Boletim Climatológico Mensal Maio 2010

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1 Boletim Climatológico Mensal Maio 2010 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo Mensal 04 Resumo das Condições Meteorológicas 05 Caracterização Climática Mensal 05 Temperatura do Ar 06 Precipitação Total 08 Outros elementos 09 Fenómenos Relevantes Boletim Climatológico Mensal de Maio 2010 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em Figura1- Onda de calor ocorrida entre 17 e 23 de Maio de 2010 RESUMO MENSAL Maio seco e com onda de calor Continente O mês de Maio, em Portugal Continental, foi caracterizado por valores baixos de precipitação e por um período quente entre 17 e 23 de Maio e no qual ocorreu uma onda de calor em muitos locais do litoral e parte do Alentejo (Figura 1). Neste período ocorreram valores muito elevados da temperatura máxima do ar, o que contribuiu para que no final do mês o número de dias com temperatura superior ou igual a 25ºC e a 30ºC tenha sido superior ao valor normal. Desta forma, no Continente, o valor médio da temperatura máxima do ar foi superior ao valor médio , com uma anomalia de +0.6ºC, enquanto os valores médios da temperatura média e mínima do ar este foram próximos da normal, com anomalias de +0.3ºC e -0.2ºC, respectivamente. Quanto ao valor da quantidade de precipitação ocorrida em Maio (36.3mm) foi inferior ao valor da normal (anomalia de mm), classificando-se como um mês seco a normal no Continente. [Mais informação na pág. 02] Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/9

2 Resumo Mensal Madeira No Arquipélago da Madeira os valores médios da temperatura máxima, média e mínima do ar foram superiores ao valor médio ( ), respectivamente em +0.9, +1.1 e +1.3 ºC no Funchal e +0.4, +0.5 e +0.6 ºC em Porto Santo. A quantidade de precipitação no Arquipélago foi ligeiramente inferior aos valores médios ( ) com anomalias no Funchal de -6.5mm e em Porto Santo de -3.5 mm. Açores No Arquipélago dos Açores o valor médio da temperatura máxima do ar foi inferior ao valor normal ( ), excepto no Grupo Oriental onde foi próximo. Quanto ao valor médio da temperatura mínima e média do ar foi superior em todos os Grupos. Quanto aos valores da precipitação, no Grupo Ocidental e Central foi superior ao valor médio ( ), com mm nas Flores, mm em Angra do Heroísmo e mm na Horta. No Grupo Oriental a precipitação ocorrida foi próxima dos valores normais ( ), com +3.5 mm em Ponta Delgada -0.8 mm em Santa Maria. Estações Tabela 1_Resumo Climatológico Mensal Maio 2010 Temp. Máx. Ocorrida (ºC) Dia Temp. Min. Ocorrida (ºC) Dia Prec. Máx. Diária (mm) Bragança Porto/P. Rubras Penhas Douradas Coimbra/Cernache Castelo Branco Lisboa/Geofísico e e Évora/ CC e Faro Funchal Ponta Delgada Temp. Máx. Ocorrida / Dia - Maior valor da Temperatura máxima ocorrida neste mês e respectiva data - valor ocorrido entre as 09 UTC do dia anterior as 09UTC do próprio dia Temp. Min. Ocorrida / Dia - Menor valor da Temperatura mínima ocorrida neste mês e respectiva data - valor ocorrido entre as 09 UTC do dia anterior as 09UTC do próprio dia Prec. Máx. Diária / Dia - Maior valor da Precipitação diária ocorrida neste mês e respectiva data valor acumulado desde as 09 UTC do dia anterior às 09UTC do próprio dia Dia Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 2/9

3 Estações Media Temp. Máx. (ºC) Tabela 2_Climatologia Mensal Comparada Maio Temp. Min. (ºC) Prec. Total Mês (mm) Nº dias Tmax 25ºC Bragança Porto/ P. Rubras (1) (1) (1) 5 2 (1) Penhas Douradas Coimbra/Cernache (2) (2) (2) 8 7 (2) Castelo Branco Lisboa/Geofísico Évora/ CC (4) (4) (4) 10 7 (4) Faro Continente (3) Funchal Ponta Delgada (1) Normais da estação meteorológica de Porto/S. Gens (2) Normais de Coimbra/Geofísico Mudança de estação (3) Valor médio calculado com base em 54 estações meteorológicas do Continente (4) Normais da estação meteorológica de Évora/Cidade Na Figura 2 apresenta-se a evolução da precipitação total e da temperatura máxima em Maio de 2010, em Portugal Continental e os correspondentes desvios em relação à média Figura 2 Precipitação Total em Maio (esq.) e temperatura máxima em Maio em Portugal Continental (dir.). Desvios em relação à média Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 3/9

4 Resumo das Condições Meteorológicas Continente O estado do tempo no continente foi influenciado alternadamente por núcleos anticiclónicos e por regiões depressionárias, por vezes associadas a sistemas frontais entre os dias 7 e 15. Registou-se uma alternância entre períodos de céu pouco nublado ou limpo e períodos de maior nebulosidade. Ocorreram aguaceiros entre os dias 7 e 15, em especial nas regiões norte e centro, e entre os dias 23 e 29. Em particular, os aguaceiros foram fortes e acompanhados de trovoada no dia 8 e entre os dias 23 e 25, período em que foram também de granizo. Ocorreu ainda queda de neve nos pontos mais altos da serra da Estrela entre 12 e 14. O vento foi fraco a moderado, soprando de todos os rumos ao longo do mês e sendo com frequência forte nas terras altas e no litoral oeste. A temperatura do ar apresentou frequentes oscilações. Tabela 3_Resumo Sinóptico Mensal Período Regime Tempo 1 a 6 7 a a a 25 Céu pouco nublado ou limpo e vento do quadrante norte Aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoadas Céu pouco nublado ou limpo e subida da temperatura Aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada; descida acentuada da temperatura 26 a 29 Aguaceiros fracos e pouco frequentes 29 a 31 Céu pouco nublado ou limpo e subida acentuada da temperatura Madeira O estado do tempo no arquipélago da Madeira foi influenciado por um anticiclone localizado na maior parte do tempo a oeste do Reino Unido ou da Península Ibérica, exceptuando o período de 7 a 11 quando se verificou a influência da passagem de superfícies frontais frias. Na primeira metade do mês o céu esteve em geral muito nublado e na segunda metade apresentou períodos de menor nebulosidade. Ocorreu precipitação até dia 17, sendo em geral fraca e, em especial, nas zonas montanhosas e nas vertentes norte. O vento soprou do quadrante norte fraco a moderado, pontualmente forte nas regiões montanhosas, e frequentemente fraco sem rumo definido no Funchal, em especial na segunda metade do mês. Açores O estado do tempo no arquipélago da Açores foi essencialmente influenciado pela passagem de sistemas frontais, com excepção do período de 11 a 15 e de 21 a 25, quando predominou a influência de um anticiclone localizado a oeste ou a noroeste do arquipélago. O céu esteve em geral muito nublado e ocorreu precipitação durante todo o mês no arquipélago, mais frequentemente no Grupo Central, sendo por vezes forte nos Grupos Central e Ocidental. O vento soprou fraco a moderado, distribuindo-se pelos quadrantes sul, oeste e norte, sendo por vezes forte, em especial nos Grupos Central e Ocidental. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 4/9

5 Caracterização Climática Mensal - Continente 1. Temperatura do Ar Os valores médios da temperatura máxima do ar foram superiores aos respectivos valores normais em quase todo o território e os da mínima e média foram próximos dos valores médios. Os valores médios mensais da temperatura máxima variaram entre 13.2 C em Penhas Douradas e 25.2 C em Pinhão; os desvios em relação à normal variaram entre -0.5ºC em Chaves e +2.5ºC em Monção; os valores médios mensais da temperatura mínima variaram entre 5.3 C em Penhas Douradas e 14.9 C em Lavradio; os desvios em relação à normal variaram entre -1.0ºC em Miranda do Douro e +1.6ºC em Faro (Figura 3). Figura 3 Distribuição espacial da temperatura mínima, média e máxima do ar em Maio e respectivos desvios em relação à média Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 5/9

6 2. Precipitação Total A média regional da quantidade de precipitação em Portugal Continental foi inferior ao valor médio ( ) para o mês, classificando-se como um mês seco a normal em todo o território do Continente. Os valores da quantidade de precipitação em Maio de 2010 variaram entre 5.1 mm em Faro e 109 mm em Portelinha (Figura 4). Em termos de percentagem, em relação ao valor médio no período , os valores foram, em quase todo o território, inferiores a 75% do valor da normal. Figura 4 Precipitação total em Maio (esq.) e respectiva percentagem em relação à média (dir.). Nota: 1- Para a análise da precipitação foram utilizadas 41 estações do INAG e 60 do IM (figura 4, esq.) 2- As estações utilizadas nas cartas da precipitação total não são as mesmas das utilizadas no cálculo da percentagem em relação à normal, uma vez que não existem valores de normais climatológicas para todas as estações da rede do IM (Figura 4, dir.) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 6/9

7 2.1. Precipitação acumulada desde 1 de Outubro de 2009 Os valores da quantidade de precipitação acumulada no período entre 1 de Outubro de 2009 e 31 de Maio de 2010 são superiores aos valores médios de em todo o território (Figura 5). O valor mais elevado regista-se em Cabril com 2227 mm (+1141mm em relação ao valor normal). Em termos de percentagem da quantidade de precipitação em relação aos valores médios ( ), a precipitação acumulada desde 1 de Outubro de 2009 é superior a 120% em relação ao valor médio em quase todo o território, sendo mesmo superior a 150% em regiões do interior Norte, na área de Lisboa e no Barlavento Algarvio. Figura 5 Precipitação acumulada desde 1 de Outubro 2009 (esq.) e percentagem em relação à média (dir.) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 7/9

8 3. Outros Elementos Climáticos Insolação Os valores da insolação foram superiores aos valores normais ( ) em todo o território, com os valores mais baixos a ocorrerem nas regiões montanhosas do Norte e Centro e os mais altos na região Sul (Figura 6). Figura 6 Insolação em Maio 2010 Fenómenos Climáticos Relevantes 1 Situação de Seca Meteorológica Em 31 de Maio de 2010 e de acordo com o Observatório de Seca do IM, continua a não existir seca meteorológica em Portugal Continental, estando quase todo o território em situação de chuva fraca a moderada (segundo o índice de seca meteorológica PDSI 1 ): 27% do território em chuva severa, 40% em chuva moderada, 33% em chuva fraca (Figura 7). Figura 7 Distribuição espacial do Índice de Seca Meteorológica em 31 de Maio de PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema). Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 8/9

9 2 Temperaturas altas em Maio No período entre 17 e 23 de Maio registaram-se valores elevados da temperatura máxima do ar, com a ocorrência de uma onda de calor (Figura 1) que afectou essencialmente as regiões do litoral Norte e Centro e parte do Alentejo. Neste mês de Maio o número de dias com temperatura superior ou igual a 25ºC foi superior ao valor normal , sendo as estações meteorológicas de Amareleja e Pinhão as que registaram maior número de dias com temperatura máxima superior ou igual a 25ºC, 15 e 14 dias respectivamente (Figura 8 esq.). Quanto ao número de dias com temperatura máxima superior ou igual 30ºC, também foi superior ao normal e ocorreu em quase todo o território excepto nalgumas áreas do interior Norte e Centro. (Figura 8 dir.). As estações meteorológicas de Monção, Pinhão e Coruche apresentarem o maior número de dias, 7 dias. Figura 8 Número de dias com temperatura máxima igual ou superior a 25ºC (esq.) e com temperatura máxima igual ou superior a 30ºC (dir.) no mês de Maio de 2010 Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 9/9