegara. Barulho, festa, foguetorio, o diabo. A' noite theatro cheio. E, com o Rei Lear, o estreiante angariou mais uma pérola para a sua coròa de gloria. O Guedes e a sua adorada escriptora não faltaram, e, ao correr da tragedia, elles, os dous turunas, os críticos dos críticos, de quando em quando abriam, ora um tratado de physiologia, ora um tratado de alienista celebre. Um dia depois, o Facho da Civilisação, (não se esqueçam que é este o nome do jornal do Guedes e da sua adorada escriptora ) publicava um artigalhaço do Guedes sobre a estréa do sobredito artista. A massaroca começava assim : «O senhor Qualquer Cousa, o estreante de sabbado, é um artista falso. «Abrindo importante obra de um alienista, lá fomos encontrar a base da presente critica, sincera e illustrada, sem as fímbrias angulosas da admiração systematica que serve somente para aqueiles que nunca penetraram o labyrintho inconcusso da critica moderna e apocalyptica da arte dramatica. Onde o naturalismo do homem estreiante? Onde o naturalismo? Onde o naturalismo?» E por esse mundo fora ia o Guedes acavallo. A sua escriptora adorada também deitava artigo de escachar pecegueiro, e concluía rendendo homenagem ao João Minhoca, dos bonecos. Consequência natural : O Guedes e a sua adorada escriptora estiveram expostos ao consenso publico que os victoriou, e o tal artista não teve outro remedio senão suicidar-se num grande pé de couve que existe na horta do Guedes. A quanto chegas, ó natureza humana! FARFARELLO. A TYSICA Estava em ultimo período. Luctar, pois, ainda contra o mal, não se fazia possível. Por isso o medico assistente aconselhara á enfermeira que fosse tenteando até que, de vez para sempre, alli pelos fins da semana, aquelle espirito lúcido de moça aos vinte e dois annos, se apagasse n'um suspiro derradeiro. E de facto. Quinta feira ahi estava. Como por contraste o dia amanhecera límpido, alegre, immerso n'um banho suave de luz carinhosa e bòa. Pelas arvores do jardim, passaros esvoaçavam gárrulos, cheios de vida, cheios de contentamento. Havia em tudo, pela natureza toda, a expansibilidade do principio vital, extravasamento de sol, extravasamento de seiva. A doente apresentava sensível melhora. Era a visita da saúde. Magríssima de cera, fraca, trôpega, em seu longo peignoir lilaz querido, os cabellos pretos de azeviche em duas tranças fartas e compridas, fôra, apoiada ao hombro da enfermeira, tomar lá fora umas baforadas salutares de oxygenio. Ao passar perto do caramanchão, onde outr'ora passara momentos de estranha e rara felicidade, pedira, com enfraquecimento de voz, quasi em sopro, que a sentasse um pouco. Como a natureza é bôa, dissera. Quanta luz, quanta vida ha por aqui... Um accesso de tosse rouca e secca, embargára-lhe a voz. Os seus lábios descorados, a humidade sanguínea da saliva pulmonar lubrificara. As suas faces descarnadas e exangues um esbatimento de calor derradeiro collorira. Levantou-se de súbito para aspirar, difficilmente, o bafio das flores e das arvores. Depois, sentando-se, a cabeça encostada ás grades do caramanchão tecidas de eras, os braços esqueleticos pendidos aos flancos do corpo mumico, fitou fixamente o fio d'agua cristalina que jorrava o xafariz. E pouco a pouco, os seus grandes olhos pretos destacados por duas olheiras roxas e profundas, foram paulatinamente vidrando... vidrando...na expressão vaga e attonita da morte, que vem por um suspiro leve, levíssimo, imperceptível... De longe, de lá pelas bandas da cidade, chega o zum-zum da luta pela existencia, o rom-rom monotono e pesado das fabricas, das grandes fabricas e das grandes olhcinas. ARTHUR DE MIRANDA. EM ABRIL O céo poz termo, emfim, aos impiedosos dias Em que campeia ingente um sol abrasador, E entorna a cornucopia azul das alegrias Dos amplos areiaes no scintillante albor. Andam vagas de luz, repletas de harmonias Soltando pelo espaço uns cânticos de amor, E invadem-me o pulmão emanações sadias Das moutas de jasmins, da mongubeira em flôr. A vastidão do mar enflora-se de espumas, E agita o coqueiral as vigorosas plumas A' caricia taful dos zéfiros subtis ; Vergel em fóra o orvalho alveja, scintillando, E o sorridente azul vào céleres cortando. Como flechas de luz, os louros bemtevis. ANTONIO SALLES.

Um dos nossos reporters, menino levado da carepa, conseguio saber o motivo que levou o muito illustre Dr. Américo Braziliense rejeitar a pasta da fazenda. S. Ex. em conferencia com o presidente da republica, disse-lhe terminantemente: Não acceito a pasta, generalíssimo, porque não quero ser ministro actualmente. Gomo se deprehende, pois, o Dr. Braziliense é mesmo digno dos elogios que recebeu do generalíssimo. * Foi assignado na intendencia municipal o contracto celebrado com os Drs. Hilário de Gouvêa e Lima e Castro para o saneamento d'esta capital. Terá chegado, de verdade, o periodo do morticínio... * * Acha-se entre nôs, vindo de S. Paulo, o Leopoldo de Freitas, o bello Leopoldo de quem tanto gostamos. Venha de lá esse abraço, seu recemvindo. A lei dos contrastes é fatal, disse algures um qualquer typo. Pois é uma verdade, meus senhores ; emquanto cá por fóra vivemos a suar copiosamente, lá pelas salas da ex-quinta imperial, pilhas e pilhas de gelo se amontoam. Que Sibéria! * Tem estado ligeiramente enfermo, o barão Henrique de Lucena. As epidemias! as epidemias! Estamos em Julho, em pleno Julho, e no entanto a febre amarella e a varíola não pairam em sua carreira devastadora. Santa ingenuidade! emquanto conservarmos a celeberrima junta de morte, perdão! de hygiene, esta capital ha de ser sempre o que tem sido até hoje. Ainda agora acaba de chegar da Bahia mais um presidente para a patriótica junta. Certamente nào nos ha de faltar, então, a agua de còco e a pimenta cumari. ÁLBUM PUBLICO THOMÉ. Por occasião da estreia do Emanuel, colhemos 110 theatro Lyrico as seguintes phrases do DR. GOMENSORO Emanuel seria o rei dos actores caso cuidasse mais dos pés. DR. ROZENDO MUNIZ : Oh! depois dos Tributos e Crenças, só o Emanuel o filho do verbo. B. DE PARANAPIACABA : Mais sublime do que os meus versos da Marmita. C. DE LAET : O substantivo Emmanuel está ligado ao adjetivo arte, em numero e caso, menos em genero. CONSELHEIRO MAIA : Qual historia! depois d'isso nem comedia nem nada mais. REPORTAGEM. DE MAROMBA Estou embasbacado e muito seriamente com as opiniões criticas da alambicada senhora Cecy, que cose criticas com pontos de remendão nas columnas do cellega O Paiz. Eu até então tinha a critica em uma certa consideração e jamais pensei que ella commettesse disparates da ordem dos que ostentam com todo o sangue frio a Sra. Cecy e o Sr. Guanabarino, duas entidades que afinam magnificamente em arte e lá se entendem a seu modo. Nós outros somos todos uns botocudos sem orientação, sem gosto, sem accusação artística delineada e estamos aqui n'esta cidade que está para ser saneada (cuidado casal) vivendo unicamente para escutar a pleno ouvido as opiniões mais que sensatas do Sr. Guanabarino e da Sra. Cecy. Esta ultima então deitou uma sarrabulhada pathologica tal sobre arte e sobre um actor de merecimento inconteste que estive a ponto de mandar vir um desinfectante, quando me apresentaram a tal choldrice para ler. Li e confesso que estou profundamente arrependido porquanto após a leitura senti-me incómmodado por fortes nauseas. Eu sinto estar dizendo essas cousas a uma senhora, mas n'esses momentos desapparece o sexo frágil para apparecer em critica apenas a mulher-homem. Eu acho que a critica é egoista no seu modo de pensar. A distincta escriptora pode gostar do João Minhoca, da vespera de Reis, da Disputa da mulher com o marido por causa das botas que estavam sujas e de outras quejancfcs que andam por ahi escriptas e representadas. Mas querer que os outros leiam pela mesma cartilha só porque a mesma critica tem á disposição umas tiras de papel com que cacetéa o proximo, isso é barbaro, intolerante e deshumano. Depois a moça faz uma mixordia entre drama,dramalhão e scena cómica, que é mesmo do demo esticar mais as excres- cencias. E querendo se metter a defender a arte nacional chama á baila uns tantos actores (listinctos, é certo, mas que são os primeiros que applaudem Maggi, Emmanuel e outras personalidades artísticas, como é publico, nos theatros em que estes vultos representam. Mas é porque os actores brazileiros fazem justiça aos seus confrades estrangeiros e não se deixam levar pela mania de macaquear popularidade,por isso que elles tem a perfeita intuição do que é o mérito artístico e não andam por ahi com ares apalhaçados de Pierrot e Pierrette. A mesma senhora refere-se com ar de desdem á critica brazileira, quando ella é a legitima representante d'esta critica indígena, tola, enfatuada, aboborada, abananada, que nos persegue a toda hora, a ponto de não podermos abrir um jornal sem logo ver desenhada uma dessas medonhas silliouettes. Pense, como entender, que a liberdade de pensamento é uma das tolices modernas, mas, por amor á Arte, nunca procure impingil-a porque dá-se a um immenso desfructe. t BLONDIN. Pergunta a premio Que diíterença ha entre o extraordinário critico dramatico Oscar Guanabarino e um busca-pè? As respostas devem ser dirigidas ao signatário d'esta secção, em carta fechada, assignada e competentemente sellada. O praso é de tres dias, a contar do presente. ' - Ao turuna será conferido o seguinte premio : um exemplar de romance moderníssimo e um artigo laudatorio, por esta mesma secção, com os competentes nicas e nefas. O jury acha-se composto dos nossos collegas Farfarello, Thomè e Blondin. Então, meos caríssimos, mãos á obra. -Frechando PER-VERSO. Sordado? A s orde, seu tenente. Vá alli á redacção d 'O Paiz levá este bietinho a cidadôa escriptora do Toresmo. E diga mais a ella, de sua bocca própria, que cá fico batendo com a língua 110 paladá como se tivesse assaboreado um pratarrão de cuzido com moio de pimenta ardilosa. * Pam-pam-pam... Quem bate? Sou eu que venho trazê este bietinho que seo tenente da Guarda Nacioná manda á cidadóa escriptorajio Toresmo. Bem. Está entregue. «Cidadóa. «Aquellas coisas que V. S. tem escrivido sobre o Manué, do thriato Lyrico. Tá mémo a Matá. continua, moça, a pin-

chá essa Gente trapaiona que não sabe, nem si qué, fallá a linguage Portuguesa. Como Tenente da Guarda Nacioná, vou mandá encommendá ao Primo Manduca uma patente de vivandeira para você. Mas, excellencia, (discurpe a lembrança) porque não citou também a engraçada e ingénua Delorme, a sympathica Belegrande, e mais uns outro artista do nossos thriatros? Assim V a. S rí, pôde ficá inemisado cum elles. Queira acceitá a minha admiração e arrespeito, dona escriptora do Toresmo. Zé-Quadrado da Conceição Aranha, tenente da dieta. Sordado? A's orde, meo coroné! Quem é aquelles ofliciá que vai alli cum umas carças tão bem feita? E* o seu tenente Pancracio, sim senhô. Vai perguntá a elle onde mandou fazé aquella carça. A's orde de V. S. seo tenente. Que quer você, sordado? Seo coroné Marvino mandá perguntá onde V. a S r \ mandou fabricá essa carça. Diga a seo coroné que foi no arfaiate Pery, da rua do Matto-Dentro. TAFITÀRIM DE TARRASCON. CONTOS E LAPIDAÇÕES Teve a gentileza de vir pessoalmente a nosso escriptorio trazer um exemplar do seu sympathico livro Contos e Lapidações, a distincta autora Ignez Sabino. Agradecendo sobremodo tão delicada attenção, vamos, em poucas linhas, emittir a nossa opinião sobre o presente trabalho de tão modesta quanto intelligente escriptora, já bem conhecida do nosso publico. Os Contos e Lapidações formam um volume de 33G paginas em prosa e verso, bem impresso. Com quanto não seja um livro definitivo, que se imponha logo pela correcção da forma, todavia ha n'elle alguns trabalhos de mérito. Escripto, talvez, à vold'oiseaux, como um passatempo util em horas de descanso, a excellentissima senhora não se deixou levar pelo grande amor á Arte, que é o característico da escola moderna. Assim, se os Contos e Lapidações não são primorosos, também nào são máos. Bem certos, e garantimos mesmo, mas tarde, a excellentissima senhora Ignez Sabino dar-nos-ha um livro mais curado dos defeitos de que ora se resente o actual. Que não se agaste comnosco ; o que ahi fica dito nada mais é do que a expressão verdadeira e franca do que sentimos. A. Mundo elegante Na La Societé Française de Gymnastique tivemos o prazer de assistir, no mez corrente, mais um d'aquelles bailes chiques, adoraveis, que tanto deliciam pelo bom gosto e pela élite que lá se reúne sempre. O Club Guanabarense abrio, em 20 do vigente, a crescido numero de convidados e socios, os seus magníficos salões. As agradabilíssimas festas do Guanabarense são inesquecíveis, festas que a sente assiste, e guarda fundo uma saudade que dura até ás precedentes. Os aspirantes da marinha inauguraram, com um baile pomposo, o Grémio dos Aspirantes. A festa que começou ás 11 horas do dia prolongou-se com contentamento geral, ás 2 da madrugada. Parabéns aos bravos e futuros almirantes. No salão Bevilacqua houve logar o grande concerto Enrico La Rosa, com o gracioso concurso dos emeritos artista Gemma Luziani, Francisco do Nascimento, Jeronymo Silva Junior, Ronchini, Luiz Figueiredo e Tavares. Enrico La Rosa está acima de elogios. O seu talento inconteste de artista admiravel, impol-o ao publico como um facto consummado. Os acima citados estão, também, em condições idênticas. Sem mais adjectivos, indispensáveis, ahi vai o bello programma do concerto : Vil O G /M.7/J7.I I PARTE I IIAYDN. Quartetto in re-op. 04, n. 5. Alegro moderato. Adagio cantabile. Minuetto. Finale, vivace. Para 2 violinos, viola e violoncello. II POPPER. a) Preludio, b) Papillon. Para violoncello III a) CORELLI Gavota variata. b) BEETHOVEN Romanza in fa. c) RIES Tempo di Bourrée. Para violino. II PARTE. I VERACINI Concert, sonate, largo, allegro con fuoco, menuet gavotte, Para violino e piano. II BEETHOVEN Andante e finale delia sonata appassionata. Para piano. III a) VANZO Preludio romântico. b) LALO Scherzando. c) HAMDEL A ria. d) SCHUMANN Am Camin. e) WIENIAWSKI Scherzo, tarantella. Para violino. * A Directoria do Club Naval eítectuou, no dia 11 désta, uma sessão magna que esteve encantadora. DR. RAPHAEL. Se não fòra o dever a que se me impuz, em má hora, é verdade, de occupar-me dos theatros, trazendo a publico, friamente, calmamente, as impressões artísticas recebidas atravez o meu temperamento nevrotico, eu deixaria em branco a tira de papel destinada á estréa de Emmanuel, no theatro Lyrico, porque só assim, pela brancura immaculada, exprimiria melhor o que me foi pela alma e pelo cerebro, de extraordinário, de assombroso, diante um dos maiores interpretes das obras de Shakespeare, Fallar de Emmanuel é de uma responsabilidade maxima ; responsabilidade essa que cresce, que se irradia, quando o grande artista moderno incarna-se, especialmente, na personalidade sympathica e vibrante do Rei Lear a mais perfeita, a mais finamente exacta creação do immortal philosopho. A historia, ou por outra, a vida do Rei Lear, é a própria historia, a própria vida da loucura. Em um só exemplar, o analysta encontra todas as phazes do aniquilamento cerebral: desde o período da incubação, que chega a passar desapercebido e que se caracterisa pela concentração das faculdades mentaes, até o periodo terminal «em que todo o delirio se esbate ese affrouxa pela approximação da demencia Se não fosse um pouco fastidioso, iríamos buscar na Allemanha, na França e na Italia, as controvérsias existentes pela diíterenciação de escola ; e, ahi então, teríamos em Lear, senão a synthese das idéas capitaes das escolas predominantes, pelo menos em typo approximado, um exemplo discutível. Mas, deixando de parte a questão de escola que, valha o senso, nào seria descabida n'estas linhas despretensiosas, mormente agora, em período proprio, que algumas notas discordantes se têm feito salientes, ou pelas saias que envergam, ou pela batuta a invadir o domínio da arte dramatica, da pura e genuína arte dramatica, sem competencia para o fazer, passaremos a dizer do trabalho de Emmanuel, com toda a nossa franqueza habitual, simplesmente consciencioso e correcto.

Bem comprehendendo a envergadura difficilima do typo Shakesperiano, Emmanuel nada mais fez do que faria todo o artista de seu quilate : mostral-o tal qual elleé. Por umaanalyse muito fina e penetrante, o grande artista apoderando-se do tvpo complexo de Lear, representou-o sem tiradas romanticas e murros pelas paredes, e gritos aos céos, como faria algum trágico de carregação, que delicioso gosta excitar os temperamentos adequadíssimos á cria de filhos pallidos e de olhos azues. Nada passou desapercebido a Emmanuel: minudencias, nonadas secundários e incomprehensiveis pelo burguez que vai ao theatro mostrar a casaca feita no Raunier, porém que vibram intimamente aquelles que fizeram da arte o único bem possível, o único movei capaz de demarcar a fineza e a capacidade intellectual do individuo. Porque Lear não è somente o doudo ; em seus momentos de transição elle é também um ironico terrível, um sentencioso perfeito. E, como no correr da tragedia, essas qualidades nào podem ser apanhadas pelo espirito do espectador, em geral, ainda estonteado pelo lances mais ao alcançe d'elle, cumpre ao verdadeiro artista evidencial-as de modo que, sem destruir, sem discordar doconjuncto, consigam, todavia, saliental-as o mais possível, segundo o momento dado. Ora, isto exige um esforço sensível que, por sua vez, na maioria dos casos, não reage promptamente sobre o espirito das plateias mais aíteitas ás emoções maiores e brutaes. Só o fino, só o espirito preparado será capaz de comprehendel-as e apanhal-as de chofre. D'ahi uma opinião nossa, muito particular : o Hei Lear nào é para o palco. Dizer-se que o trabalho de Emmanuel foi exacto, o que deve ser, é, pois, repetir-se o qne dissemos acima, máo grado aos que não sendo aptos a comprehendelas atiram-lhe pelos cafés públicos e columnas baratas de jornaes, chufas que transformar-se-ião em elogios caso o Hei Lear tivesse um interprete de Bedengò ou de Sarilho ou de Frei Satanaz, e de outras quejandas babuseiras dignas de uns tantos enfatuados, pulhas e beocios. * Em Olhelo, Figaro, Fedora, Romeu e Julieta, Hamlet, o eminente artista foi sempre o mesmo, o mesmo Emmanuel discreto, quasi que impeccavel. A Sra. Virgínia Ueiter também merece de nossa parte um bravo sincero. Ao lado de seu rival de glorias, conservou-se com aquella galanteria natural, com aquella simplicidade dúctil de talento e comprehensão da arte que tanto a distinguem. A sympathica Suzana, a carinhosa Cordélia,' a bellissima Desdemona, Fedora correctíssima, a Julieta vaporosa, e a Ophelia attrahente,nada mais são do que a aflirmação precisa do valor intrínseco da Sra. Reiter, que já é também uma celebridade. PHENIX Os Sinos de Corneville tem feito uma revolução no agradavel theatrinho da rua da Ajuda. Escolhido para a estréa do Vasques, despertou por tal modo a attenção publica que não o tem abandonado até hoje. No typo de Gaspar, o Vasques sente-se bem ; e se ainda não é uma criação sua, todavia para lá chegar bem pouco lhe falta. Os outros artistas estiveram á altura da situação, concorrendo discretamente para o êxito da peça. SANTANNA O Patife do Calor vai indo de vento em pópa. Também alli está um patife incapaz de patifarias. Brevemente a Rosa dos Diamantes. THEATRO ILLUSIONISTA Todas as terças, quintas, sabbados e domingos, o publico não pôde deixar de ir em romaria assistir, n'aquelle theatro, o que o diabo esqueceu-se de fazer. Um successo o Theatro Illusionista, que muito justamente delicia os seus milhares de espectadores. Fechado. Fechado. POLYTIIEAMA APOLLO COMPANHIA LYRICA Deve estreiar n'esta semana a grande companhia Lyrica. A empreza Emmanuel passará, então, a trabalhar no S. Pedro de Alcantara. Acha-se á venda em casa, dos nossos amigos Castellões,/os libretos das operas Condor, Schiavo e outras. AHCADIANO. Pelas Corridas DERBY-CLUB Com a concurrencia do costume, com a animação que já se tornou habitual nas féstas do hyppodromo da rua Itamaraty, realisou o Derby-Club mais uma corrida, a 21 de Junho, corrida repleta de emoções para os sportsmen! * TURF-CLUB No dia 24 de Junho foi aproveitado pelo Turf-Club para a sua 9. a reunião hippica, correndo o divertimento dentro dos limites da bòa ordem e da moralidade. JOCKEY-CLUB O Jockey-Club funccionou a 28 do mez ultimo, com um programma constituído por 6 bons páreos. Predominou o azar, o que não é para admirar, em vista do estado lamacento da raia.. TREM-VELEZ Temos o prazer de annunciar aos nossos innumeros leitores, que, brevemente, teremos, n'esta capital o Trem-Velez, invento exequível pelo Sr. Miguel Velez. O inventor propõe-se a fazer em balões aereos captivos n'um systema de fios parallelos, o serviço de correios, entrega de jornaes e de conducção de passageiros que residem fóra do centro da cidade. A utilidade e promptidão do Trem-Velez, impõem-se.como se deprehende logo, e nó» fazemos votos para a sua inauguração em quanto antes. Livro da porta Durante a semana recebemos e agradecemos : Convite para assistirmos á experiencia da machina Fichet que tem que funccionar no primeiro sorteio dos recibos fiscaes. O systema não é máo, o que não quer dizer que não estejamos penhorados pelo que lá vimos e o modo porque fomos tratados. Por intermsdio do Sr. Adolpho Spann, um exemplar de arroz nacional, cultivado, preparado e beneficiado pela Companhia Central Paranaense, de Antonina. Magnifico. Dos Srs. Henri Nicoud & Comp. os ns. 24 e 25 do Mundo Elegante, correspondentes aos dias 18 e 20 de Junho. Salonde Mode, n os. 21, 22 e 23, equivalentes a 23 e 30 de Maio e a 6 de Junho. A casa Nicoud tornou-se incontestavelmente, uma das primeiras no genero, n'esta capital. Do illustre maestro Carlos Gomes, um exemplar da sua nova opera O Condor, que será cantada na próxima estração lyrica. Fragmentos Juridico-Philosophicos, pelo Dr. Isidoro Martins Júnior. E' um bello trabalho do illustre moço poeta, que tão sympathico se tornou pelo seu talento e caracter no mundo das lettras patrias. O Baptista, o mais velho dos cabeleireiros d'esta terra, um dos mais aptos e conscienciosos, acaba de preparar os seus salões á moda dos da velha e elegante Europa. O Salão Pariz, vae, certamente, ser o preferido pela nossa fina aristocracia, visto o apuro e gosto que por lá anda. Dos Srs. José Meyler da Silva e Lucio Moreira Pontes, G garrafas de vinho puro, fabricado pelos mesmos em Varre-Sahe. Gostamos tanto, por ser saborosíssimo e puríssimo, do moderno vinho que, caso os nossos amigos queiram repetir a dóse, não façam ceremonia. Typ. de J. Barbosa & C. r. d*ajuda n. 31.

m s HCC11PC ornemicpc e mpus procurei uim homem hp/rpi Ípío p Pi frio ti cos fims, nos, plpsplej.pi t com o maior prpizev, vos offcrccemos * S &x? ppiroi cohpljuvpii-o n es SFL CntpretoL. mm mmmi VTFS,'. - 'À. -.ft W' [PI! sej.ptnt vtm vindos, óntáo Conto se- fortim çle. feífas? Assim, p/ssmi. M a PjPlt foi O 111 PUS jovvjplçi\ Cpi pio. Q pi pi l f ^Opío, pt npto te. lem&rpís pio pjor Pimento pio fo^ictono t Ai PT? Até por si iptoil, VOPIO, cjpit PÍ o hppivt sesspto no ftpirlpimento. ÍPPÍIPL-U, dntonio, PL copies- Tçho í pie eh pi v pi... fomes todos prejuplicpidos-. isso t mens / p/mpiveij poppi(t>ires. -Mins oleixfnt-se tsíptr pptrpt o ptnno PL COI4S<H. CORRERÁ niptis pt contento. J\s ro diiifi t>i os ípttpts l os trpio^piis SUBSTITUIR pio OT chi4.v é