LIGANDO A TEORIA COM A PRÁTICA NA ENGENHARIA DE SOLOS
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- Larissa Raminhos Mangueira
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1 LIGANDO A TEORIA COM A PRÁTICA NA ENGENHARIA DE SOLOS Mirtes Caron Peres Ramires mirtes@euler.unisinos.tche.br Francisco José Gonçalves Júnior chico@prisma.unisinos.tche.br Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS RESUMO Em muitos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas profissionais se requer que o aluno tenha a capacidade de imaginar situações práticas, sem que o mesmo tenha tido oportunidade de conhecer ou vivenciar tais situações. Assim, o processo de aprendizagem fica prejudicado com a ausência de conhecimentos prévios. Na área de engenharia de solos não é diferente. Os conceitos dos diversos métodos de sondagens usados em investigações geotécnicas do subsolo, bem como, os diversos tipos de fundações são transmitidos aos alunos através de recursos didáticos variados. Enriquecendo estes recursos e melhorando a aprendizagem dos temas optou-se pelo desenvolvimento de vídeos didáticos, que apresentam a prática em canteiros de obras na engenharia de solos. O importante é que o aluno possa observar o modo de fazer e o tempo necessário para executar, desenvolvendo a análise das vantagens de cada processo e dos fatores condicionantes envolvidos nas etapas apresentadas. Alguns tipos de fundações representam a prática regional e não necessariamente o que há de mais avançado. Muitas vezes o engenheiro necessita propor soluções empregando diferentes métodos de sondagens e de fundações para atender as necessidades locais. Portanto, cada obra geotécnica apresenta desafios e quanto melhor a formação teórico-prática do profissional maior será a segurança nas soluções adotadas. 1. INTRODUÇÃO Os procedimentos decorrentes da prática na engenharia de solos dependem muito das peculiaridades regionais. É fundamental desenvolver o aprendizado concomitantemente com o acompanhamento de obras geotécnicas. Este projeto visa mostrar como a prática pedagógica de sala de aula pode ser construtiva mais próxima da realidade existente, através da utilização de procedimentos e metodologias ao alcance do aluno e do professor. Torna-se fundamental o emprego de técnicas e de recursos que a tecnologia oferece. Muitas vezes, para que se atinja a meta proposta, precisa-se de muito empenho, estudos e pesquisas, pois no caso em questão, projeto que depende da utilização de vídeos didáticos para relacionar a teoria com a prática, foi feito através de várias etapas, cada uma indispensável à continuidade da outra, RAMIRES e GONÇALVES Jr. (1999). Assim o estudo sobre os vídeos irá atenuar o distanciamento entre o campo de trabalho, o canteiro de obra, e a teoria do ensino acadêmico. O ensino universitário enfrenta dificuldades para 2930
2 que haja uma verdadeira interação com o objeto de conhecimento, neste caso, o estudo dos diferentes tipos de sondagens e de fundações. 2. METODOLOGIA A aprendizagem dos alunos ocorrerá mais concretamente se a metodologia aplicada ao ensino for adequada ao conteúdo que se visa desenvolver. Sabe-se que quanto mais próximo o aluno estiver do assunto a ser trabalhado, quanto maior for a interação entre a teoria e a prática, mais efetivo será o aprendizado. Porém, na maioria das vezes, isto não é tão fácil de acontecer, pois a teoria está muito distanciada da prática, do objeto a ser conhecido. Assim, é necessário que sejam pesquisadas alternativas para minimizar este distanciamento. Outro fator que colabora para dificultar o processo ensino-aprendizagem é a demora na atualização de recursos que a tecnologia oferece. Nesta última década houve um acelerado avanço tecnológico. Quem poderia imaginar que haveria tantos recursos para inovar no ensino nas diferentes áreas como está acontecendo hoje. O tradicional método de ensino, onde o professor dita o conteúdo e o aluno copia, deve ser repensado visto que é possível utilizar recursos novos que tornam o aprendizado em sala de aula mais eficaz e interessante tanto para o aluno como para o professor. Pensando nisto, que os autores deste projeto se propuseram em enriquecer o processo de aprendizagem dos alunos do curso de engenharia civil, produzindo vídeos didáticos sobre os tipos de sondagens e de fundações existentes na região metropolitana de Porto Alegre. Dentro deste ponto de vista, é possível analisar, avaliar e dar novo encaminhamento ao problema que ocorre referente as dificuldades de compreensão dos alunos ao ser executado em determinado tipo de investigação geotécnica, ou de um tipo de fundação. A tecnologia que está sendo valorizada neste trabalho, vídeos didáticos, dará possibilidade aos alunos de assistirem a estes procedimentos da engenharia e discutirem com o professor sobre a eficácia e adequação destes empreendimentos. Através dessas imagens, o estudo deste tema será mais motivador e eficiente. O professor terá em excelente aliado para concretizar o conhecimento, já que é impossível saídas constantes para ilustrar a teoria, fazendo visitas em obras, que seria o ideal. Então, devido a importância dos vídeos didáticos para que ocorra melhorias na aprendizagem, foi encaminhado a execução desse projeto. Para isto, foi necessário planejar etapas de estudos, RAMIRES e GONÇALVES Jr. (1999), aprofundando os conhecimentos sobre os tipos de investigações geotécnica e dos tipos de fundação, onde foi possível constatar os principais desacordos entre o processo de execução dos mesmos, segundo as normas técnicas e a prática realizada no dia a dia. Este é um outro aspecto que será possível adequar ao final deste trabalho. Com as filmagens de cada tipo sendo executado, será possível o professor enfatizar os procedimentos seguidos na prática das empresas e o que seria inviável com os métodos existentes ensinando o caminho da boa prática de engenharia. Assim, haverá tempo para visitar obras que apresentem características especiais, enquanto que as obras que utilizam recursos mais simples e comuns de sondagens e de fundações serão discutidas através de vídeos. Embora estes recursos, os vídeos didáticos, não podem substituir a estratégia mais viável e eficiente que é a aprendizagem diretamente relacionada ao objetivo a ser estudado, servirá para diminuir o distanciamento, concretizando e objetivando o aprendizado. Um outro problema que se pretende contornado com a realização deste trabalho, é a dificuldade com a compreensão dos alunos de como é executado um determinado tipo de 2931
3 investigação geotécnica ou um tipo de fundação. Estes alunos poderão assistir juntamente com o professor como deve ser executado cada um desses tipos questionando quais são os mais adequados para determinadas situações e, caso necessário, colocando suas dúvidas para esclarecimentos. 3. DISCUSSÕES Com o intuito de equilibrar os conhecimentos individualizadas e avançar na aprendizagem se propõe recorrer aos recursos tecnológicos através da criação de vídeos didáticos. Conhecer as características básicas é indispensável e permite estabelecer um nível de discussões sobre os diversos tipos de sondagens e de fundações. As investigações do subsolo geralmente são realizadas somente em obras de grande porte. Na maioria das construções, que são de menor porte, requer que o engenheiro saiba projetar e executar fundações com segurança sem informações das características de resistência e deformabilidade dos solos. Isto exige do profissional a utilização de elevados fatores de segurança e de constantes alterações no projeto mediante problemas decorrentes de surpresas no momento da execução da fase geotécnica da obra. Este procedimento afeta consideravelmente o orçamento e o planejamento especificado para a realização do empreendimento. O estudo das condições do subsolo é fundamental para reduzir os custos e os prazos. É necessário desenvolver no futuro engenheiro civil a consciência de que investigar o subsolo através de meio apropriados é indispensável para realizar seu trabalho, projeto e execução, com qualidade. Nas grandes cidades vem se observando uma notada preocupação no desenvolvimento de estudos preliminares do subsolo, inclusive em pequenas edificações, antes da elaboração do projeto de fundações. Enquanto que nas demais cidades este estudo dificilmente chega a ser cogitado diante de uma proposta inicial. Apenas a partir da ocorrência de problemas durante a execução de fundações ou de estruturas de contenções é que se recorre às investigações. Desta forma já ocasionando atrasos nos serviços e aumento considerável no orçamento aprovado inicialmente. É sabido que a sondagem mais onerosa é aquela que não foi realizada. A multiplicidade de variáveis que incidem sobre qualquer obra geotécnica é grande. Então, quanto mais estudos forem realizados melhores serão as condições para se propor soluções. As discussões a partir da análise dos diferentes procedimentos de métodos de sondagem, comparando as vantagens e as desvantagens são fundamentais para a construção do conhecimento sobre os tipos de investigações que existem, o que está disponível no mercado, como são realizadas e quais são as informações obtidas. A partir daí se torna possível decidir por um ou mais tipos de investigações. Em fundações há um maior número de variações. A análise das diferentes etapas do processo construtivo em cada tipo de fundação produz definições bastante claras sobre quando é possível sua utilização, bem como quais os aspectos que devem ser observados para viabilizar o seu uso mediante determinados fatores condicionantes. Através do acompanhamento do processo de realização de sondagens e de fundações se verificou que muitas empresas seguem procedimentos diferenciados. Esta diversificação provoca discussões sobre até onde é permitido inovar um determinado processo sem comprometer os resultados. Estes questionamentos auxiliam no desenvolvimento da formação do futuro profissional. 2932
4 4. CONCLUSÕES Tendo em vista que nem todas as etapas deste projeto foram concluídas, mas também, que em grande parte já estão sendo testadas e ajustadas pela comunidade acadêmica do curso de Engenharia Civil, pode ser enfatizado que os objetivos propostos estão sendo alcançados. Os vídeos didáticos contribuirão para a melhora da qualidade do rendimento escolar, dando maior significado à teoria e trazendo imagem mais reais a conteúdos de difícil compreensão. O assunto deste projeto dificilmente será concluído definitivamente, pois sempre será aberto a novos crescimentos, a novas alterações, já que a tecnologia está em constante evolução e, consequentemente, técnicas e recursos mais avançados poderão vir a serem aprimorados ou até mesmo substituídos. No momento, os vídeos didáticos são grandes auxiliares do trabalho docente e tudo o que for feito para que o graduando de Engenharia Civil tenha um estudo ilustrativo, estimulante e, se possível, o mais interativo com o campo de trabalho que irá atuar deve ser incentivado. Assim, maior será o seu crescimento, o seu envolvimento e comprometimento com os estudos. Portanto, deve ser proporcionando todas as condições para que o acadêmico tenha bom embasamento, que acredite na sua formação profissional e no seu potencial. Isto oportunizará a formação de profissionais sérios e competentes, capazes de assumirem os compromissos e responsabilidades que a área exige. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao professor Álvaro Fraga Moreira B. Júnior e ao laboratorista de apoio ao ensino Édson Silva, desta Universidade, pelo auxílio prestado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA. Diretrizes para execução de sondagens. 1 ed., São Paulo: ABGE, p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9604: Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo com retirada de amostras deformadas e indeformadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6484: Execução de sondagem de simples reconhecimento dos solos ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7250: Identificação e discrição de amostras de solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento dos solos ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 8036: Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6122: Projeto e execução de fundações ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 10905: Solo Ensaio de palheta in situ
5 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12069: Solo Ensaio de penetração do cone in situ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9603: Sondagens a trado BELL, B. J. Fundações em concreto armado. 2. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Dois, p. CARDOSO, R. R. Fundações - engenharia aplicada.1. ed., São Paulo: Nobel, p. CUNHA, A. J. P., SOUZA, V. C. M. e LIMA, N. A. Acidentes estruturais na construção civil.1. ed., São Paulo : Pini, v p. CUNHA, A. J. P., SOUZA, V. C. M. e LIMA, N. A. Acidentes estruturais na construção civil.1. ed., São Paulo : Pini, v p. HACHICH, W. et al. Fundações: teoria e prática. 2. ed., São Paulo: Pini, p. RAMIRES, M. C. P. e GONÇALVES Jr., F. J. Vídeos didáticos minimizam a distância entre teoria e prática. In: CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA, 14., 1999, Santa Maria. Anais... Santa Maria: UFSM, p SIMONS, N. E. e MENZIES, B. K. Introdução a engenharia de fundações. 1. ed., Rio de Janeiro : Interciência, p. VELLOSO, D. A. e LOPES, F. R. Fundações. 1. ed., Rio de Janeiro: COPPE / UFRJ, p. 2934
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