INFORMAÇÃO CLIMÁTICA MARÇO 2006

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1 INFORMAÇÃO CLIMÁTICA MARÇO 26 Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) informacoes@meteo.pt Lisboa Portugal Fax: (351) URL:

2 ÍNDICE Resumo 1. Situação Sinóptica Temperatura do ar Precipitação... 5 Precipitação desde 1 de Setembro de Índice meteorológico de seca (PDSI) Cenários de evolução da situação de seca para Abril Teor de água no solo Insolação... 9 Anexos Resumo Mensal Figura A: Valores diários da temperatura do ar Figura B: Valores diários da quantidade de precipitação Tabela I Valores acumulados da quantidade de precipitação (1 Setembro 5-31 Março 6) Figura C: Valores mensais da quantidade de precipitação e precipitação 1 18

3 Resumo O mês de Março de 26 foi caracterizado por valores médios da temperatura média e da temperatura mínima do ar superiores aos valores normais em todo o território e valores médios da temperatura máxima inferiores aos valores médios em grande parte do terrritório. Em relação à quantidade de precipitação o mês de Março classificou-se como chuvoso a muito chuvoso em grande parte do território, com excepção do Algarve onde foi normal a chuvoso. Em 31 de Março de 26 a situação de seca terminou em quase todo o território (82% em situação normal a chuva fraca). No entanto nas regiões do Nordeste transmontano e algumas partes do Alentejo (zona de Beja) e do Algarve (zona de Faro) ainda permanece a situação de seca fraca. Em relação a 28 de Fevereiro verificou-se um desagravamento significativo da situação de seca. 1. Situação Sinóptica Na primeira década o estado do tempo no Continente foi condicionado predominantemente pela passagem de superfícies frontais que afectaram sobretudo as regiões do Norte. De 1 a 15 o Continente foi influenciado por uma crista anticiclónica associada a uma região de altas pressões sobre a Escandinávia. A partir de dia 16 verificou-se a influência de uma depressão complexa centrada a oeste e/ou a noroeste da Península Ibérica. E a partir de dia 23 a passagem de sucessivas superfícies frontais condicionaram o estado do tempo nas regiões do Norte, por vezes do Centro, enquanto que o Sul foi influenciado por uma crista anticiclónica. O céu esteve em geral muito nublado nas regiões do Norte e Centro, com boas abertas nas regiões do Sul. Ocorreu precipitação, excepto de 1 a 15 em todo o território do Continente e nas regiões do Sul de 24 a 31; e o vento soprou por vezes forte nas terras altas. 2 18

4 2. Temperatura do ar O mês de Março de 26 foi caracterizado por valores médios da temperatura média do ar superiores aos valores normais todo o território. Os valores médios da temperatura média variaram entre +5.6 C em Penhas Douradas e C em Lisboa/Geofísico e Lavradio; os desvios em relação à normal variaram entre +.4 C em Setúbal e +1.5ºC em Mirandela. Na Figura 1 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura média em Março 26 e os respectivos desvios em relação aos valores médios Figura 1 Distribuição espacial da temperatura média e desvios em relação à média Na Figura 2 apresenta-se a distribuição espacial da média da temperatura mínima e máxima do ar em Março de 26 e os respectivos desvios em relação aos valores médios Os valores da média da temperatura mínima variaram entre +2.7 C em Penhas Douradas e +12. C em Cabo Carvoeiro; os desvios em relação à normal variaram entre +.2 C em Sagres e +2.9 C em Porto/P. Rubras. Os valores da média da temperatura máxima variaram entre +8.5 C em Penhas Douradas e C em Alcácer do Sal; os desvios em relação à normal variaram entre.5 C em Porto, Montijo e Faro e +.5 C em Miranda do Douro. 3 18

5 (a) (b) (c) (d) Figura 2 Distribuição espacial da temperatura mínima (a) e máxima (b) e respectivos desvios em relação à média (c) e (d) Em anexo apresentam-se, para alguns locais, gráficos com os valores diários da temperatura máxima e mínima do ar, assim como os respectivos valores médios ( ). 4 18

6 3. Precipitação Os valores da quantidade de precipitação no mês de Março variaram entre 38 mm em Faro e 411 mm em Portelinha (Figura 3) e foram superiores aos valores médios em quase todo o território. Em termos de percentagem, os valores variaram entre 94% em Rego da Murta (Centro) e 422% em S. Julião do Tojal (região de Lisboa). O mês de Março classificou-se como chuvoso a muito chuvoso em grande parte do território, com excepção do Algarve onde foi normal a chuvoso. Figura 3 Precipitação total em Março (esq) e respectiva percentagem em relação à média (dir) Nota: Para a análise da precipitação foram utilizadas 4 estações do INAG e 6 do IM. Em anexo apresentam-se, para alguns locais, gráficos com os valores diários da quantidade de precipitação, precipitação e normal mensal. 5 18

7 Precipitação desde 1 de Setembro 25 Os valores da quantidade de precipitação desde 1 de Setembro de 25 até 31 de Março 26 (Figura 4) variaram entre 272 mm em Rio Torto (Nordeste) e 1347 mm em Portelinha. A percentagem da quantidade de precipitação, em relação aos valores médios, era inferior a 8% em parte das regiões Norte e Centro e superior a 1% em parte das regiões do Alentejo e Algarve e região de Lisboa. Figura 4 Precipitação desde 1 de Setembro 25 (esq.) e percentagem em relação à média (dir.) Na Tabela I em Anexo, apresentam-se para algumas estações os valores acumulados da quantidade de precipitação desde 1 de Setembro 25 a 31 de Março 26 e respectiva percentagem em relação ao valor médio. Em anexo apresentam-se gráficos com a precipitação mensal, a precipitação no período de 1 de Setembro a 31 de Março e normal neste período. 6 18

8 4. Índice Meteorológico de Seca (PDSI) Em 31 de Março de 26, e segundo o índice meteorológico de seca PDSI 1 (Figura 5 e Tabela 1) a situação de seca terminou em quase todo o território (82% em situação normal a chuva fraca). No entanto nas regiões do Nordeste transmontano e algumas partes do Alentejo (zona de Beja) e do Algarve (zona de Faro) ainda permanece a situação de seca fraca. Em relação a 28 de Fevereiro verificou-se um desagravamento significativo da situação de seca. Tabela 1_Percentagem de território afectado pela seca em 31 de Março PDSI % de território afectado Chuva fraca 8 Normal 74 Seca fraca 18 Seca moderada Seca severa Seca extrema Figura 5 Distribuição espacial do Índice de Seca em 31 de Março 26 1 PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema). 7 18

9 5. Cenários de evolução da situação de seca para o mês de Abril Para analisar a evolução da situação é possível efectuar cenários utilizando o índice PDSI tendo em conta a ocorrência de determinados valores da quantidade de precipitação. Assim tendo em conta a actual situação em Março, consideram-se três cenários possíveis da precipitação no mês de Abril de 26. Cenário 1: A precipitação ser inferior à normal com valores que só são atingidos em 2% dos anos (Decil 2). Cenário 2: A precipitação ser igual ao valor correspondente à probabilidade de ocorrência de 5% (Decil 5). Cenário 3: A precipitação ser superior à normal com valores que só são atingidos em 2% dos anos (Decil 8). No Cenário 1 quase todo o território passaria a estar em situação de seca fraca, excepto algumas regiões do Norte e Centro onde se manteria a situação normal. No Cenário 2 a situação permaneceria muito idêntica à de 31 de Março com a maior parte do território em situação normal, excepto nas regiões do interior do Alentejo e Nordeste transmontano. No Cenário 3 a situação de seca terminaria em todo o território. Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Figura 6 Distribuição espacial do Índice de Seca para os três cenários em Abril 8 18

10 6. Teor de água no solo A Figura 7 representa os valores em percentagem de água no solo 2 em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, que em 31 de Março de 26, eram superiores aos respectivos valores médios e variavam entre 8% e 1%. Figura 7 Percentagem de água no solo em 31 Março Insolação Os valores da insolação no mês de Março variaram entre 12 horas em Montalegre e 25 horas em Sagres. Figura 8 Insolação em Março de 26 2 Método de Thornthwaite-Mather 9 18

11 ANEXOS 1 18

12 Resumo Mensal_Março 26 Estações TX TN TXX D TNN D RR RMAX D Bragança Braga (*) Viana do Castelo Mirandela Miranda do Douro Vila Real Porto/P. Rubras Viseu/C.C Figueira C. Rodrigo Coimbra/Cernache Castelo Branco Leiria (*) Tomar (*) Portalegre Elvas Lisboa/Geofísico Lisboa/Gago Coutinho Évora/C.C Beja Sines Alvalade Faro Sagres (*) significa que houve dias com falta de observação TX Média da temperatura máxima (Graus Celsius) TN Média da temperatura mínima (Graus Celsius) TXX/D Temperatura máxima absoluta e dia de ocorrência TNN/D Temperatura mínima absoluta e dia de ocorrência RR Precipitação total (milímetros) RMAX/D Precipitação máxima diária e dia de ocorrência 11 18

13 Figura A Valores diários da temperatura máxima e mínima do ar e respectivos valores médios ( ) 12 18

14 Figura B Valores diários da quantidade de precipitação, precipitação e normal mensal 13 18

15 Tabela I_VALORES ACUMULADOS DA QUANTIDADE DE PRECIPITAÇÃO E % EM RELAÇÃO À MÉDIA (1961-9) Precipitação Acumulada Estação 1 Set 5 31 Mar 6 mm % Portelinha Deilão Travancas Bragança Pte. da Barca Pte. de Lima Viana do Castelo Mirandela Vila Real Porto/S.Pilar 78 8 Pega Covilhã Coimbra/Cernache Castelo Branco 6 97 Vila Velha de Rodão Abrantes Castelo de Vide Portalegre Pragança B. Magos B.Caia Elvas S.Julião do Tojal Lisboa Évora Viana do Alentejo Beja Alvalade Serpa 4 11 Relíquias Martim Longo B. Bravura S. Brás de Alportel Faro Sagres

16 Set 5 - Mar 6 Set 5 - Mar Set 5 - Mar6 Set 5 - Mar Set 5 - Mar Set 5 - Mar 6 Figura C.1 Valores mensais da quantidade de precipitação, e normal (Período: 1 Setembro 5 31 Março 6) 15 18

17 Set 5 - Mar 6 Set 5 - Mar Set 5 - Mar 6 Set 5 - Mar Set 5 - Mar 6 Set 5 - Mar 6 Figura C.2 Valores mensais da quantidade de precipitação, e normal (Período: 1 Setembro 5 31 Março 6) 16 18

18 COORDENAÇÃO Fátima Espírito Santo Departamento de Acompanhamento do Clima e das Alterações Climáticas PARTICIPANTES Vanda Cabrinha Pires Álvaro Silva Sofia Moita Luísa Mendes Clara Freitas 17 18